História Um Doce Amor - Preocupação

Não, ele não fugiria, mas antes que pudessem realmente se beijarem o telefone de Chanyeol tocou e ele não pôde ignorar.

- Aish, porque tudo parece impedir isso? – Kyung riu das caretas que o ruivo fazia, mas viu o semblante mudar assim que viu o número no celular, na hora atendeu, de início ficou em silêncio ouvindo e depois pareceu exasperado – Acordou quando? Aish Tao, tudo bem, só consigo voltar sábado, estarei ai com certeza.

Quando desligou o celular viu o rosto preocupado de Soo, suspirou, não podia deixar de contar agora, não depois de tudo que haviam conversado, bagunçou os próprios cabelos voltando a sentir o cansaço e sem saber o que fazer.

- Porque as coisas parecem tão complicadas? – falou para si mesmo, voltou seu olhar para o moreno – Não queria mesmo meter você nos meus problemas familiares, mas acho que precisa saber, afinal depois de amanhã vou de novo para minha antiga cidade, preciso ver minha família.

Não estava entendendo nada, mas era notável o quanto aquilo era importante para o ruivo, quando ouviu voltar para a cidade seu coração apertou, viu a frustração do mais velho, não tinha tempo para ser egoísta agora.

- Calma Chan, não to entendendo nada, conta tudo desde o início, talvez assim seja mais fácil até para você, sei que precisa de alguém para ouvir também, e eu estou aqui.

Sorriu com aquilo, mas não era bem um sorriso de felicidade pura – No domingo recebi a ligação desse meu primo que me ligou agora, avisando que minha mãe e irmã tinham sofrido um acidente de carro, Yue, minha mana, ficou com ferimentos, mas quase nem um muito grave, já até consegui vê-la em casa nos dias que fiquei lá, mas a mamãe se feriou muito e entrou em coma e parece que hoje acordou, não consegui vê-la nem mesmo uma vez quando estava la, o idiota do cara que chamo de pai não deixou, discutimos e foi assim que o desgraçado quebrou meu celular, ele quis brigar com Tao por ter me avisado do acidente, claro que me meti e piorei um pouco a situação, o problema é que a discussão foi na frente do hospital, então nem mesmo tentando entrar escondido eu consegui, por que o filho da mãe bloqueou minha passagem convencendo os de que eu não era uma pessoa bem vinda para ela.

- Afinal por que isso já que ele é seu pai? – Kyung perguntou já completamente indignado com a história.

- Outro motivo de não querer enche-lo com os problemas da família, me mudei de casa no início do ensino médio, quando contei para minha família minha opção sexual, isso já fazem seis anos, meu pai na hora me expulsou e deserdou, morei durante os três anos do ensino médio na casa desse meu primo que é até perto da casa dos meus pais, não falei com nenhum deles por alguns muitos meses, até minha mãe me visitar dizendo que me amava de qualquer jeito, foi umas das melhores coisas para mim, mas meu pai não concordava então a proibiu, mesmo assim ela me visitava às escondidas, minha irmã só soube do porquê de minha expulsão antes de eu me mudar de cidade, que foi quando passei nessa faculdade, ela também disse que sempre me amaria, ainda as vi poucas vezes durante esses meus anos aqui, mas sempre escondido, o velho nunca vai me aceitar, mas agora com esse acidente, eu preciso vê-la, e ele não vai me impedir, iria ficar la até que ela acordasse, mas tinha minhas responsabilidades aqui e também queria muito lhe ver – falou envergonhado, pois sabia que aquilo era um egoísmo pessoal - Ficar la estava acabando comigo, não teve um dia que não fiquei triste e me senti um inútil, ainda fiz Tao se envolver em problemas quando me ajudou a ver a mana, mesmo assim ele ainda ligou hoje para avisar que ela acordou.

Viu a ansiedade de Chan, ele com certeza ficaria angustiado e ansioso até que pudesse ir sábado.

- Vai para lá dirigindo? – perguntou, mesmo que já soubesse a reposta – Quantas horas?

- Não é tão longe, fica ao norte daqui, mais perto do que a praia – viu o olhar ameaçador de Kyung – Duas horas e meia.

- Quer morrer idiota? Dirigiu naquele estado que saiu daqui para sua cidade sozinho por mais de duas horas de viagem? – queria muito bater no ruivo, mas não era isso que ele precisava agora, pegou o celular, foi para a cozinha e ligou para Baek, depois para Jongdae, viu o olhar de Chan lhe acompanhando durante toda a ligação – Vou com você sábado, todos nós, desculpa toda a intromissão Chan, mas não ta sozinho agora, tem a mim, tem aos seus amigos, não falei nada do seu pessoal e eles nem perguntaram detalhes, olha no grupo.

~ Grupo “Os melhores” ~

Baekin: Gente, sábado, passeio, carro de Channie disponível, viagem não planejada, volta só no domingo, alguém mais a fim?

Kai: Channie hyung, vai ser muito legal.

Chen: Carro de Suho também disponível, então mais vagas.

Sehunie: Channie hyung, estamos com você.

