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História Um estrangeiro em Paris - Silêncio


Escrita por: camieroux

Notas do Autor


Olar, minha gente! ♥

Aqui estou eu com mais um capítulo. Vocês quiseram muito matar o Camus no anterior? Espero que só um pouquinho.
Hoje não tenho muito a dizer por motivos de ocupada com trabalho/faculdade e não betei direito, então perdoem os erros.

Agradeço imensamente a todas e todos que escreveram pra mim! É sempre incrível ler a opinião de vocês! Obrigada também pelos favoritos marotos e brilhantes!
Nos vemos nas notas finais.

Boa leitura! ♥

Capítulo 16 - Silêncio


Fanfic / Fanfiction Um estrangeiro em Paris - Silêncio

Milo levantou cedo no dia seguinte. Apesar de dizer para si mesmo diversas vezes que iria superar, que era apenas sua primeira paixão, não havia sido uma situação previsível e simples. Se bem que, em toda a sua vida, nenhum apaixonado lhe dissera que era fácil amar alguém.

Não tomou café devido ao estado precário de seu estoque de mantimentos. Não que fosse um desleixado, apenas não tinha as condições necessárias para armazená-los. Sua geladeira não esfriava o bastante, levando à perda dos alimentos mais sensíveis. Os que ficavam no armário tinham que ser perfeitamente embalados, pois havia mofo em quase todos os cantos.

Retirar os fungos também não adiantava, pois graças aos vazamentos nas tubulações de água eles sempre retornavam.

O grego tomou um banho parcialmente quente, vestindo-se no próprio banheiro para aproveitar a temperatura do cômodo e saiu, arrepiado, para abraçar a segunda-feira.

Desceu pelo parco elevador, cumprimentou o porteiro Jean e deixou sua casa com certo pesar. Queria passar o dia inteiro na cama.

Decidiu por não tomar café na Sorbonne, ou correria o risco de esbarrar em Camus. Seria impossível evitar ter qualquer contato com o francês, afinal de contas ele era seu orientador. Mas era possível deixar as coisas menos difíceis.

Parou em uma das lanchonetes próximas à estação de metrô do bairro, retirando as luvas de couro cedidas pelo professor para comer um lanche gorduroso. Estava mais saudoso, lembrando de sua confortável vida na Grécia, com pais nem sempre presentes, mas com a quantidade de dinheiro que quisesse.

Milo não era hipócrita. Sabia que dinheiro fazia diferença. Porém ele estava cansado de se sentir tão sozinho e nisso o dinheiro não poderia colaborar.

Apertando o gorro contra as orelhas, o loiro pagou seu lanche e foi ao banheiro lavar as mãos antes de recolocar as luvas.

Se olhando no espelho, ficou mais satisfeito ao se ver banhado pela cor do bronze. Seus olhos cor de dia refletiam mil céus diferentes. O nariz, típico grego, também se destacava, afilado e imponente, lhe dando uma expressão forte, masculina. Girou o rosto em um gesto narcisista e presunçoso, olhando cada detalhe sobre a parca luz. Percebeu que havia se esquecido de fazer a barba e cogitou deixá-la crescer. Precisava de uma mudança em sua vida para conseguir deixar algumas lembranças para trás. Estava acostumado demais à rotina de Camus.

Por fim recolocou as luvas e soltou uma das alças da mochila. Aprendeu que não deveria entrar no metrô com seus pertences onde não pudesse vê-los, ou correria o risco de ser assaltado.

Ganhou as ruas da periferia de Paris com uma mão no bolso da frente do jeans e a outra segurando firmemente a alça da mochila. Sentia saudades do quente dia anterior.

Abaixou o rosto, afundando o queixo no grosso cachecol preto em uma vã tentativa de se aquecer mais. Pelos deuses, como detestava o frio! E agora, frio o lembrava dele...

Ótimo, cada pensamento, por mais variado que fosse, o levava até ele. Por que o ruivo não poderia simplesmente desaparecer?

Desceu as escadarias para o metrô sentindo o celular vibrar na mochila, mas não o pegaria ali. Esperou o metrô pacientemente, pensando em seu dia. Assistiria as aulas pela manhã, como de costume e a tarde não teria como escapar dos estudos com o francês. Tentaria propor que as horas de leitura fossem feitas individualmente, assim se encontrariam menos. Estar próximo a Camus não o ajudaria em nada, então iria tornar tudo puramente acadêmico.

Após entrar no vagão cinzento, Milo verificou que ainda haviam lugares vagos, cortesia para quem sai de casa antes. Sentou-se com a mochila no colo e verificou o celular, vendo uma mensagem de Afrodite.

“Bom dia, Miluxo. Chegou bem?”

Apesar de só ter recebido pela manhã, a mensagem datava ter sido enviada na noite anterior. De duas uma: ou Afrodite ainda não sabia de nada, ou Milo não havia encontrado apenas um aliado, havia encontrado um amigo. Sorriu e decidiu responder.

“Cheguei, e você?”

Fuçou distraidamente no celular até ser respondido pelo sueco.

