História Um destino que não os pertence - Resposta

Não consegui dormir, passei a noite inteira me revirando na cama e nada do sono vim, essa história de eu ir para a Coréia está me deixando muito ansiosa. São 05:00 da manhã, levanto, tomo café e vou pesquisar sobre essa lenda, vejo que há alguns indício sobre essa história mas nada comprovativo, eu vejo falar sobre um colar que, segundo a lenda a menina ganhou da mãe dela antes de ir e esse colar foi encontrado em uma região da Coréia. Olho as horas e já são 06:13, vou ligar para o Jin. Pego o celular e procuro o número dele na agenda. Será que ele já está acordado? ~Ah sei lá, mas outro dia ele te ligou sem nem se importar com teu sono, dá o troco!~ Nossa, voizinha na minha cabeça, você é vingativa, vou ligar.

~ Ligação

- Alô, Jin?

- Ane?

- Sim, sou eu!

- Eu pensei MUITO sobre a proposta que você fez e queria te dar uma resposta, mas não queria que fosse por telefone. A gente pode se encontrar na hora do almoço?

- Acho uma ótima ideia! No mesmo lugar onde almoçamos daquela vez?

- Está ótimo! Então... Até mais tarde!

- Até!

- Tchau!

- Tchau!

~ Fim da ligação

Desligo o telefone e vou me arrumar para ir para a faculdade, afinal estou dispensada do estágio e não das aulas.

~Na faculdade

Depois de longas e torturantes aulas eu vou encontrar o Jin, vou ligar para ele, pra saber onde ele está. Enquanto estou parada próximo à porta da minha sala, mexendo na minha bolsa para encontrar meu celular, vejo uma movimentação no corredor onde eu estava, alguns cochichos e risadinhas de garotas que parecem animadas com algo, eu ignoro e volto a mexer na minha bolsa, minha atenção é tirada novamente quando alguém toca meu ombro e faz com que eu me vire.

- Olá, Senhorita López, vamos!

Eu fico completamente sem reação. Viro e vejo aquele homem de ontem, Kim Namjoon, ele olha para o meu rosto e parece surpreso ao me ver, como se tivesse se assustado ou algo do tipo ~Ok, eu não sou tão feia~ eu continuo parada sem saber o que fazer ou dizer. O que ele está fazendo aqui?

- Vamos, Senhorita López, não tenho o dia todo.

Nossa que educação!

- Vamos pra onde?

- Para o almoço com o Sr. Min e o Sr. Kim.

Eu achei que só eu e o Jin fôssemos almoçar, acho que o Jin deve ter mandado ele vim me buscar, vou com ele. Meu celular toca e eu mexo a bolsa inteira para encontrar, levei algum tempo para encontrar, mas com aquele homem me encarando, pareceu uma eternidade. Ele me olha com uma cara de "Vai mesmo atender e me faser perder tempo?" eu dou um leve sorriso sem graça e guardo o celular no bolso da calça para ele não se perder de novo, já que devido a demora eu tinha perdido a ligação. Começamos a andar em direção a saída e o celular toca novamente, ele me olha com cara de "Se você atender, você morre" como eu adoro um perigo tirei o celular do bolso e atendi sem nem olhar quem era, eu estava mais interessada em desafiar aquele homem.

~Ligação

- Ane, estou te ligando para dizer que não vamos mais almoçar naquele restaurante, pois vamos ter companhia. O motorista do Namjoon já deve estar chegando aí para te buscar.

Eu parei de andar e encarei o Sr. Kim (Namjoon), ele me olhou um pouco impaciente se aproximou de mim segurou meu pulso livre com aquela mão enorme e saiu, praticamente me arrastando, enquanto ele está andando com elegância, eu pareço uma boneca de pano toda desengonçada, mas eu não quero reclamar com ele porque o Jin ainda está no telefone e pode ficar preocupado. 

- Ane?

- Está certo... Então eu vou sair e esperar por ele, Tchau!

- Está tudo bem?

- Tudo ótimo! Tchau, Jin!

~Fim da ligação

Desligo o telefone antes que ele prolongue mais a conversa. ~Se era para o motorista do Sr. Kim vim me buscar, então o que ele está fazendo aqui?~ Guardo o celular, ou pelo menos tento já que aquele homem ainda segura meu braço.

