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História Um Doce Amor - Rejeição?


Escrita por: TayMota

Notas do Autor


Voltei...
Mais um capitulo pessoas linda.. espero que curtam...

Capítulo 4 - Rejeição?


Chanyeol  respondeu o boa noite e logo depois apagou, e com um sorriso no rosto e acordou com ele também, quando abriu os olhos demorou um tempo até se situar, assim que lembrou sentou no futon e olhou para a cama de Kyung, que estava vazia, procurou o celular e se assustou com o horário, eram nem nove horas da manhã ainda, ele nunca acordava cedo dia de domingo, muito menos quando ia dormir tão tarde quanto na noite, ou madrugada anterior, mas visto que seu anfitrião já tinha levantado não quis voltar a se deitar, procurou sua mochila e foi tomar banho para depois caçar seu baixinho pela casa.

Kyung acordou cedo, mesmo que tivesse ido dormir tarde, era acostumado demais com seus horários para ficar na cama por tanto tempo, avistou o ruivo jogado no futon de qualquer jeito, dormia tranquilamente, sorriu com a visão, Chanyeol era algo novo na sua vida, tinha muito o que dizer sobre ele e o quanto ele era para si, depois de tudo que os amigos haviam falado consigo no dia anterior e o quanto pensara sobre, acabara tendo algumas conclusões, não era burro e não podia fingir ignorância sobre si próprio para sempre, era obvio que ele mexia consigo, mas o que era isso afinal? Definir o que sentia por Park Chanyeol em palavras era a parte difícil da coisa toda, resolveu levantar e tomar um banho.

Quando saiu do banho viu que o ruivo ainda dormia, decidiu distrair a mente e para isso nada melhor do que cozinhar para Kyung, primeiro precisava comprar algumas coisas, saiu de casa até um mercado próximo dali e ao voltar foi surpreendido na porta.

- Ya Do Kyungsoo, quer me matar do coração é? Te procurei em todo canto do seu apartamento, até ligado para seu celular já tinha, mas você o deixou no quarto – Chan falou rápido, sem pensar tanto, quando viu o baixinho muito vermelho se aproximou e encostou sua mão na testa dele – Ei você ta passando mal? Está muito vermelho Soo – seguiu o olhar do moreno para si e viu que estava sem blusa, sorriu com isso mais aliviado – Desculpa, estava meio agoniado, vou vestir uma blusa.

Vê-lo sem blusa em uma manhã de domingo não era algo que Kyungsoo esperava, respirou fundo repetidas vezes assim que o ruivo se afastou de si e foi para o quarto, foi até a cozinha bebeu muita água, devia ter babado em cima do ruivo, com certeza, e como não com aqueles braços largos, firmes, precisava parar com isso, pensou em como ele estava fofo se preocupando consigo, aquilo o deixou muito feliz, apesar de sua mente ter entrado em colapso com o peito desnudo do ruivo. Balançou a cabeça e voltou sua atenção totalmente para o café da manhã e como sempre logo estava imerso no que fazia.

Já estava acostumado a vê-lo viajando enquanto cozinhava nas aulas, mas ali parecia completamente a vontade, relaxado, com certeza havia ajeitado a cozinha a seu próprio gosto o viu cantando mesmo, ao invés de só cantarolando, ele parecia feliz e muito mais aberto.

- Porque gosta tanto de cozinhar Soo? – perguntou se aproximando, encostou os braços na bancada que fazia divisória com a sala e ficou observando o moreno.

- Não sei bem explicar o porque, só gosto – disse distraído, mesmo sabendo que estava sendo olhado, mas tinha se acostumado com o ruivo o observando enquanto cozinhava – E depois que descobri que gostava quis saber até onde era bom nisso, o bom de cozinhar é que tudo pode sempre ser uma novidade.

- Concordo, ainda que só tenha sido feito na faculdade coisas com chocolate tudo é muito diferente, sabores, aromas, e para mim tudo sempre é delicioso – Kyung riu da empolgação infantil de Chan.

- Parece que é um grande fã de comida mesmo – começou a servir o café simples no balcão – Depois daqui iremos fazer aquela torta que você tanto quer.

Chan se alegrou, não só pela notícia, mais também pelo sorriso que recebera, sentia cada vez mais esperança e vontade de se declarar, parecia poder dar certo, manteve seu jeito normal e bagunceiro de sempre, conversaram durante todo o café, depois convenceu Soo a colocar uma música no rádio e começaram a cozinhar, logo todo o pequeno apartamento cheirava a chocolate.

