História Um felino em minha vida - Lucy, o gato rosado e o gato negro.

POV LUCY.

Será que dias de paz não podem aparecer na minha vida pelo menos uma vez por semana? Ou por mês? Bem, acho que eu me contentaria com um dia de paz no ano, visto que não sei o que é descansar faz um tempão.

Ser a ajudante da estilista mais famosa dos últimos meses tem me dado uma tremenda dor de cabeça, aquela mulher é mais chata que cinquenta velhas rezando ave maria. Acreditem em mim, vocês jamais vão querer conviver sequer uma hora ao lado da Virgo Celeste.

Enfim, o meu nome é Lucy Heartfilia, tenho 20 anos de idade e sou apenas uma caloura no mundo profissional. Uma mulher simples, ousada e modéstia parte linda, mas de que adianta ter beleza se o azar é o seu único acompanhante na vida?

Isso mesmo, o azar! Pode parecer paranoia da minha parte, mas um gato preto tem me seguido há algum tempo e sempre dá um jeito de ficar se esfregando em mim. Ele é medonho e sempre que está por perto me traz algum acontecimento ruim. A minha amiga Cana diz que estou ficando maluca de tanto ser escravizada no trabalho, mas não importa o que digam em defesa desses gatos malditos, EU ODEIO FELINOS!

- Uhm... – Com o desenho do novo vestido em mãos, comecei a desenhar pequenos detalhes nele – Isso ficou lindo! Realmente florezinhas combinam nesse tipo de modelo, então... – Suspirei – Vou pôr mais florezinhas aqui!

- Miauuu... – De repente escutei o miado daquele gato maldito novamente e peguei a vassoura que estava escondida debaixo da mesa, pronta para fazer papa de gato – Miauuu...

- SAI DE PERTO DE MIM SEU GATO DO DIABO! – Eu consegui pegar a vassoura e mirar na direção dele, mas ao tentar acertá-lo... O jarro de flores caiu sobre a mesa, molhando o meu desenho com o modelo de vestido – NÃOOOOOOO!

Enquanto eu tentava salvar alguma coisa do meu projeto, o gato negro de olhos verdes observava tudo lá de cima do armário, era como se o infeliz estivesse admirando o desastre que me fez cometer.

Ao ouvir os meus berros, Cana a minha melhor amiga e companheira de apartamento, veio correndo de seu quarto até a sala.

- Cadê o ladrão Lucy?! – A morena fazia pose de luta enquanto olhava para os lados exageradamente rápido – Segura ele que eu chuto bem no saco e... – Me olhou espantada – Não me diga que berrou feito hiena por causa disso ai!

- Hiena é a tua avó! – Revidei brava, jogando papéis molhados nela – Isso aqui foi obra daquele gato outra vez! – Apontei para o armário, mas... misteriosamente ele havia sumido de lá.

- Ah sim, o gato preto! – Suspirou, fazendo espirais no cabelo usando o indicador – Algum dia esse bichano vai acabar matando você hahahaha.

- Nem me fala! Agora vou ter que redesenhar todo o vestido, carambolas! – O meu pensamento focou-se na bronca que eu tomaria se não apresentasse o vestido para a Virgo até o dia seguinte “Lucy... Está despedida!” ou pior, na demissão!

# NO DIA SEGUINTE. PRÉDIO DA ELEGANTE MODA, 9h.

Assim que eu havia passado pela enorme porta de entrada da Elegante moda, ergui a cabeça, fiz cara de toda poderosa e arrasei no salto alto enquanto praticamente desfilava até o elevador. Segurando minha pasta com os desenhos, fui alvo das recepcionistas fofoqueiras como sempre.

- Vejam só, a Lucia chegou hahahaha! – Disse Evergreen, ou “Ever” para os mais chegados. Essa mulher é uma falsiane, vive se intrometendo na vida de todos, seja cliente ou funcionário. Ela tem inveja porque não teve a mesma chance que eu em poder trabalhar ao lado da dona. A Levy a apelidou de “Boca de bueiro” depois de ser alvo dela nas fofocas também – Lucia, espero que tenha vindo de bom humor hoje, porque logo vai perder quando entrar na sala da chefe!

- Será que pode me chamar de Lucy? Esse é o meu nome! – Resmunguei ao passar direto para o elevador – E toma conta da sua vida!

- Ignorante!

- Feiosa!

- Loira oxigenada!

- Boca de bueiro! – Fiz careta e a porta do elevador logo fechou. A Evergreen explodiu de raiva em não poder revidar o apelido – Yes, você venceu Lucy! – Sussurrei.

Ao chegar na sala da chefe, me deparei com Levy e Erza arrumando algumas peças de roupa e uma rosada tomando cappuccino enquanto rabiscava folhas.

- B-Bom dia gente! – Sorri, tentando compartilhar mais do meu pouco bom humor. Erza e Levy me saudaram com sorrisos também, mas a chefe...

- Bom dia porquê? – A rosada perguntou sem me olhar nos olhos, tomando mais de seu cappuccino em seguida – Por acaso o meu namorado veio pedir desculpas depois de paquerar a cachorra da minha vizinha? – Me fitou – Por acaso a minha mãe me deu feliz aniversário na semana passada? – Seus olhos se arregalaram – Por acaso você mudou aquele perfume barato e horroroso que costuma usar?! – Fungou – Sniff... Eu acho que não!

