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História Um dorama real - A não sul coreana


Escrita por: MizuKim

Notas do Autor


Os capítulos seguem uma ordem cronológica dos fatos acontecidos, espero que gostem.

Capítulo 2 - A não sul coreana


Fanfic / Fanfiction Um dorama real - A não sul coreana

A uma semana eu não conseguia dormir direito, acordava constantemente durante a noite, com a sensação de algo subindo na minha perna e uma queimação no braço. Minha pele ardia. Pensava sobre os motivos e as coisas que não se encaixavam na história. O que aquilo poderia ser verdade? Eu lutei contra eu mesma para não fazer o que estou prestes a tentar, mas a curiosidade e a dor me corroíam por dentro.

Levantei, liguei meu computador. Comecei a ler sobre a Coreia, como era aquele país inusitado, que eu só ouvia falar sobre guerras e nas olimpíadas com medalha garantida no tiro ao alvo. Levei uma madrugada toda, tirando minhas dúvidas sobre aquela região e sua cultura. Algumas coisas faziam sentido, alguns hábitos passados pela minha avó, acho que Park KyunHyun teve mais influência sobre nossas vidas do que eu imaginava. Por um breve momento, eu entendi os sentimentos do seu Silveira, mas ainda assim, haviam muitos buracos nessa história.

Coreia me parecia um país legal, devido as circunstâncias, não estranhei a cultura, e aos poucos, a cada pesquisa eu fui me convencendo. Me sentei a frente do espelho e então me olhei, enquanto via a foto de uma cantora coreana através do reflexo.

-Vocês se parecem. Quem é?  - Lucas estava parado na porta do meu quarto, me olhando.

-Uma cantora sul coreana. – O olhei bem.

- Ual, a gente deve ter uma descendência asiática distante. – Me assustei com a colocação. Será que ele sabe de algo?

-Por que você acha? – Sorri sem graça enquanto ele entrava e sentava ao meu lado, de frente para o espelho.

-Temos olhinhos puxados. – Ele analisava. – Me chamam de japa na escola, mesmo eu dizendo que a vó é portuguesa. – Metade da família do nosso pai é portuguesa.

- Já me perguntaram uma vez... – E eu não liguei. 

- Puxamos a mãe. – Ele sorriu. – Ainda bem, pessoal da família do pai é feio.

-Não deixe ele ouvir isso. – Disse a mãe abrindo a porta e entrando. – O que estão fazendo?

- Admirando nossa beleza! – Disse brincalhão olhando nos três no espelho. – Mãe, a gente tem descendência asiática? – Incrivelmente gelei com a pergunta.

-Não sei! – Ela olhou confusa para o espelho. – Talvez!

-Talvez? – Indaguei rapidamente.

- Já vi sua avó conversando com um homem asiático várias vezes, ele ia lá em casa quando éramos crianças. Talvez ele fosse da família. – Ela ainda se olhava no espelho, arrumando o cabelo.

-Ela nunca disse nada? – Perguntei tentando fingir normalidade.

-Não. Não consigo lembrar o nome dele... Park alguma coisa. – Ela ria e eu gelava. – Eu chamava ele de Tio Parque de Diversões, ele sempre foi bom com a gente, principalmente comigo e com as meninas. – Ela parecia recordar de uma lembrança boa da infância, e aquilo me doeu.

-Ele ainda é vivo? -  Perguntou Lucas.

-Não! Ele morreu em um acidente de carro, lembro que a mãe ficou muito abalada, mas não levou a gente no funeral. – O que realmente tinha acontecido? Aquilo tudo parecia história de filme, eu estava em um filme. – Mas acho que ele era apenas amigo da família mesmo. – Ela sorriu e se direcionou a porta. – Vim pra avisar que fiz café, seu cafezeiro! – Ela bagunçou o cabelo do meu irmão e saiu.

-O que você acha? – Ele me perguntou.

- Por que? – Hesitei. 

- Acho que ele pode ser da família, sei lá. – Ele se levantou.

-É, pode ser...

 

*

 

Eu estava indo mal na escola, não estava conseguindo me concentrar direito. Devido ao choque, passei mal algumas vezes durante as aulas e tive que ser dispensada. Eu não era muito querida pelos alunos, e depois de ser repreendida na sala por um professor, todos os alunos se voltaram contra mim. Minha escola era diferente, fazia curso técnico juntamente com o ensino médio, por isso, entrava de manhã e só saia as 18hrs. O que exigia mais matéria e mais horas de estudo quando chegasse em casa.

Naquele dia, havia quatros aulas no laboratório, e os alunos eram deslocados de um bloco a outro do campus. No intervalo, os alunos desceram em fila para o pátio, e no meio da fila, senti alguém me empurrando, me fazendo cair da escada e bater a testa contra o portão de ferro. Não sei bem o que aconteceu, fiquei no estado meio desacordada e vendo vultos, estava no laboratório do curso de enfermagem quando recuperei os sentidos.