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Tinha outras mensagens após essa, mas aquilo já era demais para seu estado emocional que estava um bagaço, tinha os melhores amigos, olhou para o moreno a sua frente, nada, não conseguia dizer nada.

- Eles só aceitaram Chan, Baek estava com Jongin e os dois concordaram sem perguntar, sem nem um mais, só perguntaram pelo horário, a mesma coisa com Jongdae e Junmyeon, parece que Sehunie já ficou sabendo também, mas não duvidava de que ele iria e mesmo que nenhum deles fosse eu ia com você – corou ao dizer aquilo, nunca fora tão impulsivo ou ousado, mas queria mesmo estar com ele, sabia que o ruivo precisava disso.

Sentiu a lágrima cair quando ouviu as palavras do moreno, depois sorriu e sem conter puxou Soo para si e o beijou, Kyung ficou surpreso no início com aquele selar de lábios que durou alguns segundos, mas assim que Chan resolveu avançar e tornar o beijo mais íntimo cedeu espaço, e o beijo se tornou mais quente, entrelaçando as línguas, ambos ansiosos por sentir um o gosto do outro, conteram um pouco a falta de ar, não queriam interromper ainda, haviam esperado muito por isso, até que já não dava mais e o ar se fez necessário, o ruivo puxou Kyung para seu peito e o abraçou e assim ficaram, em silêncio, esperando a respiração normalizar ao máximo, e diminuir todas as sensações maravilhosas que os dois sentiram durante o beijo, o moreno ouvia o coração acelerado do mais velho e isso o acalmava mais ainda, não era só o dele que estava tão descompassado, o silêncio foi quebrado.

- Muito obrigada por tudo Soo – era só o que conseguia dizer, ainda mais depois de ter simplesmente o beijado, ato que ainda o deixava atordoada, por mais que tinha sido ele que o fez, ter finalmente os lábios de Soo fora algo incrível, então tinha noção do quão bobo estava naquele momento, distraído olhou o horário, já eram quase meia noite, mesmo não querendo precisava deixar seu baixinho descansar e ficar ali agora iria fazê-lo querer mais beijos – Acho bom ir embora, já está muito mais tarde do que imaginava.

O ruivo levantou, mas sentiu seu braço sendo segurado, Kyung estava corado, mas fitava Chan.

- Fica aqui hoje, está muito tarde de qualquer jeito e sei que sua ansiedade não diminuiu ainda – viu o sorriso do ruivo e ele indo lhe abraçar, sorriu junto.

- Posso dormir na mesma cama que você Soo? – perguntou ousadamente já esperando a recusa.

- Pode – respondeu calmo, com certeza estava envergonhado, mas sua necessidade de ter o ruivo próximo naquele momento era maio do que qualquer coisa, depois soltou do abraço e segurou o riso ao ver a cara surpresa do mais alto – Mas se tentar alguma gracinha te esquartejo.

Chan riu com a ameaça, mesmo acreditando que era completamente verdadeira, mas agora parecia tudo normal, como era para ser e também não havia o constrangimento pelo beijo, o que acalmava seu coração mais ainda e lhe deixava mais feliz do que podia acreditar.

- Nada de gracinhas – disse feliz - Vamos comer a torta então? Sabe o quanto queria come-la, adoro chocolate, ainda mais quando é você quem faz.

Corou, mas gostou do elogio, o acompanhou na mesa, conversaram e brincaram como sempre, e mesmo com alguns selinhos roubados pelo ruivo, o clima não ficou estranho e sim só mais leve, nisso foram dormir muito mais tarde do que planejaram, dormiram abraçados, sem qualquer malícia, acordaram tarde e atrasados, mas ambos foram para a faculdade, ainda mais por Chanyeol que acumulou faltas, a sexta ajudou e passou rápido e agitado, assim Kyung fugiu das perguntas dos amigos, ainda mais por não tirar o sorriso estampado no rosto, Chan também parecia melhor do que no dia anterior, mas tinha motivos para tanto, mesmo que a situação familiar ainda não tivesse mudado.

- Não adianta mais fugir Do Kyunsoo esse seu sorrisinho na cara não mente, dormiremos na sua casa hoje, certo Jongdae? – o moreno concordou rindo – Estaremos lá daqui a uma hora e meia, avisarei no grupo que o ponto de encontro para sairmos amanhã será no seu apartamento.

Baek saiu sem dar tempo de ninguém discordar – Deixou ele sem as notícias é isso que da Kyungin, então nos ature, até mais tarde – Jongdae falou sorrindo e se despedindo do amigo.

Sorriu ao se ver só, já esperava por aquilo, por isso já sabia o que faria para acalmar a fera que chamava de amigo Byun Baekhyun, ao chegar em casa foi que viu seu celular, sorriu pelas várias mensagens que tinha de Chan, conversou por um tempo com ele, mas logo avisou que os amigos dormiriam ali e que precisava acalmar Baek, arrumou o quarto, escolheu uns filmes que os amigos gostavam, devia isso a eles também, fazia um tempo que não tinham mais feito coisas assim, foi para a cozinha e fez pipoca e inúmeros doces, pois o castanho era uma abelhinha nata, adorava doces e ainda mais se fosse chocolate, nessa hora lembrou de Chanyeol, ele também gostava de doces, sorrindo resolveu tirar uma foto de tudo pronto e mandar para o ruivo.