“Meu deus, Uxo. Por que acorda tão cedo?”

“Desculpe se te acordei, minha internet tá falhando e só recebi sua mensagem agora de manhã”

“Tudo bem. Como você está?”

Agora sabia que Afrodite se referia à Camus. Por mais que o sueco amasse o ruivo, nesse momento Milo soube que a amizade que eles tinham era verdadeira.

“Estou um pouco desanimado, Dite. Mas eu vou superar, sabe?”

“Isso mesmo, Elsa!”

“Elsa?”

Let it go, Miluxo!”

– Puts, Dite. – Pensou em voz alta, rindo baixinho.

“Mas e então, o que achou dos meus irmãos?”

A conversa perdurou até o grego alcançar o centro de Paris e ser obrigado a se dirigir para a Sorbonne.

 

Camus chegou na lanchonete preocupado em dar com o grego. Pediu seu café rapidamente e subiu até a sala comum dos professores. Sabia que não seria procurado, mas decidiu não arriscar. Estava instável e confuso demais. Quando não queria ser encontrado bastava ir para locais públicos, onde normalmente sua presença não era esperada.

Alguns colegas de trabalho chegaram e, apesar de não se pronunciarem, olharam desconfiados para o turista naquele local.

Carlo chegou após algum tempo. Serviu-se de um café forte feito pelo pessoal dos serviços gerais e foi se sentar com o cunhado.

– Bom dia, Camus.

– Bom dia, Mask.

– Sinto muito pela briga. – Bebericou seu café quente, aspirando a fumaça que exalava do copo de plástico.

– Não sinta, eu estava precisando ouvir algumas coisas há algum tempo. – Camus fez o mesmo com seu café com creme enquanto rolava a tela de e-mails no celular.

De repente, o francês deu um pulo na cadeira, engasgando-se com o café.

– Ei! – Carlo deu algumas batidinhas nas costas do cunhado – O que houve?

Camus corou ao perceber os pares de olhos dos outros professores sobre si. Se recompôs e compartilhou com o italiano o que havia lido em sua caixa de entrada.

– Tenho uma viagem marcada com o Milo para Amsterdam no final dessa semana.

 

O loiro chegou cedo e sentou-se no pátio em frente a sala de aula. Pouco tempo depois Marin se portou ao seu lado na grama.

– Bom dia, Sr. Eu Não Gosto De Noticiar Meus Amigos! – Disse sorrindo.

– Bom dia! – Sorriu de volta– Desculpe não ter dado as caras esse fim de semana.

– Honestamente eu achei que você tivesse morrido naquela festa. Shina me contou o tanto que você passou mal.

– Pois é, eu também achei que tinha morrido. – Lembrou-se de sua própria reação ao acordar abraçado com o francês.

– Foi o Camus quem te buscou, não foi?

Apenas concordou com um sinal de cabeça enquanto a amiga se aprumava para continuar.

– Do jeito que ele é certinho deve ter brigado horrores com você.

– Brigou mesmo. Mas é igual pai, sabe? Você acha que ele vai te partir ao meio com um cinto, quando na verdade ele te alimenta e te coloca para dormir.

Viu a ruiva rir.

– Não imagino o Camus deixando um aluno dormir na casa dele. Ele deve estar se achando um mártir por ser um professor orientador.

– Acredito que sim. – Milo concordou pesaroso.

Pouco tempo de conversa depois outros alunos chegaram e se juntaram aos amigos. Afrodite não apareceu, mas havia convidado o grego para o almoço.

Camus surgiu pouco tempo depois, vendo seu pupilo no pátio sorrir com outros alunos. Lembrou-se de alguns anos atrás, quando ainda era um estudante de filosofia recebendo beijos ousados naqueles mesmos corredores. Porém esse tempo havia passado e era a vez do grego de ter seus momentos universitários. Ajeitou a gravata sobre a blusa social e abriu a porta da sala.

– Vamos entrando, garotos. – Ficou do lado de fora, segurando a porta de modo a dar passagem para os alunos que entravam. Quando foi a vez de Milo passar por si, recebeu um aceno de cabeça e um sorriso cortês como cumprimento.

Após todos os estudantes estarem em seus devidos lugares, Camus se juntou a eles na sala, fechando a porta atrás de si. Subiu no palco de madeira e rumou para a sua mesa, depositando seus pertences. Nesse meio tempo os alunos já haviam engatado em novas conversas, o que não foi diferente com grego.

Respirando fundo e tentando esquecer, Camus começou sua aula. O objetivo de hoje era criar uma discussão tão grande que seus alunos se odiariam mutualmente até o final do horário.

 

Ao final do horário todos os alunos guardavam seus pertences enquanto comentavam o quanto haviam gostado da aula. O professor instigou até obter bons argumentos de todos os grupos, tornando difícil decidir quem tinha a razão devido à qualidade da argumentação.

Por sua vez, Camus pensava se deveria ou não chamar Milo para o almoço. Decidiu que cortar a rotina de repente era uma atitude deveras infantil e esperou que o aluno passasse por sua mesa para convidá-lo.

