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História Um Ano Nem Tão Incrível Assim - Algo que me acalme


Escrita por: AnnaEsttevao e LetGirl

Notas do Autor


OI
BOA LEITURA
ESPERO QUE GOSTE
E ME DESCULPE PELA DEMORA :))

Capítulo 39 - Algo que me acalme


Fanfic / Fanfiction Um Ano Nem Tão Incrível Assim - Algo que me acalme

P.O.V Jade

-Jade você não pode voltar para o Brasil agora. Temos um show em um festival daqui duas semanas. – Rafa começou seu discurso de irmão mais velho depois de adentrar meu quarto e me observar com uma expressão insatisfeita por causa da minha perna. Minha mãe e eu passamos quase a semana inteira discutindo isso de eu querer volta para o Brasil o mais rápido possível.

- Eu volto pra cá depois, no dia do show.

- Deixa de ser teimosa. Sei de tudo o que está passando, e sei que não está sendo fácil. Você não é a única que está sofrendo com a morte do vovô. Seu término com Joseph foi bem inesperado e nada fácil. Inclusive, se eu vê-lo por aí juro pelas minhas faixas de graduação de Karatê que quebro todos os ossos daquele imbecil. – ele falou para me deixar para cima e fazer graça. Soltei um leve sorriso para não deixá-lo frustrado por não conseguir fazer algo que faz tão bem: arrancar risadas de mim.

- Eu sei, mas não me importo de gastar a mais com passagens de avião, inclusive, gosto da sensação e do silêncio do avião. – falo com desdém, forçando um sorriso.

- Jade, não! – ele falou com autoridade. Rafael nunca usa esse tom de voz comigo, a não ser que eu esteja errada. Bem, nesse caso sei exatamente a minha posição, sei que estou errada, mas não vou admitir isso. Já estou farta de tudo o que passei aqui até hoje. Essa cidade só me trouxe desgraças e perdas. Não agüento mais.

- Desde quando você manda em mim? – tive que ser ignorante a ponto de usar essa frase tão imatura. Ele está certo, não há outra escolha. Apesar de que, falando assim, parece até que estou me recusando a me apresentar no festival, mas não é isso. Eu só estou cansada de tudo o que passei aqui. Não quero passar mais um minuto sequer nessa cidade. *suspiro* Ok... Eu me rendo. Rafa está me encarando, esperando que eu admita meu erro. Ele sempre faz isso e odeio quando o faz, e ele sabe que detesto.

- Ok. – solto mais como um sussurro.

- Ok o quê? – ele se faz de desentendido.

- Ok, eu admito que estou errada e vou ficar mais duas semanas nesse inferno. – falo revirando os olhos.

- Parabéns, demorou menos tempo dessa vez para admitir. Seu mais novo recorde! – ele brincou, dei um empurrão de leve em seu ombro e ele sorri, arrancando de mim um sorrisinho também. – Bem, agora eu tenho que ir avisar para a produtora do evento que você confirmou presença. Na verdade, eu já tinha dito que Jade Gilbert Müller estaria no festival independente de o que acontecesse, mas ela queria algo mais concreto, certeiro. Eu chamaria você para ir comigo, mas com essa perna aí é melhor ficar em casa e em repouso para que no dia do show ela não esteja tão ruim como está agora. – ele falou já de saída. Obrigada, Joseph. Falei um breve tchau e o vi sair pela porta.

- Ah! Mais uma coisinha: se você está procurando algo se acalmar, sugiro que treine bateria, nesse show vamos fazer uma pequena batalha entre nós dois e creio que você não vai querer fazer feio. Tocar nos acalma, Jade. Tente fazer isso e sinta a sensação de serenidade. Funciona comigo.  Se lembra de quando nos apresentamos na pista de skate? Então. Beijos, maninha. – ele abriu a porta de novo. Sua voz era tão doce que nem parecia ele falando. Com certeza ele notou a minha tristeza e quis demonstrar que ele estaria sempre ao meu lado. Mas acabei não dando muita importância para essas palavras no momento, Rafa nem sempre é bom com conselhos.