O ruivo não tinha tanto jeito para cozinhar, mas até que se esforçava e Kyung gostava disso nele, tá admitia gostar mais do que somente aquilo nele, sua cozinha estava toda suja, mas tinha o cheiro de chocolate e mesmo brigando pela bagunça se divertia, enquanto a massa estava no forno, obrigou o ruivo a lhe ajudar a arrumar.

- É eu realmente não sou bom na cozinha, mas graças a você consegui sobreviver até agora – Chan admitiu enquanto guardava as louças que Kyung lhe entregava após lavar, adorava aquela naturalidade que saiam dos dois – Isso prova que somos uma boa dupla, você cozinha e eu como, perfeito viu?

Não tinha como não rir daquilo, como não achar divertido e engraçado passar tanto tempo perto de Chan – Pelo menos você é sincero quanto a isso Chan, parece realmente gostar do que eu faço.

Sentiu uma necessidade enorme de se aproximar de Kyung depois do que havia dito e foi o que fez, não era de ignorar seus instintos – Não tenho porque mentir para você Soo – tocou no rosto do moreno que o olhava paralisado – E na verdade deveria até ser mais sincero ainda com você – se aproximou mais um pouco, sem tirar os olhos do moreno, de seus lábios, agora sabia não poder voltar mais atrás, sentia necessidade de beija-lo, suas pálpebras queriam se fechar, mas não permitiu, precisava ver a reação de Kyung antes de sentir, a respiração dele se fundia a sua de tão próximos, quando os lábios estavam quase encostando um no outro Kyung virou levemente o rosto.

Kyung tinha total certeza de onde isso terminaria, via os olhos de Chan sobre si, sobre seus lábios, sua mão começou a soar muito, quando sentiu a respiração dele em si, o nervosismo aumentou, não conseguiu se controlar e acabou virando o rosto, sentiu os lábios do ruivo encostarem brevemente em sua bochecha, tomou coragem e se virou para fita-lo e se arrependeu, o olhar triste do ruivo o atingiu, para seu bem ou não o toque do lembrete de que estava pronto o que haviam feito tinha tocado, junto com o celular de Chanyeol, e assim os dois se afastaram, depois de tirar a massa do forno, voltou seu olhar para o ruivo, que tinha ido para a sala atender o telefone, sua voz de início calma, agora era alta e exasperada, sentiu a preocupação e foi até ele e viu o brilho das lágrimas nos olhos.

Sentiu se perdido e desolado com aquele virar do rosto, aquilo significava clara rejeição, beijou carinhosamente a face de Soo, significava que seu baixinho não sentia o mesmo que ele, não podia culpa-lo, havia se iludido e criado esperanças por conta própria, pelo bem ou pelo mal o seu celular tocou junto com o alarme que haviam colocado para tocar quando a torta estivesse pronta, foi atender o telefone e parecia que ele não teria mesmo um final de domingo bom, seu mundo parecia querer desmoronar, assim que desligou o telefone viu Soo ao seu lado e preocupado, mesmo tendo sido rejeitado a pouco o abraçou fortemente e ficou um pouco feliz de ter sido retribuído, sentiu as lágrimas que prendia saírem, não tinha tempo a perder, soltou do abraço e correu para o quarto para pegar suas coisas, viu o seu baixinho o seguindo.

- O que aconteceu Chan? – Kyung perguntou enquanto via o ruivo chorando enquanto procurava suas coisas e verificava se estava tudo no lugar, pegou a carteira que estava em cima da cômoda e entregou para o ruivo que parecia apressado, o parou – Chan, fala comigo.

- Desculpa Soo, não tenho muito tempo agora, depois mando uma mensagem – até queria parar e explicar, mas não tinha tempo e também não teria coragem de falar sendo que havia tentado beija-lo a pouco tempo e a rejeição ainda estava clara na sua mente, se aproximou da porta do apartamento e a abriu, mas antes de sair se virou para olhar seu baixinho uma última vez – Obrigada por tudo e desculpa qualquer coisa, preciso mesmo ir agora.

E sem mais nem menos Kyungsoo viu Chan saindo de seu apartamento e de repente tudo ficou calmo e silencioso demais, podia até estar sendo exagerado ou melancólico, mas agora ali parecia frio e sem vida, uma girafa ambulante e agitada fazia toda uma diferença, suspirou pesado e foi arrumar o apartamento, no fim olhou para a torta que haviam feito e a guardou, não queria come-la agora, o restante de seu domingo fora monótono, olhou diversas vezes no celular, recebera mensagens no grupo falando do sábado que tinha sido ótimo, no seu pessoal de Baek e Jongdae, pela primeira vez ignorou os amigos e foi deitar mais cedo, queria que sua segunda viesse logo e dessa vez não era ansiedade por alguma aula, e sim para ver uma pessoa.

