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História Um Cavaleiro: A história de Áries - Capítulo 4: O nascimento de um Cavaleiro de Ouro


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 5 - Capítulo 4: O nascimento de um Cavaleiro de Ouro


Seis meses após a morte de Shion...

O vento e o frio castigavam o corpo aparentemente frágil do rapaz que se concentrava, no alto de uma enorme rocha, ignorando as intempéries do tempo, mirando uma pequena montanha com o olhar.

“—Somente se atingir o Sétimo Sentido, o Cosmos Máximo de um Cavaleiro...será agraciado com a Armadura de Ouro de Áries...E poderá se considerar um de seus Santos...”

As palavras de seu mestre, juntamente com a imagem de alguns anos atrás, quando criança e treinava seu cosmos, veio a mente de Mu. Reuniu sua cosmo energia e disparou contra a pequena montanha. Houve uma explosão e parte dela deixou de existir.

—Ainda não consegui... -murmurou.

Meses se passaram desde a morte de seu mestre, e ainda não conseguiu alcançar um nível como os dos cavaleiros de ouro. O rapaz começava a sentir-se frustrado. Sentou-se no chão, apoiando o braço sobre o joelho e a testa nele.

“—Mestre...sinto sua falta.”

De longe, Reena observava seu amigo, com o olhar apreensivo.

—Não o ajudará assim. -uma voz masculina a assusta. -Mu está tentando terminar seu treinamento sozinho, e isso não é fácil.

—Koh! Você vem todos os dias observar também. -ela acusou.

—Mas meu interesse é no desempenho dele como cavaleiro. Não em outras coisas. -sorriu quando viu sua jovem cunhada corar. -Vá para casa, prepare algo para ele comer. Quando Mu terminar por aqui, estará faminto.

—Está bem. -afastou-se estranhando a atitude dele.

Assim que Reena se afastou, o rapaz se aproximou do local onde Mu ainda permanecia sentado e com o rosto escondido.

—Outra mensagem do Santuário? -Mu perguntou.

Koh retirou de dentro de seu casaco uma carta e a entregou, já sabendo seu conteúdo, bem como a resposta do jovem.

—Sim.

—São persistentes. -Mu levantou a cabeça, encarando Koh. -Não irei ao Santuário. Não enquanto ainda não me tornar um Cavaleiro...e esse sentimento de que há algo errado naquela lugar ainda persistir.

—O Mestre do Santuário quer que você termine seu treinamento por lá, sob sua supervisão.

—Aquele não é meu mestre. -o garoto suspirou antes de se levantar e novamente assumir uma posição de ataque, concentrando seu Cosmo.

—Vão enviar outros mensageiros pelos próximos dias. Como aqueles que você enxotou de volta ao Santuário outro dia.

—Eles foram rudes. Não trataram com consideração o pessoal da vila. Tive que lhes dar uma lição. -respondeu com naturalidade.

—Na carta disseram que enviarão um Cavaleiro de Ouro para levá-lo a força se necessário. Disseram que sua recusa será considerada um ato de rebeldia contra o Santuário.

—Leu minha carta? -Mu o olhou surpreso.

—Não sou seu empregado. E fiquei preocupado. Afinal, é filho de Maya, mas não me chame de tio ou algo assim!

—Não vou chamar. –Mu sorriu de lado.

—Então? -ele lhe jogou a carta, que Mu pegou no ar e abriu, lendo-a em seguida.

—Não importa. Não irei ao Santuário na Grécia agora. Não sou um cavaleiro de ouro ainda. -respondeu jogando a missiva de volta, retomando o treinamento. –Se Atena aparecer me pedindo, aí é outra história.

—Atena é um bebê agora! Soube que atentaram com a vida dela ainda no berço e por isso não sai mais do Templo do Grande Mestre!

—Tentaram matá-la?

