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História Um garoto e um baile - Uma conversa de tortura


Escrita por: GuilhermeHM

Capítulo 5 - Uma conversa de tortura



"Meu coração é nuclear, amor é tudo o que eu temo" - Marina And The Diamonds

Quando escutei essa música pela primeira vez foi a mesma coisa que amor a primeira vista, me identifiquei muito com ela e com a artista, suas músicas são uma obra prima, e cada vez que ouço me identifico mais ainda. No meu primeiro namoro lembro que quando terminamos, eu estava no youtube procurando alguma música para que eu pudesse me afundar cada vez mais em tristeza, até que apareceu "Radioactive" nos recomendados, eu ouvi e gostei, então passei a escutar aquela música a noite toda, e desde então passei a admirar as músicas da Marina, até tentei seguir as suas regras em "How to be a heartbreaker" porém eu sou muito fraco para sentimentos.

Quando cheguei em casa, eu estava com foco em ir tomar um banho e em seguida ir dormir, porém, a última parte foi cancelada quando estava subindo a escada pro meu quarto e recebi outra mensagem da minha mãe perguntando se eu iria ir na casa dela como ela falou.

"Sim, eu só vou tomar um banho e já vou ai" - respondi por mensagens

- Hey, você está aqui. - disse pegando o meu gatinho do chão enquanto ele miava.

Dei um beijo na sua cabeça e entrei no meu quarto abrindo meu guarda roupa e separando um conjunto de roupas que havia ganhado de uma tia minha faz um bom tempo e ainda não havia usado, deixei o meu gatinho na cama enquanto fazia isso, abri meu notebook e coloquei alguma playlist aleatória do Spotify em um volume não tão alto enquanto eu entrava no banheiro e tomava um banho relaxante já que o dia foi bem corrido.

Quando sai do banho era 20:50, queria ir logo até a casa da minha mãe para não me atrasar no colégio amanhã, já que hoje nem colégio teve. Terminei de me vestir e peguei meu celular, e as chaves do portão e desci até a cozinha pegando uma maça foi quando me lembrei que tinha que dar comida pro meu gato antes de ir, não sei se essa conversa iria durar muito. Abri o armário do seu quartinho e peguei a sua ração embalada da marca Tynix, ele adora essa ração.

"Leona, vem" - disse assobiando para que ela descesse do meu quarto. Quando ela desceu, imediatamente foi comer a sua ração, dei um carinho na sua cabeça, ela nunca me da trabalho, e é super educada. "Boa garota" disse enquanto acariciava sua cabeça e saia pela porta da frente a trancando também.

Assim que tranquei a porta ouvi uns barulhos estranhos vindo dos vizinhos, não sei exatamente de qual deles, parecia que estavam brigando, já que ouvi barulhos de vasos quebrando, não dou muito tempo pra chamarem a polícia por conta do barulho, mas de qualquer forma, não é da minha conta. Fui até o estacionamento destravando o meu carro, sento no banco e ligo o carro colocando umas coisas que estava no banco de passageiro lá pro fundo.

[...]

Quando chego na casa da minha mãe, mal toco a campainha e ela já me atende, mas por sinal, não era ela quem me atendeu, e sim o meu pai, fiquei surpreso, até pensei que ele podia ter feito algo com a minha mãe, até ela aparecer na porta junto com o meu pai.

"Eu não disse que era pra você esperar eu atender" ouvi sussurros da minha mãe. 
"Eu estava ansioso... desculpa" dessa vez ouvi o meu pai sussurrar.

- Eu estou aqui ok? Ou vocês estão esquecendo já? - disse olhando os dois com uma cara não agradável.
- Pietro, entre por favor...

Entrei e me sentei no sofá esperando uma explicação tanto do meu pai quanto da minha mãe.

- Então vocês reataram? Ou o que está acontecendo aqui? E você, porque você combina as coisas e no final abandona? Sabia que eu fiquei te esperando lá que nem um idiota? - disse olhando pro meu pai
- Pera, vocês se encontraram? E nenhum de vocês dois me contaram, então você já sabia que seu pai estava aqui Pietro? - disse minha mãe já ficando nervosa com graça.
- Não me chame de Pietro, eu sou o seu filho, não custa nada me chamar por isso, e sim eu encontrei o pai ontem, e ele teve a capacidade de me deixar lá sozinho esperando ele. - disse sem paciência também 
- Quanto aquilo, eu tive que vir conversar com a sua mãe.
- Conversar sobre o que? De ter nos abandonado por todos esses anos e agora voltar sem não dar uma explicação para mim e nem para a minha mãe? E você acha que eu vou te perdoar por isso? Eu cresci sem um pai, eu achava que você estava morto - disse rápido e levantando do sofá irritado 
- Pietro, o seu pai...
- Não me chama assim, mas que merda mãe.

Respirei fundo e me sentei de volta esperando uma explicação.

- Eu e sua mãe brigávamos muito quando tivemos você, é claramente, isso foi muito injusto, ter que crescer ouvindo brigas minhas com a sua mãe, e os problemas que a gente tinha, então, quando sua mãe descobriu que você estava doente... Ela se sentiu culpada por isso, e ela não queria que tudo continuasse assim, ela queria cuidar de você, queria que você tivesse uma infância boa e agradável...

- Então eu pedi para que seu pai fosse embora... Para outro país ou qualquer lugar longe de nós, não queria que continuássemos brigando e que tudo continuasse daquele jeito, e então, ele nunca deu notícias, mas eu não o culpo, eu não queria mais que ele voltasse, mas ele voltou... E eu hoje entendendo que o erro também foi meu, e não devia ter nos separado.

- Eu quero compensar meu tempo perdido com você, filho.

- Eu não acredito nisso, você sabia o tempo todo sobre isso e não teve a capacidade de me contar por 18 anos mãe? Eu passei a minha infância inteirinha sem pai, as pessoas me zoavam, falavam que meu pai estava morto e que eu nunca iria vê-lo, e agora você vem com essas desculpas junto com ele? Quer saber... -levantei encarando os dois. - Eu odeio vocês, vocês dois... - disse indo até a porta e a abrindo prestes a sair.

- Filho, volte aqui, podemos terminar de explicar. - ouvi suas palavras e as ignorei completamente, entrando no carro e indo embora.

[...]

Dirigindo até a minha casa, com lágrimas no rosto, já não tinha mais como chorar, cheguei ao meu limite, mal conseguia ver devido às lágrimas secas em volta dos meus olhos, foi quando gotas de chuvas começaram a cair no vidro do carro, e eram fortes, faziam um grande barulho, foi quando eu passei pelo sinaleiro, e um carro vinha com alta velocidade pelo meu lado direito, e eu só fui perceber quando já não tinha mais chances.

 



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