- Eu...

- Dito tudo isto, não tem “Bom dia gente!” neste ambiente! – Só para comentar, ela imitou uma cara de psicopata para simular que era eu falando.

- Arhh... Me desculpe Virgo, eu só quis...

- Me dê aqui estes desenhos, quero saber se você deu duro no que pedi ou se passou a noite toda assistindo Barbie e as flores do vale sei lá de onde...

Virgo começou a observar cada desenho, mas como sempre, o seu olhar orgulhoso não me dava sinal de que tinha gostado do resultado.

- Menina, você precisa se esforçar mais... – Fez sinal para que Erza e Levy se retirassem. Ambas obedeceram e nos deixaram sozinhas – Bem... Você tem duas semanas para criar cinco modelos decentes para a minha nova coleção de inverno...

- C-Cinco?! – Falei assustada – E-Eu mal consegui criar uma peça em cinco dias! Cinco vestidos para a nova coleção em apenas duas semanas?! – Pensei.

- Eu disse cinco... – Fez sinal para que eu me sentasse ao seu lado – Agora bota esse seu traseiro enorme na cadeira e comece a queimar esses poucos neurônios de loira que você tem!

- E-Eu quero mesmo me tornar uma estilista famosa?! – Pensei. Mas logo sonhei acordada, vendo-me ser fotografada após o titulo de melhor estilista enquanto a Virgo e a Elegante Moda caiam no esquecimento – SIM, EU QUERO ME TORNAR UMA ESTILISTA FAMOSA!

# DURANTE A NOITE. APARTAMENTO DE LUCY E CANA, 22h.

Cana havia chegado de seu trabalho tão estressada e exausta quanto eu. Ela trabalha como Designer de interior e vive fazendo visitas aos clientes, sempre palpitando e providenciando a decoração de casas, empresas e apartamentos.

Nós duas comemos pizza antes de partirmos para a cama e logo comentamos sobre como tinha sido nosso dia. Mas como num passe de mágica, o gato negro de olhos verdes havia aparecido dentro do nosso quarto e particularmente debaixo da minha cama.

- C-CANA ELE ESTÁ AQUI! – Tentei dar uma chinelada no felino, mas ele escapou com um movimento rápido, indo para o outro lado do quarto – Ah... você não escapa agora! – Taquei os chinelos um após o outro em sua direção, mas o gato miou feio e pulou vindo a mim – AHHHH!

- Yaaaa! – Cana conseguiu chutá-lo no ar, antes que pudesse prender suas garras em mim.

- MIAUUUU! – Mostrou sua face irritada e de repente seus olhos verdes piscaram com um brilho surreal.

Tanto Cana quanto eu ficamos apavoradas com o brilho que vimos nos olhos daquele gato. Nos afastamos dele com passos curtos a medida em que ele ia se aproximando lentamente. O meu coração já batia descompassado enquanto eu imaginava o pior acontecendo. Cana do nada correu na direção do gato e quando pensei que ela iria se livrar dele... A minha melhor amiga cruzou a porta do quarto feito bala sem ao menos olhar para trás.

- CANAAAAA! Não me deixa sozinha!!! – Gritei apavorada, sem tirar o olhar do felino que continuava se aproximando.

- É cada um por si e Kami-Sama por nós todos amigas! Eu vou buscar ajuda dos vizinhos! – Gritou ela e a porta do quarto bateu bruscamente.

O gato agora havia parado de andar, eu também já não tinha para onde correr naquele espaço. Ele me fitava tão profundamente que eu estava começando a ficar louca. Não era possível que um animal pudesse ter ódio de alguém! E porque logo de mim?!

Ele saltou na minha direção e miou feio, seus olhos brilharam novamente e eu apenas pude me agachar ao dar um grito de aflição e medo.

- AHHHHHHHH! ...  – Abri os olhos lentamente alguns segundos depois de perceber que não tinha sido morta. Para a minha surpresa, alguém havia impedido o ataque aquele gato negro – M-Mas... o que...

Um felino rosado e audacioso lutava com o gato negro bem na minha frente. Miados horríveis e altos, arranhões e mordidas eram suas armas. O gato negro sumiu numa fumaça após levar um super arranhão do rosado bem no rosto e eu... Apenas tremia, ajoelhada, travada, com os olhos arregalados.

O gato rosado caminhou em minha direção. Ele me fitava tão profundamente, seus olhos ônix me enfeitiçaram ao ponto de eu não conseguir fazer nada além de fitá-lo.

- ...

Uma fumaça de cor rosa foi emanada por ele e de repente... Sim, uma coisa absurda aconteceu e eu não sou maluca! Eu não estava sob efeito de drogas! ... De repente um homem lindo com orelhinhas e rabo de gato apareceu ali diante de mim. Por incrível que pareça, ele estava usando calças! Não camisa, só calças!

- EHHHHHHHHHH! – Gritei espantada com o que vi.

- ... – Ele deu mais alguns passos, chegando o mais perto de mim e mostrou-me um lindo sorriso – Yo, o meu nome é Natsu!