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Chan: -.-, tem mais o que fazer não é? Fica ai fazendo inveja, vou querer algo assim feito só para mim também.

Soo: Até melhor Chan, um dia faço, tem tempo para isso.

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Largou o celular quando ouviu a campainha, ao abrir a porta logo teve seu apartamento invadido pelos amigos que carregavam mochilas para o dia seguinte e ainda sacolas com bebidas.

- Como parece que amanhã não vai ser tão fácil para você Kyungin, vamos todos encher a cara – Jongdae falou e Kyung arqueou as sobrancelhas, imaginando o quanto eles sabiam.

- Jongin e Sehun conversaram com a gente hoje, ninguém entrou em detalhes, mas parece que a família de Channie é complicada – Baek falou, mas ainda com um bico no rosto.

Sorriu ao ver a cara do amigo e foi abraça-lo – Nem fica com essa cara Hyunii, sabe que eu ia contar tudo para vocês, não escondo ou fujo dos meus melhores amigos, vem – falou puxando os dois pelo braço - Fiz várias coisas para essa noite e sim vamos encher a cara.

Baek sem resistir sorriu, não estava chateado com o amigo, até porque tudo tinha acontecido no dia anterior, Kyung contaria para eles, estava mais era preocupado, aquela noite ali seria de conforto para o amigo, sorriu mais um pouco ao ver tudo o que o amigo havia feito, pela quantidade de doce, muito tinha sido pensado em si, abraçou seu amigo.

- Você realmente sabe ser fofo Kyungin, e fazia anos que não me chamava assim – Baek falou ainda abraçado ao amigo e vendo o sorrir, podia ser tímido e nem sempre tão expressivo, mas Kyung, dos três, era o melhor em ser carinhoso e cuidadoso, ele só não sabia disso – Agora vamos, desembuche e conte o que rolou ontem, tudo de quente também.

- Ah não esqueça detalhes sim e também nos diga de uma vez sua relação com Channie – Jongdae falou já no sofá abrindo as bebidas para todos.

Kyung contou tudo, tirando a parte pessoal da vida do ruivo, todo o resto que havia acontecido entre eles, até sua declaração vergonhosa, sem esquecer dos detalhes, claro que os amigos surtaram, ainda mais Baek quando o moreno havia dito que tinham dormido juntos ali, por fim beberam, comeram, beberam mais um pouco e conversaram muito, quando resolveram assistir algum dos filmes aguentaram chegar nem na metade, caíram no sono no chão do quarto.

Chan não ficou tão surpreso ao ver Sehun e Jongin na sua casa no início da noite, já imaginava que iriam bater ali para saber como estava, conversaram besteira, pediram pizza.

- Porque já as habilidades de cozinha ficaram toda com nossos namorados mesmo? - Jongin perguntou comentando, após receber uma foto de Baek, que estava ele e os amigos com um monte de comida ao redor, mostrou aos amigos – Adoro pizza, mas parece que eles estão tendo um banquete.

Os três riram do comentário – Teve mais do que isso que mostra na foto, olhem essa aqui, parecemos mais miseráveis ainda – Chan mostrou a foto que Soo havia mandado mais cedo para si.

- Nossa isso que é fazer inveja para gente – Jongin comentou – Dá nem para acreditar que Kyungsoo fez tudo isso sozinho.

- Kyung hyung sempre foi do tipo exagerado – Sehun comentou rindo – Tirou sorte grande mesmo com seu parceiro hein hyung? Kyungin é a melhor pessoa.

Chan sorriu – Sei disso, sei mesmo.

Jongin e Sehun se entreolharam e sorriram, mas logo o loiro mais velho assumiu um semblante sério.

- Ficará tudo bem em irmos amanhã hyung? Não queremos piorar as coisas com sua família e lhe deixar tenso ou preocupado conosco.

- Fiquei melhor depois de saber que vocês vão, então darei um jeito de que fique tudo bem sim Jongin, vou resolver tudo amanhã e depois nos divertiremos por lá, que nem antigamente e claro com nosso novo caçulinha, Tao irá adorar o Sehunie.

- Vou gostar de conhecer a cidade de vocês hyungs e seu primo também, apesar de tudo acho que esse final de semana será legal.

Chan sorriu, sentia se mil vezes melhor agora, realmente ter amigos assim era muito bom, Jongin sabia de sua história desde que haviam se conhecido no ensino médio e se tornado amigos, foi ele que o convenceu a fazer prova para faculdade fora dali, Sehun conheceram no primeiro dia no campus, hoje o caçula já sabia que a situação da família era complicada, mas não os detalhes, mesmo assim, não lhe questionava, os dois o apoiaram sempre, Soo acertara completamente em chama-los, precisava lembrar que não estava só, ficaram conversando até todos caírem no sono na sala mesmo.