– Milo, espere.

Viu o grego fitá-lo de modo interrogativo.

– Podem indo, encontro vocês lá fora. – Disse para o grupo de amigos que o acompanhava e virou-se para Camus.

– Você já tem planos para o almoço? – O ruivo perguntou hesitante.

– Na verdade eu ia almoçar com eles. – Apontou com o polegar para a porta, por onde seus amigos haviam saído.

– Ah sim, tudo bem. Nos encontramos que horas?

– Pode ser por volta de 14h?

– Pode sim, te esperarei em minha sala.

– Combinado. – O grego enfiou as mãos no bolso do moletom fechado que usava e saiu da sala, deixando Camus sozinho.

O francês cogitou chamar alguém para o almoço, talvez Carlo. Por fim desistiu. Sempre havia sido um homem solitário, mas Milo fez questão de destruir esse hábito sem qualquer resquício de arrependimento. Agora a solidão se fechava sobre seu peito com uma força lacerante.

Saiu da sala retirando um novo maço de cigarro da mochila lateral. Precisava fumar.

 

Camus almoçou no Crème fraîche, indo logo em seguida para a Sorbonne. Estava cedo e tinha certeza que Milo só chegaria no horário, então decidiu por abrir o e-mail de seu pai e verificar o horário de saída do trem para Amsterdam, assim como o horário de check in no hotel.

Temia que o grego desistisse de lhe acompanhar, o que significava problemas para Afrodite. Seu pai não fazia nada por bondade, sendo tudo uma relação de trocas, garantindo contribuição mútua. Eles precisavam representar Raul na festa para que o sueco fosse indicado aos contatos privilegiados que o pai do ruivo possuía.

Ao abrir o site do hotel para verificar a partir de qual horário eles poderiam fazer o check in, Camus aproveitou para verificar o estado do quarto em que ficariam. Desejava arduamente que o apartamento tivesse duas suítes. Contudo, ao verificar os dados da reserva, se deparou com duas camas de solteiro, lado a lado, no mesmo quarto.

Bufou, fazendo com que sua franja levantasse. Ainda teria um tempo até Milo voltar do almoço, então resolveu ligar para o hotel e solicitar um quarto com duas suítes.

Andava pela sala de um lado para o outro, conversando com o atendente em um inglês rápido.

Após muito tempo de discussão inútil, pediu para que pudesse dialogar com o gerente, em uma vã esperança de resolver seu problema.  Os funcionários do hotel alegavam que haviam outros quartos com duas suítes, mas que já haviam sido reservados. O francês solicitava ser informado caso houvesse alguma desistência de última hora, porém o pedido era contra as regras do hotel, já que outros clientes já haviam mostrado um interesse prévio.

Com o gerente, Camus conseguiu que a exceção fosse quebrada. Os outros clientes que insistissem como ele. Agora faltava apenas avisar Milo, mas ainda estava receoso de que o mesmo não aceitasse devido as condições impostas.

Ao olhar o relógio na parede, Camus percebeu que o aluno poderia chegar a qualquer instante. Havia perdido muito tempo em uma discussão praticamente inútil. Quando batidas firmes soaram em sua porta, o ruivo respirou fundo antes de permitir que Milo entrasse.

– Pode entrar.

– Oi, Camus. Boa tarde. – Entrou e fechou a porta atrás de si. Abaixou-se em frente à escrivaninha que lhe fora cedida, separando os materiais de estudo da tarde.

– Boa tarde, Milo. Poderia se sentar, por favor? – Indicou a poltrona em frente a sua mesa com a mão em riste – Tenho um assunto para tratarmos antes dos estudos de hoje.

– Claro. – O grego se levantou hesitante. Não fazia ideia do tema que a conversa seguiria. Sentou-se na cadeira e apoiou os livros no colo, encarando o mais velho com atenção.

– Você se lembra que fomos convidados a representar o meu pai em uma festa em Amsterdam que ele não poderá comparecer? – Começou.

– Lembro sim. – Milo respondeu sentindo-se mais tranquilo.

– Você ainda irá querer me acompanhar? Como te disse fim de semana passado, o trem sai sábado pela manhã e a festa ocorrerá a noite. Voltaremos no domingo.

Apesar de não admitir nem para si mesmo, Camus estava apreensivo. Desejava muito a companhia do aluno, mas seu coração esperava uma recusa.

– Claro, é pelo Dite. Irei sim. – Disse convicto.

– Ótimo, lhe encaminharei os e-mails referentes à viagem. – Viu o aluno fazer menção de se levantar – Mais uma última coisa, ficaremos em um quarto com duas camas de solteiro, mas já estou providenciando para que cada um tenha a própria suíte.

Milo achou aquilo ridículo. Se Camus quisesse evitá-lo, era melhor o dispensar como aluno orientado. Esquivar-se a tal ponto era uma atitude demasiadamente infantil.

– Camus, eu não me importo, será apenas uma noite, não se preocupe tanto com isso.