Chegou cedo na faculdade naquele dia, um dos primeiros alunos a entrar na cozinha, havia acordado cedo demais e a ansiedade não o deixou ficar em casa, olhava o celular de segundo em segundo e não havia nenhuma nova mensagem, tentou sorrir para os amigos o melhor que pode para que não percebessem sua ansiedade/preocupação quando chegaram e falaram consigo, agradecia por eles estarem felizes demais para não notarem que estava estranho, depois respirou aliviado quando o namorado de cada um chegou o levando para suas bancadas, ainda falou um pouco com Sehunie e logo a professora já estava na sala e nem sinal de Chanyeol, não podia mentir estava muito preocupado com o ruivo, não conseguiu se concentrar na aula, mesmo que estivesse calmo e quieto como sempre gostara antes, errou dosagens, teve que refazer massa, até que falou com a professora que não estava se sentindo bem e iria para a enfermaria e essa o dispensou acreditando, já que não era normal o moreno errar tanto.

Ao sair da sala viu o olhar preocupado dos amigos, sorriu para os mesmos tentando tranquiliza-los, saiu de lá e quando já estava fora do prédio pegou seu celular e discou para o ruivo, uma, duas, três vezes e nada, ele não atendia o telefone, depois já nem completava mais a chamada, certo ele iria enlouquecer de preocupação, naquele dia não assistiu mais aula nenhum e disse aos amigos que estava se sentindo mal e foi para casa, tentando ligar para o desgraçado ruivo que parecia ter desligado o telefone.

- Idiota, girafa bastarda, babaca – Kyung repetia enquanto andava de um lado para o outro do apartamento – Como pode alguém sair daquele jeito do meu apartamento e não mandar uma misera puta de uma mensagem? - no auge de sua preocupação e ponta de desespero não controlava a sua vontade de xingar o ruivo.

Ouviu a campainha tocando e resolveu ignorar, mas a pessoa não parecia satisfeita enquanto a porta não fosse aberta, pois começaram a espanca la, ou foi isso que Kyung pensou quando ouviu batidas fortes na porta, até que tudo fez sentindo quando ouviu a voz de Baek.

- Nem adianta ignorar a porta Do Kyungsoo, só saio daqui depois de falar com você – sabendo que aquilo era verdade foi abrir a mesma, vendo Jongdae e um exasperado Baek entrando – Achou mesmo que iamos cair na sua mentirinha deslavada de que estava passando mal? Conta outra Kyungsoo – era obvio que o amigo estava muito puto, se jogou no sofá com Chen ao lado, esperando Kyung fazer o mesmo – Até parece que você falta tantas aulas como fez hoje e nem vem com a desculpa de que está se sentindo mal.

- Sabe como o Byun é Kyungin, ele está assim porque tá com raiva de si próprio porque não notou que tinha algo errado com você desde o início da aula – agora Kyung estava surpreso, alguém tinha notado? Adivinhando sua pergunta ou apenas vendo que estava estampado em seu olhar Jongdae continuou – Aparentemente Sehunie notou que estava estranho quando chegou, aéreo e disse que reparou que não conseguia se concentrar na aula antes de sair.

Mudando da água para o vinho Baek se jogou nos pés de Kyung – Desculpa Kyungin, não notei que tinha algo errado, estava tão concentrado no novo namoro, sou um péssimo amigo – o moreno não evitou o sorriso ao ouvir o fungado do castanho, sempre ao extremo, precisava de todo o drama, mas o adorava mesmo assim.

- Desculpa também Kyungin, devíamos ter percebido que seu sorriso era forçado – Jongdae falou triste.

- Não precisam pedir desculpas, vocês sabem disso, eu que nunca consigo falar tudo logo de cara para vocês, acabo sempre esperando me pressionarem – falou sincero e um tanto mais aliviado por estar falando com os amigos.

- Então, estamos aqui para lhe pressionar, conta para gente tudo o que aconteceu, olhando agora você está péssimo Kyungin – Baek comentou analisando o amigo que estava com as roupas mais frouxas e largadas que tinha, com a aparência de exausto e chateado.

Sem se conter falou tudo de uma vez, desde que havia chamado Chan para dormir no seu apartamento até a hora que o ruivo havia deixado sua casa no dia anterior. Os dois ouviram calados, sem fazer nenhum comentário, mas assim que terminaram desabaram a falar juntos.