O ruivo foi o primeiro a levantar, sentiu as costas doerem pelo mal jeito que havia dormido e acabou sorrindo pelo pensamento de que estava velho ter lhe atingindo, viu os amigos, Jongin dormia apoiado nos braços que estavam em cima da mesa de centro, havia dormido basicamente sentado, Sehunie havia sido mais esperto e estava estirado no tapete do chão ao lado da mesa de centro, ele notou que havia dormido largado encostado no sofá, parou de vaguear e arrumou a bagunça que tinham feito, depois foi tomar seu banho e ajeitar sua mochila para a viagem, sentiu se ansioso novamente, enquanto estava em seu quarto arrumando as coisas ouviu um som de despertador e barulho na sala, os amigos pareciam ter acordado, mas nem precisava se preocupar com os mesmos, eles conheciam aquela casa melhor do que ele se duvidasse, não havia preparado e nem planejado nada ainda para o que fariam, precisava pensar nisso no caminho, afinal não podia simplesmente deixar os amigos na mão e não os arrastaria para tão longe para que somente se preocupassem consigo.

- Acorda Channie, se ficar viajando ai perderemos a hora – Jongin falou parado na porta do quarto – E afinal madrugou hoje foi? Agora que são sete horas.

- Parece que sim – disse sorrindo o melhor que pode – Mas vamos, combinamos de encontrar o resto do pessoal as sete e meia na casa de Soo.

Jongin se aproximou, semblante de preocupação e ansiedade não era algo comum de se ver no rosto do amigo.

- Hyung, não precisa se preocupar tanto, estaremos lá com você e depois que resolver tudo iremos nos divertir – viu o loiro sorrir para si.

- Pois é, estou arrastando todos vocês e nem sei o que faremos ainda, na verdade ainda nem sei como vou resolver meu problema em um dia só – suspirou finalmente – Fiquei três dias inteiros lá da última vez e não consegui nada.

- Sobre o que faremos lá e como ficaremos não precisa se preocupar, eu, Baek, Sehunie e Jongdae conversamos sobre isso ontem e estávamos pensando no que faríamos, então só precisa se concentrar na sua família, e dessa vez vai sim conseguir algo, sempre tem ajudado a gente hyung e pensado em nosso melhor, agora é nossa vez, depois que resolver tudo iremos nos divertir.

Chan conseguiu sorrir, parece que eles haviam pensado mais para a frente do que imaginara, viu o caçula encostado na porta os observando e rindo.

- Eu realmente tenho os melhores dongsaengs do mundo – viu os dois alargarem o sorriso – Agora vamos, se não nos atrasaremos.

Com a mente um pouco menos pesada, Chan dirigiu para o apartamento de seu baixinho, como não viram o carro de Junmyeon resolveram subir e ver os outros, estranharam que ao chegarem na frente do apartamento tocaram a campainha um milhão de vezes e ninguém atendera, resolveram ligar para os celulares e só chamava.

- Será que aconteceu algo? – Sehun perguntou mais para si mesmo depois de dez minutos na frente da porta.

- Baekin atendeu – Jongin falou, mal contendo sua aflição, colocou no viva voz – Alo? – perguntou e silêncio - Baekin?

- Jongin? – os três perceberam a voz sonolenta, Jongin corou e os dois riram com as palavras seguintes – Que foi gato? Sonhando comigo também?

- Ah Baekin, não diz que ainda estão dormindo, estamos aqui na frente já – Jongin falou extremamente vermelho, seguiu um minuto de silêncio até ouvirem o grito de Baek, que foi ouvido até mesmo sem ser pelo telefone.

– PUTA QUE MERDA, CARALHO...

Jongin desligou porque conseguiam ouvir o castanho xingando e acordando os outros de onde estavam, Chan sorriu ao ouvir a voz irritada e arrastada de Soo brigando com Baek para que parasse de falar palavrão e xingar, depois de um tempo ouviram o click da porta se abrindo e Jongdae os mandando entrar, não os cumprimentou logo, pois estava no telefone, era visível a cara amassada de que o moreno tinha acordado agora e mesmo assim sorria, desligou o telefone e se virou para os recém chegados, ou não tão recém imaginou pelo horário.

- Jun já chegou também com Yixing, já estão subindo.

Chan olhava ao redor e havia uma bagunça por ali, latas de cerveja para tudo que era lado, pratos sujos.

- Parece que a festa aqui foi boa hein – o ruivo comentou sorrindo, queria vez seu baixinho, devia estar fofo com a cara de bravo e meio sonolento.

Jongdae alargou o sorriso – Foi mesmo, bebemos demais, Kyung e Baek com certeza estarão de ressaca, o que nos deixa um Kyung bravo e um Baek enjoado – o moreno falou no seu estado animado de sempre - E já que estamos atrasados ajudem na limpeza, Kyungin não lembra que deixamos a sala nesse estado, então ele com certeza só sairá daqui depois de arrumado.

- E eu que achava que só Baek que era abusado – Sehun falou rindo, vendo Jongdae gargalhar enquanto saia para se ajeitar.

Os três se entreolharam e resolveram realmente ajudar, Chan que era o mais familiarizado com o local tomou a liderança da coisa, Junmyeon e Yixing logo chegaram e ajudaram, depois de tudo arrumado, ainda esperaram na sala por uns dez minutos, até os três aparecerem.

- Bom dia – Baek falou ainda sonolento – Ninguém fale um ah sobre nosso atraso – disse meio de mal humor.

