1. Spirit Fanfics >
  2. Um Ato de Amor >
  3. Capítulo único

História Um Ato de Amor - Capítulo único


Escrita por: pinlias

Notas do Autor


Meu primeiro conto.
Se gostaram por favor comentem.
Aceito e peço críticas construtivas.
Aproveitem!

Capítulo 1 - Capítulo único


Fanfic / Fanfiction Um Ato de Amor - Capítulo único

Quem olhava para Brian Dowell Não poderia imaginar outra coisa.

Rosto simetricamente lindo, cabelos macios e uma notável aparência física. Estudava na McFlynn Academy, em Ohio. Não era conhecido por um bom rendimento escolar, mas sim por seu histórico esportivo e amoroso.

Todas as meninas do colégio o cobiçavam, desejavam um namorado como ele,  e Brian sabia exatamente como tirar proveito da situação. Namorava uma menina por semana e quando esta já não lhe satisfazia mais,  a trocava por outra.

Sua rotina seguia esse padrão, até que certo dia Brian fora parado no corredor principal por um cara alto,  gordo e rabugento. Quem o conhece sabe que aquela cara não é fechada por acaso. Ter que trabalhar como coordenador num colégio com vários jovens leigos, rebeldes, imponentes e insuportáveis deixaria qualquer um de mal humor. O coordenador apenas lhe entregou um papel e o notificou:

- Devido a um problema de lotação, te transferimos para a sala 3A de Química. Seu horário continua o mesmo e seu novo professor é o John Roadie.

“Como se eu me importasse”, pensou Brian em silêncio. Continuou andando sem dar ouvidos a nada ,  colocou seus livros no armário e foi-se.

Dia seguinte,  aula de química na sala nova. Brian adentrou a sala, sentou-se e deu uma leve piscada para as garotas, que logo soltaram “gritinhos”. Uma das garotas não o notou nem deu ouvidos a ele, o que Brian logo achou estranho. A menina aparentava ser estudiosa. O rosto dela era lindo e não parecia usar maquiagem, nem bijuterias, sequer se importava com aparência. Demonstrava concentração ao fitar fixamente o professor com um olhar determinado. A medida que Brian olhava  sentia-se mais atraído pela menina. Algo nela cativara sua atenção desde o começo da aula. Brian parou de olhar para ela no momento em que o professor chamou-lhe a atenção.

Não fez-se muito tempo e o sinal tocou. Todos caminharam em direção a saída, quando Brian olhou para trás e parou de caminhar. Fitou com seus olhos claros a garota, enquanto ela puxava de sua mochila um sanduíche e o mordia, tentando ler um livro bem grosso e aparentemente antigo.

“É minha chance de chegar nela ”,pensou. Aproximou-se da cadeira cuja menina estava sentada e tocou em seus cabelos castanhos. A moça lançou seus olhos de repente para Brian e imediatamente repreendeu o ato.

- Olá, princesa.

- Você não consegue pensar em nenhuma menina mais vadia para paquerar, não ? Estou ocupada agora, retrucou a menina num tom rude.

- Calma, princesa. Só queria saber seu nome. O que está lendo ?

Brian abaixou levemente a cabeça para ler o título na capa.

-Quem é essa tal de “J.K. Rowling ? “

A menina deu uma risadinha num tom irônico e respondeu :

-Me admira que não saibas, é uma ótima escrita, criadora das série de Harry Potter. E se isso te deixa satisfeito, me chamo Emily.

-Eu sou o Brian.

Ele então aproximou-se do rosto dela, acariciou sua mão macia e a beijou. A menina puxou a mão, abriu o livro onde tinha parado e continuou a ler como se ninguém estivesse ao seu lado.

Bryan então pensou : “ Se eu quiser sua atenção, devo fazer por merecer.” Então perguntou para Emily se não tinha algum livro consigo para emprestar a ele. Num tom de surpresa, a menina pegou de sua bolsa o primeiro exemplar de Harry Potter e deu-o para Brian, que se retirou com o livro na mão. Para ele, já tinha feito o progresso necessário com ela, pelo menos por hoje. Ao chegar em casa, subiu as escadas e trancou a porta de seu quarto. Colocou na escrivaninha o livro, sentou-se em uma cadeira e pensou consigo mesmo: “ Porquê vou ler isto ? Primeiro que eu não suporto livros, segundo que existem tantas meninas afim de mim no colégio, não preciso ficar correndo atrás de uma que não quer nada comigo”. Ele não sabia articular uma resposta, apenas lembrava do rosto meigo e misterioso da garota que tinha acabado de conhecer , e desejava desvendá-lo, saber mais sobre ela, fazer dela só sua. Abriu o livro e começou a ler.

