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História Um Futuro Escrito em Gelo e Fogo - Deus de Muitas Faces


Escrita por: crownprincess

Notas do Autor


Mais um capítulo! Não vou me estender muito aqui, então leiam as notas finais depois. Boa leitura!

Capítulo 10 - Deus de Muitas Faces


Fanfic / Fanfiction Um Futuro Escrito em Gelo e Fogo - Deus de Muitas Faces

O frio cortante atingiu a pele de Lyanna em cheio e ainda confusa, ela não compreendia onde estava. Sabia que conhecia o lugar, mas não conseguia se lembrar; a caverna escura e coberta de gelo e estalactites lhe era familiar, mas o gatilho dentro de sua mente só foi ativado quando viu o velho senhor enrolado pelas raízes do represeiro lhe fitando com os profundos olhos carmesins.

 ― Olá, jovem Lyanna. ― o Corvo de Três Olhos lhe saudou com uma voz tão profunda que fazia eco dentro de sua cabeça.

― Por que estou aqui?

A garota estava tão confusa que até mesmo esqueceu os bons modos que lhe foram ensinados.

― Se veio até mim, significa que precisa de orientação. ― ele explicou ― Por acaso tem alguma dúvida?

Lyanna suspirou pesadamente. Dúvidas eram as únicas coisas que rondavam sua cabeça naquele momento.

― Não entendo o que está acontecendo. ― ela confessou ― Por que tenho essa capacidade de ver o futuro? Ou melhor, qual é a razão das minhas visões serem direcionadas à Jon e Daenerys?

O Corvo de Três Olhos cruzou as esquálidas mãos e cerrou os olhos.

― Porque só assim o seu destino se concretizará. O futuro depende do passado tanto quanto o passado depende do futuro, e caso os dois não se interliguem, o mundo estará condenado.  ― o velho respondeu de forma enigmática.

― O que quer dizer com isto? Estou farta de charadas! Estou farta de ter poderes que nunca desejei! ― Lyanna respondeu, visivelmente alterada e com um tom de voz mais elevado que o usual ― Deve achar outra pessoa para salvar o mundo, porque estou farta de tudo isto!

Num ímpeto, a garota deu as costas para o Corvo de Três Olhos e saiu do centro da caverna; o velho homem não protestou, e a deixou ir. Após andar pelos corredores sinuosos do interior da construção, Lyanna percebeu que caminhava em círculos e que sempre retornava para o mesmo ponto de onde saíra anteriormente. Sentindo-se frustrada e traída por seu próprio senso de direção, ela tentou acordar, pois apesar de ser uma experiência vívida, sabia que estava dentro de um sonho; contudo, antes que obtivesse sucesso, viu um lobo caminhar em sua direção. O animal era enorme, muito maior do que os outros de sua espécie, o que a fez recordar-se de Fantasma e Nymeria, e possuía uma pelagem cinza-prateada e enormes olhos amarelos. Apesar de parecer assustador, Lyanna não teve medo. Um lobo jamais machucaria outro lobo, ela pensou.

O animal lhe dirigiu um olhar que demonstrava uma inteligência quase humana. Ele começou a caminhar e Lyanna o seguiu pelos corredores gelados da caverna enquanto sentia seu coração saltar no peito devido à ansiedade. Viu-se novamente no centro do toca, e lançou um olhar em direção às grandes raízes do represeiro, mas surpreendeu-se ao notar que ali não estava mais o velho Corvo de Três Olhos, mas sim um garoto. Mesmo na luz rarefeita, Lyanna pôde ver que ele tinha pele alva e a cabeça coberta por uma penugem ruiva, tão intensa quanto a cor do fogo. Os olhos do menino, contudo, fizeram um arrepio percorrer a espinha de Lyanna. As orbes eram brancas e vazias, e lhe davam um ar sinistro. Mas quando o lobo caminhou até ele e sentou-se aos pés da árvore-coração, o vazio deu lugar a um azul intenso e límpido.

― Arya? É você?

A expressão do garoto mudou drasticamente de séria para surpresa. Sua avó se chamava Arya Flint, mas a jovem recordou-se que uma das filhas de seu irmão Ned também tinha aquele nome.

― Não sou Arya. Me chamo Lyanna. ― ela respondeu.

Os olhos do menino arregalaram-se e ele pareceu dar-se conta de algo que a moça Stark era incapaz de compreender.

― Tia Lyanna? ― o choque era visível em seu rosto ― Não pode ser! Você está... Oh, estou dentro de outra visão?

― Visão? Você também tem visões? ― ela perguntou, surpresa por escutar aquela palavra.

― Você está morta! Eu a vi morrendo!

O estômago de Lyanna gelou ao ouvir aquilo.

― Quem é você?

Antes que o menino pudesse responder, Lyanna acordou e viu-se deitada em sua cama coberta pelos pesados lençóis que lhe protegiam contra o frio nortenho. Seu coração estava acelerado e sua respiração descompassada, tamanho o susto causado pelo encontro que acabara de ter. Quem era aquele menino? Ele chamou por uma Arya e chamou Lyanna de tia, portanto deveria ser um dos filhos Ned, já que nem Brandon nem Benjen haviam deixado descendência. O cabelo ruivo e os olhos azuis entregaram que não era Jon. Devido a suas visões, ela sabia que havia mais três outros rapazes, sendo que Robb e Rickon estavam mortos, portanto só restava um.