– Entendo, é só que eu achei que você se importaria de dividirmos o mesmo quarto.

Nesse momento o grego se sentiu ultrajado. Entendera de primeira que o ruivo não nutria sentimentos recíprocos aos seus, não precisava ser tratado como um jovem doce e iludido.

– Então você ainda não me conhece, Camus. – Disse seco.

O ruivo teve a sensação de estar engolindo uma pedra. Não acertava uma e a resposta que recebera de Milo havia sido muito bem merecida.

– Me desculpe, então. – Pediu de forma polida e sincera.

– Tudo bem. Onde vamos estudar hoje? – Mudou de assunto.

– Pensei no Le Chaos. A biblioteca está começando a encher.

O grego concordou com a cabeça e ambos ganharam os corredores rumo ao estacionamento.

 

Por volta das 19h, Camus sugeriu que ambos trocassem os notebooks, assim poderiam ver em qual passo andava o trabalho do outro.

O ambiente estava à meia luz e a música folk estadunidense soava baixinho. Na área de café muitos jovens se reuniam para conversar e comer guloseimas do confeiteiro da casa. Reservados em um canto de leitura, aluno e professor sentavam-se em uma mesa de madeira que combinava com as paredes rústicas e acolhedoras.

– Milo, você realmente escreve muito bem. Estou impressionado. – Disse após ler alguns trechos do documento do aluno.

– Obrigado, mas ainda assim não está bom o suficiente. – Mantinha uma expressão cabisbaixa.

– Por que diz isso? – Perguntou enquanto subia a armação dos óculos com o indicador.

– Por que não consigo escrever em uma linguagem de artigo científico.

Camus parou por um momento. Era uma verdade. O francês fazia as pesquisas, resenhava em pedaços esporádicos de papeis e o aluno os organizava em uma leitura fácil e dinâmica. Após ler o produto didático de Milo, Camus tinha mais facilidade em organizar seus artigos.

Não que o ruivo fosse desorganizado, mas seu padrão de escrita era inteligível somente a si. Tanto que o grego tinha que ler as resenhas de Camus com a bibliografia utilizada ao seu lado. Além disso, nas partes de dedução, Milo sofria para entender o raciocínio, tendo que recorrer ao orientador incontáveis vezes.

– Bom, podemos nos dedicar a isso, o que me diz? Já adiantando uma conversa que teríamos futuramente, eu tenho planos para você, Milo.

Viu os orbes azuis cor de mar lhe mirarem curiosamente. Sorriu internamente e continuou.

– Eu iria te propor que começasse seu trabalho de conclusão de curso mês que vem. Contudo seria um trabalho diferente. Como você estará comigo durante todo o último semestre – e isso lhe renderá codinome em todos os artigos que eu lançar até lá, minha ideia é que você publique o seu próprio, com a tese que desejar. Em compensação, eu irei me dispor para o que você precisar. – Sorriu levemente.

– Camus, isso é incrível...

– Mas? – Levantou uma sobrancelha.

– Mas eu não sei se consigo.

– Eu tenho certeza que consegue. – Mirou o aluno de modo confiante.

– Queria ser tão bom quanto você pensa que eu sou. – Sorriu – Mas o que quer dizer com estar disposto a me ajudar?

– Quero dizer que se você precisar de uma bibliografia, eu arrumo, se precisar de visitar determinado lugar, eu lhe levarei. Essas coisas...

– Camus, eu não sei como te agradecer por essa oportunidade. – Transbordava felicidade.

– Pode me agradecer tomando um sorvete comigo, que tal? Pelos deuses, vamos encerrar por hoje! – Camus esboçou um sorriso tímido, ambos estavam exaustos.

– Quem sou eu para recusar sorvete em plena segunda feira? – Riu gostosamente, gesto que encheu o coração do professor de carinho. Camus faria o possível para ser relevante no futuro brilhante reservado à Milo.

– Vou buscar, então. Tem algum sabor de preferência? – Arrastou a cadeira para trás e se levantou.

– Chocolate, sempre.

Camus acenou com a cabeça e foi em direção à cafeteria.

Parou em frente ao pequeno frigobar onde continham os pequenos potes de sorvetes, mousses e doces gelados. Analisou os sabores através da porta de vidro escolheu um sorvete de biscoito com caramelo para si e um de chocolate com frutas vermelhas para Milo.

Quando estava no caixa, olhou contente na direção da mesa de ambos e viu que o aluno conversava sorridente no celular. Seu semblante se fechou imediatamente.

– Muito obrigado, tenha uma boa noite. – Agradeceu à moça do caixa e foi ao encontro do grego.

– Eu estou terminando aqui, para onde devo ir? – Milo disse ao telefone.

Camus se sentou desconfortavelmente. Sabia que uma hora ou outra o loiro o deixaria para curtir a Cidade Luz. Entretanto, se achava perfeitamente preparado para tal.

Puro engano.