- Ya assim não entendo nenhum dos dois, se acalmem – Kyung falou – Agora me ajudem sim?

Assim que terminou de falar levou um tapa na cabeça e quando ia reclamar viu o semblante, meio furioso, de Baek – Porque fugiu do beijo? Achei que já tinha admitido gostar do Channie - corou e não conseguiu responder isso, vendo que o amigo não responderia o castanho suspirou frustrado – Ainda não sabe o que sente Kyungin? Coitado do Channie, na certa deve achar que foi rejeitado.

Sentiu uma pontada no peito, lembrou do olhar desolado que o ruivo lhe lançara, ele realmente pensara isso, e se ele nunca mais falasse consigo? Ele não o tinha rejeitado, tinha? Droga Kyungsoo porque sempre complica tudo? Perdido em pensamento não ouvia o que os amigos falavam, até ver Baek pegar o celular.

- O que vai fazer? Se for ligar para o Chan não adianta, o celular dele está desligado.

- Aish, não ouviu nada do que dissemos, não é? – negou, era obvio que não tinha – Estávamos especulando o porquê de ele ter saído do jeito que disse, além de toda a dor de ser rejeitado - e claro que como bom amigo que Baek era tinha que jogar na cara.

– Paramos de especular e decidimos falar com fontes mais seguras, ele está ligando para o Jongin.

Kyung fez um AH mudo de entendimento com as palavras de Chen e assim ficou esperando o outro sair do telefone para ter notícias.

- Ele também não conseguiu falar com o Channie pelo celular e desde que faltou pela manhã que também está tentando, então resolveu ligar para a casa dos pais dele, ele está lá, parece que houve algum acidente, Jongin não sabe dos detalhes, pois não conseguiu falar com o Channie, quem contou para ele foi um primo dele que o conhece, disse que ia avisar que o Jongin tinha ligado e só, é tudo o que sabemos.

Resolveu um terço do problema de Soo, o ruivo estava em segurança, mas não sabiam se bem ou o que tinha acontecido.

- Parece que agora não podemos fazer muito Kyungin, teremos que esperar ou ele ligar o telefone ou voltar – Jongdae falou analisando o amigo que parecia preocupado – Agora aconselho você a descansar direito e depois pensar nessa situação, pois quando ele voltar precisarão resolver o que aconteceu aqui.

- Precisa mesmo pensar no que quer Kyung e se não quiser mesmo o Channie o rejeite claramente, pois ficou na cara, mais do que antes claro, o que ele sente por você - Baek completou se levantando pronto para ir embora. 

– Trouxemos remédios para dores de cabeça e comida, nada de cozinhar por hoje, está distraído demais para isso, coma e vá descansar - Jongdae falou entregando as sacolas que trouxeram e indo para a porta com o castanho.

Agradeceu aos amigos e assim que saíram se jogou no sofá, que droga que estava fazendo afinal? Foi a única coisa que pensou antes de cair no sono ali mesmo.

Nos dias que se seguiram Kyung parecia normal, mas sem Chan o normal era na sua como sempre, ninguém tinha conseguido falar com ele ainda e nem uma mensagem fora mandada. Na quinta feira todos ficaram surpresos ao verem Park Chanyeol entrando na cozinha um pouco atrasado com um sorriso estampado no rosto, a professora já estava na sala, mesmo assim os amigos correram para falar com o ruivo, Kyung ficou observando enquanto ele falava, ria, tentava explicar rapidamente, mas o moreno notou que o sorriso não chegava aos olhos como sempre, ainda tinha algo errado, aquilo o irritou mais um pouco.

- Ei Kyungin, não vai falar com seu parceiro? – Baek perguntou sabendo que o moreno era quem mais tinha ficado aflito nesses dias, todos ao redor de Chan, incluindo o mesmo olharam para o moreno, que parecia irritado e não falou nada.

- É Park, parece que sem você essa cozinha fica muito quieta, agora vá para o seu lugar que temos uma aula para seguir – a professora cortou fazendo todos irem para seus lugares.

Ainda receoso Chan foi até Soo, não tinha resolvido todos os problemas com sua família, mas precisava resolver algumas coisas da faculdade, do trabalho de meio período e mesmo com o que acontecera na casa de Kyungsoo queria ver o baixinho, sentira muita saudade dele.

- Não vai me cumprimentar baixinho? – levou um soco no estômago logo após isso – Aish isso doeu, é assim que me cumprimenta depois de dias longe?

