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História Um conto de fadas Shirlipe - Apaixonar-se (I)


Escrita por: shirlipe

Notas do Autor


VOLTOU UM CONTO DE FADAS SHIRLIPE VOLTOU risos

Capítulo 9 - Apaixonar-se (I)


Fanfic / Fanfiction Um conto de fadas Shirlipe - Apaixonar-se (I)

Minha mãe um dia me disse que pra casar tem que ser com aquela pessoa que quando a gente encontra dá um friozinho na barriga, as mãos elas transpiram e as pernas tremem. (...)  Ah as pernas ficam assim bambas e coração bate tão forte mas tão forte, tão forte que parece que vai sair pela boca.E a gente ri a toa, assim sem querer. Tem que ser com aquela pessoa que faz a gente até perder a fala e até ga-gaguejar...  – Haja coração   

                                     

Felipe conhecia o temperamento histérico de Jéssica e não queria expor a empregada a um conflito desnecessário. Pela expressão incrédula e ofendida dela certamente havia acrescentado algo a mais ao que estava vendo.

Jéssica e sua mente maléfica.

- Shirlei, você já pode voltar aos seus afazeres, por favor... – Felipe se dirigiu a empregada com a afabilidade e entoação nulamente autoritária de sempre.

- Com licença...

Ao se deparar com  Shirlei, Jéssica não a reconheceu imediatamente. Mas quando esta se encaminhou para a cozinha a passos irregulares, ela não conteve a risada.

- É  a manca baixa-renda do elevador. – Pensou sentindo uma repulsa e antipatia latente pela empregada de Felipe.

Shirlei não era a representação de uma ameaça perigosa , nem ao menos a abalava.  Aos seus olhos ela era uma insignificante serviçal que Felipe havia contratado apenas por humanitarismo.

Mas a sua intuição predizia o contrário.

Jéssica deveria se livrar de Shirlei o mais rápido possível.

- Do que você esta rindo Jéssica? – Felipe queria conduzir aquela conversa de maneira que findasse o mais rápido possível. A presença de Jéssica se tornava gradualmente insuportável. Ele continuamente se flagrava comparando a ex noiva a Shirlei e se perguntando o motivo que havia o unido a Jéssica. Atração, talvez. Química. Mas, ele acreditava que o que tinham não era suficiente para sustentar o relacionamento dos dois, pelo menos não era o bastante para ocasionar um enlace definitivo futuramente. Casamento, ele sabia, exigia bem mais. Felipe não amava Jéssica e era desgastante explicar novamente tudo aquilo a ela.

- Nada, nada. - Ela se afundou no sofá  sem nenhuma  intenção de sair dali tão cedo – Eu imaginei que você e a... deixa pra lá. Foi um absurdo o que eu pensei. - riu

- O que você esta fazendo aqui? – Ele foi incisivo, cortante.

- Você sabe o que estou fazendo aqui. Felipe, eu não vou desistir de nós tão facilmente.

Felipe rolou os olhos. Era pretensão demais introduzir um “nós” quando tudo sempre circundava em torno dela.

- Acho que nós já conversamos tudo o que devíamos. Jéssica... não tem mais volta. – Ele lançou um olhar severo para a loira que se mantinha inabalável e descontraída.

- Felipe, Felipe... – Ela se levantou e foi ate onde Felipe estava se aproximando sutilmente e levando os dedos hábeis ate os botões da camiseta recentemente fechada por ele – Não vai me dizer que já se esqueceu de mim? Do meu cheiro? Do meu toque?- Jéssica falava em um fio de voz aproximando os lábios do ouvido de Felipe – Volta pra mim Felipe... Você esta confuso, eu sei. Eu te perdoou pelo rompimento. Já perdoei, foi um ato impensado seu. – Ela prosseguia calmamente passando a palma da mão pelo rosto dele - Vamos para o seu quarto que eu te faço esquecer toda essa bobagem que você inventou... – Propôs enquanto tentava move-lo pela mão para o quarto.

- Já acabou Jéssica? – inesperadamente Felipe se livrou da fricção quente das mãos de Jéssica. Indiferente, sua frivolidade  deixou a loira estarrecida. – Será que você ainda não entendeu? Eu acho que não, então eu vou repetir com todas as letras pra não restar dúvidas. – Ele começou pausadamente - Eu não te amo. E não acho que alguma vez cheguei perto de sentir algo mais significativo por você. Vamos ser realistas Jéssica. Eu nunca te amei e provavelmente  pra você  eu tenha a representatividade de um capricho malogrado. Você não aceita perder não é mesmo? Eu não te quero mais. Acabou, por favor não se ocupe mais comigo. Estou tentando fazer isso da forma mais civilizada possível. Não insista em me procurar por que a minha resposta vai ser sempre a mesma: Não!