― Bran.

O nome saiu dos lábios de Lyanna deixando um rastro agridoce. A garota revirou-se na cama e passou a noite totalmente insone, sem conseguir pregar os olhos após escutar as palavras daquele que seria seu sobrinho. “Eu a vi morrendo”. A frase ecoava na cabeça de Lyanna como uma sentença brandida por um juiz antes que o carrasco por fim a executasse. Ela sabia que morreria. Sabia que, sendo Benjen a possível exceção, toda a sua família a seguiria para a tumba, mas aquilo não tornava a ideia menos difícil de ser aceita. Seu pai e seu irmão Brandon pereceriam nas mãos do Rei Aerys, e apenas os deuses sabiam como suas mortes se dariam; e Ned, seu querido e amado Ned, teria sua cabeça cortada fora a mando de um suposto filho de Robert.

― Não posso permitir que isto aconteça. ― Lyanna disse para si mesma antes de pular da cama.

 

***

 

O dia estava agitado em Winterfell, e vários criados ziguezagueavam pelos corredores do castelo de forma inabitual. Lyanna os via carregar pesados baús de um lado para o outro e estranhou a situação. Pensou que talvez o senhor seu pai faria um festim em homenagem à Robert, mas logo descartou a ideia, pois não deveriam ser bebidas e muito menos comidas os bens a ser carregados nas canastras. Lyanna andou mais alguns metros até que viu Benjen, que acabava de sair do quarto.

― Ben! Você sabe o que está acontecendo? ― ela perguntou.

― Bom dia para você também, Lya. ― ele a cumprimentou, evidenciando sua falta de educação.

A garota rolou os olhos. O irmão mais novo gostava de lhe infernizar a vida.

― Não vai falar? Posso perguntar à Ned ou a Brandon se não quiser me dizer. ― devolveu.

― Pelos Deuses, você acordou mais insuportável que o de costume! Robert romperá o noivado se continuar azeda deste jeito! ― Benjen retrucou.

Aquele era o seu mais profundo desejo, mas decidiu não argumentar com o caçula àquela altura. Simplesmente deu meia volta e fez menção de ir em direção ao quarto de Brandon, mas Ben a interceptou.

― Não vá até lá! Ele não está sozinho... ― o garoto lhe disse.

― Como assim? Bran está...?

― Com uma mulher. ― Benjen entregou ― Enquanto você estava fora fazendo sabe-se lá o que, o senhor nosso pai informou que estava na hora de ir para Correrrio. Parece que ele e Lorde Tully finalmente marcaram a data do casamento, e o nosso irmão em breve estará amarrado à garota-peixe.

― E por isso ele aproveita e dorme com a primeira que lhe aparece? Brandon é um idiota! ― Lyanna resmungou.

― Nós sabemos que ele é, a garota Tully descobrirá isso em breve. Dizem que a coitada já está apaixonada por ele.

― E como sabe disto?

― As pessoas falam, Lyanna. Contam que quando Bran foi até Correrrio pela primeira vez conhecê-la, se derreteu toda por ele e até mesmo parou de falar com o irmão de criação quando o tonto desafiou o nosso irmão para um duelo.

― Lembro disto. Parece que o pobre coitado quase morreu, e Brandon só poupou sua vida porque a Tully lhe implorou. Como ele se chamava mesmo?

― Petyr alguma coisa, não sei ao certo. Mas Bran me disse que ele é pequeno e vem de uma terra minúscula nos Dedos... Por isso os filhos de Lorde Tully o apelidaram de Mindinho. ― Benjen tentou abafar o riso, sem sucesso.

A revelação veio como um tapa certeiro na face de Lyanna. Em suas visões, viu pessoas se referirem a um tal Petyr Baelish, que era o Protetor do Vale, por Mindinho, e sabia que Sansa lhe tinha uma dívida, assim como Jon nutria rancor por ele. Sentiu o estômago gelar ao dar-se conta de que, no futuro, sua família dependeria do homem que tentou matar seu irmão.

― Por acaso esse tal Mindinho ainda está nas Terras Fluviais? ― Lyanna perguntou, receosa.

― Lorde Tully o expulsou de lá após o ocorrido. Não precisa temer maninha, pois não cruzará com o rapaz em Correrrio.

Lyanna abriu a boca para argumentar e dizer que não tinha motivos nenhum para ficar temerosa, mas as últimas palavras de Benjen lhe impediram.

― Não cruzarei com ele em Correrrio? O que quer dizer?

Benjen rolou os olhos, como se Lyanna tivesse lhe perguntado algo idiota.

― Se estivesse aqui quando papai nos avisou, saberia que ele, você, Brandon, Ned e Robert partirão para o Sul em poucos dias. Você, Brandon e papai ficarão em Correrrio para o casamento, e Ned e Robert irão para o Ninho da Águia se encontrar com Jon Arryn. E eu... Bem, eu serei o Stark em Winterfell. ― Benjen respondeu, desanimado.

