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História Um Cavaleiro: A história de Áries - Capítulo 1: Infância, primeira parte.


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 2 - Capítulo 1: Infância, primeira parte.


—MU! -Shion chamava seu pequeno discípulo, mas não o encontrava em lugar algum nas imediações de Jamiel. -Onde ele está agora? Preciso lhe dar as últimas recomendações antes que eu volte ao Santuário.

Escondido atrás de uma rocha, segurando a vontade de rir, um menino de cabelos lilases que chegavam até os ombros, aparentando ter uns oito anos, permanecia quieto. Vendo seu mestre afastar-se, procurando-o.

Com cuidado, esgueirou-se por trás dele, pretendendo pregar-lhe um susto, e então...saltou sobre Shion. Mas este virou-se e no último instante pegou-o pela perna, suspendendo-o no ar.

—Ah...isso não é justo! -lamentava Mu. -Nunca vou ser rápido como o senhor, mestre!

—Se levar a sério seu treinamento, será até mais rápido do que eu. -Shion ralhou com ele, contendo-se para não rir da expressão emburrada de seu pupilo. -Agora, preste atenção no que eu vou lhe dizer.

Com cuidado, Shion deixou o menino no chão e começou a falar.

—Terei que ir ao Santuário novamente. -comunicou. -Depois irei visitar velhos amigos...em uma semana estarei de volta.

—Ah, de novo? -ficou desanimado e depois sorriu. -Posso ir? Quero ver a Casa de Áries de novo! Os meus amigos! Faz dois anos que o senhor me levou ao Santuário e nunca mais voltamos!

—Ainda não. -respondeu Shion. –Seus amigos estão em vários lugares do mundo treinando igual a você. E irei tratar de assuntos sérios. Quero que fique aqui e treine. Se precisar de alguma coisa, pode ir até a cidade e comprar o que precisa no armazém. Já combinei com o proprietário acertar as contas quando retornar.

—Tá... -suspirou resignado em ficar sozinho em Jamiel novamente, enfiando as mãos no bolso da calça e chutando uma pedra.

Depois de ver seu mestre partindo, Mu olhava entediado a paisagem. Não estava com ânimo para iniciar o seu treinamento físico ou mental como Shion o instruíra. Queria alguém para conversar e brincar, afinal...era um menino de oito anos. Queria brincar com outras crianças como ele. Decidiu ir até a cidade, poderia ser longe mas era melhor do que ficar ali sozinho.

Seguiu para lá então.

Um caminho longo e perigoso para um menino tão pequeno, mas Mu já havia se acostumado com ele, e podia vencer algumas distâncias ao usar a técnica do teletransporte que seu mestre havia lhe ensinado. A caminhada acabava se transformando em uma gostosa brincadeira com isso.

Algum tempo depois, ele chegava à vila. Seu olhar travesso percorreu o lugar até encontrar quem ele procurava. Uma senhora, que se ocupava em colocar em um caixa do lado de fora de um estabelecimento, o carregamento de frutas que havia chegado mais cedo.

Com um sorriso, o menino se escondeu rapidamente, e observou a vítima de suas traquinagens. A mulher colocou as suculentas maçãs no alto, e Mu concentrou-se. Assim que ela se virou para pegar outras frutas, Mu usou sua telecinesia e fez as frutas flutuarem até ele.

A mulher ao olhar, percebe a falta das frutas e começa a procurá-las pelo chão. Mu ria de sua brincadeira, ao mesmo tempo que se deliciava com as maçãs.

—Muito bonito, Mu! O que seu mestre diria se visse isso? -uma jovem, de cabelos cor de fogo e olhos verdes ralhou com ele. Ela também possuía as mesmas marcas no lugar das sobrancelhas, parecidas com as de Mu, mas eram lilases.

Mu engasgou com um pedaço da maçã e ficou sem conseguir respirar. Estava ficando sem ar. Estava ficando azul, quando levou um “tapão” nas costas da jovem, fazendo-o cuspir o pedaço da fruta e voltar a respirar, em meio a lágrimas.

—Que isso lhe sirva de lição. -ela ainda disse.

—Maah! -Mu virou-se para ela. -Sua boba!

