História "Um café, por favor." - "Não se preocupe."

Parte 37

-Miane…-repetia, colocando o gelo enrolado em um paninho na testa do líder. Ele estava com sorriso no rosto, pois tentava evitar rir da situação, mas era engraçado vê-la nervosa.

-Já disse que está tudo bem.

-A culpa é toda sua mesmo.

-Minha?! Você que estava fingindo lá no chão.

-Eu só não queria ser incomodada.

-Ah, claro… e eu me chamo Pelé.

-Seu idiota.-disse apertando mais o gelo no local dolorido.

-Aiiigoo!

-Toma, fica assim até essa montanha na sua testa sumir.

-Neee…

Ele tocou em sua mão antes pegar o pano que estava nela, logo você ficou arrepiada, como sempre… seu corpo reagia todas vezes que estavam perto um do outro, quem dirá aos toques dele.

Na manhã seguinte, você já estava de pé limpando tudo e preparando o pão de cada dia dos meninos, estava completamente concentrada e haviam muitas coisas ocupando sua mente. Assim que terminou, já estava se retirando, pois era Segunda-feira e precisava ir para a faculdade.

-Yah!

-Aaaish! Que susto, Jinyoung!!!

-Fique calma.-Ele riu indo para a cozinha e te chamando com os dois dedos da mão.-Sei que está atrasada, mas não vai sair agora, kaja…

-Aiguuuu…-você o seguiu, andando devagar e pendurando seu corpo como uma criança malcriada que não queria obedecer.-Porque fica me assustando?

-É divertido.

-Yah!-Você deu um tapa no braço dele.-Não há nada de divertido nisso!

JB estava escondido no corredor próximo a sala, onde dava pra ver um pouco da cozinha, era a vez dele espiar o que acontecia e ele parecia não gostar de nada daquilo.

-O que está fazendo, Jinyoung?

O rapaz permaneceu quieto e preparou dentro uma sacola de papel, um lanche rápido.

-Sanduíche de queijo, presunto, tomate e alface, uma maçã para depois e você escolhe o que beber, compre no caminho.

-Não precisava fazer isso…-disse meio tímida, pegando a sacola lentamente.

-Não se preocupe, JB disse que por ele não conseguir acordar cedo como eu, não pode fazer isso por você.-ele esfregou o topo de sua cabeça.-Então farei isso em nome do nosso líder, arasseo?

-Huh… ne.-um sorriso surgiu em seu rosto.-Kamsamnida~!

Ele retribuiu o sorriso e você saiu correndo para chegar à tempo na faculdade. JB imaginou que Jinyoung poderia estar gostando de você, mas isso também ser coisa da cabeça dele graças aos ciúmes que sentia. Decidiu que não implicaria com isso, então saiu do esconderijo e foi tomar seu copo de água de cada dia.

-JB.

-Ne?

-Poderia tentar acordar mais cedo. A S/N sempre sai sem tomar café.

-Tenho certeza que ela sempre compra algo no caminho.

-Tem razão, me desculpe.

-Jinyoung-ah.

-Hum?

-Sabe que esse ciúme é mais forte que eu…

-Ara*.

-Então me perdoe por ser tão irritante.

-Tudo bem, é normal querer proteger o que é seu.

-Ne…

-Mas o que você tem não é ciúme.

-Mwo?

-Você tem medo.

-Medo? De quê?

-De que ela comece a gostar de mim graças a essa mania que eu tenho de cuidar dos outros.

-Yah, não é isso.

-JB ela se tornou uma irmã mais nova pra mim… e eu um irmão mais velho que ela nunca pôde ter.

-Irmãos?

-Ne. Além do mais, você me conhece bem… sabe que eu não seria maluco de traí-lo em nenhum sentido.

-É…

-Não fique preocupado com isso, a S/N só fala de você e nosso assunto é praticamente desse jeito, JB pra lá, JB pra cá… relaxa, tá bom?

-Miane…

-Vem cá.-ele foi até o líder e o abraçou, dando leves tapinhas nas costas dele.-Eu valorizo muito minhas amizades.

-Komawo, Jinyoung-ah.-disse o rapaz com um sorriso no rosto.

Enquanto isso, você estava ansiosa para o final da aula e no entanto, pensativa a ponto de quase dormir. Como alguém ansioso consegue dormir? Não se sabe ainda, mas algo te acordou pra realidade, a professora havia dito que no final do dia as notas das provas sairiam para todas as turmas.

“Ótimo! Mais uma coisa pra me tirar a paz. Vou ter que voltar a noite para verificar minhas notas e saber se passei nesse semestre… não sei bem o porquê, mas acho que me dei mal.”

Suas aulas encerraram às 15:45 pm. Você saiu às pressas indo visitar Han Na, imaginou se o pai dela iria vê-la novamente. Algum tempo depois, após quase duas horas, pois havia passado no mercado pra comprar uns lanchinhos pra ela, chegou ao presídio feminino e pra sua sorte ninguém foi visitá-la até então. A policial te levou até a mesma sala de antes e enfim vocês se viram, a reação da moça foi te abraçar e chorar, você não disse nada e logo as duas sentaram-se em suas cadeiras.

-Olha o que eu trouxe.-você disse, tirando alguns doces e salgadinhos que Han Na adorava comer sempre que saía da faculdade.

-Komawo…-ela agradeceu sorrindo e já saboreando as guloseimas.

-Também trouxe café, não é o do meu tio, mas esse também é muito bom.

-Komawo…-mais um agradecimento acompanhado de lágrimas e um sorriso meio triste.

-Han Na… como tem sido esses dias?

-Bons…

-Seu pai veio te ver, não é?

-Aniyo….

-Eu o vi saindo daqui ontem.

-Aigoo..

-Não esconda nada de mim, eu quero te ajudar.

-Mas já falei que estou bem aqui.

-Ele te batia?

-A-Anyaaa…

-E porque tem essas marcas no corpo?

-Isso era eu…

-Você?

-É.

-Como assim?

-Pare de fazer perguntas…

-Aniyo.

-Aish!

-Eu quero saber e não vou descansar até descobrir.

-Ok! Eu falo.

-Jinja?!-Um enorme sorriso surgiu em seu rosto.

-Mas prometa que vai ficar entre nós.

-Nem se preocupe com isso.