― Mas eu não posso ir para Correrrio! Não agora! ― Lyanna pensou alto, e as palavras escaparam de sua boca.

― Bem, o senhor nosso pai já decidiu. Eu tentei trocar de lugar com você, mas ele disse que os planos já estão feitos. ― Benjen deu de ombros.

― Pois ele terá que me escutar antes de decidir as coisas por mim! ― a garota bradou antes de dar as costas para o irmão e sair como uma flecha em disparada pelos corredores de Winterfell.

A raiva lhe cegou a ponto de não ver nada a sua frente e a fez esbarrar em várias pessoas durante o trajeto até o gabinete do pai. Lyanna só conseguia pensar em como aquela situação toda era injusta. Desde o princípio, o pai decidia quais rumos sua vida tomaria sem ao menos pedir sequer uma opinião. Foi assim com as brincadeiras das quais ela não podia participar quando era criança apenas por ser menina, foi da mesma forma quando deu-lhe em noivado para Robert e o padrão repetiu-se novamente quando lhe disse em Harrenhal que  não deveria se aproximar novamente de Rhaegar. Mas desta vez seria diferente, e Lorde Rickard Stark não lhe diria o que fazer.

Lyanna entrou no cômodo sem se fazer avisar, e empurrou a porta sem delicadeza alguma antes de dar de cara com o pai. Ele estava sentado à mesa, com uma pena na mão e alguns papéis na outra, e Meistre Walys em pé ao seu lado.

― Bom dia, Lyanna. O que faz aqui? ― seu pai lhe perguntou.

― Não irei para Correrrio. ― ela foi direta ― Se quiser, pode levar Benjen com o senhor, mas eu ficarei aqui.

Rickard encarou a filha com o seu habitual olhar austero, mas não deixou transparecer nenhum sentimento.

― Não será possível. Os planos já estão feitos. ― ele respondeu, repetindo as palavras que a garota havia escutado do irmão instantes antes.

― Que os Deuses carreguem os seus malditos planos! Estou farta de ser tratada como uma marionete! ― Lyanna devolveu, exaltada.

Lorde Rickard ergueu-se e sua boca formou uma linha dura e reta, e os vincos em sua testa entregaram que a filha tinha conseguido irritá-lo.

― Não ouse falar comigo desta forma, pois sou seu pai e não um dos pivetes com quem costuma brincar pelo castelo! ― a voz dele era firme e o tom apaziguador havia sumido ― Vai para Correrrio assistir o casamento de Brandon e em seguida irá até Ponta Tempestade casar com Lorde Baratheon!

As palavras do pai atingiram Lyanna como um violento soco no estômago, e a compreensão sobre os planos que o pai formulava. Primeiro Brandon desposaria a garota Tully e depois ela casaria com Robert, era o que Rickard sempre dizia, e agora estava disposto a colocar sua ideia em prática.

― Não vou para Ponta Tempestade! Não casarei com Robert! ― Lyanna disse, enquanto sentia lágrimas começarem a rolar por sua bochecha ― Jamais deixarei o Norte!

― Se você nutre o mínimo de amor ou respeito pela Casa Stark, fará como eu digo! ― o pai lhe respondeu, caminhando em sua direção ― Ned nos garantiu uma aliança com a Casa Arryn, e talvez eu o case com uma Lannister ou uma Tyrell... Brandon nos unirá à Casa Tully, e você colocará a Casa Baratheon ao nosso lado. Em breve, nossa família terá laços com todas as grandes casas de Westeros.

Lyanna viu uma estranha fagulha de ganância nos olhos do pai, algo que nunca tinha reparado antes.

― E Benjen? O venderá para quem? Alguma Greyjoy, ou talvez uma Martell? ― ela arqueou a sobrancelha, em um visível desafio à Rickard.

A garota sentiu a mão do pai pesar sobre o seu rosto, causando uma ardência que foi superada apenas pela surpresa e dor de ter sofrido, pela primeira vez em sua vida, uma agressão por parte de Rickard.

― Suma da minha frente! ― o homem disse ― Saia daqui agora, Lyanna! Aproveite e faça suas malas, porque partiremos para Correrrio amanhã!

Ainda em choque, ela não disse nada, e apenas obedeceu a ordem do pai. Saiu do cômodo, mas antes deu um longo olhar em direção a Meistre Walys. O homem parecia impassível, mas Lyanna sabia que era ele o responsável por colocar ideias sobre alianças com outras Grandes Casas na cabeça de seu pai. O maldito rato era o culpado de toda aquela situação, pois enquanto sussurrava tolices no ouvido de Rickard, empurrava Lyanna para o abismo que Robert Baratheon representava.

