História Um Ano Nem Tão Incrível Assim - Juntos novamente

Jade e eu fomos para sua casa, ou melhor dizendo apartamento. Apesar de ser um ambiente bem extenso, para uma pessoa morar sozinha, é aconchegante com a sua decoração. 

Depois de deixá-la em casa, Jade insistiu que eu ficasse, e eu o fiz, obviamente. Ela ainda não estava completamente bem... O remédio estava começando a fazer efeito. Nos deitamos em um colchão que colocamos no chão de sua sala. Fechamos as cortinas, e deixamos a chuva cair lá fora. Jade se aninhou em meu peito, de forma que a abracei, como que protegendo-a. Nunca me senti tão bem. Estar ao seu lado me faz mais forte.

- Se eu te disser que a música Teenage Dream da Katy Perry se encaixaria perfeitamente no momento, o que você diria? - Jade diz, ajeitando o cobertor em seu corpo, de modo que fique confortável para ela. Penso um pouco na letra da música antes de responder. 

- É... Pensando bem, você está certa. Como se eu estivesse vivendo um sonho de adolescente. O jeito que você me excita. Eu não consigo dormir. Vamos fugir e nunca olhe para trás, nunca olhe para trás. Meu coração para quando você olha para  mim; apenas um toque. Agora, baby, eu acredito. Isto é real. Então dê uma chance e nunca olhe para trás. - cantarolo um trecho da música. Jade levanta a cabeça, e olha para mim. Nossos olhares se encontram, mais apaixonados do que tudo. Ficamos assim por uns instantes, até que ela não aguenta e abaixa a cabeça, sorrindo.

- Ainda não caiu a ficha de que estamos aqui, juntos novamente. - ela comenta. - E pensar que eu não acreditava no amor... Incrível como basta apenas uns anos para mudarmos completamente nossa maneira de pensar. Te amo, muito. - beijo o topo de sua cabeça, e ela fecha os olhos.

- Eu também te amo. - ela volta a se aninhar em meu peito e adormece. Fico ali por mais uns instantes, acariciando seus cabelos negros e sua pele macia. Pensar em nossa história é divertido, até. Nos encontramos no avião, depois passamos a morar juntos, com seu pai. Mais tarde, começamos a namorar e, de repente, tudo acabou e nos distanciamos por um longo tempo. Agora, estamos aqui, deitados na sala, abraçados, nos amando. Agradeço muito por ter tido a sorte de poder tê-la de volta em meus braços.

Olho as horas no relógio em meu pulso, e vejo que está na hora de ir me encontrar com Ana, a pedido dela. Agora, poderei ser livre para ficar com a única mulher por quem me apaixonei de verdade, Jade. Irei terminar com Ana hoje, e estarei livre de seu ciúmes doentio. 

Me levantei com cautela, para não acordar Jade. Saí de seu apartamento, passei na farmácia em frente em seu condomínio e comprei uns chocolates. Pequei algumas florzinhas do jardim e levei para ela. Escrevi um bilhetinho, calcei os sapatos e fui desatar-me de Ana.

P.O.V Jade

Acordei em um pulo, assustada. Foi tudo tão de repente... Joseph e eu estávamos trancados na universidade, depois conseguimos sair pulando o muro dos fundos. Compramos meu remédio e viemos para a minha casa. Nos aninhamos em um grande colchão da sala, e por ali ficamos durante um tempo. Me senti mais protegida do que nunca contra seu peito. Agora, acordo e me deparo sozinha em casa. 

Me levanto e vou até a cozinha, beber um copo de água. A chuva lá fora está caindo com força. A mudança climática foi repentina: quando saímos da faculdade estava com um clima mais quente, abafado, eu diria. No momento chove bastante. Então, resolvo tomar um chá. Olho para o relógio e percebo que dormi por três horas. 

Deparo-me com delicadas florzinhas em cima da pia, com uma sacola de farmácia e um bilhete.

''Olá, dorminhoca. Ana e eu tínhamos marcado de nos encontrar, e então eu fui para aproveitar para terminar com ela algo que nem começamos, na verdade. Aproveitei e passei na farmácia, para comprar seu chocolate favorito. Vi umas flores no jardim do condomínio e me lembrei de você. Não é um buquê farto nem nada, mas é de coração. Mais tarde passo aí de novo, Cat Eyes. Te amo.
Jo''

Nem sei o que dizer. Nunca fui desse tipo de garota sentimental, mas quem não gosta de receber flores? Amei!

Assim que meu chá fica pronto, a campainha toca. Vou até a porta e, antes de abri-la, espio pelo olho mágico. Não vejo nada, a não ser tulipas amarelas. Abro a porta, hesitante, e dou de cara um um rapaz que tampa o rosto com as flores, e ele está completamente encharcado. Ele tira as flores do rosto, e me entrega. Sorrio com o gesto de Joseph e o convido para entrar.

- Nisso que dá estacionar o carro longe, achando que a chuva já tinha parado e não iria cair mais. Foi só eu sair de dentro do automóvel que voltou a chover. - ele diz sorrindo, enquanto tira as botas.

- Adorei as flores. E acho que você deveria passar a usar franja. - brinco com o cabelo que cai sobre sua testa. Ele sorri, e faço o mesmo. - Deu certo, sobre terminar com Ana?

- Sim. Ela ainda não está acreditando muito bem nisso. Acha que acha que ainda há possibilidades de voltarmos um dia. Creio que não há chances, não enquanto eu tiver a mulher da minha vida o meu lado. - seus lábios frios por causa da chuva tocam os meus, em um beijo agradável. 

É bom tê-lo de volta.