História Um fim de Inverno para não se esquecer - Que Comece a Reunião

Após aquela declaração do Soutaichou, todos os tenentes ficaram surpresos e sem saber o que responder para o mesmo. Nanao por sua vez era calma e ponderada nesses momentos  (tudo graças ao estilo tranquilo que sua divisão e seu capitão tinha), resolveu se pronunciar perante aquele assunto.

-Perdoe-me Soutaichou, mas no quê nós podemos lhe ajudar?

Nesse momento Nanao pode jurar ter ouvido suspiros aliviados de seus companheiros de trabalho, mas não desviou a atenção do Comandante para ver quem havia feito tal ato.

-Ise-san, és bem vinda para dar sua opinião sobre o assunto... E como bem colocado em sua pergunta, eu irei explicar tudo à todos vocês. - o velho disse enquanto observava os tenentes e via em muitos o potencial para algum dia se tornarem capitães do Gotei 13. Sem mais delongas ele continuou a explicação- Como todos devem saber, A guerra chegou ao seu fim e tivemos muitos mortos para que pudéssemos obter a vitória e assim evitar que, outras medidas drásticas fossem tomadas.

Nesse momento a tvisseme se lembrou da difícil missão que lhe foi confiada pelo Comandante Yamamoto e pelas ordens que lhe foram impostas pela própria Central 46. Apesar de não ter sido necessária aquela medida drástica, Nanao ainda sentia as consequências invisíveis da guerra e os pesadelos eram freqüentes.

No entanto, não era apenas ela a ser assombrada pelos fantasmas da Guerra, cada um ali presente tinha suas próprias marcas da Guerra e seus próprios traumas para superar. Cada um lidava de uma maneira, mas sem se esquecer de que faziam parte do Gotei 13.

-E do que o senhor precisa Soutaichou? -dessa vez quem perguntou foi o tenente da terceira divisão,  Kira Izuru, um rapaz bondoso ao ver da Ise, porém depois dos acontecimentos, ele se transformou em um rapaz deprimido (como se fosse possível ele se tornar mais deprimido do que já era antes ) e de poucas palavras, tirando é claro quando ficava bêbado.

-Estive pensando e cheguei a conclusão de que, precisamos seguir as nossas vidas e não nos abalar com o ocorrido durante a guerra. Então resolvi que precisamos celebrar a nossa vitória, organizando uma festa para todo o Seireitei.

Aquela declaração pegou à todos de surpresa.  Uma festa para comemorar a vitória sobre aquele que quis destruir a Soul Society e criar a chave real,para então matar o Rei das Almas? Seria interessante e pelo menos retiraria aquele sentimento de luto das divisões.

Não é preciso dizer que, todos concordaram com o Comandante, e depois começaram a acertar as coisas para a festa, cada tenente ficou responsável por avisar seus subordinados e lhes designarem suas funções, uma vez que os próprios teriam que, ajudar seus Capitães com toda a burocracia.

** do lado de fora da sala de reunião **

Para os capitães, aquela decisão do Soutaichou era no mínimo inusitada. Uma reunião com os tenentes não era algo que se via todos os dias. Para falar a verdade,  aquela era a primeira vez que acontecia algo do gênero.

Se passaram cerca de 2:30 min; desde que a reunião havia sido anunciada, quando as imensas e pesadas portas foram abertas e por elas saíram um de cada vez os tenentes com expressões alguns sérios e outros tranquilos. Cada tenente seguiu o seu capitão para a divisão que pertencia, enquanto explicavam aos seus capitães o assunto da reunião.

Kyouraku ficou apreensivo, pois Nanao não havia saído ainda da sala de reunião. Matsumoto havia lhe dito que o velho queria falar com ela em particular. Não aguentando mais esperar, Shunsui adentrou a sala de reunião para encontrar a sua tenente conversando sobre o ocorrido na guerra com o velho. Este ao perceber o intruso, deu uma bronca fazendo com que a morena o olhasse por cima do ombro, uma vez que estava ajoelhada diante ao comandante.

-Esqueceu dos bons modos Shunsui?