Depositou a pequena colher de plástico transparente sobre a tampa do pote de sorvete de chocolate. Empurrou o conjunto delicadamente na direção do aluno, que acenou com a cabeça em agradecimento enquanto ouvia as instruções do local para onde partiria.

Camus abriu o próprio sorvete enquanto observava Milo sorrir ao telefone.

– Tudo bem, nos falamos mais tarde. – Desligou o aparelho – Obrigado, Camus! – Agradeceu animado, rondando o vasilhame com curiosidade – O que são essas coisas? – Apontou para os pedaços avermelhados entre seu chocolate.

– Frutas vermelhas. Você vai gostar. – Disse tentando esconder o desânimo no ato de tomar seu sorvete distraidamente.

– Parece ótimo! – Já ia abrir seu pote quando foi interrompido pelo francês.

– Milo, podemos encerrar por hoje. Se quiser ir, fique à vontade. – Sentia-se pesado ao pronunciar tais palavras. Não queria que ele fosse embora.

Muito menos Milo queria ir.

O grego preferia passar o resto da noite ao lado de Camus, mas deveria ir. Ficar não ajudaria em nada em sua decisão de superar o que sentia.

– Tudo bem, então eu agradeço. Nos vemos amanhã depois do almoço? – Sugeriu. Não que tivesse companhia para a refeição, só queria cortar os momentos de companhia do professor.

– Combinado.

Era impressão sua ou havia um misto de tristeza e resignação na expressão de Camus? Bom, a decisão final havia sido dele, não é mesmo?

Milo juntou suas coisas na mochila e saiu com o pote de sorvete na mão.

– Obrigado, Camus. Até amanhã! – Disse antes de sumir pelo estabelecimento.

O grego sentiu o vento frio de Paris na calçada enquanto cometia o erro de se virar para trás. Pode ver o professor sentado só através da vitrine. Camus cruzou os braços sobre a mesa e mirava o sorvete sem tocá-lo. Não tinha gosto de nada.

 

Milo acordou atrasado no dia seguinte devido ao encontro divertido que tivera na noite anterior. Havia saído com Shina e uns amigos da Letras, História, Filosofia e Ciência da Informação. Afrodite não havia comparecido e Milo foi informado que depois de Carlo o sueco havia diminuído sua frequência nas reuniões.

Com a companhia da belíssima italiana, Milo conversou e bebeu boa parte da noite. Descobriu algumas coisas sobre o “Camus aluno” que os professores da filosofia comentavam esporadicamente em suas aulas e se recriminou por estar contente em ouvir falar dele.

A artista plástica ofereceu que o loiro passasse a noite com ela, convite que havia sido recusado.

– Deixemos para amanhã, pode ser? Hoje não tenho roupas nem nada. – Disse levemente alterado pela cerveja.

– Pode ser. – A morena lhe sorriu lindamente e Milo sentiu ânsias de beijá-la. Com o raciocínio lento, assustou-se ao perceber que, ao contrário de Camus, poderia realizar seu desejo.

Inclinou-se delicadamente, roubando um selinho. Se afastou alguns centímetros, mirando-a. Ambos sorriram e repetiram o toque, aprofundando o contato em um beijo.

Respirando com dificuldade por beijar alguém “pós-Paris”, “pós-Camus”, Milo se sentiu sentimentalmente alterado. Seu coração batia descompassadamente e o francês simplesmente dominava sua cabeça. Apesar dos pesares, conseguiu deixar o local onde estava e chegar seguro em casa.

Havia acordado com dores de cabeça e a velha sensação de ressaca. Havia sonhado com Camus.

Não tomou café da manhã e seguiu direto para a academia. O almoço foi solitário no Crème fraîche antes de se encontrar com o professor. Milo foi apresentado à Biblioteca Nacional da França e estudaram até o início do anoitecer, quando chegou o momento de partir.

A quarta seguiu o mesmo modelo do dia anterior. Professor e aluno conversavam bastante, porém o estritamente necessário para que o trabalho rendesse. Nada de conversas paralelas ou sobre o cotidiano.

Camus estava tendo uma nova experiência. Sentia-se incompleto ao ir para casa cedo, sentia-se triste por comer sozinho, ler sozinho, até mesmo por dormir sozinho. Mas essa foi a vida que escolhera, deveria se acostumar. Além disso, ainda havia o ciúme infundado que sentia ao ver o aluno com a italiana ou com outras pessoas.

Milo, por sinal, conheceu inúmeras pessoas, inúmeras repúblicas e pubs de Paris. Conseguira voltar a viver a vida que possuía na Grécia, tendo a sensação de finalmente começar a pertencer àquele lugar. Gostar de Camus deixava sua vida confusa, precisava se libertar.

Às vezes, no meio da noite, o grego se pegava pensando no francês. O que havia visto nele? Talvez o fato de Camus ser uma pessoa extremamente acolhedora, doce e gentil, apesar de parecer frio e insensível. Talvez seja o fato de se sentir importante, útil, ao lado dele.

Bebia e ria enquanto se policiava para que seus pensamentos não retornassem ao professor.