Kyung controlava as lágrimas que queriam vir, o ruivo estava se forçando a rir para não preocupar ninguém, mas as olheiras eram visíveis, ele também obviamente havia emagrecido, o que era preocupante já que foram poucos dias longe para tanto, ele não estava com a sua felicidade de sempre e isso de alguma forma incomodava muito Kyung, queria que o ruivo falasse consigo, contasse o que tinha acontecido, mas não podia cobrar isso dele, ele nem deveria querer tanto, então porque sentia algo apertar e sufocar em si?

Chan viu o moreno perdido em pensamentos, viu o semblante triste, seu baixinho não parecia bem, aquilo o preocupou, mas e se a culpa fosse sua? Talvez devesse manter a distância, afinal tinha sido meio obvio o que queria e sentia por ele na última vez que se viram, aquilo o entristeceu mais um pouco, não queria se afastar dele.

- Seu idiota, como pode não me mandar nenhuma mensagem? Não fala comigo até a raiva passar, porque você vai acabar apanhando – precisava parar de fugir, de enganar a si mesmo, tudo o que queria naquele momento era que Chan ficasse consigo, conversasse e se sentisse bem, dessa vez teria alguma atitude, se continuasse agindo esquivo o ruivo só se afastaria e esses dias longe serviram para que visse que não queria o ruivo longe – Pode me ajudar aqui, graças a você segunda não fiz nada.

Aquelas palavras do moreno o fizeram sorrir, e a maldita esperança queria voltar, era um idiota de marca maior, pois estava decidindo que não deveria desistir ainda, até porque ele nem havia dito com todas as palavras que deveria o que sentia, então ainda não fora realmente rejeitado, certo? Sorriu com os próprios pensamentos, estava mesmo viajando sozinho, é com certeza era um idiota de marca maior, mas se não fosse assim e desistisse tão fácil não seria Park Chanyeol.

- Então isso significa que sentiu minha falta baixinho? – falou perto de Soo, mas se afastando rapidamente para não apanhar de novo e riu com a careta que recebeu – E porque não fez nada segunda?

E a colher de pau que estava na mão de Kyung acertou o braço do ruivo que gemeu pela dor – Disse para não falar comigo, idiota.

Kyung não daria o braço a torcer, abraçou a sua raiva e não falou com Chan, se fosse na brincadeira dele, logo se deixaria levar e depois não conseguiria conversar de verdade com ele e pela primeira vez quis que uma aula acabasse logo, assim que terminou todos se reuniram na frente do prédio como sempre faziam, mas decidido Kyung segurou o braço do ruivo antes que entrasse na roda com os amigos, sabia que assim que fosse para lá seria o alvo de perguntas.

Chan mesmo ficando calado a aula toda, o que surpreendeu até os outros, ficou com um sorriso no rosto, mas um sorriso diferente, sem a agitação de sempre, apesar do baixinho estar visivelmente chateado consigo, ele parecia aceitar sua presença ali, e isso o tranquilizou e também só o fato de tê-lo por perto já era uma paz que não tinha tido nos últimos dias, quando saíram da aula sentiu sendo puxado antes dos amigos se reunirem, ficou surpreso ao ver que tinha sido Soo.

- Estará ocupado a noite? – não esperou que respondesse se não perderia a coragem – Se não, vá no meu apartamento, depois das 19 horas.

Assim que falou isso saiu, deu um breve tchau para os amigos que os observavam e foi para seu apartamento, não tinha aulas a tarde naquele dia e aproveitaria isso para se preparar mentalmente para a conversa que teria com Chanyeol, seria muito importante para si tudo que tinha para falar, quando chegou em casa sentou no sofá, não estava conseguindo se acalmar, muito nervoso, assim não falaria nada, resolveu que iria cozinhar, o ruivo gostava de comer de qualquer jeito, precisava ocupar a mente até o horário, se é que o ruivo viria.

Chanyeol ficou parado ainda uns dois minutos depois que Soo fora embora, tinha ouvido certo? Havia sido convocado para o apartamento do baixinho, mas ele tinha parecido muito sério, iria dizer que não queria mais vê-lo e o achava repulsivo? De repente se sentiu nervoso e enjoado, tudo queria desmoronar com ele, não era possível que até isso piorasse, saiu de seus devaneios quando se viu sendo abraçado por Jongin e Sehun, retribuiu.

- Channie, você parece péssimo, não gosto de lhe ver chorando – quando Sehun falou isso, na hora levou a mão a própria face, nem tinha sentido quando começara a chorar, devia ter sido quando viajara sobre Kyung.