—Sim. Foi o que o mensageiro me contou! Ele tinha a língua solta, ainda mais depois de beber um pouco de vinho. –Koh explicou. –Foi há algumas semanas! Um cavaleiro de ouro traidor! Dá para acreditar? Quando o enviado do Santuário me contou essa história senti meu sangue ferver! Como podem atacar Atena assim? Maldito! Aposto que tem o dedo pobre de Hades!

—Hades? Mas pensei que ainda estivesse confinado.

—Esse verme ia dar um jeito! –o rapaz cruzou os braços. –Quando o mal quer agir, procura uma fraqueza e a usa a seu favor. Esse cavaleiro traidor deve ter tido alguma fraqueza de caráter e o mal usou isso. Mas ainda bem que foi impedido e Atena está bem e o traidor punido e... que foi?

—Quem tentou matar Atena? Ele te disse?

—Aiolos de Sagitário, foi o que o mensageiro falou.

—Estranho. –Mu colocou o dedo no queixo, pensativo.

—O que é estranho?

—Mestre Shion já havia mencionado Aiolos para mim antes. Disse que não havia pessoa mais honrada e confiável que Aiolos de Sagitário ao seu lado, no Santuário.

—O que quer dizer com isso, Mu?

—Talvez mais uma razão para não confiar em quem está no Santuário agora.

 

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Naquele mesmo dia, a vila onde residia Reena recebia um visitante. Não apenas o fato dele ser estrangeiro, pelos traços e roupas que usava, mas também pela enorme estatura, chamaram a atenção de todos.

Quem seria?

Indagavam entre si. Outros concluíram pela urna que ele carregava ser um cavaleiro sagrado, e logo temeram que a presença dele ali estivesse ligada ao rebelde aluno de Shion que se isolou no alto de Jamiel. Não sabiam dizer se aquele homem era bom ou mal, apenas preferiam manter-se a distância do visitante.

Algumas crianças brincavam próximas, e ouviram a mãe chamá-las antes que o homem passasse por elas. Uma delas, uma menina pequenina ao correr, caiu diante do estranho, chorando em seguida por ter machucado o joelho.

O estrangeiro parou e se ajoelhou ao lado da menina, fazendo com que ela ficasse de pé. Sorriu e uma luz dourada emanou de sua enorme mão, próxima ao joelho que se curou.

—Seja cuidadosa da próxima vez. -ele pediu com um sorriso gentil.

A menina sorriu e teve os cabelos escuros afagados pelo homem.

—Não se parece com os mensageiros que o Santuário enviou antes. -uma mulher comentou ao se aproximar.

—Sou do Santuário sim, senhora. -ele sorriu amavelmente. -Mas eu vim em paz. Como chego em Jamiel?

—Veio atrás de Mu? -ela perguntou, encarando-o curiosa.

—Sim.

—Para levá-lo ao Santuário, mesmo contra a vontade dele?

—Talvez. –coçando a nuca sem graça.

—Sou Mah. Conheço o caminho até Jamiel. Mas não pretendo te contar. -e deu-lhe as costas.

—Senhora! -o homem a alcançou. -Se isso for lhe dar algum alívio, saiba que não pretendo machucar o garoto. Quero convencê-lo a fazer o certo.

—Como posso saber se o que diz é verdade? -ela o encarou.

—É a palavra de um cavaleiro de Atena. A palavra de Aldebaran, Cavaleiro de Ouro de Touro. -o rapaz disse com tal seriedade, que Mah concordou em lhe ensinar o caminho para Jamiel.

—Está bem. Mas se fizer algo contra Mu vai se ver comigo!

Ela avisou e Aldebaran recuou um passo.

“—Ela é assustadora!” –sorrindo sem graça.

 

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Novamente uma explosão, e o cenário local sofreu uma modificação pela ação do cosmos de Mu, mas ele não estava satisfeito.

—Não é isso! -refletia. -Não acho que seja em atos destrutivos que vou alcançar o Sétimo sentido. Está faltando algo. Mas o que?

Olhou para trás ao notar que alguém muito forte se aproximava. No entanto, apesar do Cosmo poderoso, a pessoa que o ostentava não demonstrava qualquer agressividade. Koh que observava o treinamento do rapazinho, também olhou na direção que o Cosmo vinha e espantou-se com ele.