 

Na quinta feira, Milo chegara a escola junto com Shina e ficaram conversando preguiçosamente nas Belas Artes até o grego se lembrar de conferir o horário para o início da aula.

Se atrasou, sendo repreendido duramente por Camus na frente de todos.

– Achava que ser aluno orientado do ruivão tinha privilégios, mas depois do jeito que ele falou com você eu agradeço muito por ele ter me recusado. – Sussurrou Marin ao seu lado enquanto o francês discursava sobre o palco com maestria.

– É só impressão minha ou ele está mais azedo hoje? – Milo sussurrou de volta.

– Não diria azedo... – Pensou um pouco com o indicador sobre o queixo antes de continuar – Diria triste.

Milo o mirou atentamente, considerando o que lhe foi dito. Precisava desconversar para que seu próprio bem-estar fosse mantido intacto.

– Naaaa, acho que azedo mesmo.

A ruiva riu do comentário, fazendo com que a atenção do francês se voltasse para a dupla.

– Posso saber do que vocês estão rindo? – Perguntou de forma fria. Todos na sala se voltaram para eles.

– Não é nada, professor Sivan. Desculpe interromper sua aula. – Milo se prontificou em responder.

– Quer dizer novamente.

– Como? – Perguntou surpreso, abrindo os olhos azuis sem compreender.

– Quer desculpar-se por interromper minha aula novamente, não é mesmo? – Se referia ao atraso no início da aula.

– Me desculpe por interromper sua aula novamente, professor Sivan. – Disse cínico em desafio.

– Estará perdoado caso consiga recompensar a turma por suas interrupções. Poderia argumentar sobre o que eu acabei de falar? – Levantou uma sobrancelha, sorrindo ladinamente.

Milo engoliu em seco, sentindo o orgulho queimar. Não fazia a menor ideia do assunto que o francês acabara de abordar.

– Não, não posso. – O olhou com revolta, para a satisfação do francês.

– E se eu facilitar para você? Não precisa ter uma opinião, pode apenas dissertar sobre. – Retribuiu o cinismo. Ouvia-se risadas baixas pela sala.

– Não, professor Sivan. Também não consigo dissertar sobre. – As risadas aumentaram.

– Muito bem, mas saiba que me ter como orientador não lhe traz conveniências. Eu não cobro presença, então se você e a senhorita ao lado quiserem conversar, podem se retirar sem maiores problemas.

A dupla concordou e Camus prosseguiu com a aula.

Após o término da manhã, Milo rumou para a frente da sala onde Carlo lecionava, local onde havia combinado de encontrar com Afrodite. Ouviu o italiano xingar a turma de um modo cruel, assustando-se em seguida. O namorado do melhor amigo era uma pessoa completamente amável fora do ambiente de sala de aula e implacável dentro dele.

Viu uma aluna ler seu texto em frente a sala enquanto tremia e soluçava.

– Cruel, não?

Milo se assustou com a voz que surgiu ao seu lado, vendo o sueco subir o cós do jeans antes de se juntar a ele no gramado.

– Ele está chamando a menina de burra na frente de todo mundo! – Disse indignado, apontando para dentro da sala.

O loiro ao seu lado apenas riu.

– Vou vingar os alunos dele hoje. – Disse enquanto abria a mochila e mostrava uma coleira em seu interior. Levou o indicador delicado à boca em sinal de silêncio e piscou, divertido.

Milo gargalhou gostosamente.

– Como você conseguiu sair com esse cara? À primeira vista vocês não tem nada em comum!

– Agora você me ofendeu! Você quer dizer como ELE conseguiu sair comigo. – Levantou a cabeça, orgulhoso.

– Você o recusou? – Perguntou incrédulo.

– Diversas vezes!

– Como?

Milo ria do inesperado. Porém, antes que o sueco lhe desse uma resposta, algo chamou sua atenção: uma mulher belíssima em um vestido curto colado ao corpo perfeito passou pelo corredor a sua frente. Longos cabelos castanhos, seios pesados, pernas definidas e esbeltos saltos altos completavam o cenário.

Vestia-se nobremente, com certeza não seria uma aluna. O grego estava hipnotizado pelo som que seus sapatos faziam enquanto andava. Salto alto era um ponto a favor das mulheres.

– Milo, querido, feche a boca! – Afrodite riu enquanto subia o maxilar do outro com os dedos.

– Por Atena do Olimpo, quem é aquela mulher? Preciso saber! – Milo segurou a mão em sua face com força, ansioso.

– Ela não é da sua laia, Uxo, sinto muito.

– Como assim? – Se virou afobado para o amigo – Todas são da minha laia. – Sorriu sedutor.

– Confesso que você quase tem razão. Mas essa moça aí só tem olhos para uma pessoa, e infelizmente essa pessoa não é você.

– Se eu não faço o tipo dela, quem mais faz? – Jogou os cabelos para trás, convencido.

– Aquele ali faz. – Apontou na direção em que a mulher havia tomado. Ao longe ela se encontrava animadamente com um homem ruivo, retribuindo um abraço apertado em sua cintura fina.