- O que você quer? Pegar a Coréia inteira?

Jéssica aparece do nada me assustando e falando comigo em tom de deboche. ~Não, eu quero meter a mão nessa tua cara de piranha~

- Sua amiga?

O Sr. Kim (Namjoon) me pergunta com uma cara não muito amigável.

- Não, digamos que ela não vai com a minha cara.

Ele lança um olhar de poucos amigos para Jéssica, aperta mais o meu pulso e sai me puxando para fora do prédio, ignorando-a completamente.

- Aí! Você está me machucando e eu sei andar sozinha, não precisa me arrastar.

- Me desculpe!

Ele solta o meu braço e nós continuamos calados até sair do prédio, assim que chegamos do lado de fora um carro se aproxima de nós e para na nossa frente, o Sr. Kim abre a porta do carro e me convida a entrar ~Nem parece aquele brutamontes de alguns minutos atrás~ eu entro ele fecha a porta e elegantemente dá a volta no carro e se senta do meu lado.

~No restaurante

- Cadê o Jin?

- Ele disse que demoraria.

- Então por que você foi me buscar mais cedo?

- Por que eu quis.

Ok esse homem se acha o presidente dos EUA, mas eu não consigo pensar em nada para contestar ele. Droga! Nós estamos sozinhos sentados em uma mesa para quatro, quando nos sentamos o garçom se aproxima, o Sr. Kim pede um vinho e o garçom sai.

- Você trabalha com o Jin há muito tempo?

- Quatro meses.

- Gosta da arqueologia?

- Amo! É tudo o que eu sempre sonhei em fazer.

O garçom volta trazendo o vinho, serve a taça do Sr. Kim e eu digo que não quero, ele deixa o vinho na mesa e sai novamente.

- Há quanto tempo você se interessa por lendas asiáticas?

- Na verdade eu nunca me interessei, a única que ouvi foi essa lenda da qual vocês tanto falam.

- Você acredita nela?

- Ainda estou pesquisando sobre isso, logo terei opinião concreta sobre. Mas até agora não tenho motivos para não acreditar, pelo contrário, acho que ela pode ter sido uma história real, sim.

- Então você acredita em reencarnação?

- Na verdade não.

- Então como acredita na lenda?

-Eu acredito que a história realmente aconteceu, não que eles vão "voltar" para viver um amor.

- Entendo!

Ele dá um gole no vinho.

- Mas você nunca teve visões ou sonhos com o passado?

Eu fico na dúvida sobre contar ou não a ele sobre os sonhos que eu ando tendo ~Mas o que ele tem haver com isso?~  Jin aparece acompanhado pelo Sr. Min.

- Boa tarde!

Eu comprimento a todos, que respondem igualmente. Jin e o Sr. Min se sentam e o garçom retorna à mesa, cada um faz seus pedidos e o garçom sai.

- Então, Ane, qual é a sua resposta?

- Eu... Eu sinto muito, Jin, mas eu não vou.

- O que? Por que?

- Eu não me sinto preparada.

- Você realmente quer perder a principal e única chance da sua vida de ter uma carreira profissional brilhante por não se sentir preparada?

Nossa, esse Sr. Min é bem direto, gostei dele.

- Ah... Eu... O senhor tem razão, eu aceito fazer parte da equipe.

- Ótimo! E me chame de Yoongi.

- Claro!

- O que? Eu levei quatro meses para te fazer me chamar pelo nome e em alguns minutos ele já faz isso?

- Desculpa Jin, mas Yoongi é Yoongi, não é?!

- Está dizendo que ele é melhor do que eu?

- Estou apenas dizendo que ele é o meu ídolo desde que eu conheci a arqueologia e agora que estou aqui, almoçando com ele, não vou criar caso e estragar esse momento.

- Entendo, mas eu estava só brincando.

- Desculpa, é que estou nervosa.

- Percebi.

Eu e Jin damos um leve sorriso, que parece me acalmar, há algum tempo ele tem esse poder.

O senhor Kim (Namjoon) e Yoongi parecem meio perdidos, já que, por força do hábito, eu e Jin estamos falando em português.