Observou em silêncio a chegada do estranho, um homem jovem, alto e corpulento, de cabelos castanhos claros e um sorriso amigável no rosto.

—Então, você é um cavaleiro de ouro? -Mu perguntou.

—E você deve ser Mu? –observou o menino que não deveria ter mais que doze anos e coçou o queixo. –Será possível? É tão franzino... tem certeza de que não é ele o Mu? –apontando para Koh que fechou o semblante.

—Eu sou Mu. –o menino confirmou. –E o senhor?

—Senhor? Eu não sou tão mais velho que você! –sorrindo. -Sou Aldebaran de Touro.

—Aldebaran? -Mu o olhou curioso. -Interessante, você ter assumido o nome de uma estrela da sua constelação protetora.

—Meu outro nome não combinava com a minha condição. -esfregou a cabeça como que envergonhado. –Quem teria medo de Roberto Carlos de Touro? Não fale meu nome por aí! Só Aldebaran, certo?

Mu achou graça no jeito dele, apesar de saber que ele havia sido mandado para levá-lo contra a sua vontade para o Santuário, tinha que admitir que ele não parecia má pessoa.

—Aldebaran...pretende me levar daqui? -Mu perguntou caminhando até ele.

—Quanto a isso, o mestre foi bem implícito nessa ordem. Mas eu pretendo ver seu lado da história primeiro, menino. -colocou a caixa da sua armadura no chão e se sentou sobre uma pedra. -Por que não atendeu aos pedidos do mestre para voltar?

—Meu mestre Shion morreu. -respondeu.

—Sim. De velhice. -comentou o cavaleiro. –Ares, seu irmão adotivo o sucedeu.

—Não. Não acredito nisso!

Aldebaran ergueu a sobrancelha espantado, nunca haviam dito isso antes sobre a morte do mestre Shion.

—Eu estava lá, Shion morreu e passou o comando do Santuário a seu sucessor. -explicou Aldebaran.

—Não tenho certeza que esse homem que está no lugar do Grande Mestre seja realmente quem ele diz ser. -Aldebaran apenas o escutava. -E ouvi boatos, sobre acontecimentos no Santuário. Fiquei sabendo que um dos Cavaleiros mais honrados e fiéis a Atena foi acusado de tentar matá-la. Alguem a quem meu mestre referia ser um cavaleiro exemplar. Consequentemente, ele foi morto por seu ato, e por um companheiro. Diga-me, Aldebaran de Touro...acredita realmente que alguém como Aioros trairia Atena?

Aldebaran suspirou e se levantou.

—Também não consigo crer que Aioros tenha feito isso. -disse-lhe. -Mas não posso concordar com você sobre suas suspeitas a respeito do mestre.

—E meu mestre nunca me falou que tinha um irmão adotivo! –essas últimas palavras espantaram Aldebaran. –Não acha que eu saberia disso?

—Ele não tinha mesmo. –Koh confirmou, acompanhando a discussão.

—Essa história é difícil de acreditar, garoto. Desconfiar do Grande mestre assim pode ser considerado um grave crime! –disse-lhe Aldebaran sério.

—Acredite no que quiser. -deu-lhe as costas. -Volte ao Santuário, Cavaleiro de Touro. Não pretendo aparecer por lá sem ter me tornado um cavaleiro de ouro.

—E pretende se tornar sozinho, Mu? -cruzou os braços, com um sorriso confiante.

—Sim. -respondeu simplesmente.

—As ordens do mestre foram claras: “Traga aquele jovem aprendiz até aqui. Não importa como!” Essas foram as exatas palavras dele.

Aldebaran abre a urna da armadura que milagrosamente se encaixa em seu corpo, causando espanto em Mu e Koh.

—Achei mesmo que você não iria por livre e espontânea vontade.

—Pretende lutar comigo?

—Ei, Mu! –Koh teve um mal pressentimento.

—Sim. Eu vou.