Milo observou em cena completamente incrédulo. A bela moça abraçava Camus!

Os alunos de Carlo armaram uma enorme algazarra na porta ao serem liberados, impedindo o grego de interrogar o amigo que só sabia rir.

Ao ver seu amado, o italiano andou até onde os dois loiros estavam, sorrindo apaixonadamente.

Amore mio, como foi sua manhã? – Ajudou ambos a se levantarem da grama macia.

– Foi ótima! – Estava se divertindo imensamente com a situação.

– Milo vai almoçar com a gente? – Perguntou sem entender, olhando para o grego.

– Vai sim, mas estou rindo por outro motivo.

Antes que Carlo pudesse perguntar sobre o que ambos falavam antes de sua chegada, a voz de Camus pode ser ouvida por entre as dos alunos.

– Dite, Mask! – Possuía uma mão levantada para chamar a atenção e a outra entrelaçada nos dedos delicados da mulher recém-chegada.

Todos três se voltaram para o francês.

– Sa, amiga! – Afrodite se adiantou para abraçá-la e foi prontamente correspondido.

“Sa?” Milo pensou, levantando uma sobrancelha.

– Oi, Saori. Quando tempo! – O italiano a abraçou após o namorado – Seja bem-vinda de volta.

– Obrigada, Mask!

Saori esboçou um sorriso cristalino, fato que emburrou Milo instantaneamente. Ela era ainda mais perfeita quando sorria.

– Sa, esse é o Milo, meu aluno orientado.

A novata se virou na direção do grego, levantando a cabeça para mirá-lo nos olhos.

– Pelos deuses, Camus... – Disse perplexa – Não achei que viveria para presenciar esse dia! É um prazer enorme conhecê-lo, Milo.

– Pois é, você me deixou e veja só o que aconteceu: sou professor orientador em tempo quase integral. – Camus sorriu.

Uma risada gostosa escapou dos lábios de Saori.

Camus havia sido deixado por esta mulher? Era isso mesmo que ouvira? Camus estava sorrindo para ela? Milo fitava a cena com um assombro imensurável.

– Bom, além de trazê-la para vocês matarem a saudade, vim aqui para falar com você, Milo. – Camus se virou para o grego – Hoje passarei a tarde com a Saori, te ligo para combinarmos melhor sobre a viagem. Tudo bem por você?

O loiro estava sendo dispensado.

– Claro, sem problemas. – Disse convicto, sem demonstrar que havia sido mordido pelo ciúme.

– O Milo é irmão dos seus futuros clientes. – Camus voltou-se para a morena.

– Você trabalhará para os gêmeos? – O loiro perguntou sem nada entender.

– Sim. Seus irmãos querem voltar para a promotoria grega e indiquei Saori para ajudá-los.

– Ah sim. – Tinha ouvido algo sobre isso na volta de Saint-Malo.

– Bom, estamos indo. – Disse enquanto espalmava sua mão no fim das costas bonitas da moça, guiando o caminho.

– Um prazer te conhecer, Milo. – Se virou para poder se despedir – A noite matamos a saudade, Dite!

Milo pode vê-la levantar o braço do ruivo e posicionar o dela por cima, como um casal de idosos.

– Ei, Miluxo, desemburra essa cara! – O sueco provocou.

– Vamos que eu ainda dou aula a tarde. – Carlo os apressou – Conversem no caminho.

– Quem é? – O grego perguntou ainda carrancudo.

– Ex-namorada do Camus, Saori Kido.

– E por que virou ex? – Tentava soar indiferente, caminhando ao lado do casal.

– Por que o Camus é passivo e ela ativa.

– Que?

Carlo riu.

– Saori e Camus namoraram muito tempo durante a faculdade. Mas depois ele se tornou professor e ela quis fazer fama nos tribunais. Camus é sagaz, mas nunca almejou notoriedade. Sempre se contentou em estudar e aprender. Já nossa bela morena gosta de briga de galo grande.

– E ela foi bem-sucedida? – Perguntou com duas pitadas de ciúmes e uma de inveja.

– Se foi. – O italiano completou com um assovio enquanto buscava pela chave do carro no bolso.

– Eu tenho muito dinheiro, mas por que meu pai tem muito dinheiro. A Saori se bobear tem o mesmo tanto, mas conseguiu sozinha apesar de ter uma família riquíssima.

– Ela faz o tipo independente, então? – Admirável, pensou. Contudo ainda queria não gostar dela.

– Faz. O avô dela é um gênio do Japão. Não é possível que nunca ouviu falar da família Kido.

– Kido da Fundação Kido? – Olhou boquiaberto para o amigo.

– Essa mesmo.

– Uau.

– Pois é, meu amor.

– Independente financeiramente, sentimentalmente e belíssima... seu irmão fez um péssimo negócio deixando-a ir. – Carlo interferiu.

– Camus sempre foi burro para relacionamentos. – O sueco disse desgostoso – Vejam só, desde quando uma garota do Direito com o mundo aos seus pés olharia para alguém de Filosofia?

