P.O.V Kim
Onde ela está Henrique? O que você fez com ela?
(H)_ Ela quem? A Anne? você disse que já tinha encontrado ela, ficou louca? Por que eu faria alguma coisa com ela?
_Por que ela não te quer...
o motorista da Anne disse que deixou ela no seu apartamento, depois disso ninguém mais viu ela.
(H)_ O que ela foi fazer no meu apartamento?
_Ela saiu dizendo que ia me encontrar.
(H)_ Já que estamos procurando um culpado, esse papel cai muito bem em você, deve ser difícil lidar com o fato de que seu namorado só está com você, porque sua melhor amiga não o quer!
_Estranho mesmo é meu celular sumir e você chegar aqui tarde dizendo que estava dormindo.
(H)_ Kim...me desculpa pelo que vou te falar, mas... eu amo a Anne! Nunca faria mal a ela.
_Você ficou estranho quando ela voltou para o Johnny, tentou até agarrar ela...sim "meu amor" eu sei de tudo!
(H)_Nesse caso, me desculpe pelo que eu vou fazer...
_O que você vai fazer? Henrique...
Ele se aproxima me deixando presa entre ele e minha mesa, passa a mão no meu rosto e da um passo para trás, levanta a barra da camiseta e pega um revolver no cós da calça.
_O que você vai fazer? Henrique, por favor fica calmo.
(H)_ Eu pareço nervoso? Você vai fazer o que eu disser e ninguém vai se machucar ok?
_Tudo bem! Mas o que você vai fazer? O que você fez com a Anne?
(H)_Cala a boca, pega sua bolsa e se alguém falar conosco, apenas confirme o que eu disser.
Henrique não está nervoso, pelo contrário parece mais frio que uma pedra de gelo, pego minha bolsa e a coloco no ombro, ele coloca o braço em volta da minha cintura, por dentro do blazer, o cano da arma está no meu quadril.
Descemos as escadas e passamos por entre as pessoas no salão, eu cogito a possibilidade de gritar ou correr, mas ele atingira a mim ou a outra pessoa, então sigo calada até o carro dele.
(H)_Entra e fica quietinha...
_Quem é você? Eu me recuso a acreditar que é o mesmo a quem eu acolhi na minha casa, você é um louco se acha que isso vai acabar bem para você.
(H)_ Kim, se você não calar a boca, as coisas além de não acabarem bem, vão acabar bem rápido para você.
Ele dirige para fora da cidade, já estávamos entrando em uma parte do deserto, quando ele encostou o carro fora da estrada.
_Você vai me matar?
Sinto o pânico crescer dentro de mim, até agora eu acreditei que ele fosse me levar até ela, mas agora, aqui no meio nada, só o pior me vem à cabeça.
(H)_ Desce, vamos dar uma volta!
_Eu não quero, me leva de volta!
(H)_Me perdoe se eu fiz você acreditar que tinha escolha... DESCE!
Abro lentamente a porta e olho em volta, a única luz presente é a da Lua, não é possível ver o começo ou o fim da estrada, desço do carro e o vento cortante envolve meu corpo.
Tenho dificuldade em mover minhas pernas para acompanha-lo, que não sei se atribuo esse fato ao frio intenso ou ao medo paralisante.
_Henrique! Por favor... não faz nenhuma loucura, eu te imploro!
(H)_Não vou fazer loucura nenhuma, um cara não pode levar a namorada para passear? Não pode querer ficar sozinho com ela?
A frieza das palavras somada ao sorriso de satisfação estampado no rosto dele, não me deixam alternativas, se eu não conseguir fugir, vou morrer aqui.
Ensaio mentalmente o que fazer, minha única alternativa é correr e correr muito, ele é muito maior que eu e está armado.
Respiro fundo e reuno minhas forças, sem dar mais chance para o medo, disparo a correr, não olho para trás e também não ouço nada... ele não está atirando, por que?
Corro mais uns cinqüenta metros até me deparar com o abismo, me viro de costas para o vão e vejo uma silhueta surgindo no breu.
_MALDITO! -grito em meio ao desespero e ao pânico.-
Choro, e imploro por minha vida, mas o Henrique que se aproxima, tem o rosto com feição impassível.
(H)_ Você já sabia que ia morrer? Por que a pressa? Eu queria fazer essa caminhada junto com você.
_POR FAVOR! PELO AMOR DE DEUS, NÃO FAZ ISSO!
(H)_Eu nunca fiz uma mulher chorar assim antes! Sempre fui o que consola...
_NÃO ME MATA, POR FAVOR!
As lágrimas banham meu rosto e pescoço, nem meu choro nem meus gritos tiram a calma do olhar dele.
(H)_ Kim, eu realmente não queria fazer isso, mas não tenho escolha, você tem essa mania de ficar no meu caminho... não mais!
Ele levanta a camiseta e segura a arma, retirando devagar de dentro da calça, dou passos para trás e ele ergue o braco, apontando o cano na minha direção.
Dois passos para trás, braços erguidos em uma tentativa de me defender...um estampido...uma forte ardência...
O chão sumiu debaixo dos meus pés, me senti em queda livre, um solavanco, mais outro... meu corpo rola e as coisas passam em zoom pelos meus olhos, escuridão e flashes de luz.
Meu corpo repousa finalmente em um chão firme, não sinto mais dor, apenas um sono incontrolável, pálpebras pesadas, assim meus olhos se fecham e minha consciência se esvai...
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