—Isso é jeito de agradecer a quem salvou sua vida? -ela ergueu a sobrancelha. –Sinta-se feliz eu estar aqui!

—Você me fez engasgar! -o pequeno acusou.

—Anda. Já almoçou? -ela ignorou o rosto zangado dele.

—Não...

—Vem. Koh está viajando e a Reena tá em casa.

Ao ouvir o nome da amiguinha, ele tratou logo de correr atrás da mulher. Maah sorriu e olhando por cima do ombro e perguntou:

—Onde está o mestre Shion?

—Foi no Santuário.

—De novo? –ela ficou o indicador no rosto, pensativa. –Imagino que sendo o Grande Mestre o ocupe bastante no Santuário.

—Parece que tão esperando alguém importante chegar... -ele falou. –Falou que quando ela chegasse, iria nomear um sucessor e ficar aqui em Jamiel para terminar meu treino e se aposentar.

—Seu mestre não te falou sobre Atena? -ela riu. -É ela quem está voltando!

—Como sabe?

—Shion me contou. –sorriu orgulhosa apontando para o bracelete dourado em seu braço, herança de sua família. –Esqueceu que minha família e o Mestre Shion mantem laços desde a última Guerra Santa? Uma as minhas ancestrais foi uma poderosa amazona de prata que lutou ao lado dele contra Hades!

—Ele falou isso também.

—Isso faz muito tempo.

—Maah...por que o Koh não gosta do mestre Shion e de mim? -ele perguntou alcançando-a e ficando ao seu lado.

—Porque ele olha para Shion e se lembra que foi expulso de Jamiel e que nunca poderá ser um Cavaleiro de Ouro... -falou séria e depois acrescenta. -Ele te olha e vê que nunca poderá ser como você. No fundo, sente vergonha de não poder honrar seus ancestrais ou os meus.

Mu não entendia bem. Sabia que Koh era como ele, que pertencia a seu povo, talvez ele e a família de Maah, fossem os últimos de seu povo. Que Koh era discípulo de Shion, todos acreditavam que iria herdar uma armadura de ouro, mas devido ao seu comportamento violento e desafiador, o mestre o expulsou...meses depois, Mu chegou a Jamiel.

Sempre que vinha à Vila, evitava de se encontrar com Koh, que o tratava muito mal e com violência. Ele não admitia que sua esposa e a irmã caçula dela mantivessem amizade com o menino. Mas tanto Maah quanto Reena eram pessoas de bom coração, mas que não se sujeitavam a essa atitude por parte do ex-discípulo.

Elas sempre trataram Shion com respeito e Mu com carinho e consideração, embora às vezes, Maah assumisse uma postura mais maternal com o garoto. Talvez porque ainda não havia tido a graça de ser mãe e sempre achou Mu um menino inteligente e muito amável, apesar de ser traquinas.

Chegaram a uma casinha um pouco afastada da vila e entraram. Ela possuía móveis simples, pobres até, mas era uma casa onde havia muito calor humano.

—Reena. Mu está aqui!

Maah anunciou e logo uma menina, de cabelos castanhos e olhos verdes, com seus onze anos apareceu, com um sorriso no rosto. Assim como sua irmã, possuía marcas no lugar da sobrancelha, mas eram púrpuras, uma característica do orgulhoso e lendário povo de Jamiel.

—Mu! -a menina apareceu sorrindo e o pequeno ariano ficou corado. -Veio para almoçar com a gente?

—Vim. -e sorriu.

—Depois de comer e terminar seus deveres, pode brincar com Mu. -Maah avisou a irmã, enquanto arrumava a mesa.

—Tá! -responderam os dois ao mesmo tempo.

 

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Após o almoço, Reena recolhia lenha para as noites frias de Jamiel, sendo ajudada por Mu. Que levava uma enorme quantidade de lenha com seus poderes.

—Isso não é muito justo. -ela reclamou. -Apostamos quem pegava mais lenha, mas você está usando seus truques!

—Hehehehehehehe...Não combinamos como seria. -ele defendeu-se.

Reena largou as lenhas no chão e depois olhou Mu com tristeza.

—Mu...por que você quer ser cavaleiro?