– Ei! Não desvalorize o Camus! – Milo defendeu o professor.

– Tenho que concordar, amore. O Camus é muito bonito.

– Tanto faz, estou bravo com ele. E a Saori conseguiria a lua se quisesse.

– Fato. – O italiano concordou – Mas sobre o almoço, onde iremos? Estou dirigindo à esmo.

A partir desse momento, Milo só pensou em Camus e em o que ele faria com a morena a tarde toda para dispensá-lo.

 

– E então, o que você fez durante todo esse tempo para me superar? – Saori sorria enquanto brincava com uma taça de vinho.

Estavam a meia luz em um elegante restaurante. O som de piano ao fundo deixava o clima ameno e acolhedor.

– Vejamos, – Camus se permitiu sorrir – eu lecionei bastante, viajei bastante, estudei e escrevi bastante e agora estou orientando um aluno.

– Sobre esse aluno, de onde é? Não consegui identificar o sotaque. – Bebericou o conteúdo da taça.

– Você já foi mais astuta, Sa. – Sorriu misterioso e também sorveu de sua bebida – O nome dele é Milo...

– Grego?! – Depositou a taça na mesa e riu gostosamente – Ora, Camus, seu safado! – Olhou acusatoriamente e franziu o cenho.

– Mas o que é isso, estou sendo indiciado injustamente! – Brincou, terminando com o vinho em uma golada só.

– Pode falar, seu salafrário! Renunciou àqueles ótimos alunos, só esperando pela oportunidade de botar as mãos em um grego inocente! – Segurou a taça com a mão direita, soltando o indicador para apontá-lo em fúria para o belo ruivo a sua frente.

– Que injúria! Você está difamando meu bom profissionalismo. – Fez-se de ofendido.

– Então por que aceitou o grego gostoso? – Sorriu enigmaticamente, bebendo o resto de seu vinho e entornando a garrafa para encher ambos os recipientes sobre a mesa.

– Não diga isso tão alto! – Sussurrou envergonhado.

– Porque? Você concorda? – Analisou o silêncio do outro – Ah não! Você concorda! – Riu alto, chamando atenção dos outros clientes do restaurante.

– Saori, fique quieta. – Sussurrou enquanto sorria. Céus, como sentia falta da expansividade da morena.

– Tudo bem. – Disse após se recompor, tomando mais vinho.

– Eu aceitei por que fui vulgarmente enganado.

– Quem lhe enganou? – Sussurrou, olhando para os lados.

– O Shion, acredita?! – Entrou na brincadeira.

– Aquele carneiro velho. – Disse gesticulando com a taça em riste como se defendesse sua melhor amiga. Camus riu.

– Mas então, fui enganado de um modo vil e agora estou preso ao grego até o final do semestre. – Revirou os olhos.

– Como se isso fosse ruim. – Riu, bebendo mais vinho.

– Mas chega de falar de mim. Como você sobreviveu após ter me deixado?

– Você sabe, vê nas manchetes por aí... destruindo advogados em tribunais... – Pronunciou como se não fosse nada demais.

– Como você consegue?

– Ser a melhor? – Sorriu sedutoramente – Ou me fazer de burra e inocente para quebrar a cara dos machistas desse ramo humilhando-os publicamente?

Camus esboçou uma expressão de puro orgulho e a morena continuou.

– Mas não foi fácil te esquecer, francês. – Largou a taça, cruzando os braços sobre a mesa e apoiando os seios fartos sobre eles.

– Eu sei. – Sorriu presunçoso – Mas me conte como estão as coisas no Japão, como está Hyoga?

– Apaixonado. – Sorriu, pensativa – E você?

– Eu? – Fez-se de desentendido, sorvendo mais um gole de vinho.

– Não se faça de bobo. Comigo não, Camus. – A morena o advertiu.

Camus suspirou longamente. Buscou a resposta do âmago de seu coração.

– Eu estou perdidamente apaixonado.


Notas Finais


Pois é, esses dois pensaram demais nesse capítulo e falaram de menos...

Maaas...
GENTE A SAORI CHEGOU!

Nossa, eu amo TANTO essa mulher, mas tanto!
Ela vai ser aquela pessoa super bem resolvida sentimentalmente que vai jogar na cara de geral coisas óbvias que ninguém tem coragem de dizer. Eu a amo muito e espero que vocês sintam o mesmo em um futuro próximo ♥

“Mas, Camie, você foi muito suave com essa ex”
Gente, eu sou fraca e me falta ódio, é a vida.

Quase ninguém lembrou que o Camus “era hétero” xD
A propósito, o coiso do Surt não vai entrar nessa fanfic por que eu o odeio e desejo que ele caia no mais profundo esquecimento do fandom de cdz. Não vou dar ibope praquele trem! u.u

Muito obrigada pela sua leitura! ♥

Capítulo que vem teremos Amsterdam Parte I, espero que vocês gostem c:
Se tiver um tempinho, escreva pra mim, eu não mordo :3

Beijinho de borboleta pra todxs vocês!


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