-O que aconteceu? – Perguntei a enfermeira enquanto me sentava, sentindo um curativo na testa.

-Disseram que você tropeçou no cadarço e caiu da escada. – Só que não.

- Ah, então foi isso! – Falei sem graça.

-Fizemos uns exames, você está com anemia, não deveria nem vir para escola. Você não sente nada? – Neguei com a cabeça. – Eu vou te mandar para esse medico, pra ele te analisar e te dar um atestado. – Me entregou um papel. – O que você está sentindo, esta pálida! – Ela colocava a mão na minha testa.

-Só tontura.

-Vou falar com sua diretora de turma, para te liberar.

Após receber a liberação, desci as escadas da enfermaria e encontrei uns alunos da minha turma fumando.

-Você tá bem Anna? Deveria ter cuidado com o cadarço! – Leticia ria enquanto dava uma tragada no cigarro.

- Devia olhar o seu! – Apontei o dela desamarrado. – A Regina tá livre! – Sorri de lado.

- Ei ... – Ela assoprou a fumaça na minha cara. – Amanhã tem mais!

- Pois se prepare! – Sai, agradecendo por esta doente e não ir amanhã.

Ela me atormenta desde o dia que entrou nessa escola, não sei o motivo. A única pessoa que ainda fala comigo, é a Andreia, pois temos gostos em comum, mas ela fala mais com a Leticia do que comigo, e eu não ligo. Depois de aparecer umas meninas que gostam de K-pop na escola, várias pessoas pararam pra perguntar se eu era descendente de coreanos, e aquilo me incomodava, pois eu realmente gostaria de esquecer. A semelhança com a tal cantora coreana, realmente não havia me ajudado.

Infelizmente, para minha agonia, a pessoa que viera me buscar foi meu avô, pois meus pais não poderiam me buscar. Ao entrar no carro, ele pareceu satisfeito em ver meu estado, parece que ele realmente sabia que ele era a causa daquilo. Olhar aquele sorriso pelo espelho, me deu enjoo, e minha respiração começou a falhar.

-Se você passar mal, não vou te levar no médico! – Foi a única coisa que ele disse, e passou o resto do trajeto todo assobiando o hino nacional. Aquilo parecia tortura, tentei fechar os olhos para não olhá-lo, mas a sensação das aranhas e do corte retornaram, e meu incomodo era visível. Propositalmente, ele diminuirá a velocidade do carro, deixando a viagem ainda mais desagradável.

Quando ele parou na porta de casa, a minha única reação foi sair correndo e tentar abrir o portão o mais rápido possível. Eu pude ver o carro desaparecer na rua, e uma breve sensação de alivio surgir, mas a náusea aumentava.

-O que ouve? – Lucas veio correndo ao notar meu desespero para abrir o portão. – Você tá pálida menina! – Ele me amparou e minhas pernas fraquejaram.

Ele rapidamente me levou ao quarto e tirou meus sapatos.

-Vou pegar uma agua para você! – Ele saiu preocupado, e eu não vi quando ele retornou.

 

*

 

O médico havia me dado atestado de três dias, mas devido a piora passei um mês afastada da escola. Minha mãe me levava várias vezes no medico, e ele alegou distúrbios psicológicos que elas já imaginavam que existiam, mas minha mãe insistiu que nada de mais havia acontecido. Passei mais duas semanas afastada, até minha diretora de turma aparecer, sugerindo uma transferência de escola, pois eu já havia reprovado por faltas na grade do curso técnico. Meus pais aceitaram, e então entrou o período das férias.

Despreocupada com a escola, pude parar e refletir sobre minhas condições. Meus pais não estavam muito bem sinceramente, os dois haviam recebido corte no salário devido à crise, e algumas regalias como tv por assinatura e plano de saúde tiveram que ser cortadas. Quando eu ia, obrigada, a casa do meu avô, ele sempre encontrava uma forma de me torturar psicologicamente, além do mais, era um fardo ter que esconder da minha família o que eu havia descoberto. Então tive uma ideia. Eu quem deveria começar a chantageá-lo e não ele a mim, pois eu não estava mais aguentando. Se é medo de ser descoberto que ele tem medo, então vou esfregar na cara de todos o que ele quer tanto esconder. Eu decidi ali, virar uma típica garota sul coreana. 


Notas Finais


A garota representada pela Park Shin Hye, neste capítulo possuía 16 anos, hoje, com 20, sua vida deu uma drástica reviravolta que ainda ira ser narrada aqui, mas ate hoje, as consequências deste acontecimento ainda são diárias.


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