- Não é normal lhe ver assim Channie, achei que ficaria melhor depois de ver Kyungin – Jongin falou com um sorriso triste.

Apertou de novo os amigos e sorriu, depois enxugou o rosto, detestava que se preocupasse tanto.

- Ya eu que sou o hyung de vocês aqui, então parem de se preocupar tanto, ficarei bem – Chan falou fazendo cafuné nos amigos, olhos os outros próximos – E vocês já, estão muito longe, ninguém quer me contar novidade nenhuma? – perguntou sorrindo e os outros se aproximaram, logo levou dois tapas e ficou surpreso, só apanhavam de Kyung, dessa vez os amigos lhe bateram.

- Idiota, Kyungin ficou muito preocupado com você – Baek comentou abraçando o namorado.

- Se fizer isso com ele de novo, tiramos cada pedacinho seu – Jongdae falou, mas Chan jurava já ter ouvido aquilo antes e se recordou que da última vez a ameaça tinha sido de Baek

- A gente também sentiu sua falta, podia ter mandado uma mensagem no grupo – Yixing falou segurando a mão de Sehun, enquanto esse corava.

- Uahh, isso é uma novidade? Acho bom cuidar bem do meu Sehunie hein – os dois coraram e sorriu – Desculpa, tive um problema com meu celular, então tive que comprar um novo, e estou sem meus contatos, anota meu número e me coloca no grupo Baek.

Depois disso a conversa fluiu normal e sobre outras coisas da semana, resolveu seus problemas na faculdade, explicando suas faltas, depois foi no trabalho de meio período explicar também, sorte que gostavam dele lá e que permitiram que cobrisse em outros dias essas faltas, quando terminou de resolver tudo que precisava se sentiu ansioso e nervoso, queria logo acabar com suas aflições e ver Soo, faltava uma hora ainda e já tinha rodado sua casa inteira e pronto por sinal, não conseguia ficar parado, resolveu sair logo, o apartamento do baixinho não era tão longe indo de carro, então chegaria cedo, mas não conseguia de maneira alguma ficar ali mais.

Faltava mais de meia hora quando Soo ouviu a campainha, agradeceu mentalmente por estar ocupado, assim não se desesperou tanto com o tempo, correu para abrir a porta, mas logo voltou para a cozinha já que ainda terminava a sobremesa, viu o ruivo entrar, um pouco mais acanhado do que a primeira vez, mesmo assim seguiu direto para o balcão que dividia os cômodos, continuou o que fazia tentando não prestar tanta a atenção no ruivo, mas sorriu de canto ao perceber que era observado, era com aquilo que estava acostumado, aquele olhar caloroso e curioso sobre si, só faltava as incessantes perguntas, sentira muito a falta dele.

- Soo, tem algo cheirando muito bem vindo do forno.

Quando ouviu isso correu para tirar o prato principal do forno – Ah droga, quase deixo queimar – enquanto retirou do fogo notou que o ruivo ria para si, sorriu junto – Vamos, faça algo e me ajude a servir a mesa.

Chan sentiu o alivio imediato assim que entrou no apartamento e viu o baixinho cozinhando, significava que não iria morrer naquela noite, ou assim esperava, ficou observando o como sempre fazia e gostava disso, vê-lo relaxado e tranquilo era algo reconfortante para si, sorriu e foi com prazer ajudar quando foi intimado para isso e em meio as suas bagunças de sempre conseguiu arrancar sorrisos do moreno, depois disso jantaram conversando amenidades, rindo o que diminuiu a tensão e nervosismo dos dois por aquele momento.

- Hora da sobremesa – Kyung falou vendo a cara boba e infantil de Chan quando ouviu aquilo, sorriu tinha total certeza de que era aquilo que queria, aquela presença era a melhor, não podia mais enrolar a conversa – Apesar de você nem merecer – continuou sorrindo quando viu o bico manhoso no rosto do ruivo, mas o mesmo também havia percebido que aquilo havia sido uma deixa para entrar na conversa.

Chan sentiu o clima mudar um pouco, voltar a tensão, mas ainda assim sentia-se relaxado, ter tido aquele jantar, com a companhia de Soo fora a melhor, independente do que ele falasse ainda sorriria, pois estava feliz por ter alguém como ele perto de si, mesmo sendo somente amizade da parte do baixinho. Os dois ficaram calados por um tempo, cada um mergulhado em pensamentos sabendo o que viria, como um ritual Chan retirou as coisas da mesa enquanto Kyung colocava a sobremesa, quando o ruivo viu a torta de chocolate na mesa sentiu a vontade de chorar, estava instável demais emocionalmente esses dias, tinha que parar com isso, já que até o próprio estranhava notando o quão longe do seu normal estava, era a mesma torta que iniciaram a fazer no domingo, fitou o moreno que estava de cabeça baixa e corado, não sabia como interpretar isso, respirou fundo controlando os pensamentos e sentimentos que eram muitos.

