Todo mundo tem aquelas amigas que consideramos irmãs, e que, apesar das briguinhas bobas, não se separam por nada nesse mundo. E com Ise Nanao isso não era diferente. Apesar das poucas amizades que tinha,os laços eram fortes e nunca iriam se romper.
Hoje era um dia e tanto, nunca em sua vida a tenente do 8° Esquadrão havia se escondido de alguém, nem mesmo fugido. Mas depois do acontecido de mais cedo, ela evitou à todo custo ficar no mesmo ambiente que seu capitão. Céus era demais para ela aguentar. Quando se deu conta, já era hora do almoço e havia prometido as suas amigas que iria almoçar com elas. Para sua sorte Shunsui havia ido até a Quarta Divisão para acompanhar Ukitake Taichou até o 13° Esquadrão, e não apareceria tão cedo na divisão. Com um suspiro ela se levantou da cadeira e saiu do escritório, ao passar pelos outros shinigamis, ela ouvia vários cumprimentos, os quais respondia apenas com um leve aceno.
Não ficava muito longe de sua divisão o restaurante. Era um lugar agradável e aconchegante tá ver da morena. Ao adentrar o estabelecimento, Nanao logo avistou suas amigas e revirou os olhos para Matsumoto. Ao se aproximar da mesa, notou que Momo estava coberta de neve e corava violentamente a cada vez que Matsumoto fazia o seu "famoso" interrogatório.
-Nem vou perguntar o que aconteceu.... - a Ise disse enquanto se sentava ao lado de Isane.
A alta Isane apenas sorriu para a amiga de forma cúmplice e respondeu calmamente a morena.
-Rangiku não tem freio em nada do que diz....
-Não vejo lógica nas provocações da Rangiku em relação ao encontro da Momo com o Capitão Hitsugaya - disse uma outra morena. Para Nemu tudo era baseado em fatos e lógicas, algo que as amigas ja haviam se acostumado.
-N...Não foi um encontro! Só saímos para dar uma volta! Nada de mais.... -foi tudo o que Momo conseguiu dizer em sua defesa ainda corada.
Cada uma de suas amigas eram como pedras preciosas, raras e únicas, mas com o seu devido valor. Não sabia o que seria de sua vida monótona sem elas. Saindo de seus devaneios, a Ise resolveu interceder por sua amiga, que a essa altura estava num tom escarlate de vermelho e prestes a desmaiar de vergonha.
-Ran.... Já chega, o que o seu taichou e a Momo fizeram ou conversaram não nos desrespeita. É assusnto somente deles e de ninguém mais.
-Aaah Nanao-chan... Isso é um absurdo, somos amigas e não pode haver segredo entre nós.... - a loira morango reclamou fazendo um bico infantil.
-Não me chame por esse apelido abominável Rangiku!
E assim prosseguiu o almoço das tenentes, com muita conversa e risadas. Mas Nanao estava alheia a tudo isso. Sua mente insistia em pensar no seu Taichou.
Como nada é perfeito, logo deu a hora das moças voltarem para suas divisões, e após pagarem a conta cada uma segiu para a sua divisão. Rangiku e Nanao caminhavam juntas, uma vez que suas divisões eram ao leste do Seireitei. Ao perceber o silêncio da amiga, Rangiku suspirou e perguntou calmamente:
-O que houve Nanao-chan? Parece aflita...
-Nada Ran.... só umas papeladas que eu esqueci de assinar.
Rangiku conhecia a morena melhor do que ninguém e sabia que a mesma estava mentindo, pois se tinha uma coisa que a Ise não sabia fazer era mentir.
-Você é uma péssima mentirosa sabia?
-Argh... eu sei.... É só que.... eu não sei como falar sobre isso... e nem por onde começar...
-Vem vamos para a minha casa e lá poderemos conversar melhor...
-Não creio que seja uma boa idéia.... - ao ver que a amiga não mudaria de idéia, Nanao se deu por vencida - Tudo bem vamos para a sua casa....
-Sabia que você iria concordar...
E depois disso, ambas usaram shunppo para chegarem até uma área reservada e calma da décima divisão. Mais ao fundo se via uma casa linda e modesta, com uma cor neutra e com várias rosas vermelhas plantadas. Nanao era familiarizada com aquela casa, afinal era ali que sua melhor amiga morava e muitas vezes era onde procurava refúgio para esquecer dos problemas.
