História UM CONTO SEM FADAS - CAPÍTULO 72. VOCÊ DISSE FILHO?

P.O.V JOHNNY

Poder ouvir a voz dela de novo foi como um bálsamo para a alma; mais cedo a ligação de Kim me tirou o chão, como eu poderia viver sem ela? se não me lembro de como vivia antes dela...

Eu, com o auxilio de Mike, procurei por ela em todas as emergências, a minha cabeça recebia ondas de pensamentos negativos, cenas de coisas aterradoras que poderiam ter acontecido, a melhor das hipóteses e a que me trazia mais conforto, era a de imaginar que ela estaria com alguém, alguém que ao contrário de mim, não a deixaria e que faria ela e meus filhos felizes.

Mas meus ouvidos foram invadidos por aquela voz doce, música foi o que ela me trouxe, ouvir a voz dela, me levou das trevas onde eu me encontrava à luz.

Eu não pude demonstrar a ela o tamanho do meu desespero, apenas me contive e disse que o que me importava era eles estarem bem, o que de fato é verdade, mas minha vontade era envolve-la com meus braços, de forma a não deixar ela partir nunca mais.

O que me resta da noite, eu passo deitado na cama olhando para o teto, devo ter adormecido e ficado assim por umas quatro horas.

O telefone toca e em um pulo eu o pego, não é ninguém, apenas o alarme me lembrando da consulta da Anne.

Lembro da noite que tive e desço atrás de um café, preciso de algo que ressucite minha alma.
Faço minha refeição e subo a fim de me arrumar, me distraio com meus pensamentos e acabo saindo em cima da hora.
No consultório, tenho que esperar em uma sala, sob os olhares curiosos dos outros pacientes, já que Anne está atrasada.
Depois de 20 minutos, com a secretária do médico tentanto contato, resolvo eu mesmo ligar, nada...o celular deve estar desligado.
Tento contato com a Kim e está fora de área.
Só me resta ligar na Personalité e pedir o número do gigante, e assim o faço.
Ligo e na segunda tentativa ele atende.

(H)_ Quem é?

_Henrique, aqui é o Johnny! Lembra de mim?

(H)_Infelizmente sim, o que você quer?

_A Kim está com você? Preciso falar urgente com ela.

(H)_ Não, não está!

_Ok, você sabe da Anne?

(H)_ Não vai perguntar se ela está comigo?

Tento a todo custo manter a calma, não posso cair nas provocações dele.

_Você sabe dela ou não? Ela tem consulta e não apareceu.

(H)_Não, eu não sei onde ela possa estar, deve estar no mesmo lugar onde estava ontem.

_Tudo bem, se você encontrar uma das duas, avise que preciso falar com elas.

Desgraçado, se eu não estivesse tão preocupado, iria bater na porta e tirar aquele maldito sorriso da cara dele.

Onde será que ela está? E agora a Kim me faz o favor de sumir também.
mais uma vez ligo para Mike, que logo vem ao meu auxílio.

(M)_Johnny, primeiro ligue para a família dela, precisamos saber se ela ainda está com o pai.

Ligo para a casa dela no Brasil, depois de muita conversa e pouco entendimento, a empregada me passa o número do celular da secretária do pai da Anne.

Ligo na mesma hora, mas sou informado que o homem passou a manhã em reuniões com advogados e a Anne não foi vista por lá, ela então me dá o endereço do hotel onde ele está hospedado.

Mike se encarrega de ir comigo até o lugar, ele entra atrás de pistas, eu sou o obrigado a ficar no carro, esses hotéis caros estão sempre repletos se paparazzi.

Depois de uns quarenta minutos e minha paciência já no limite, ele volta ao carro.

_Achei que havia se hospedado para o fim de semana, que demora!

(M)_ Calma, tive que checar umas coisas!

_Então? Ela está aí?

(M)_ Ok, vamos lá... o pai está hospedado a 4 dias, acompanhado de uma morena alta, provavelmente a secretária que nos deu o endereço, estão no mesmo quarto e...

_Mike, nao me interessa as aventuras dele, quero saber onde está a Anne!

(M)_Johnny, me ouve! Ela é a única mulher que esteve aqui com ele, a Anne não esteve aqui, nem hoje, nem ontem e em nenhum outro dia.

_Como assim? Onde você quer chegar com isso? Ela estava mentindo...

(M)_ Ou está sendo obrigada a mentir!

_Do que está falando?

(M)_Johnny, você sabe que tenho trabalhado para ela, a Anne tem se apropriado dos bens que são dela por direito... fiz algumas movimentações nas contas da empresa para ela.

_ Você está achando que...o pai dela não chegaria a esse ponto Mike.

(M)_ Espero que esteja certo... Mas precisamos encontrar ela Johnny, quero ter certeza.

_Vou ligar mais uma vez para a secretária e descobrir onde exatamente ele está, se ele fez algum mal a ela...eu mato ele!

Ligo novamente e a mulher atende com a mesma educação de antes, me passa o endereço do prédio comercial onde o pai de Anne está, é um escritório de advocacia, Mike diz conhecer o lugar, então vamos para lá sem demora.

Chegando no lugar entro com Mike, nos dirigimos à recepção e aguardamos, a recepcionista localizar o homem.

(R)_ Desculpem, mas a quem devo anunciar?

(M)_ Diga que é Mike, advogado da filha dele.

A moça volta sua atenção para o telefone, nos olha constrangida e volta a falar, não é possível entender do que se trata.

(R)_ Senhor Mike, não vai ser possível recebê-lo, o senhor pode marcar um horário para semana que vem?

_O quê? Semana que vem?

(M)_ Calma Johnny! Moça ligue novamente e informe que a filha dele está desparecida e pode estar em perigo...

A moça fica visivelmente preocupada e novamente se coloca ao telefone.

Depois de não mais que um minuto ela volta a nos dar atenção, ainda mais constrangida que antes.

(R)_ Me desculpem, mas ele não vai recebe-los e não posso mais incomodar, sinto muito.

(M)_ ok, você pode me informar se viu essa moça -mostra foto da Anne- por aqui?

(R)_ Não, sinto muito! O único que vai à sala dele, além dos nossos advogados, é o filho dele.

_Espera aí, você disse filho? A Anne tem apenas uma irmã.

(R)_ Sim, o senhor Henrique!

Mike e eu nos olhamos com o mesmo espanto... seria coincidência de mais.

_Desculpe insistimos no assunto, mas como é esse Henrique?

E como suspeitavamos, as características batiam exatamente com as do gigante.