- Esse foi o melhor momento, na verdade hoje o dia inteiro, foi ótimo para mim, desde domingo quando sai daqui – Kyung viu o semblante do ruivo se envolver em tristeza, não era assim que pretendia começar a conversa, não esperava que ele fosse o primeiro a falar – Soo, me descu...

Foi interrompido por um tapa no braço – Seu idiota, não pode nem esperar eu começar? Assim perco toda a coragem que reuni nesses dias – já tinha se levantado, se aproximou do ruivo e bateu de novo nele, frustrado – Droga Chanyeol, como ousa pedir desculpas, seu babaca inútil – outro tapa – Você disse que não mentiria para mim, saiu daqui daquele jeito, disse que mandaria mensagem e nada, e ainda me aparece desse jeito, horrível, com um sorriso falso no rosto, como se tudo estivesse bem – outro tapa – Imbecil, está na cara que você não está bem, passa quatro dias sem noticia nenhuma, nem uma puta mensagem ou ligação e com essa cara e para melhorar meus amigos ainda enfiam na minha cabeça a verdade, que quando você voltasse talvez nem quisesse falar comigo, pois eu evitei seu beijo, me senti mais desesperado do que já estava.

Os olhos começaram a arder então Kyung se afastou e seguiu para o sofá, precisava terminar de falar, precisava segurar o choro, Chan estava estático, tinha recebido muita informação em poucos minutos e os braços estavam realmente doloridos pelos tapas que levara, mesmo assim sentira vontade de sorrir, parecia que seu baixinho tinha sentido sua falta também, mas não podia evitar a ponta de medo da rejeição, afinal sentir falta e se preocupar ainda não significava que podia beija-lo a vontade, sentou no sofá ao lado de Soo, queria falar, mas sabia que o moreno ainda não tinha terminado, então iria esperar até que tivesse falado tudo, foi o que pensou antes de se virar para olha-lo e ver lágrimas no rosto dele, pronto agora não conseguiria ficar calado, o abraçou forte.

- Me desculpa Soo, não quis preocupa-lo, é complicado a situação, mas nem foi por isso que não mandei mensagem, meu celular quebrou na casa dos meus pais e perdi todos os contatos nisso, não pude avisar ninguém onde estava ou quando voltaria, eu realmente não tenho intenção alguma de mentir para você, me importo demais para isso baixinho.

Sem controlar suas ações ou sentimentos retribuiu o abraço do ruivo, sabia que ele estava sendo sincero, mas isso não diminuía sua preocupação – Sei que não posso cobrar explicações de você, afinal somos apenas amigos, mas queria mesmo que me contasse o que está acontecendo, queria poder te ajudar ou pelo menos reconfortar, tem sido tão bom comigo desde que nos conhecemos e parece que eu não consigo retribuir, sei que sou tímido para muitas coisas e até fechado, mas com você é diferente, eu fico diferente – se afastou fitando o ruivo, que apenas escutava – Pode parecer confuso já que recusei seu beijo no domingo, mas não interprete mal eu só não estava preparado e nem sabia o que fazer.

- Não deve nada quanto a isso Soo, não deveria ter tentado te beijar daquele jeito, afinal eu nem...

- Depois você se defende Chan, se não falar tudo agora não falo mais – nessa o ruivo fechou a boca e esperou, corado Kyung continuou – Durante o nosso passeio até a praia aconteceram várias coisas entre a gente, naquela hora na cozinha quando Baek entrou ele viu que algo tinha acontecido, pois ficamos estranhos, então como bom amigo que é puxou Jongdae e me arrastaram para conversar, me fizeram várias perguntas que não respondi todas na hora, mas hoje sei responde-las e como se trata de você, achei que o melhor era ser o primeiro a ouvir.

Perguntaram se eu deixaria que se afastasse de mim, na hora eu já tinha respondido que não, mas hoje tenho certeza do quanto não quero isso, não imagina o quanto te xinguei nesses dias longes.

Nessa hora o ruivo riu e interrompeu – Imagino sim, afinal enquanto me batia também me xingava na primeira parte da conversa – se calou quando viu o olhar ameaçador do baixinho, sentia seu coração aquecer a cada palavra do menor para si.