—Não podem. -exclamou Koh. -Mu, você ainda não pode enfrentar um Cavaleiro de ouro. É suicídio! Ei, cavaleiro! Ele ainda é uma criança!

Mu e Aldebaran se encaravam e o primeiro sabia que o cavaleiro de ouro parecia bem sério e determinado em sua missão. Sua certeza confirmou-se ao vê-lo expandir seu cosmo de maneira assustadora e ao mesmo tempo fascinante e trajar em seguida a armadura dourada.

—Se você é realmente o discípulo de Shion...deverá durar alguns segundos.

—Eu não quero lutar sem um motivo justo e...

Sentiu em seguida uma pressão sobre seu estômago, como se o ar fosse deslocado em sua direção, e jogado com tudo sobre si. Sentiu sendo arremessado contra uma parede de pedras, antes de cair sentado no chão. Ele o havia golpeado.

—Que tal se o motivo fosse não morrer? -perguntou Aldebaran.

—Pare com isso. -ergueu-se. -Não sinto que queira realmente me ferir.

—Verdade...não desejo isso. Mas tenho ordens a seguir. -e deu um sorriso irônico. -A não ser que me vença, o que eu duvido.

Mu estreitou o olhar, não era de sua natureza perder o controle de suas ações. Mas aquela postura dele estava irritando-o.

—Aldebaran...

—Então... Lutará? -provocou-o o Cavaleiro de Touro, antes de atacar com seu Cosmos novamente, arremessando Mu novamente contra a parede de pedra.

—Vocês dois, parem! –pedia Koh em vão. –Droga!

—Vamos garoto. Nem está se esforçando. –Aldebaran o provocava.

—Não me chame de garoto... -Mu o encarou, irritado.

—Prove a mim que não é um garoto...Garoto. -dando ênfase na última palavra para provocar Mu.

—Está bem. -Mu sorriu, levantando-se e com isso elevando seu cosmos, encarando Aldebaran.

“—Interessante!” -refletiu o Cavaleiro de Touro. “-O garoto é mais forte do que aparenta, está escondendo seu verdadeiro poder? Acaso tem medo de usá-lo? Por que o receio? Não percebe que isso o impede de atingir o Cosmo Máximo e a Armadura de Ouro?”

—Aldebaran de Touro. -Mu o chamou. -Vou lhe mostrar do que realmente sou capaz.

 

Continua...


Notas Finais


Notas:

1-Obrigada aos reviews de todos, foram muito carinhosos!

2- Não estou seguindo as idades impostas por Massami Kurumada aos Cavaleiros, devido a certas incompatibilidades. Se assim fosse, quando Shion morreu no mangá, Mu teria sete anos de idade. Como Shion teria passado seus conhecimentos a uma criança tão nova? Por isso adaptei as idades para o que eu acho apropriado e certo.

3- Aldebaran é uma estrela gigante, com um diâmetro 40 vezes maior do que o solar, e uma luminosidade 125 vezes maior, apresentando uma notável cor avermelhada. Em Touro existem dois aglomerados estelares facilmente visíveis a olho nu que foram cultuados pelos povos antigos. São os aglomerados das Híades e das Plêiades.

As Híades têm um formato em "V" simbolizando a cara do Touro, com a estrela Aldebaran representando um olho.

Como visto em LC, os cavaleiros que assumem o manto de Cavaleiro de Touro adotam o nome da estrela mais brilhante.

4- Ares, que é um cavaleiro de prata Altar, mas não é definido oficialmente, era considerado o irmão adotivo do mestre. Pela diferença de idades, e como não são da mesma raça. Saga mata Ares e assume sua identidade até Shion morrer. Ai ele assume e fica conhecido como mestre Ares. Essas informações eu as encontrei nos sites de CDZ espalhados na net e em sides storys publicadas no Japão.

Mas utilizei minha licença poética para mudar algumas coisinhas e tampar alguns buracos na cronologia. Se formos analisar o que o Kurumada bagunçou nessa historia, da dor de cabeça.


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