- Relevem a chatice de nosso Baek, como eu disse enjoado pela ressaca e também ele detesta ser acordado, mas pior que isso ele odeia se atrasar, então está se sentindo culpado – Jongdae falou calmo, enquanto Baek lhe lançava um olhar ameaçador, sorriu – Vamos logo gente, já ficamos muito por aqui.

Seguiu para o lado de Junmyeon que deu um selar rápido e sorriu para o moreno.

- Isso que dá ficarem enchendo a cara – Chan bagunçou e os outros rirem – E você nem parece de ressaca Jongdae.

- Sou mais forte para bebidas que os dois, eu, Junmyeon e o pessoal do dormitório bebemos vez ou outra – explicou.

- Como Jongdae avisou que iriam beber, eu e Yixing trouxemos uns remédios, querem? – Jun perguntou sorrindo, mas ainda um pouco preocupado com os que considerava amigos agora também – Não é bom viajar sem tomar nada.

- Dois para mim – Kyung se pronunciou pela primeira vez – Ficar logo dopado se não arranco a pele do Byun.

Todos sentiram a ameaça e olharam para Baek que tinha se encolhido atrás do namorado e Jongdae ria, o moreno explicou o que rolou enquanto o baixinho tomava o remédio.

- Baek acordou nosso Kyungin da pior maneira possível, aos gritos e ainda quase caiu por cima dele, e em vez de se desculpar o besta foi dizer que a culpa era do Kyung.

- E claro que acordou o Satansoo – Chan falou brincando e nem percebeu quando Kyung se aproximou dele dando uma cotovelada em sua lateral – Ai, porque já sempre sou eu no final que apanho? – todos riram da cena, o ruivo se virou ousadamente e abraçou Soo, surpreendendo o mesmo e todos os outros também quando fez isso e em seguida deu um belo beijo no seu baixinho, que estava extremamente fofo – Deveria ser melhor comigo agora que sou seu namorado não?

Aquelas palavras fizeram Kyung corar ao extremo, mas também ver o quanto Channie havia sido fofo naquele momento, o fazendo até esquecer sua raiva pelo modo que foi acordado, esquecendo a dor de cabeça da ressaca e por milésimos de segundo esquecendo como se deveria respirar normalmente, ouviu os amigos bagunçando ao redor, que foi quando voltou a realidade, corou mais um pouco e baixou a cabeça.

- Idiota – foi só que conseguiu falar, e viu que o ruivo havia sorrido para si.

- É muito amor – Junmyeon falou, já que ele era o mais velho do grupo, sentia se responsável pelos outros, e ainda que os conhecesse a pouco tempo, já os considerava muito, claro que ainda tinha o fato de serem amigos de seu namorado, sua paixonite desde que se tornaram companheiros de quarto há três anos – Mas acho bom irmos logo, temos um tempo de viagem ainda e já estamos atrasados.

- Jun tem razão, já passamos por todo o drama e romance necessário – Jongdae comentou ainda rindo.

O clima serviu para aliviar toda a tensão que se seguia pelos verdadeiros motivos daquela viagem, todos saíram do apartamento e seguiram para seus carros, mesma formação de antes, com a diferença de que por terem dormido pouco, Baek expulsou o namorado para o banco da frente e puxou Kyung para ficar atrás consigo, o castanho tinha toda a intenção de fazer o moreno dormir consigo para não pensar tanto no caminho da viagem.

- Achei que o Kyung ia te bater Baek – Chan disse fazendo bico, após o castanho anunciar que Soo iria atrás com ele para dormirem.

- Kyungin me ama demais para me bater – Baek disse abraçando o moreno que sorriu para si – Ele já me perdoou, e como precisamos descansar mais um pouco ele vem comigo, e também Jongin parece bem acordado hoje, lhe fará companhia.

E ninguém mais pôde retrucar, pois o castanho não deixou, Kyungsoo achou fofo o bico de Chanyeol, mas ainda assim aceitou ir atrás com o amigo, tanto para castigar um pouco o ruivo, quanto para realmente descansar, e como pensavam, em menos de dez minutos de viagem os dois capotaram. Jongin olhou os dois e sorriu, notou a preocupação no namorado com o amigo, ele havia dado uma breve ideia do que Kyung enfrentaria na casa de Channie e na hora o namorado se dobrou de preocupação pelo amigo, adorava cada vez mais todos os lados de Baek, a forma como era fofo, mas também sexy, exagerado e ainda assim tímido, se via cada mais perdido e afundando nos próprios sentimentos por ele.

Channie viu Jongin muito calado e hora ou outra se virava para observar os dois, sendo mais especifico o castanho do qual chamava de namorado, sorriu com aquilo, o sorriso bobo e o olhar apaixonado do loiro o denunciava totalmente.

- Você parece realmente envolvido Jongin, geralmente você não deixa chegar a esse ponto – o ruivo falou atraindo a atenção do loiro – Está feliz?