- Tinha dito isso, mas afirmado ser importante por seu meu amigo, o que não é uma mentira, mas questionaram se era uma amizade como a deles ou Sehunie e mesmo ainda pensativo disse que com você era diferente, e é mesmo, me irrita, mas me faz rir, mesmo te batendo não se afasta, conseguimos conversar, nossas diferenças são tão grandes, mas nem se comparam com o que temos em comum – Kyung não ousava olhar para o ruivo, pois estava com vergonha de admitir tudo aquilo.

Me sinto à vontade com você Chan, mesmo sendo o eu normal não me rejeita ou se afasta, outra pergunta foi o que senti naquela hora na cozinha quando ficamos um de cara para o outro ou o que senti quando segurou minha mão para dormir no carro, essa não disse nada e a última pergunta foi o que na verdade eu sentia por Park Chanyeol.

Nessa hora Chan respirou fortemente, sentindo o coração acelerar enlouquecidamente, Soo o olhou depois de tanto tempo falando de cabeça baixa, pode notar no olhar do moreno decisão, carinho, afeto e aquilo o aqueceu mais um pouco.

- Você me enlouquece, em todos os sentidos, não sei como agir quando to contigo, por isso acaba saindo tudo tão natural, não preciso forçar respostas ou ser diferente, quando segurou na minha mão no carro senti carinho e proteção, conforto e quis mais daquilo, na cozinha naquele sábado e depois no domingo senti meu coração apertar e acelerar muito, mas isso não é comum para mim, por isso fugi, o nervosismo foi tanto que mesmo eu querendo não consegui me manter firme e depois saiu daqui daquele jeito, me senti sozinho quando saiu, quando não apareceu na aula segunda entrei em desespero e preocupação por você, depois soube que estava na casa de seus pais, mas não mandava notícias fiquei com raiva, mas ainda preocupado, senti muito sua falta e quando lhe vi hoje meu coração sentiu alivio em lhe ver e mais ainda quando falou comigo normal, mas ainda estava preocupado por ver o sorriso forçado e o olhar triste e depois fiquei frustrado por não conversar, juro que não é normal alguém me irritar tanto quanto você, mas eu percebi que já tinha me acostumado com isso, que fazia falta e finalmente cai na real e admiti para mim mesmo o quanto gosto de ti Chanyeol, o quanto quero ficar com você e não é como um amigo – ficou surpreso ao ver as lágrimas caindo pelo rosto do ruivo.

Ouvir tudo o que o moreno disse era muito mais do que esperava, ser correspondido daquele jeito estava até além de sua imaginação, o abraçou, apertou entre seus braços para que não fugisse dali, não conseguiu dizer nada, só queria ficar ali, senti-lo perto de si, Soo definitivamente entrara em sua vida para aliviar seu coração e conforta-lo quando mais precisava.

Kyung sentia se mais leve depois de tudo o que tinha dito, mas também estava constrangido por ter falado até demais, teve tempo para se acostumar com isso, pois o ruivo o ficou abraçando por um longo tempo e nem sequer cogitou em terminar aquele contato.

- Sabe Soo você é muito fofo – disse depois de soltar seu moreno limpando o rosto e voltando a sorrir – Esperava qualquer coisa hoje, mas consegue me surpreender, sei nem o que dizer depois de tudo o que falou, tinha tanto para falar, mas agora as palavras fugiram de mim e caramba Soo gosto tanto de você, de tudo, todo o seu jeito e mesmo que domingo tenha sido uma rejeição eu ainda iria insistir, não poderia desistir desse jeito e como pode dizer ainda que não retribui, faz mais coisas por mim do que eu por você, desde que te conheci só te perturbo e mesmo assim me ensina, conversa, ri, canta comigo e droga Soo conseguiu notar como to um lixo, mesmo rindo e brincando.

E de repente os medos e anseios de Kyung sumiram, tornou a abraçar o ruivo – Você com certeza é um idiota Chan, mas um idiota fofo – os dois riram, Kyung sentiu se gelar um pouco quando o ruivo encostou a testa na sua, suas respirações próximas, o olhar do ruivo em si tinha mais do que só ternura, era desejo, com carinho, aquilo fez seu corpo estremecer.

- Gosto mesmo muito de você Soo, quero ser mais do que seu amigo e nesse exato momento quero muito mesmo beija-lo.

Kyung sabia que aquilo não tinha sido um pedido, era mais um aviso e dessa vez ele não fugiria.


Notas Finais


E então como ficou?
Espero que bom..
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