História Um furacão em meio a neve - Capítulo 6

Nas semanas seguintes Mycroft e Alexandra voltaram a suas rotinas de trabalho. Ela era secretária num pequeno escritório de advocacia em Cardiff. Ela e Victor estavam bem, o menino continuava na escola e lendo seus quadrinhos, mas tinha percebido que algo mínimo havia mudado.
Na quarta feira à noite enquanto ele e sua mãe jantavam ela levantou uma questão.
-Foi maravilhoso o que o sr. Holmes fez por nós.
-É mesmo-Victor replicou sua mãe-não é qualquer um que faria o que ele fez.
-Eu fico me perguntando às vezes se não poderíamos recompensá-lo de alguma forma-Alex disse pensativa-pra ele saber que somos gratos.
-Eu acho que não devia fazer nada mãe-o menino respondeu-magnatas como ele não fazem isso por serem bonzinhos.
-Devia ter mais esperança nas pessoas мой сын (meu filho) -Alexandra o repreendeu suavemente.
-Ele tinha algum interesse querendo nos ajudar-Victor insistiu-só não sei o que é, ele é o Sinestro real mãe!
 -Independente disso Victor-sua mãe negou o que ele disse-quero que ele saiba da nossa gratidão.
-Tá-o menino revirou os olhos desistindo-e o que pretende pra fazer pra que ele saiba da nossa gratidão?
-Eu pensei em perguntar ao sr. Holmes, o detetive, o que eu poderia dar a ele de presente -Alex respondeu ao seu filho  toda contente
-Mãe sem querer te desanimar, mas não sei se Sinestro aceitaria-Victor ainda estava desconfiado.
-Sinestro?-a sra. Marshall tentou se lembrar-é o vilão do Lanterna Verde não é? Não deveria se referir ao sr. Holmes assim.
O menino quis replicar mas achou melhor parar.
 -Não importa sua opinião ou como ele reaja-Alex tomou sua decisão-o sr. Mycroft se lembrará o quanto somos gratos a ele.
Victor deu de ombros e acabou aceitando a ideia de sua mãe.
Enquanto isso Mycroft estava solitário em sua casa, como passava a maioria das noites. Isso para ele era bom. Não havia nenhum insignificante e irritante ser humano lhe incomodando. Pessoas comuns o irritavam. Talvez fosse assim porque ele tinha medo de se aproximar deles e não sabia muito bem lidar com eles. Os únicos humanos com que sabia lidar era os do trabalho. E seu irmão, por mais difícil que fosse.
E claro sua irmã. Desde cedo Eurus foi um tremendo dilema e se afastar e afasta-la foi a solução mais plausível que ele encontrou. E isso influenciou na maneira que Mycroft lidava com as pessoas. Afastar era mais fácil que aguentar ou aconselhar as complicadas emoções que um ser humano tinha. Emoções que ele tinha também. O que havia ficado evidente pelo abraço de Alexandra.
A viúva lhe abraçou gratuitamente, sem requerer nada em troca, apenas demonstrando pura gratidão. Ele simplesmente não pôde ignorar a lembrança daquele abraço. E não só isso, a determinação, bravura e coragem para conseguir seu objetivo, pensando no filho, não saíram de seu pensamento. Ele não sabia explicar, mas se tivesse a oportunidade, gostaria de conversar com ela com mais calma. Por mais que Victor não confiasse completamente nele, como havia notado.
Então ele parou pra pensar. Como assim estava obcecado com uma estranha, num sentimento parecido com o que sentia por uma antiga colega de escola e a Missy de Doctor Who?

“Ah não... ah sim”-Pensou ele. Era o começo de um amor, mas... no que ter Alexandra em sua vida acrescentaria? Ele estava bem sozinho. Ou era o que queria acreditar?
Seus pensamentos foram interrompidos pela campainha de sua casa. Sua governanta atendeu e enquanto ele se recompunha sua sobrinha e cunhada vinham em sua direção.