 Seus olhos, que no primeiro momento demonstravam cansaço e total desinteresse pelo que ia fazer, ao decorrer do tempo iam se abrindo com mais intensidade e concentrando-se ainda mais no livro. Algo que antes parecia chato e sem graça , estava parecendo ser interessante e fascinante. Brian Então devorou aquele livro sem dó nem piedade, degustando cada palavra com prazer e sentindo-se mais faminto a cada momento. Suas retinas oculares iam de um lado para outro, transmitindo a seu cérebro muito mais que letras, transmitiam idéias e histórias de um mundo que Brian nunca imaginou que existia. Ele então leu o livro em uma velocidade fora do normal ( ao menos para seu próprio padrão) e encontrava-se animado para pegar um livro no outro dia , com uma menina que a cada vez mais sentia-se mais atraído por ela.

Dia seguinte, Brian entrou na sala e avistou a menina , silenciosa como sempre, enrolando uma mecha de seus cabelos com os dedos, aguardando a chegada do professor.

Brian então chegou perto dela, entregou seu livro e proferiu :

- É impressionante. Nunca achei que um negócio tão ultrapassado fosse tão legal.

-Não é ultrapassado, livros são as melhores formas de transmitir ao mundo coisas que não conseguimos pôr em nossa boca. De qualquer forma, legal que gostou.

- Na verdade, ia te perguntar se você teria o próximo livro, eu realmente quero terminar a série.

- Não estou com ele aqui, mas amanhã eu te trago. Desculpa.

-Sem problemas.

Depois da aula Brian ia saindo da sala quando novamente fitou a Emily, e se perguntou em como seria a vida dela. “ Eu já tenho assunto, vou mandar o papo e já era.” Brian caminhou na direção dela e perguntou:

-Escuta, você não tem nenhum compromisso agora, Né ? Queria te perguntar algumas coisas sobre o livro que eu li...

-Desde que seja rápido, eu posso falar contigo. Tem um lugar que eu costumo ir, pra relaxar e me desligar do mundo.

Os dois caminharam lado a lado, trocando idéias e pensamentos sobre a saga. Brian sabia que seu principal objetivo não era conversar sobre o livro, mas sim abocanhar fatos e segredos sobre a Emily. Continuaram caminhando até chegarem em uma praça bem antiga e esgotada, com os balanços e brinquedos quebrados e protuberâncias crescendo por entre o concreto. Ambos sentaram em um banco e Brian pôs-se a perguntar :

- Porquê viemos até aqui ?

- Esse era o local que eu e meu pai costumávamos vir quando eu era pequena. Eu brincava naqueles balanços e quando me cansava, me sentava ao lado dele, nesse mesmo banco, e ele me contava uma história de algum livro. Foram os melhores dias que a minha vida já teve.

- Eu não acho que você ainda caiba nos balanços, mas vocês ainda podem reviver esse momento.

- Não dá. – Nesse momento Emily deixa escorrer de seu rosto lágrimas. Ela abaixa a cabeça e termina a fala, com uma voz mais amarga.

- Meu pai morreu em um acidente de carro a dois anos. – Emily então abaixa a cabeça e a cobre com suas mãos.

- Ele era a coisa que eu mais amava.

Brian sabia que ela era fechada para o mundo e que não tinha amigos. Abraçou-a e compartilhou um momento de solidão mútua e de pêsames perante a brisa que encostava nos cabelos de ambos e ousavam balançá-los.

Ela levantou a cabeça por um momento para olhar pro céu , lágrimas rolando em seu rosto e tristeza emanando de uma forma intensa. Ela se virou para Brian e falou:
- Com você eu consigo reviver momentos que a vida tirou de mim. Obrigado.

Com ela em seus braços, Brian finalmente descobrira o sentimento que sentira por ela desde o começo. Era amor. Estava camuflado pela falta de conhecimento sobre sua amada, mas a enamorava desde cedo. Abraçou-a forte e a levou para casa. No caminho de volta, recebeu uma ligação. Sua “namorada”.  Ela falava num tom imperativo , irritada e alterando a voz frequentemente .

- Que porra é essa,Brian ? Eu to aqui de boa e do nada minha amiga me liga dizendo que te viu abraçado com uma puta qualquer numa praça.

- É o quê ? Não era uma “puta qualquer”, me respeita por favor, e além disso isso não te diz respeito...

