História Um Bom Amigo - O Gato

- CAIN! CAIN! CAIN! - Choro de cachorro.
Pressiono meu ouvido esquerdo contra o colchão e o outro contra o travesseiro.
- O que aquele maldito tá pensando!? - Devem ser umas 2:00 da manhã. - Aaaaaaah...
- Soooh Min Haaaaa!! - Ouço meu pai me chamar.
- Idiota! - Reclamo, levanto da cama e saio do meu quarto até a sala.
Jimin, o cachorro, estava encolhido no sofá e me encarava com olhos pidões; senti uma leve pontada no meu coração com isso.
- O que foi...? - Perguntei.
- Bom, quer que eu diga tudo ou precisa de uma lista escrita? - Respondeu. Ele podia simplesmente ficar calado.
Encaro ele com um olhar mortal.
- Okay... Mas... Primeiro, tá frio. Segundo, aqui é desconfortável. Terceiro, eu sou um pobre filhote sem pais com uma dona malvada, tenha pena de mim. - Ele me encara de volta.
- Aaaaah... - Suspiro. - OKAY! Você venceu. - Pego ele no colo e subo as escadas. - ... Desculpa por ser uma dona malvada... - Pedi. Ele lambeu minha bochecha, o que me fez rir. Eu sei que ele é um cara que nunca vi na vida e não sei nada sobre ele, mas ele ainda é um cachorro. Meu cachorro.
- Boa noite Jiminie! - Faço carinho atrás de suas orelhas e o coloco deitado em cima de um travesseiro no chão. Deito- me e pego no sono.

POV JIMIN ON

Finjo estar dormindo, sinto ela fazer carinho em minhas orelhas. Tão bom...
Abro devagar meus olhos, acho que ela caiu no sono; confesso que também fui um pouco malvado a acordando à essa hora.
Me transformo em humano, em silêncio.
- Waaaa! Essa forma é bem mais confortável... - Me estico.
Dou a volta em sua cama e me sento ao seu lado, com cuidado para não acorda-la.
- Olá Soh Min Ha! Então finalmente a conheci... Tenha bons sonhos. - Sussurro e arrumo sua franja, coloco de trás da orelha.