 

***

 

Mais da metade do dia havia decorrido, e mesmo com a neve que caía, Rhaegar podia ver que o sol já estava a pino. Esperava Lyanna aos pés do represeiro desde que o dia raiara, mas ela não apareceu. O Príncipe perguntava-se se algo havia acontecido, ou se a Senhora simplesmente tinha decidido que não queria mais levar aquilo adiante e o deixara esperando o dia inteiro, sem ao menos lhe mandar um recado. Pensou no que Sor Arthur Dayne tinha lhe dito horas antes, de que já era o tempo de retornar para Porto Real e juntar-se à Elia e aos filhos. Talvez seu amigo estivesse certo, talvez realmente ele devesse desistir de Lyanna e encarar suas responsabilidades como pai, marido e futuro Rei. Mas não podia, não depois de ter visto tudo que viu, de tomar conhecimento sobre todas as tragédias que recairiam sobre sua família; contudo, o maior impedimento para que retornasse para casa era o fato de que não conseguiria deixar Lyanna em Winterfell e manter-se longe dela.

Rhaegar levantou-se e pensou seriamente em ser anunciado para que pudesse entrar no castelo dos Stark pelo portão da frente, desafiar o primo Robert pela mão de Lyanna e contar à Lorde Rickard sua pretensão em casar-se com sua filha e torná-la Rainha. Havia precedentes para isto, Rhaegar sabia bem. O próprio Aegon I era casado com suas duas irmãs, e Maegor I casou-se com três mulheres diferentes em uma mesma cerimônia. Ou se resistência da Fé e da população fosse muito forte, Rhaegar poderia liberar Elia dos votos matrimoniais e tomar Lyanna como sua única esposa...

O Príncipe ouviu barulho de passos sobre as folhas secas e percebeu que alguém se aproximava. Estava preparado para encontrar um esconderijo, mas viu Lyanna surgir entre os troncos das árvores.

― Desculpe pela demora, tive que resolver algumas coisas. ― ela lhe disse, com um tom de voz melancólico.

O sorriso de Rhaegar murchou ao notar a expressão triste da garota.

― Aconteceu algo? ― ele perguntou.

Lyanna balançou a cabeça, em negativa, mas o Príncipe não acreditou. Os olhos cinzas da jovem tornavam-se mais negros devido à tristeza estampada em seu semblante.

― Você quer...

― Podemos conversar depois? ― Lyanna o interrompeu ― Não tenho cabeça para falar agora. Podemos apenas...?

A garota apontou em direção ao represeiro, e Rhaegar entendeu o que ela quis dizer.

― Tudo bem, como desejar. ― ele respondeu.

Lyanna caminhou em sua direção e lhe estendeu a mão. O Príncipe entrelaçou seus dedos aos da garota e deixou que ela o levasse até o represeiro e o colocasse dentro de mais um devaneio.

 

***

 

Embora seus lábios não estivessem mais colados aos de Jon, Daenerys ainda podia sentir o formigamento agradável na região. Os corpos ainda estavam recostados um no outro, e os braços da jovem ainda rodeavam o pescoço do rapaz enquanto Dany sentia as mãos de Jon segurarem sua cintura com firmeza. Os dois encaravam-se sem dizer absolutamente nada, e ela estava tão absorta dentro da escuridão dos olhos do Stark que sequer conseguia pensar.

― Você sabe que isto não está certo, não sabe? ― Jon lhe perguntou, com uma expressão que entregava o conflito interno que sofria naquele momento.

― Sei bem. ― Dany respondeu, aproximando novamente sua boca ao do rapaz.

Beijaram-se novamente, e mesmo que a Rainha sentisse que Jon estava um pouco mais relutante, ainda sim teve seu toque correspondido. As mãos do jovem passeavam por seu corpo e embora toda a situação fosse inusual e sua razão lhe dissesse que estava cometendo um terrível erro, Daenerys não conseguia achar que aquilo fosse inadequado, pelo contrário. Parecia a coisa mais correta que já fizera em toda sua vida.

Contudo, a luta interna de Jon continuava, e de forma abrupta, ele interrompeu o beijo e afastou-se de Daenerys, dando alguns passos para trás.

― Alys... ― ele sussurrou o nome da noiva ― Não posso fazer isto...

Escutar o nome da garota Karstark teve o mesmo efeito em Daenerys que uma pancada forte capaz de atirar-lhe no chão. Ela sempre soube do compromisso que Jon contraíra com a outra, mas não pôde deixar de sentir o amargor tomar conta de sua língua ao recordar-se que, dias antes, ele a tinha preterido em relação à nortenha.

― Você tem razão. Deveria voltar para ela agora. ― Dany respondeu, deixando o seu orgulho ferido falar mais alto.

Jon a encarou, com olhos aflitos que deixavam transparecer tudo o que seu coração sentia no momento.

― Isto foi um erro, me perdoe por ter deixado a situação chegar a este ponto... ― ele disse ― Prometo que jamais acontecerá novamente.

― Jamais. ― a garota repetiu a palavra, sentindo a pungência tomar conta de sua boca.

Ela virou os calcanhares e não esperou por Jon. Sabia que ele estava correto, e que a história entre os dois, que mal havia começado, deveria terminar. Seria melhor para ambos e para Westeros também, pensou Daenerys. Uma Rainha não deveria se deixar levar pelos desejos triviais da carne e nem submeter-se a ser mera concubina de um homem comprometido, mesmo que este fosse um Rei.