- Não me diz respeito o caralho! Sou tua namorada e tenho o direito de saber que vadia é essa ! Se eu descobrir o nome dessa desgraçada vou fazer da vida dela um inferno,e a sua também.

- Quer saber, não me liga mais não,Jane, já acabou tudo entre nós. Segue tua vida e me deixa em paz.

Ela então desligou e Brian sentiu um impulso de raiva e ao mesmo tempo preocupação. Não sabia o que Jane poderia fazer. Não ligava para ela, mas temia por Emily. Correu para casa , trancou o quarto e sonhou com a pele macia de sua doce Emily. Seus cabelos, seus olhos, sua boca. Que vontade Brian tinha de ter aquela boca por meio do doce encontro de lábios. E de acariciar seus cachos mais uma vez. Dormiu. Acordou no outro dia com uma ligação. Era sua ex-namorada, novamente. Dessa vez ela proferia num tom preocupado, em torno do arrependimento.

- Tenho uma coisa pra te falar. Ontem eu fiquei puta da vida com aquela menina que tava se agarrando contigo e fui na casa dela com umas amigas. A gente pixou a fachada da casa, depois quebrou o vidro dela nas pedradas e jogou um bilhetinho xingando ela, Só brincando. Mas parece que desde ontem ela saiu de casa e ninguém encontra ela. Acho melhor tu procurar tua dama. Só liguei por isso mesmo.

Nesse momento um sentimento em seu coração invadiu subitamente o que ontem foi felicidade e paixão. Era o medo. E o medo sucumbiu a alma daquele garoto. A ansiedade vinha por detrás e o fazia pensar coisas que nunca pensara na vida. Estaria ela em boas condições ? Pra onde ela teria ido ? Deveria ir ao encontro dela ? O que aconteceu com ela ?

Brian nesse momento entrou em desespero e só pensava em achar Emily. Pegou a chave de casa, bateu a porta e começou a correr. Não sabia em que direção, nem em que sentido, nem o local que iria. Só sabia correr. Corria como se isso fosse mudar algo, mesmo no fundo algo dizendo a ele que a esperança tinha sido devastada.

Procurou na casa dela. Nada.

Procurou na escola. Nada.

Foi então a praça na esperança de que ela estivesse lá. Depositou todas as esperanças, rezava na cabeça dele e tentava acreditar que tudo iria ficar bem. Chegou na praça. Avistou-a,balançando-se sozinha no que um dia já foi um balanço ocupado por uma menina feliz,brincando com o pai.Sentou-se no balanço ao lado e perguntou:

- O que aconteceu ?

- Sua namorada jogou pedras em mim, enquanto eu dormia, e uma pegou na minha cabeça. Eu fui pegar gelo para colocar na minha testa quando ouvi gritos da minha mãe. Ela tinha saído para fora e notou que nossa casa estava toda pichada e suja por fora. Ela então brigou comigo dizendo que eu não presto e me mandou sair de casa para dar a ela tempo. Eu vim pra cá.

- Eu realmente quero me desculpar. Eu não queria ter causado isso pra você. Sinto muito, mesmo, eu sou um babaca.

- Não faz mal, eu odeio minha mãe mesmo.

Brian parou de balançar-se. Estava tentando pôr em sua mente palavras para dizer. Palavras que queria dizer desde o dia em que a conheceu, e que a cada momento foram ficando mais nítidas em sua mente e mais afloradas em sua boca,a medida que passava tempo com ela,  mas que no momento falhavam-se de sua memória. Disse então o que pensava.

- Eu sei que não é o momento, mas eu te amo. Só isso. Sempre te amei, e queria poder te amar até o dia em que meu pulmão parasse de pedir ar.

- Eu não recusaria esse desejo seu. Mas enquanto vivermos nesse mundo creio que não poderemos ser felizes.Eu já sei o que faremos, resta saber se você me ama o suficiente para fazer isso.

- Eu faço o que for por você.

Passou-se tempo e uma imagem foi criada. Os dois de mãos dadas, num quarto trancado. Cadeiras jogadas ao chão, e cordas amarradas a um pedaço saliente de madeira no teto.Silêncio,e nada mais.No pescoço de ambos era possível ver um cordão amarrado de modo extremamente apertado. Mãos dadas num momento que poderia ser descrito como algo horrível de se ver. Mas que para Brian E Emily foi a melhor coisa que já fizeram.  Um ato de suicídio, um ato de locura, um ato de amor.


Notas Finais


Até mais.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...