 - Estou feliz que você vai continuar a trabalhar comigo.

- Obrigada, por me dar essa oportunidade, Jin!

Eu acho que realmente gosto do Jin como um irmão mais velho, estou feliz por tê-lo na minha vida.

- Então... Eu queria saber dos detalhes, onde eu vou morar, quanto tempo passarei lá, essas coisas...

Todos nós olhamos para o Sr. Min e ele parece entender o recado e começa a explicar.

- Os estrangeiros que trabalham com a gente vão ficar em apartamentos constituídos próximo ao laboratório, esses apartamentos têm capacidade para até três pessoas, mas se você não quiser ficar lá, não tem problema, porém você arcará com o preço, em relação ao tempo o contrato tem durabilidade de 1 ano, mas se a pessoa se destacar e mostrar que faz um trabalho muito bom, esse contrato é renovado se a pessoa não quiser mais trabalhar conosco irá sair assim que acabar o contrato e se quiser tirar mais alguma dúvida é só ler o contrato que eu lhe entregarei assim que você fizer aquela tal prova que você precisa para conseguir o seu diploma.

- Ok! Quando será essa prova?

- Amanhã pela manhã ou tarde, você escolhe o horário.

Agora foi a vez do Jin falar. ~Mas já? Gente tô sentindo que eu vou me dar mal nessa prova.~

- Você vai conseguir! 

- Obrigada!

Depois disso ficamos ali conversando sobre trabalho, casos arqueológicos ainda sem explicação e as vezes eles conversavam em coreano e eu fica só boiando mesmo.

O garçom volta à mesa com os pratos e nós comemos em silêncio, depois Jin se oferece para me deixar em casa e eu aceito, está longe para mim ir só e não quero ser arrastada novamente. Nós quatro nos levantamos e caminhamos juntos até a saída, Jin fala algo em coreano para eles que respondem no mesmo idioma, Namjoon fica me encarando e eu começo a ficar com medo. ~Será que ele não me quer trabalhando nesse projeto?~ Algum tempo depois aparecem dois carro Yoongi e Namjoon entram em um, e um funcionário do restaurante desce e entrega as chaves do outro carro para Jin que abre a porta do carona para mim e se senta no banco do motorista, ele dá a partida e nós saímos.

- Jin precisamos conversar, tenho mil perguntas para te fazer.

- Pode começar.

- Qual é a sua relação com o Yoongi e aquele tal Namjoon?

- Eu, Yoogi e Namjoon éramos amigos de infância, mas Namjoon sempre foi um pouco distante, desde pequeno era cobrado muito dele, já que ele é de uma família muito rica e ele é o herdeiro de tudo.

- A amizade acabou?

- Não, mas nos distanciamos bastante depois que....

- Depois que...? 

- Os pais de Namjoon morreram. 

- Nossa! Eu sinto muito!

- Todos nós sentimos.

- E Yoongi?

- Ele também vem de uma família muito importante da Coréia, sempre teve aquele jeito frio e calado, mas é uma boa pessoa, principalmente com quem ele ama.

- Ele é casado?

- Não que eu saiba.

- Então você também é de uma família importante da Coréia?

- Não vamos falar sobre mim, certo? Depois eu te explico tudo e te levo para conhecer a minha família.

- Está bem! Onde você estava? ontem de manhã eu fui no laboratório e não tinha ninguém.

- Eu tinha ido encontrar eles no aeroporto.

- Nem pra avisar? Eu quase tive um troço quando vi aquele homem estranho no laboratório.

- Imagino! Por falar nisso, sobre o que vocês conversaram ontem?

- Não deu tempo de conversar muita coisa, só apresentações e...

- E...?

- Foi estranho, ele ficou parado olhando fixamente nos meus olhos como se estivesse vendo minha alma, e ele estava fazendo isso hoje de novo. Ele me dá medo.

- Ele tem esse jeito desde pequeno, certa vez ele me falou que as vezes tinha visões de algo no passado.

- Como assim visões? Ele me perguntou algo sobre isso.

- Sempre que ele vê ou toca algo da vida passada dele, ele tem visões rápidas de como aquilo fez parte de sua antiga vida.