Caminhou para fora do bosque, atravessou o jardim e encontrou os Imaculados que lá a esperavam. Eles a escoltaram de volta para dentro do castelo, e subiram com ela até o solar que Daenerys ocupava. A jovem entrou no quarto sozinha, e agradeceu por não dar de cara com Missandei ou Tyrion lhe esperando.

Foi até uma mesinha que ficava junto à parede e guardava algumas bebidas alcoólicas. Pegou uma das taças e encheu-a de vinho dornês, e quando o líquido tocou seus lábios, percebeu que a sensação era muito parecida com a que tinha vivenciado instantes antes: doce, com um fundo levemente amargo, capaz de lhe inebriar até deixar-lhe tonta.

Daenerys de repente sentia-se novamente como a criança que fora anos antes, só que de uma forma mais insensata e imprudente. Não era chegada a paixões antes de casar-se com Drogo, e após ficar viúva, não sentiu-se inclinada ao romance até conhecer Daario Naharis. Mas o que sentia por Jon era totalmente diferente do sentimento despertado pelo marido ou pelo amante; era algo inesperado, inadequado e principalmente sem razão alguma de ser. Dany era franca ao admitir que passou por sua mente a ideia de tentar seduzi-lo para ver até onde a força de vontade do Rei do Norte iria, mas não se tratava mais daquilo. Não sabia definir ao certo o sentimento que tomava conta de seu peito e sua mente, mas tinha certeza que não era apenas uma mera paixão.

Caminhou até a sacada e viu as águas do rio correrem de forma rápida, formando um enorme e límpido espelho que refletia os raios de sol. Dany pôde ver, à distância, os portõs do castelo serem erguidos e alguns homens deixarem a fortificação. Seu coração assumiu um ritmo descompassado ao identificar Jon, montado em um cavalo de guerra negro, partindo sem mesmo olhar para trás. Viu a garota Karstark correr pelo átrio, indo em direção ao portão que fechava, e mesmo sabendo que não tinha direito de sentir aquilo, o ciúme tomou conta de seu peito.

 

***

 

Os homens moviam-se em silêncio pela penumbra da noite, e apenas o som das respirações ofegantes entregava as suas presenças. Jon permitira que Arya o acompanhasse até as Gêmeas, e esperava um sinal da irmã, que conseguira se infiltrar na edificação com a promessa de que abriria os portões para que a tropa nortenha adentrasse a fortaleza pelo castelo ocidental. A irmã conhecia bem o local, pensou Jon, melhor do que qualquer um dos seus homens, e por mais que detestasse a ideia de colocá-la em perigo, sabia que seria quase impossível penetrar no assento ancestral dos Freys sem a ajuda de Arya. Ele apenas esperava que tudo ocorresse bem, e que houvesse o menor número de baixas possíveis.

O Rei e seus homens posicionaram-se estrategicamente, escondidos em um pequeno bosque que ficava na margem oeste do Ramo Verde. Esperaram por algum tempo até que uma chama, que brilhava por cima das ameias, começou a movimentar-se. Era o sinal que Jon e Arya haviam combinado.

― Vamos entrar agora, companheiros. ― o rapaz por fim comunicou ― Matem qualquer homem que se coloque em seus caminhos, mas poupem aqueles que se renderem. Não toquem nas crianças e nem nas mulheres, o façam apenas se for extremamente necessário.

Jon encarou os soldados e todos pareceram concordar com suas ordens. A tropa moveu-se de maneira tão silenciosa quanto antes, e foi possível escutar os portões do castelo serem abertos enquanto iam em direção à fortificação. Entraram sem dificuldade, e acabaram por encontrar apenas alguns poucos soldados que guardavam o pátio. Os guardas Freys fizeram menção em atacar o pequeno exército de Jon, mas foram impedidos por um homem.

― Larguem as armas! Estes são meus convidados!

O desconhecido caminhou em direção ao Rei e aproximou-se, tornando ínfima a distância entre os dois. Com a proximidade, Jon percebeu que o nariz chato do homem tornou-se mais proeminente, e sua face pálida e doentia ficou mais evidente. Por um breve instante, ele estranhou o fato de Fantasma, que estava ao seu lado, sequer rosnar para aquele estranho que se aproximava sem nenhuma sutileza.

― Eu disse que conseguiria fazê-lo entrar no castelo sem derramar uma gota sequer de sangue... Quer dizer, Edwyn Frey perdeu um pouco mais do que apenas o seu sangue, mas foi uma baixa necessária. ― o homem piscou para Jon e um sorriso de escárnio repuxou-se em seus lábios finos.

Arya. Por isso o lobo não grunhiu ao seu lado quando viu o homem. Os olhos de Jon arregalaram-se ao perceber o poder da irmã, que lhe permitia assumir perfeitamente a aparência do Senhor da Travessia a ponto de enganar até os próprios homens Frey.

― Como? ― Jon sussurrou para a irmã.

― O Deus de Muitas Faces é bondoso ao conceder a dádiva quando recebe o preço que julga ser justo. E hoje, haverá muitas oferendas a ele graças à sua espada. Valar morghulis. ― ela sussurrou de volta, utilizando-se da voz de Edwyn.