Jéssica sentia a garganta insuflar e todas as certezas que possuía desabarem de uma vez só. Havia perdido Felipe sem nunca ter chegado a tê-lo. Não sabia aonde tinha se equivocado. O que havia dado errado. Para Jéssica era tudo encaixadamente perfeito e possível, ela se negava a aceitar o contrário.

- Você esta mentindo... – Ela avançou descontrolada socando o peitoril de Felipe, repetindo entre dentes a mesma frase – Você esta mentindo... Você esta mentindo... Eu não acredito em você. Por que você esta fazendo isso comigo Felipe? – O seu tom de voz era choroso e infantil como se estivesse sendo punida injustamente. – Você tem outra não é? Quem é  a vagabunda? Me diz quem é? Me diz, eu juro que... – Ela mudou repentinamente, irada, atribuindo a culpa do término a uma outra pessoa.

- Jéssica, para! – Felipe interveio a sucessão desvairada de maquinações dela já cansado daquela dramaticidade exagerada. Ele foi até a porta do seu apartamento e a desaferrolhou convidando-a por meio de gestos para ela ir embora. – Por favor...

Era inútil. Por mais que Jéssica argumentasse ou encenasse Felipe se mantinha inalterável.

- Você vai se arrepender de me rejeitar assim Felipe. – Ela não se opôs mais. Saiu pela porta abruptamente, vencida. Daquela vez estava recuando, estrategicamente. Jéssica não desistiria de Felipe.

 

                                                          ***

 

Shirlei acidentalmente havia escutado a discussão entre Felipe e Jéssica. Era impossível não ter escutado. Jéssica não fazia questão de ser discreta nem medir os decibéis. Não era uma mulher de meios tons.

 Quando regressou a sala Felipe ainda permanecia no apartamento sentado, absorto, no sofá.

- Seu Felipe, o senhor esta bem? – Ela se sentou ao seu lado tocando levemente seu ombro.

O breve contato foi o suficiente para tira-lo do transe e devolve-lo os sentidos que se esmoreciam na presença de Jéssica mas que se inflavam toda vez que Shirlei se aproximava.

- Não sei bem. – Ele respondeu – A duas semanas atrás eu estava noivo e agora como você vê, estou em um embate. Eu rompi com Jéssica , mas não sei se agi certo. Nós já estamos juntos a tanto tempo...

- Então... o senhor ainda gosta dela ? – Ela perguntou com indícios de um ciúmes progressivo crispando sua voz nervosa.

- Não, não gosto, mas eu acabei me acostumando com ela. Com seu comportamento, com seus defeitos...  Eu me habituei a situação. Mas casamento...  não sei, é emblemático demais.

- Minha mãe um dia me  disse que pra casar tem que ser com aquela pessoa que quando a gente encontra dá um friozinho na barriga, as mãos... as mãos elas transpiram e as pernas tremem... – Ela parou de falar, hesitante, envergonhada.

- Continua -  Felipe a incentivou hipnotizado pela ingenuidade com que ela falava tudo aquilo.

- Ah as pernas ficam assim bambas e coração bate tão forte mas tão forte, tão forte que parece que vai sair pela boca – Era como se ela descrevesse o ritmo do seu próprio coração. Toda vez que olhava pra Felipe, Shirlei tinha a sensação que o seu peito poderia explodir a qualquer momento tamanha era a violência que a sacudia internamente. Era uma disritmia incontrolável que lhe furtava todo o oxigênio e a fazia tremer sem parar. – E a gente ri a toa, assim sem querer – Ela sorriu escancaradamente sem se dar por conta, um sorriso bobo que se fincava em seu rosto quando se falava o nome de Felipe – Tem que ser com aquela pessoa que faz a gente até perder a fala... e até ga-gaguejar...

Shirlei se assustou ao ouvir a si própria. Acabará se revelando demais...

- É melhor eu voltar pra cozinha... – Ela falou rapidamente e com a mesma pressa alcançou a cozinha deixando Felipe sozinho. – Eu não posso me apaixonar pelo seu Felipe, não posso, não posso... – Repetia pra si mesmo como se pudesse extirpar o que já estava concretizado. Shirlei estava apaixonada por Felipe.



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