- Eu nem pretendia deixar chegar a tanto, mas parece que Baekin simplesmente não me deixou fugir – disse sendo sincero com o amigo, afinal já eram próximos há muitos anos, o ruivo lhe conhecia bem demais para mentir para ele, seria o mesmo que mentir a si próprio – E estou muito feliz, e sabe não é só por causa do Byun, é por você, por Sehun, pelos amigos que acabamos fazendo no trajeto, as coisas parecem mais divertidas agora e mesmo com problemas, juntos sinto que fica mais leve, temos mais apoio, mesmo que seja apenas uns dos outros.

Sorriu com a resposta do loiro – E esse apoio é o que precisamos, faz bem em não fugir do que sente Jongin, sempre fiquei preocupado que vocês vissem que relação nenhuma para mim dava certo e ligassem isso a vocês.

Jongin sorriu, Channie podia sempre parecer bobo e infantil, mas se preocupava mais do que demonstrava e com o tempo ele viu isso, Sehun também o entendeu logo – Nós dois só não achávamos justo com você, mas ainda assim acreditávamos que você conseguiria hyung, ser feliz como merece, afinal ninguém nunca abate o nosso Happy vírus.

Os dois riram, e mais uma vez seu dongsaeng o acalmava, olhou pelo retrovisor seu baixinho que dormia tranquilamente, ele havia trazido mais felicidade para sua vida, estava enfrentando coisas que antes fugia, relações, família, melhorando seus laços de amizade, trazendo novos amigos, seu Soo era o melhor amuleto da sorte.

No restante da viagem os dois foram conversando coisas aleatórias e até cantando, uma hora se empolgaram tanto que acabaram por acordar os dois de trás, que logo entraram no clima de animação que estavam, assim que entraram na cidade vizinha o silêncio se instalou automaticamente, Jongin e Baek logo começaram a conversar para que o clima melhorasse.

- Hyung vai direto para minha casa, de lá a gente dá um oi para os meus pais e depois vamos para a casa do Tao, ele ainda mora sozinho? – Jongin perguntou – Estava pensando se ele nos deixaria dormir por lá, senão falo com meus pais.

- Ah faz muito tempo que não vejo sr e sra Kim, deixa eu ligar para o Tao e já pergunto logo, se não der não ficaremos com seus pais, podemos ficar em algum hotel ou algo assim – Chan falou enquanto discava para o primo.

- Espera, ir na casa de seus pais Jongin, significa conhecer os sogros? – a cara de Baek fez todos rirem – Devia ter me avisado isso antes baby, e se não gostarem de mim?

- Não tem como não gostar de você seu chatinho – Kyung falou bagunçando os cabelos do castanho que riu com o ato.

- Só uma coisa Baekin, a sra Kim é uma mulher muito ciumenta quando se trata do filhinho precioso dele – Chan comentou após sair da ligação, rindo ao ver Jongin corar – Tao tem dois quartos extras, mas que todo o povo pode dormir por lá, só é se ajeitarem no espaço que tem.

- Menos mal, já estamos quase chegando em casa – Jongin se virou para o namorado que parecia mesmo nervoso, sorriu com isso – E não liga para o Channie amor, meus pais irão adorar você, tenho certeza.

- Ihh, acho que agora eu to no lugar errado – Kyung falou e os outros riram.

Segundos depois Chanyeol estacionou na frente da casa dos Kim’s, com o carro de Junmyeon parando atrás do ruivo, logo todos desceram e seguiram atrás de Jongin e Chanyeol que era o mais familiarizado ali, os pais do loiro de pele amorenada ficaram surpresos e maravilhados com a visita, abraçaram com vontade o filho e Chan também, que era quase um filho deles também, conforme dizia a sra. Kim, amistosamente foram todos convidados a entrarem, Jongin apresentou todos os amigos e ainda seu namorado, que mesmo sem jeito no inicio logo voltou ao seu normal pelo modo como era tratado ali e os conquistou rapidamente, o ruivo sentiu saudade dessa familiaridade, suspirou se afastando um pouco do grupo para que não percebessem, mas Kyung notou como o mais alto ficara, ele com certeza queria ver a mãe, se aproximou de Baek e Jongin e falou que precisavam ir, ao menos ele e o ruivo, os dois negaram o pedido de irem só, até por que ainda tinham que ir até Tao, então se despediram dos pais do Jongin, que fez o filho prometer mais visitas, ainda mais com o namorado, Chan foi o último a se despedir e recebeu encorajamento da mãe do amigo, uma vez que ela conhecia sua mãe, aquilo aqueceu seu coração e aumentou sua força de vontade.

O ruivo foi andando em direção ao carro, mas antes de entrar puxou Soo para um abraço, adorava ter o baixinho entre seus braços, para si era a melhor sensação do mundo.

- Obrigada Soo, sei que foi você que os chamou para irmos – sentiu o abraço ser retribuído, quando se afastou e fitou seu moreno se surpreendeu com o ato do mesmo, que o beijou rapidamente, nada mais que um selar, mas ainda assim foi um ato que o ruivo gostou muito, já que foi iniciativa de seu baixinho.

- Não precisa agradecer, só não esqueça que estou com você – corou, mas ainda assim segurou a mão do ruivo e foi em direção ao carro, aquela ousadia só tinha mesmo com Chan.