A irmã fez um gesto para Jon, pedindo que lhe acompanhasse, e assim ele fez. Aos poucos, os soldados que acompanhavam o Rei entraram no castelo, e seguiam os dois Starks para o interior da fortificação. Atravessaram o castelo oriental sem dificuldades, e deixaram alguns homens lá para guarnecerem o local e desarmarem os guardas Frey que ali estavam.

Jon fez questão de checar o interior da construção e passou a espada em qualquer um que tentasse impedir o avanço da tropa nortenha. Ao lado da irmã, foi até a oficina que os Freys utilizavam para produzir as armas que guarneceriam o castelo, e os olhos brilharam ao ver a colossal estrutura de madeira que ali estava guardada.

― Os Deuses decidiram sorrir para nós. ― ele comentou.

― Por quê? ― Arya, travestida de Edwyn Frey, perguntou.

― Um aríete! ― Davos, que os acompanhava, sussurrou, com um sorriso discreto.

― Um o quê? ― a garota pareceu não entender o que escutara.

― Um aríete. É uma arma utilizada em cercos, quando se deseja quebrar uma muralha ou um portão. ― Jon explicou ― Imagino que as forças do castelo oriental devem ter visto nossa chegada, e consequentemente trancaram-se dentro dele... Então esta belezinha é a nossa chance de acabar com tudo isso rapidamente.

Arya pareceu entender a lógica do irmão e concordou com ele. Sor Davos chamou alguns homens, que arrastaram a arma apoiada em um carro de madeira. O aríete era tão pesado que foi necessário pedir reforço, mas após alguns minutos, a tropa conseguiu levá-la da oficina até a ponte sobre o Ramo Verde que interligava os dois castelos que compunham A Travessia. A ponte era mais larga do que Jon imaginava, e ele agradeceu por isto, pois a passagem do exército tomou menos tempo do que o esperado.

Fizeram a primeira parada na Torre D’água, que ficava exatamente na metade da ponte. Alguns besteiros posicionaram-se nas fendas de defesa e dispararam flechas contra a tropa Stark; conseguiram atingir alguns homens, mas não o suficiente para pará-los.

― Parem com isto! Eu sou o seu Senhor e ordeno que cessem o ataque! ― Arya lhes disse, tentando usar o disfarce como forma de defesa.

― Lorde Edwyn jamais permitira que um exército do bastardo do Norte adentrasse às Gêmeas! ― um dos soldados Frey que guardava a Torre D’água lhe respondeu ― Saiam daqui ou atiraremos!

Jon não se incomodou com o insulto do homem, mas não demorou a dar a resposta para ele.

― Empurrem o aríete contra o portão da torre! ― ele bradou.

Os homens tomaram impulso e forçaram a arma contra a estrutura de madeira. Os besteiros, seja por inexperiência, seja por puro nervosismo, sofriam dificuldades e demoravam a recarregar as armas, o que permitia à tropa de Jon ter uma mobilidade maior. Após três tentativas, conseguiram derrubar o portão e adentraram a torre, e o Rei surpreendeu-se ao perceber o quão mal guarnecida ela estava. Menos de vinte homens protegiam a baliza, e o próprio rapaz conseguiu livrar-se de três ou quatro deles, enquanto via Fantasma rasgar a garganta de um pobre coitado. Após o incidente, atravessaram para o outro lado e levaram o aríete consigo.

Desta vez, não houve conversa, e os homens impulsionaram a armação contra o portão do castelo oriental na primeira oportunidade que tiveram; contudo, foram necessários mais de dez golpes para que a estrutura cedesse. A madeira transformou-se em lascas e não tardou para que os Freys devolvessem o ataque, bradando espadas contra os nortenhos. Como era de se esperar, Jon era o mais visado, e teve que utilizar todas suas habilidades para conseguir desvencilhar-se de todas as investidas que sofria. Passou a espada em tantos homens que perdeu a conta, e enquanto o fazia, pensava em Robb e em como o irmão fora morto de maneira covarde naquele mesmo lugar. Sangue Stark fora derramado naquele solo através da traição, e apenas sangue Frey poderia amenizar, mas jamais curar, a ferida que os malditos haviam aberto em sua alma.

Um, dois, três, quatro, cinco... Os golpes multiplicavam-se na medida em que corpos caíam sobre as pedras que revestiam o castelo e pintavam-na de rubro com o sangue que escorria. Rubro como o estandarte Lannister, Jon pensou. Em breve seria a vez dos mandantes do crime, mas por enquanto ele se contentaria em acabar com os carrascos. A matança continuou, e a tropa nortenha dizimou os poucos homens que ainda se mantinham leais aos Freys. Quando o último homem caiu, Davos gritou para Jon:

― Majestade! Olhe! ― o velho apontou em direção à mesa do salão.

Sobre ela, um homem segurava uma jovem mulher de forma violenta, e a ameaçava com uma faca posicionada na altura da garganta.

― Se derem mais um passo, corto o pescoço desta puta da mesma forma que meu sobrinho cortou o da sua querida madrasta! ― ele ameaçou.

― Quem é você? ― Jon perguntou.