-E então, o que houve para você estar assim?
-Hoje de madrugada o meu taichou foi na minha casa e pediu para conversar comigo... E ele estava sóbrio....
Rangiku ficou deveras surpresa com o que a amiga disse, isso no mínimo era o presságio para o fim do mundo. Kyouraku acordado e sóbrio era porque o assunto era grave.
-Mas qual era o assunto? Era algo grave ou em relação ao Ukitake-san?
-Não... A princípio eu também achei que era isso, mas não era e Ukitake Taichou está bem de saúde...
-Ufa... Mas se não foi por esse motivo.... Então foi pelo o quê?
-Eu achei que era pelo o fato de nossa discussão e de eu ter batido nele, mas também não era. Ele parecia aflito então o deixei entrar enquanto ia preparar um chá de erva doce... Eu estava de camisola e ele me seguiu até a cozinha, onde colocou o haori rosa em mim... Não parecia o mesmo Shunsui... e pela primeira vez tivemos uma conversa sem brigas ou brincadeiras....
-Nossa! Isso é.... quer dizer uau... para você dizer isso o gesto de carinho dele lhe pegou de surpresa...
-Sim, foi uma surpresa enorme. Eu não esperava aquilo. E então ele me disse que me amava e que queria uma chance....
Rangiku soltou um gritinho alegre antes de olhar para a sua amiga com um sorriso bobo e com os olhos brilhantes...
-E o que você respondeu?! Anda me fala logo...
-Eu disse que ele teria a sua chance se me provasse que mudou... No começo ele não gostou mas entendeu o meu lado...
-Eu entendo.... tá mas continua...
-Ele me perguntou se eu o amava e eu respondi que sim... E então ele... Quer dizer eu.... Quer dizer nós nos beijamos....
A essa altura a morena estava corada e sem reação. Por outro lado se sentia aliviada por ter desabafado com sua amiga...
-NÃO ACREDITO! AI NANAO-CHAN ESTOU TÃO FELIZ POR VOCÊ
Nanao não teve tempo de se afastar e logo já estava recebendo um abraço apertado de sua amiga. Depois de longos dois minutos, Rangiku finalmente soltou a amiga que suspirou aliviada.
-Não precisa gritar Rangiku!
-Ai desculpa... Mas o que eu quero saber é por que você não da uma chance para ele de uma vez?
-Rangiku eu tenho medo.... Sei lá é tudo muito confuso...
-Olha amiga se for pelo o que houve no passado, eu acho que você deveria se abrir para ele e dizer a verdade...
-Eu sei... mas tenho medo do que ele pode pensar...
-Nanao tem porque se preocupar com isso. Kyouraku-san te ama e não irá te julgar...
-Mas o que eu faço?!
-Dê tempo ao tempo. Não foi você mesma que disse que queria esquecer o Kyato? Pois bem essa é sua chance de ser feliz!
-Você tem razão, mas mesmo assim, eu preciso acreditar que ele mudou por nós dois entende? Não quero sofrer depois
-Eu sei amiga.... Eu sei.... E pode contar comigo sempre que precisar...
Ambas continuaram sentadas na varanda da casa de Matsumoto conversando, mas dessa vez banalidades até que uma borboleta infernal apareceu com a voz estrondosa do Comandante Yamamoto.
"- Reunião urgente com os tenetes de todas as divisões da corte do Gotei 13 em uma hora"
A mensagem era geral e um tremor passou pela espinha das duas tenentes, que se levantaram e saíram em direção ao 1° Esquadrão para se encontrarem com o comandante.
Quando as duas mulheres chegaram caminharam até seus respectivos lugares, formando duas fileiras, uma de frente para a outra, aguardando a chegada do Comandante Yamamoto para darem início à reunião.
Pouco tempo depois, o Comandante apareceu e depois de se sentar em seu lugar olhou para todos os tenetes ali presentes antes de falar com a voz grossa e firme.
-Vamos dar início a reunião.... Tenho um pedido para lhes fazer....
Ao ouvirem essas palavras, todos os tenentes se expantaram e olharam para o Comandante esperando mais informações para aquele pedido inusitado...
Continuaaaaa ***
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