Sorrindo e inexplicavelmente feliz seguiu para o carro, e durante todo o curto percurso para a casa de Tao ficou segurando a mão do seu baixinho, assim que chegaram lá sentiu se ficar tenso novamente, mesmo com toda a ajuda e apoio que tinha ali não conseguia evitar como ficava, mas nem por isso deixou de sorrir e agradecer ao primo, apresentou todos os amigos, tirando Jongin que esse já conhecia, como a turma parecia se enturmar fácil não foi surpresa Tao já estar à vontade com todos ali.

- Gente desculpa, já está na hora do almoço, mas ainda não fiz nada – Tao falou após olhar o horário – Até tem comida para fazer, mas não sou bom nisso, só enchi a geladeira porque Channie hyung disse que vinha com mais pessoas, mas eu mesmo faço estrago na cozinha.

- Como você e Chan sobreviviam aqui sendo que nenhum dos dois cozinha? – Kyung perguntou sentado em uma das pontas do sofá enquanto acariciava os cabelos do ruivo que havia se sentado a sua frente no chão.

- Enlatados era nossa vida Soo,  e sabe Tao mora sozinho porque quer, a família dele em si é rica e lhe dá tudo que quer, por isso tem uma casa tão grande e nem sabe cozinhar – Chan respondeu rindo, se permitiu ficar por ali aproveitando mais um tempo com os amigos, até porque seria inconveniente ir até sua casa nesse horário – E então gente, o que será?

- Nossa vez de assumir – Baek falou levantado do colo do namorado, puxando Jongdae que estava recostado no ombro de Jun ao seu lado e Kyungin que estava no outro sofá – Vamos que também não faço nada só para esse monte de boca.

- Seu namorado é uma figura Jongin – Tao comentou enquanto seguia o castanho com o olhar despertando o lado ciumento do loiro.

Depois de um tempo na sala enquanto os seis conversavam, estranharam a demora na cozinha e Sehun que era o caçula abusado, apesar do jeito tímido inicial, foi até lá ver o que faziam, mas logo voltou para a sala chamando todos para verem a cena que vira, e curiosos seguiram o loiro, três de cada lado do vão que dava passagem a cozinha ficaram observando os três que cozinhavam em sincronia e cantando ainda, Kyung foi o primeiro a notar os outros ali, corou com isso e parou de cantar.

- Já está pronta a comida gente, só precisam arrumar a mesa – o moreno falou vermelho, o que fez Chan avançar até ele e o abraçar.

- Com você comigo até esqueço tudo ao redor, Soo, você é muito fofo e sempre surpreendente – disse sussurrando no ouvido do namorado, Kyung adorava essas ações de Chan, sempre lhe faziam bem.

- Ah sem pegação aqui hyung – Sehun falou brincando – Assim a gente perde a fome.

- Do jeito que é esfomeado Sehunie, duvido – Baek comentou bagunçando com o loiro - Ainda mais com esse banquete que preparamos para vocês, e Taochi tinha muita coisa boa na sua cozinha, foi fácil preparar tudo isso – o castanho se surpreendeu quando sentiu o namorado lhe abraçando por trás e sussurrando no seu ouvido, fazendo o ficar muito vermelho.

- Fácil por que você é incrível gato – Jongin falara uma verdade, mas também para provocar o namorado.

Chan riu com o ato possessivo e claramente ciumento do amigo, não recriminava, ele mesmo faria algo assim.

- Ah se vai ficar todo mundo de pegação aqui – Jongdae falou se aproximando de Junmyeon que já sorria e o puxava para um abraço e um beijo.

- Não quero ficar de fora então – Sehun sorriu e se aproveitou da situação para tascar um beijo em Yixing, todos bagunçaram e fizeram algazarra, já que aquela era a primeira vez em si que os dois se beijavam na frente de todos.

Todos riram, mas logo foram cortados por Kyung – Vai esfriar se não comermos logo, então, parem de se pegar e podem avançar.

Tao observava todos e sorria, parecia que o primo estava em boa companhia agora, era uma turma divertida e agitada, o que era bom visto quanta coisa ele já havia passado, sentiu o coração apertar um pouco, imaginou que fosse só por ver tantos casais ali e ele estar só, sorriu com a desculpa horrorosa que arrumara para si próprio, se afastou devagar do grupo para que ninguém percebesse e seguiu para o banheiro para lavar o rosto, se assustou quando viu o namorado de seu primo na sala.

- Não era para estar comendo com os outros Kyungsoo? – perguntou sentando ao lado do moreno.

- Vim atrás de você, vi quando saiu e fiquei aqui lhe esperando – Kyung finalmente virou seu olhar para Tao, sorriu ao vê-lo corando um pouco, tinha percebido o carinho dele por Chan assim que chegaram ali, claro que bateu insegurança e ciúmes, ainda mais quando lembrava que já haviam morado juntos, e ficou obvio que ele gostava de Chanyeol quando o ruivo havia apresentado a si como seu namorado, só não sentiu antipatia pelo rapaz, pois vira que ele era muito gentil com todos e só queria o bem do ruivo, não podia fazer muita coisa referente ao passado, afinal ele veio antes na vida de Chan – Na verdade eu só queria agradecer por tudo que tem feito por Chan, e pelo quanto cuidou dele.