― Sou Walton Frey. ― o homem respondeu ― E esta em meus braços é a querida esposa de Lorde Edmure. Fale com eles, Roslin! Diga um “oi” para o seu quase cunhado!

A garota parecia desesperada, e se debatia nos braços do Frey.

― Pare com isto! Agora! ― Arya lhe disse.

― Você é um traidor desgraçado, Edwyn! Que o Estranho lhe carregue para os Sete Infernos! ― Walton praguejou.

― O único Deus que conhecerá será o de Muitas Faces. E eu não sou Edwyn. ― Arya retirou o rosto que usava e revelou sua verdadeira identidade.

O homem ficou visivelmente chocado e baixou a guarda, fazendo daquele o momento perfeito para o ataque.

― Vai, Fantasma! ― Jon ordenou.

O lobo gigante foi rápido ao avançar sobre Walton e rasgar-lhe a jugular. Era possível escutar o animal mastigando a carne enquanto o Frey gritava, em total desespero; contudo, sua voz foi desvanecendo, a ponto de não ser mais possível escutá-lo. Por fim, mais um dos herdeiros de Walder Frey estava morto. Roslin pareceu horrorizada demais para mover-se e Jon teve que ir até ela para checar se estava intacta.

― Você está bem? ― o rapaz perguntou, ajudando-a a descer da mesa.

― S-sim. ― ela gaguejou, sem conseguir tirar os olhos do cadáver e do lobo, que tinha o focinho tingido de sangue.

― Você se chama Roslin?

Ela assentiu.

― Roslin Tully. Sou a viúva de Lorde Edmure e mãe de Walder Tully.

― Tem um... Filho? Com Lorde Edmure? ― Jon perguntou, legitimamente surpreso.

Se houvesse realmente um garoto Tully, Sansa não seria a legítima Senhora de Correrrio, e várias implicações decorreriam daquele fato.

― Tenho. Eu sou a única família que lhe resta, por favor, não me machuque!

Os olhos da jovem estavam úmidos e ela parecia estar pronta para chorar e implorar por sua vida o quanto fosse necessário.

― Sabe quem eu sou, Senhora? ― ele perguntou.

Roslin negou com a cabeça, demonstrando estar com medo demais para responder verbalmente.

― Sou Jon Snow da Casa Stark, e agora tanto a Senhora quanto o seu filho estão sob minha proteção. Dou minha palavra de honra de que ninguém sequer tocará em um fio de cabelo de vocês dois.

 

***

 

Não tardou para que as notícias da vitória de Jon se espalhassem e chegassem até Correrrio, e Daenerys sentiu-se incrivelmente aliviada ao recebê-las. Ele estava voltando para Correrrio, e em breve seguiria ao seu lado para Porto Real a fim de ajudá-la a conquistar o Trono de Ferro. Passariam muito tempo juntos e Dany não sabia ao certo se aquilo seria bom ou ruim; por um lado, ficariam mais próximos e se conheceriam melhor, e por outro poderiam cair em tentação novamente, o que poderia trazer terríveis consequências. Tinha medo de seu comportamento, de não conseguir controlar-se estando tão próxima de Jon.

A Rainha caminhava pelo castelo escoltada por seus guardas pessoais, já cansada de ficar trancada dentro dos muros que protegiam Correrrio. Pensou em como seria prazeroso subir em Drogon e cortar os céus de Westeros, mas sabia que não era o momento apropriado. O dragão precisaria estar descansado, e principalmente intacto para o que viria. Poderia parecer exagero, mas ela também não podia dar-se ao luxo de arriscar a própria vida, pois sabia que Cersei Lannister já deveria saber de sua presença no continente, e certamente havia colocado um preço em sua cabeça; portanto, por mais maçante que fosse, sabia que era mais seguro permanecer em Correrrio.

Estava próxima aos jardins quando encontrou-se com a Alys Karstark, que lhe cumprimentou com uma rápida vênia. As duas se evitavam, mas a moça parecia tão feliz que sequer esforçou-se em fingir que Daenerys não existia.

― Majestade. ― a garota disse.

― Senhora Karstark. ― Dany acenou com a cabeça.

― Creio que já soube da vitória de Jon sobre os Freys. ― Alys falou, com um sorriso de orgulho estampado no rosto.

― Oh sim, já começaram a recitar canções sobre como o Rei conseguiu realizar a conquista d’A Travessia e vingar o massacre sofrido pelo irmão. ― Daenerys tentou parecer o mais impassível em sua resposta.

― Sim, ele é um verdadeiro herói! Primeiro libertou o Norte dos Boltons, e agora acabou com a ameaça Frey sobre as Terras Fluviais! ― seu sorriso alargou-se ainda mais ― Agora só resta acabar com os Lannisters para que ele enfim possa retornar para a nossa casa.

Daenerys sentiu a boca retorcer-se ao escutar a Karstark utilizar-se do pronome possessivo, mas tentou disfarçar.

― Pois sim, creio que é o que o Rei também deseja. Pelo acordo que fizemos, nós marcharemos para o Norte assim que o Trono de Ferro for meu. ― Dany devolveu.