POV JIMIN OFF


Bocejo. Sento-me na cama coçando os olhos, estão ardendo!
- Aquele maldito!!
Abro os olhos devagar, Jiminie me olhava balançando o rabo.
- Espero que o "Aquele maldito" não seja para mim... - Falou. Ele estava em cima da cama também.
- Pelo menos você não precisa ir pra escola! - Olho no relógio, 6:00 horas em ponto. - Sim, o maldito foi para você. Só dormi 4 horas!
- Você vai para a escola? - Perguntou.
- Escola não, hospício. Odeio aquele lugar...
- Deixa eu ir também!! - Pediu novamente me encarando com aqueles olhos irritantemente fofos.
- Não. - Com esforço respondi me levantando da cama.
- Por queeee?
- Não permitem animais lá! - Abri a porta, ele correu e entrou na minha frente.
- Eu espero fora da escola. Por favoooor... - Ele implora. Não. Me. Olha. Assim.
- Aaaah... Por que você quer tanto ir!? - Pergunto saindo do quarto junto dele.
- ... Por quê você é minha dona querida! Vai ser chato ficar aqui sozinho... - Ele respondeu manhoso, naquele momento, levei um tiro.
- V-Você não vai estar sozinho... - Tento pensar em algo. - Meu pai vai estar aqui! - Falo. A verdade é que realmente não gosto daquele lugar. Sei lá. Não quero que o Jimin veja... O quanto me sinto só... - Olha! Eu vou tomar um banho. Não pense que vou mudar de ideia! - Continuo.
Vou até o banheiro, passo pelo quarto do meu pai; a porta estava aberta, ele já deve ter acordado.
Tomo um banho e saio só de toalha do banheiro até meu quarto. Entro, e dou de cara com ninguém menos que, o garoto Park Jimin.
- Ei! O que está fazendo aqui!? - Pergunto assustada.
- Você disse que eu não podia ir para a escola! Vim dormi. - Respondeu, seu rosto parecia um pouco avermelhado.
- Você por acaso não sabe o que é privacidade!? Sai agora!
- Aish! Por que sempre fica tão brava comigo!? - Falou se transformando em cachorro. Argh, aquilo era mais estranho do que pensei que fosse.
- Não sei, talvez por que saí do banho e dei de cara com um menino de...  17 anos, aproximadamente, no meu quarto! - Ironizei, abrindo a porta.
- Ha ha ha, você pensa que eu, o humano Park Jiminie, sentiria atração por você...? - Ele saiu do quarto. - Desculpa desaponta-la meu amor, você não faz meu tipo. - Continuou. Bati forte a porta.
- IDIOTA! - Gritei. - Aish!... Quem ele pensa que é... - Falei para mim mesma e respirei fundo.
Terminei de me trocar e sai do quarto.
Um delicioso cheiro exalava pela casa, estava vindo da cozinha.
- Pai! O que está fazendo? - Perguntei descendo as escadas.
- Ah meu bem. Isso é ovo com bacon e queijo, está com um cheiro delicioso não é? - Ouço uma voz feminina, corro.
- O que está fazendo aqui!? Cadê meu pai? - Pergunto já na cozinha.
- Bom, está aqui também é minha casa, e seu pai recebeu uma ligação do trabalho, teve que viajar de novo. - Respondeu colocando o ovo em um prato.
- Você não estava na casa da sua mãe!? - Perguntei.
- Sim mas seu pai me pediu para vir cuidar de você. Não vai comer? - Ela empurrou o prato pela mesa até onde eu estava.
- Eu sei me cuidar sozinha! Não preciso de você. - Respondi e empurrei o prato de volta. - Não obrigada, perdi a fome. - Caminhei até a porta e fiz sinal para Jiminie me seguir, ele estava comendo outro ovo, possivelmente um que aquela mulher fez.
Bati a porta forte e fui andando para a escola.
- Mudou de idéia? - Perguntou irônico.
- Cala a boca. - Respondi.
- Por que está tão brava? - Ele continuou.
- Por que eu... Aaaaarh! - Chutei uma latinha amassada na calçada.
- Desculpa ...Tudo bem se não quiser me falar... - Jiminie abaixou a cabeça e continuou andando
- Não é isso é que... - Respirei fundo e encarei o chão. - Por causa dela, a minha mãe... - Parei um pouco, para segurar as lágrimas. O cachorrinho me encarava confuso. - ... Por que meu pai se casou de novo, minha mãe não voltou para casa! - Acho que não preciso esconder isso de Jimin
- P-Poxa... E-Eu.. 
- Já se passaram 6 anos... - Continuei
- Soh... Não fica triste! Por favor... - Jiminie falou, lambendo meus dedos através da sandália, o que me fez rir, muito. Tenho dedos sensíveis.
- Olha só! A esquisita chegou. - Fomos surpreendidos por um trio de garotas. Mas eu já sabia exatamente quem eram.
- Olha só! Se não é Kim Na Na e seu exército! - Respondi no mesmo tom, olhando de relance para as duas meninas que estava com ela. Parecem perus, a seguindo por todo lugar.
Ela me encarou com um olhar de desprezo, em seguida fitou de relance Jiminie.
- Vamos garotas, parece que ela já encontrou alguém de sua espécie. - Respondeu se virando.
- Au, au. - Continuei.
- Tsc. Foi por isso que sua mãe te abandonou. Tão estranha... - Ela falou, e eu senti aquelas palavras pesarem como chumbo em meu coração. Quem lhe deu o direito de falar da minha mãe! Me virei e segui na direção oposta ao caminho da escola, havia uma praça lá perto.
- Min Ha...? Tudo bem!? - Jiminie perguntou confuso equanto me seguia. Fiquei em silêncio.
Chegando na praça, me sentei em um dos primeiros bancos, e comecei a chorar. Chorar muito. Ninguém mais entendia como aquele assunto me magoava.
- Min Ha por favor... - O cachorrinho tentava desesperadamente subir naquele banco, só que era pequeno demais.
Depois de um tempo, quando abri os olhos, com a visão borrada pelas lágrimas, lá estava Jimin, o garoto, me olhando.
- O que está fazendo...? - Perguntei. Ele levantou a mão e começou a fazer carinho em minha cabeça.
- Isso é bom não é? Faz você se sentir bem. - Continuou, sorrindo. Ele tinha um sorriso lindo...
- P-Para com isso... Não sou um cachorro! - Respondi manhosa, pedi para ele parar, mas na verdade estava muito bom.
- Quem era aquela garota horrível!? - Jimin perguntou, sentando-me ao meu lado no banco. Não era para levar a serio quando eu disse que era para parar de fazer carinho!
- Ah... Sabe, ela era minha amiga antes... Por isso ela sabe sobre... minha mãe... - Suspirei. - Mas ela mudou tanto...
- Eu entendo...
- Todos mudam! Até minha propriá mãe mudou! Ela disse que eu era tudo para ela... então me abandonou!! - Falei. Eu não queria acreditar nessas palavras, mas as vezes não tinha escolha...
- Para com isso! - Ele falou me empurrando de leve com o ombro. - Tenho certeza que... Não foi assim... - Jimin tentou me acalmar.
- Na verdade, todos sempre me abandonam! Minha melhor amiga, minha mãe... Meu pai... - Eu realmente estava me segurando para não chorar novamente. Estava quase impossível, quando senti algo me envolver, um abraço. - Jiminie?...
- Eu nunca vou te abandonar! Eu conto!? - Jimin perguntou me apertando forte. Fiquei um pouco surpresa mas em seguida me aconcheguei em seus braços.
- Sim... Obrigado Park Jimin... - Me virei um pouco de lado, e o abracei também. Ficamos um tempo assim...
- Nossa! Que coisa mais linda! - Uma voz surgiu, do nada.
- Q-Quem... !? - Perguntei assustada, abrindo os olhos e saindo daquele tão bom abraço.
- Ah por favor... Não parem por minha causa... - Procurei nos lados, e até atrás. De onde diachos vinha essa voz?
- Aqui em baixo... - Me virei, e assim como a voz disse, olhei para baixo.
Um gato alaranjado nos encarava.
- O que você...? - Fui me abaixando devagar, ergui a mão para toca-lo.
- Oi! Sou Taehyung, ou só Tae! Se preferir. ~ ♡