- Ok, isso me assusta muito, mas eu não acredito muito nessas coisas de vida passada.

- Eu acredito e você também deveria. 

- Eu? Por que?

- Já parou para pensar que aqueles sonhos que você me falou, podem ser visões de suas vidas passadas?

- Já, já pensei sim...

- Olha, se você quiser eu posso falar com um amigo meu que vai te ajudar a entender mais sobre isso e você pode até fazer seções de hipnose para meio que viajar no tempo, mas só se você quiser.

- Seria bom clarear as ideias e explicar toda essa confusão de uma vez por todas, mas não sei se quero fazer a hipnose.

- Tudo bem, assim que chegarmos na Coréia eu te levo até ele.

- Obrigada!

Ele para o carro na frente do prédio onde moro com Cléo, ele desce e abre a porta para mim.

- Obrigada pela carona, Jin!

- É um prazer!

- Diga ao diretor que farei a prova pela manhã. Quem vai aplicar?

- A sua ex-professora de português irá aplicar.

- É estranho você chamar ela de ex-professora, ainda sinto como se fizesse parte da faculdade.

- Você vai se acostumar.

- Espero que sim, até amanhã, Jin.

- Até amanhã, Ane.

Ele entrou no carro, enquanto eu subi para o meu apartamento, preciso contar a Cléo que almocei com Min Yoongi, nem acredito nisso. Subo e vou até o quarto dela.

- Iae como foi aquele almoço?

- Foi ótimo, nem te conto quem estava lá, Min Yoongi e...

- Quem é Min Yoongi?

- Mas o que? Sua vadia safada, não acredito que você não sabe quem é o melhor arqueólogo do mundo.

- Ah, é aquele por quem você vivia babando?

- Isso já faz muito tempo e ele bem gatinho, né?!

- Nisso vamos ter que concordar!

- E o Senhor Kim também estava com a gente.

- Você não tinha dito que ia começar a chamar Jin pelo nome?

- Não é do Jin que estou falando, é de um tal Kim Namjoon.

- O QUE? KIM NAMJOON ESTÁ NO BRASIL?

Ela quase tem um ataque.

- Calma minha filha, de onde você conhece ele?

- Mas o que? Sua vadia safada, não acredito que você não sabe quem é o dono da melhor e maior grife do mundo.

Ela fala da mesma forma como falei com ela, alguns minutos atrás.

- Ane, esse homem dita a moda, ele é o dono da porra toda, ele tem poder até com a política na Coréia, ele é tipo o rei do mundo.

- Ah, tá explicado!

- O que?

- Nada, deixa pra lá.

- Não acredito que você almoçou com ele, você é a pessoa mais sortuda que já vi em toda a minha vida.

- Não só almocei como ele foi me buscar na faculdade e me levou até um restaurante chique, que foi onde almoçamos, mas ele é todo mandão e cheio de si.

- Mas é claro, ele é Kim Namjoon, se eu estivesse no lugar dele, seria do mesmo jeito.

- Enfim, acontece que eu vou para a Coréia no próximo sábado e não sei o que levar para vestir.

- OBA! SHOPPING, AGORA!

- Acho uma ótima ideia! Vou só tomar um banho e me trocar.

- Tá, eu também.

Saímos e passamos a tarde inteira no shopping comprando roupas e eu preferi não comprar muitos calçados porque já tenho bastante, claro que Cléo também se encheu de presentes e depois de andarmos muito fomos comer alguma coisa antes de voltarmos para casa.

~ Em casa

- Hoje o dia foi MUITO cheio, preciso de descanso, já!

- Eu também, mas antes vou colocar as séries em dia.

- Você parece uma adolescente.

- E você é uma adulta chata.

- Sou mesmo, principalmente agora que vou me encher de responsabilidades. Boa noite, adolescente mimada!

- Boa noite, chata!

Depois de tudo isso só o que eu queria era tomar uma bom banho e dormir até beeeem tarde, mas tenho que fazer aquele teste amanhã e ainda tem o visto e toda aquela burocracia. Aff! Mas de certa forma não posso reclamar, afinal, como Cléo disse, sou muito sortuda.