-Claro que não Yama-jii, mas estava preocupado com a minha Nanao-chan.

Disse tranquilamente enquanto caminhava até onde sua tenente estava e se posicionava ao seu lado.

-Como pode ver sua tenente está bem Shunsui.

-Yare... Yare... Eu vejo... Será que agora eu e minha Nanao-chan podemos voltar para a nossa divisão?  - Kyouraku perguntou fazendo a Ise revirar os olhos e reprimir a vontade de lhe bater com o leque, ou com o livro que carregava consigo.

-Sim estão dispensados e Ise-san, pense no que eu lhe disse.

-Claro Soutaichou, irei pensar com cuidado - ela respondeu enquanto se levantava e ajeitava seu uniforme - Prometo que irei lhe dar a resposta no dia da festa. Tenha uma boa tarde Comandante.

Dizendo isso tanto ela quanto Shunsui saíram da sala de reuniões. Caminharam todo o trajeto de volta para a oitava divisão em silêncio e quando chegaram ao escritório,  Kyouraku decidiu quebrar o gelo.

-De que festa vocês falavam Nanao-chan?

-O Soutaichou irá organizar uma festa nas dependências de sua divisão para comemorar a vitória da Guerra...

-Entendo.... e como cada divisão irá participar da organização?

-Todos os shinigamis irão receber uma lista do que irão fazer, salvo os Capitães e Tenentes que terão que cuidar apenas das papeladas...

Ao ouvir sobre as papeladas, Shunsui bufou e revirou os olhos, se tinha algo que ele odiava era a papelada. Só fazia quando recebia uma notificação do Soutaichou ou quando sua amada Lovely o ameaçava com Kidous.

Percebendo a expressão do seu Taichou de desgosto, Nanao viu que ela iria travar uma batalha daquelas com o homem para o convencer a fazer a sua parte da papelada. Mas por hora resolveu não pensar nisso e mudou de assunto.

-E como está o Ukitake Taichou?

-Ele está bem e perguntou quando você irá até sua divisão tomar um chá com ele, ou me acompanhar numa tarde com ele.

Shunsui disse enquanto se deitava no sofá e olhava para a sua musa inspiradora e a admirando, se ela notava, não demonstrava e tão pouco brigava.

-Em breve irei o visitar... Claro se não for incomodar...

-És bem vinda Nanao-chan... Agora, o que o velho lhe propôs?

Nanao engoliu em seco e deu um suspiro enquanto se sentava em sua cadeira e olhava para a mesa. Calmamente ela o respondeu enquanto massageava as têmporas com as pontas dos dedos finos e macios.

-Ele me perguntou se alguma vez eu já pensei em ser Capitã de alguma divisão e se eu queria ser Capitã da quinta divisão...

Shunsui que até então estava deitado, se sentou em um segundo e no outro ja estava do lado de sua amada, que não o afastou, apenas o deixou a abraçar por trás e depositar um beijo em sua cabeça.

-E você quer isso Nanao-chan?

-Eu....  Eu não sei... É uma proposta tentadora, mas eu estou indo para não a aceitar.

-Entendo...  Sabes que eu sempre irei te apoiar e aceitar suas decisões ?

-Sim eu sei...

Foi tudo o que a morena disse enquanto sentia o perfume amadeirado de seu capitão. Quem os vissem juntos jamais iria acreditar na confiança que ambos tinham um no outro. Eram opostos em tudo e mesmo assim se completavam, formando uma harmonia de uma música bem tocada em um piano. Assim era a relação dos dois, relação essa que não caia na mesmisse ou na rotina.

-Nanao-chan vou comprar algo para comer, quer algo?

-Não obrigado Taichou...

Depois de se certificar que ela estava dizendo a verdade. Shunsui saiu do seu esquadrão e caminhou até a décima divisão,  precisava conversar com sua amiga de sakê, e talvez "cunhada", já que ele queria e muito firmar compromisso com a sua Nanao-chan perante à todos. Mas para isso acontecer ele iria precisar da ajuda de  Matsumoto. Só restava saber se a loira iria ajudar com o que ele precisa.

Continuaaa****