Tao sorriu, parece que seu primo tapado nunca percebera durante anos, mas o namorado sim, isso significava muita coisa, e a principal era do quanto Kyung gostava do hyung, isso o alegrou – Fico feliz que agora ele tem a você para cuidar dele – riu um pouco alto quando viu o menor corando muito – Dá para entender porque Channie se apaixonou, você é muito fofo – disse enquanto acariciava os cabelos do moreno e nessa hora o ruivo entrou na sala e ficou parado observando a cena.

- Ya Zi Tao, nem ouse dar em cima do meu namorado – Chan falou sério, mesmo que fosse seu primo, puxou protetoramente Soo para seus braços, e o olhou – E você, não deixe que fiquem lhe tocando assim – falou fazendo bico, mas ainda de forma autoritária, estranhou ao ver Tao gargalhando e Kyung corando mais ainda.

- Vocês fazem um bom casal – Tao estava de certa forma aliviado, vendo Channie tão bem e feliz o libertava um pouco de seus sentimentos e Kyung parecia ser o certo, só faltava ver o primo se livrando das dores da família – Agora hyung era uma boa hora para irem, talvez consiga ver tia Park antes do titio impedir – já havia passado da hora do almoço, então a mãe deveria estar no quarto descansado a essa hora.

- Você tem razão – olhou para Soo que concordou com a cabeça – Vou deixar a chave do meu carro aqui, entrega para Jongin tá? Vamos a pé já que é tão perto, cuide dos outros para mim Tao, certifique-se de que eles se divirtam certo?

- Não se preocupe, eles ficarão bem – Tao respondeu sorrindo – Boa sorte lá.

- Obrigada Tao, até depois – falou sorrindo para o primo e já se virando para a porta, mas parou vendo Soo se curvar para Tao.

- Obrigada de novo, por tudo – Kyung falou e viu o sorriso do moreno para si.

Tao sentiu novamente o aperto no peito, mas dessa vez ele realmente podia respirar aliviado e até feliz, nunca vira o primo tão bem e feliz, ouviu barulho e bagunça na cozinha, sorriu, era melhor se juntar aos outros.

Kyung seguiu ao lado do mais velho, que caminhava em silêncio e olhava para frente, não quis interromper o silêncio, pois sabia que naquele momento várias coisas passavam pela mente do ruivo, mas ainda assim achava estranho o clima, afinal quando estava com ele sempre se tinha risadas e barulho ao redor, nunca o silêncio, queria mais que tudo que ele pudesse resolver logo todos esses problemas para voltar a sorrir e ser o Chanyeol de sempre, aquele pelo qual foi conquistado, sua mente parou de vaguear quando sentiu sua mão ser segurada e apertada firmemente, virou seu olhar para o mais alto.

Chan sorriu quando sentiu o olhar do baixinho em si, sabia que teria sua atenção com aquele ato – Se importa? Vou enlouquecer se não me apoiar em algo – com essas palavras sentiu Soo apertar sua mão de volto, sorriu mais um pouco – Obrigada.

Kyung baixou o rosto que sabia estar avermelhando, não conseguiu controlar a felicidade que lhe invadiu ao ouvir aquelas palavras, pela primeira vez, em sua opinião, alguém queria apoiar em si, ele servia para apoiar alguém importante para si.

Ainda de mãos dadas, os dois seguiram o caminho em silêncio por mais alguns minutos, até Chanyeol parar em frente a uma casa de dois andares, com um pequeno jardim florido na entrada, Kyung analisou a casa, era bonita, simples, mas com certeza parecia aconchegante, de repente lembrou da sua própria, quando voltassem ligaria para os pais e agradeceria por tudo, uma vez que sempre teve a compreensão deles, as vezes que discutiram era porque toda família faz isso, mas não teve recusa quando assumiu ser homo, só tornou sua mãe mais protetora e seu pai mais compreensível, até porque seu irmão mais velho era hetero o suficiente pelos dois, o único momento em si que viu sua mãe chorosa, seu pai cabisbaixo e até o irmão um pouco triste foi quando anunciou que iria se mudar para fazer faculdade longe dali.

Com as lembranças de sua família voltou seu olhar para o ruivo que apenas olhava estático a casa a frente, como se também estivesse perdido em memórias, nessa hora Kyung não podia falar nada, pois sua situação familiar era diferente, não podia nem dizer para ele que entendia sua dor, pois estaria mentindo e mesmo sabendo disso não queria estar em outro canto que não fosse ao lado dele, com esse pensamento apertou mais um pouco a mão do mais velho, atraindo a atenção dele para si.

- Não importa o que se passe aqui Chan, vou continuar do seu lado – o ruivo ouvia as palavras sendo proferidas de forma baixa, mas calma.

Aquilo o fez sorrir abertamente e tomar a atitude e coragem que faltava, acenou com a cabeça mostrando que tinha ouvido as palavras do menor e adentrou o portão de ferro, passando pelo jardim de entrada e parando em frente a porta, sem perder tempo dessa vez tocou a campainha, logo os dois ouviram um “Já vai” vindo do lado de dentro.