Se eu não estivesse com a perna engessada eu estaria caminhando na areia da praia, que fica uns 7 minutos da casa de Mauro. Isso sim me acalmaria. Foi meu avô que me ensinou isso. Antes de ser diagnosticada com bipolaridade e tudo o que me faz infeliz agora, uns aninhos atrás morei com minha tia e com Rafa no Rio de Janeiro, eu era bem esquentadinha. Quando me enchiam muito a paciência eu batia nos garotos. Bem irracional, eu sei. Cansada de ser chamada na escola e sem saber o que fazer comigo, tia Maju uma vez ligou para vovô pelo Skype e ele me deu conselhos. Disse que sempre que ficasse muito brava, ou muito triste, era para eu andar descalço pela areia da praia, bem próximo ao mar, pois ele me acalmaria. E ele estava certo, funcionava. Desde então o mar tem sido meu melhor amigo. Mas agora, que estou com a perna ferrada e sem o meu avô aqui para me dar conselhos? Por que a vida tem essas besteiras de tirar da gente aquilo que mais amamos e precisamos para ficar de pé? Não me refiro à perna, mas sim a falta que meu avô me faz.

Me levantei da cama, com um pouco de dificuldade, e fui até a pequena varanda do meu quarto. Elevei o olhar, desviando da rua movimentada, que nesse horário está cheia de jovens indo e vindo da praia, a caminho de barzinhos... A procura de algo que ocupe suas mentes, algo que não seja seus problemas com a família, com o namorado, problemas que a vida os faz ter. O céu, a essa hora da tarde, ainda não se decidiu se quer ficar escuro para a vinda da noite, ou claro com a saída da tarde. Assim, formando um belo degradê com cores frias e belas paisagens com as árvores contra a luz do sol poente.

Aqueles tons de azul estavam sendo melhores do que qualquer um dos remédios que tomo, sua serenidade me trazia certa paz. Dentre as poucas estrelas que estavam aparecendo à medida que o sol ia embora, tive a vaga impressão de que uma delas brilhou com um pouco mais de intensidade ao notar que eu estava a observá-la. Vovô, sorri. Sei perfeitamente que não se trata dele, mas pensar que ele está me observando do céu, dizendo que aquela era mais uma maneira de me relaxar e me esquecer dos problemas que me atormentam durante o dia me reconforta.

Olhando para aquela bela paisagem, senti uma ponta de esperança nascer em mim. A esperança é a última que morre, um ditado popular que deve ser levado a sério. Meu avô sempre dizia essa frase, a respeito d sociedade, quando via alguém fazer um bom ato, ou quando Rafa e eu fazíamos boas ações, como doar nossos brinquedos para as crianças mais necessitadas, ajudávamos uma pessoa de idade a atravessar a rua ou realizávamos shows beneficentes. Talvez eu ainda tenha a chance de voltar a ser feliz como eu era antes. Tenho esperança. Não preciso de ninguém, além de mim mesma, para isso. Vou em busca da minha felicidade e ninguém vai me deter.

Permaneci por ali por mais, ou menos, 20 minutos com a brisa leve indo e voltando como se fosse uma criança brincando de pega-pega. Até que me lembrei de o que Rafa me disse. Tocar nos acalma, um de seus poucos conselhos que deve ser ouvido, ele está certo, mais uma vez. Então, fui a te o quarto de música e descontei tudo na coitada da bateria. Mas parece que as paredes não eram mais o suficiente para retrair o som da bateria, porque Ashley apareceu lá em cima, reclamando do barulho. Me desculpei e fui para o piano. Provavelmente seria um som mais agradável de ouvir. Não demorou muito para ela aparecer por lá de novo, só que mais brava.

- Jade, sem condições de você tocar a essa hora da noite. – nem era tão tarde – Minhas amigas estão aqui e estão reclamando do barulho. Por favor, pare. – ela tenta soar gentil, mas falha drasticamente. Apenas assenti.

Deixei a sala de música e fui para o meu quarto fazer as únicas coisas que me restavam fazer: tomar um banho e dormir. E, já deitada na cama pronta para adormecer em meios as minhas decepções e infelicidades, um filminho de todos os momentos bons e ruins que tive com Joseph passou pela minha cabeça. Nem dormir em paz aquele desgraçado me  deixa. Ele geralmente era o meu porto seguro perfeito e me trazia calma.

Não mais.


Notas Finais


E AÍ? GOSTARAM? EU TINHA PERDIDO ESSE CAP ONTEM, ESPERO QUE ESSA VERSÃO TENHA FICADO MELHOR DO QUE A PRIMEIRA. DEIXE NOS COMENTÁRIOS O QUE VOCÊ ACHOU :))
BYE


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