—Por que? -ele fica pensativo e depois com cuidado também deposita as lenhas no chão. -Quero saber mais sobre a minha mãe e meu pai...Mestre Shion disse que me contaria tudo no dia que eu me tornasse cavaleiro.

 —É mesmo? -ela admirou-se. -Eu achava que seu pai...

—O que tem meu pai?

—Nada! -ela parou de falar como se lembrasse de algo importante. -Vamos levar a lenha pra minha irmã ou ela ficará brava.

—REENA! -uma voz masculina e muito irada os assusta.

—Koh! -Reena diz o nome com medo.

Um homem de cabelos castanhos e olhar furioso aparece. Sob seus olhos azuis violetas haviam duas marcas de nascença como as de Mu e Shion, mas não havia nenhum traço de gentileza nele. Com violência, ele agarra Reena pelo braço e empurra Mu.

—Vá pra casa agora, Reena! -ele ordenou soltando-a bruscamente.

Assim que a menina sai correndo, Koh se vira para Mu.

—Já não avisei que não quero você perto da minha família?

—Mas...Reena e eu somos amigos...

Ele é impedido de continuar a falar, pois Koh o agarra pelo colarinho da camisa e fala ameaçadoramente.

—Fica longe da minha família, bastardo! -e o joga ao chão.

Mu com tristeza o vê se afastando.

 

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Mu retorna a Jamiel no final daquele dia, a noite já mostrava seus primeiros sinais com as estrelas aparecendo no céu. Sozinho o menino fica parado em frente a torre que é seu lar, imaginando, indagando-se...por que Koh o odiava tanto?

O menino não voltou a vila desde aquele dia, se dedicando ao treino que seu mestre havia lhe instruído a realizar. E como Shion havia dito, ele voltou depois de alguns dias. O sábio mestre, no entanto, havia notado a tristeza no olhar de seu aprendiz.

No jantar, Shion resolveu perguntar.

—O que houve em minha ausência, Mu?

—Ah...nada. -respondeu desinteressado, enquanto que com o talher decidiu se comia ou não o que seu mestre havia cozinhado.

—Treinou como instrui?

—Sim, mestre.

—Foi até a vila?

—Sim.

—E o que houve lá? Estão todos bem, espero.

—Tão sim...a Maah tá bem, a Reena tá bem...até o Koh tá bem...

—"Encontrou-se com ele?-perguntou um tanto alarmado.

—Hum-hum... -respondeu colocando o talher sobre a mesa. -Mestre, por que Koh não gosta de mim? O que eu fiz? Ele não deixa a Reena ser minha amiga.

—Ele não te odeia, Mu...odeia a si mesmo. -respondeu Shion. -Coma, precisa se alimentar.

—Mestre?

—O que é?

—Fala da minha mãe pra mim? Mesmo que seja só um pouco... por favor?

Shion parou de comer e fitou o menino diante dele, que tinha um olhar de súplica.

—O senhor conheceu meu pai e minha mãe...como ela era? -insistiu.

—Maya era...a pessoa mais doce desse mundo! -respondeu colocando o prato de lado. -Tinha um sorriso tão encantador que podia fazer qualquer um que estivesse triste sorrir com ela. Um coração muito bondoso também. E era muito corajosa. Não tinha medo de dizer algumas verdades para as pessoas, mesmo que essa pessoa fosse o Grande Mestre.

Mu sorriu ao ouvir isso.

—E meu pai?

—Seu pai foi um grande idiota que permitiu que alguém tão doce como Maya sofresse. -respondeu com tristeza, e Mu ficou sério. –Ele não fez por mal, apenas... não percebeu que estava afastando a única pessoa que poderia fazê-lo feliz, até ser tarde demais.

—Eles se amavam?

—Sim. Com toda a força de seus corações e cosmos.

—Por que então não ficaram juntos?

—Porque, como eu já te disse, seu pai foi um tolo! Agora, vá se lavar para dormir. –Shion desviou o assunto. -Amanhã teremos um dia longo!

—Sim, mestre.

E ele se retirou, deixando seu mestre sozinho com seus pensamentos.

—Maya, me perdoe... -orou. -Um dia ele saberá de tudo.

 

Continua...



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