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História Um dia qualquer - A minha decisão


Escrita por: MandyWoodwork e Losie0801

Notas do Autor


Oiiiii
Tudo bom? Vcs estão gostando? Caso contrário, me digam!
Vlw

Capítulo 3 - A minha decisão


Fanfic / Fanfiction Um dia qualquer - A minha decisão

Entramos em uma rua estreita, deserta e silenciosa. O que minha mãe sempre me alertou estava acontecendo, e eu não conseguia reagir a isso. Olhei para o homem, que voltara a usar óculos escuros e parecia bem tranquilo. Me encolhi no banco.

- Espero que você  realmente não seja um traficante. 

Ele não respondeu. Virou a esquina, e então  chegamos a um prédio velho, com varais e roupas penduradas por todo lado. Parecia uma espelunca! Aí,  Deus, me tire daqui!

- Hey, pirralha. Saia do carro. - mandou, com voz firme.

- Onde estamos? Por favor, eu só quero ir para casa! - ele nem me deu bola e saiu do carro, pegou uma chave no bolso e abriu uma portinha do prédio. Saí também e o segui.

Subimos alguns lances de escadas, passando por apartamentos estranhos e pessoas que aparentavam ser extremamente pobres. Algumas famílias eram compostas por sete pessoas, todas incrivelmente distribuídas num cômodo apertado da casa, que dava de frente para o corredor. 

O homem pegou a chave novamente. Estavámos no quarto andar, apartamento 409. Parecia mais acabado que os outros, mas mesmo assim entramos.

- Nossa, que lugar fedido! Horrível! Não me diga que você mora aqui? - perguntei, sem obter uma resposta. - Vai ficar me ignorando?

- Você é muito chata! Por que não cala a boca? Aliás, por que não foi embora quando eu disse para ir? - respondeu o homem, irritado.

- Eu... - as palavras não  saíram  da minha boca, então olhei em volta para fugir do olhar penetrante dele. Era um apartamento apertado, com paredes mofadas, e poucos móveis. - Bem... Eu realmente não sei o que responder. Era para eu ter ido embora mesmo! Mas eu não sabia que aquilo ia acontecer, ok? Só não me culpe!

Ele me encarou por alguns segundos.

- Agora é tarde demais. - e não falou mais nada sobre aquilo. Decidi perguntar algumas coisas.

- Afinal, quantos anos você tem?

- Por que isso te interessa? 

- Bem, porque você meio que está me sequestrando né. 

- Ah, então eu devia ter te deixado lá. 

- Olha, essa não é a questão. Só me responda a verdade.

- Tenho 25.

- Mentira! - coloquei as mãos no rosto.

- Não, tenho 24 ainda. Satisfeita? - se virou, colocou a mala que aquele cara estranho tinha dada em cima da cama, e foi para um lugar que parecia ser a cozinha.

- Hey, você é muito velho!

- Tá  bom, feto.

- Eu não sou um feto! Sou uma ADOLESCENTE! Tenho 16, meu bem. Beijinho no ombro pra você. - mandei um beijinho no ombro pra ele, que não me deu bola.

- É  mesmo? Grande merda.

- Affs. Qual é o seu nome?

- Jonas.

- É mentira. Fala o de verdade.

- Pra você, é  Jonas. Agora fecha essa matraca! - ele se virou, e não falou mais comigo. A tristeza bateu, e eu fui sentar no sofá  enquanto ele fazia alguma coisa na cozinha. Peguei meu celular no bolso da calça e olhei as horas. Já eram três horas da tarde, minha mãe devia estar desesperada a essa altura. Pensei em ligar, mas quando abri o aplicativo meu celular desligou, sem bateria. Deitei no sofá e fechei os olhos. Quando os abri novamente, Jonas estava sentado na minha frente, me olhando.

- Que foi? - perguntei.

- Qual o seu nome, menina?

- Elisa. Medeiros.

- Hum. Olha só, precisamos fazer um acordo. Quando você voltar para casa, não poderá contar nada para ninguém, me ouviu? Nada. Nem para sua mãe, nem pras suas amiguinhas. Nem pro seu cachorro. 

- Por que eu faria isso? - olhei para a janela, onde uma cortina velha balançava. O tempo começou a virar, ia chover. 

- Pelo bem da sua vida. Você não deveria ter visto. O homem. A mala. O tiroteio. Muito menos este lugar. - Jonas me olhou, sem desviar o olhar. Voltei minha atenção para ele novamente.

- Mas pelo menos outras cem pessoas viram a mesma coisa que eu, menos isso aqui. - respondi, me ajeitando no sofá para ficar sentada.

- Eles não vão pensar nisso. Não vão questionar. A mídia não vai falar sobre. E agora você sabe demais sobre... Tudo. Você, sim, vai se questionar, e tudo irá a tona. - seu rosto estava sombrio agora, fiquei com medo.

- Tudo o que? Você está me dizendo que tem algo maior por trás de tudo o que aconteceu?

- Muito maior.

- Minha vida corre perigo mesmo?

- Não só a sua, como a de todos nós. 

- Eu quero mais respostas, cara. E você vai me dar! Você deve ser um traficante foragido! Me tira daqui agora ou eu chamo a polícia! - eu levantei bruscamente, atordoada e apontei o dedo na cara do homem. Ele riu.

- Pode chamar. Eu sou da polícia. Acima dela, posso dizer. Então, nosso acordo é esse: você não diz nada, a gente resolve as coisas na surdina, e todo mundo se dá bem. Combinado?

Olhei fixamente nos seus olhos. Pensei por alguns segundos. E se tudo fosse verdade? O que eu faria? Eu ia morrer? Mas é se tudo fosse mentira e ele é  apenas um maluco? Ah... Não vou arriscar.

- Combinado... Mas antes eu quero saber uma coisa.

- Depende.

- O que tem dentro da maleta? - ele pensou por um instante. 

- Provas contra os responsáveis por aquele ataque.

- Aquilo de hoje foi um ataque? Não um arrastão? 

- Sim... - Jonas revirou os olhos.

- Ah, meu Deus. Eu... Quero ir embora. Por favor, me leve para casa! - comecei a chorar. Não estava entendendo nada, estava assustada e para piorar, estava começando a ficar frio lá  fora.

- Fique calma, vai dar tudo certo. É  só ficar quieta. 

Avistei a maleta. Dentro dela, segredos. Segredos que eu não podia saber. Mas eu queria tanto... Ao mesmo tempo que eu queria ir embora dali e não lembrar mais de nada. Nunca pensei em viver isso, mas aquele homem era exatamente o que minha mãe  pedia para evitar. Ah, mas era tão tentador. Ficar ali, descobrir todos os mistérios dentro dele. Porém, eu devia ir embora. Esquecer tudo. Esquecer que, provavelmente, aquilo se tratava de terrorismo. Esquecer que eu era a única "normal" a saber dessa suposição. Esquecer que aquele homem existia. E principalmente, me esquecer daquela maleta.

Me virei para ele, secando as lágrimas. Eu devia ser forte.

- Tudo bem. Me leve para casa, e você nunca mais ouvirá falar de mim.

- Era isso que eu queria ouvir.

E então, ele sorriu.


Notas Finais


Opa opa opa pessoal! Fiquem atentos que agora que nossa história começou de verdade! Obrigada pela atenção, e até a próxima!


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