― Então Vossa Majestade nos visitará? Será perfeito, pois assim estará presente quando eu e Jon nos casarmos! ― Alys respondeu, e o escárnio, mesmo que discreto, tornou-se presente em seu sorriso.

A Rainha devolveu-lhe um sorriso amarelo, sem ter como responder. Maldita fosse Alys Karstark, pois estava correta em lembrar-lhe daquilo. Jon era comprometido, e alguns beijos não mudariam aquela situação.

Dany teve vontade de cair de joelhos e agradecer aos Deuses quando viu Tyrion aproximar-se delas. No entanto, o desejo sumiu assim que percebeu que a expressão dele não era das melhores.

― Vossa Majestade. Senhora Karstark. ― ele cumprimentou as jovens.

― Lorde Tyrion. ― Alys o saudou ― Os deixarei a sós para que conversem melhor. Foi um prazer encontrar com Vossa Majestade.

― O prazer foi meu, Senhora Karstark. ― Daenerys dirigiu-lhe um sorriso forçado.

A garota fez uma mesura e caminhou para longe, deixando a Rainha sozinha com o Lorde Mão e os guardas que faziam sua segurança.

― Pode falar agora. O que aconteceu? ― ela perguntou.

― Acabo de receber notícias, e elas não são nada boas. ― o anão lhe disse.

Ele respirou fundo e hesitou por alguns instantes, como se escolhesse palavras que amenizassem o que estava prestes a contar.

― Diga de uma vez, Tyrion! ― Dany cobrou.

O Lannister tomou coragem e por fim falou:

― Cersei ordenou um ataque à Campina, que por mais absurdo que pareça, deu certo. Meu irmão Jaime tomou Jardim de Cima e mantém a Senhora Olenna como refém. Se não agirmos o mais rápido possível, ficaremos sem nosso abastecimento de comida e pereceremos, já que no inverno as colheitas são mais escassas.

O corpo de Daenerys enrijeceu.

― O Senhor me disse que o exército Lannister estava enfraquecido e que seu irmão jamais aprovaria as loucuras da usurpadora que senta em meu trono.

― Foi um erro franco, mas mesmo assim um erro, e eu admito isto. ― Tyrion respondeu.

A raiva fluiu por cada terminação nervosa de Daenerys, mas ela tinha que pensar friamente naquele momento. Ela não poderia mais cometer erros, não podia dar-se a este luxo.

― Mande os homens se prepararem, o Senhor e eles marcharão para a Campina hoje mesmo. Não podemos esperar pelo retorno de Jon, ele deverá encontrar meu exército em Jardim de Cima. ― ela ordenou.

― Farei isto. Organizarei nossa saída e até o final do dia poderemos partir. ― o anão obedeceu.

― Você levará o exército para mim, Lorde Tyrion. Vá à frente e eu o encontrarei em breve. ― a Rainha disse.

Tyrion arqueou a sobrancelha esquerda, intrigado.

― Se Vossa Majestade me permite perguntar, por qual motivo não nos acompanhará?

― Meus filhos. ― Daenerys respondeu, sem titubear ― Uma mãe não deve ficar tanto tempo longe de suas crianças. Está na hora de reunir a família.


Notas Finais


Meus amores, eu sei que eu demorei horrores dessa vez, mas foi por um bom motivo: eu estou fazendo algumas provas de estágio, e se o bom Deus permitir, estou prestes a conseguir um. Inclusive, farei outra no próximo domingo, então rezem por mim! Muito provavelmente o próximo capítulo também atrasará por conta disso, mas compensarei vocês depois, eu juro.

Eu também gostaria de fazer algumas observações pontuais pra vocês:
1º: eu seguirei as características das crianças Stark descritas no livro, ou seja, Jon e Arya com a aparência nortenha e Sansa, Bran, Robb e Rickon com as feições Tully. Portanto não se assustem com a descrição que eu fiz do Bran (que enfim apareceu! haha)
2º: tenho noção de que aconteceu muita coisa nesse capítulo, mas a razão disso é que eu quero dar uma acelerada na estória e torná-la mais dinâmica. Tudo bem pra vocês?
3º: é o primeiro capítulo que contém POV dos quatro personagens principais: Lyanna, Rhaegar, Daenerys, Jon e novamente Daenerys, nessa ordem específica. Fiquei muito feliz por conseguir fazer isso!
4º: nós próximos capítulos, eu focarei bem mais em Jonerys pra depois poder dar um enfoque melhor em R+L.
5º: a cena da invasão às Gêmeas ficou bem ruinzinha porque eu sou péssima pra escrever batalhas. De verdade.
6º: estou querendo mudar a capa da fic, então se algum de vocês tiver uma noção de photoshop e possa fazer algo por mim, por favor, me envie uma mensagem. Pago com muito carinho hahaha

Mais uma vez, me perdoem pelo atraso. Eu queria muito finalizar a fic antes da estreia da 7ª temporada, mas acho que vai ser quase impossível, portanto tenham paciência comigo, ok? Eu fiquei felicíssima com os comentários do capítulo anterior, e queria agradecer vocês por isso. Receber um feedback tão bom me anima pra caramba e me faz ter vontade de continuar escrevendo mais e mais. Vocês são os melhores leitores! ❤


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