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História Um Garoto (QUASE) Perfeito. - Oito


Escrita por: Tia_Biscoitinea

Capítulo 8 - Oito


"Eu andava em um corredor escuro e aparentemente humido, as pardes manchadas de mofo velho e verde, eu seguia uma pessoa. Ela corria rápido, os cabelos ruivos e longos iam atrás dela graciosamente enquanto se movia, ela se virou e ao me ver correu ainda mais rápido. Minha mente demorou a processar a informação, mas agora podia ver claramente. Era minha mãe. De repente eu corria ainda mais, com a pouca luz de algumas velas na parede, pude ver que segurava uma faca.

E então eu não estava mais correndo, agora havia um enorme espelho a minha frente. Meu rosto estava coberto por uma máscara, mas eu podia ver claramente pela estrutura corpórea que eu não era realmente eu. A camisa branca que "eu" usava estava manchada de sangue, minhas mãos também e ao olhar para baixo pude enfim entender o porque... Deitada, completamente sem vida aos meus pés estava ela, ainda mais ruiva e com a pele mais clara do que jamais foi, lá estava minha mãe.

Pelo reflexo do espelho eu podia ver um garoto, de cabelos negros e feições risonhas encarando de maneira psicopata o corpo da mulher. Era eu, ou uma cópia macabra de mim, com um sorriso largo e as bochechas sujas de sangue. O "garoto" começou a rir sinistramente e me encarou por alguns segundos, antes de uma criatura sombria sair das sombras. Ela tinha asas negras com penas manchadas de um vermelho tão escuro quanto sangue, em suas mãos havia um arco e uma única flecha, essa que foi usada para dar um único tiro em minha cópia. A figura me encarou e eu pude reconhece-la, era Jimin.

Tudo escureceu, mais uma vez eu estava de frente a um outro espelho, eu era eu mesmo novamente. A sala em que eu me encontrava era toda ornamentada com enfeites e colunas brancas, de cada lado da sala circular havia uma pessoa. Do lado esquerdo um garoto baixo de cabelos cor de rosa e sorriso fofo, ele tinha em suas costas asas negras, como antes, mas nenhuma mancha era evidente nelas. Do lado direito, outro garoto, mas de cabelos negros, estes que contrastavam com suas asas brancas e macias, era BaekHyun, mais belo e radiante do que nunca.

Os dois me encaravam, e eu sabia que tinha de escolher, mas tudo começou a girar de repente e ao olhar para o chão manchas enormes de sangue se formavam, sangue que caia de meus pulsos cortados. Eu estava morrendo novamente..."

Acordei arfando completamente sem ar, o coração acelerado e o suor grudando meus cabelos na testa. Fôra um sonho... Um terrível sonho. Olhei para o relógio ao lado da cama, eram duas e meia da manhã de sábado e eu sabia que não voltaria a dormir tão cedo. Com um suspiro me sentei, colocando as pernas para fora da cama, os braços ainda doloridos e com as mangas repletas de pintas e manchas vermelhas, resultado de uma hora sozinho no banheiro com uma lâmina e mil e uma mágoas.

Cocei os olhos ainda sonolento e me levantei, indo para a porta do quarto a passos lentos e preguiçosos. Assim que sai do guarto, vi que Taehyung ainda estava acordado, já que eu podia ver as luzes da televisão da sala refletindo nas escadas. Desci rapidamente até lá, ele assistia um filme de comédia.

— Ainda acordado? – Perguntei baixo me sentando ao seu lado. Ele sorriu quadrado e me encarou passando um dos braços por minha cintura e me puxando para mais perto. Deitei confortavelmente a cabeça em seu peito e suspirei ouvindo a batida lenta e ritimada de seu coração

— Estou com a cabeça cheia de mais para dormir. – Respondeu em um quase sussurro, pude sentir seu peito subir e descer conforme respirava. O calor me envolvendo, fazendo-me sentir protegido de maneira que o estranho sonho que eu havia tido não me perturbasse mais.

— Pensando em Hoseok? – Ele confirmou com um murmúrio sôfrego. Eu já sabia sobre essa paixão de Tae por Hoseok a muito tempo, e é claro que sempre o apoiei na ideia de ele se declarar para o garoto.

Eu nunca me importei com o fato dele gostar de outros e vice versa. Muitas pessoas não entendem meu relacionamento com Taehyung, acham que é uma espécie de amizade colorida ou qualquer coisa do tipo. Mas o que tenho com Tae tem muito mais carinho envolvido, um amor diferente. Antigamente costumávamos nos beijar em público, mas depois de certos acontecimentos paramos, e agora só fazemos isso dentro de quatro paredes.

— Eu não entendo ele! Sempre demonstra me querer, já tentou me beijar, mas quando eu pergunto ele se faz de Maria sonsa e finge não saber do que estou falando. Não sei se ele só quer transar ou se gosta de mim! Não quero outro Jooheon na minha vida. – Ele exclamou frustrado. Velhas lembranças Martelaram minha cabeça, fazendo uma velha centelha de raiva brotar dentro de meu peito.

— Não se preocupe, se ele sequer tentar agir como o Jooheon, juro que eu mesmo jogo ele na frente de um trem. – Ele riu baixo, uma de suas mãos agora acariciava meus cabelos. — Mas tenho certeza de que isso não será necessário, Hoseok gosta de você. Vejo isso no olhar dele, o jeito como sorri quando você está perto, a maneira como gosta de brincar para chamar sua atenção. Cara, ele 'ta tão na sua.

— Espero que sim. – Sussurrou. Por alguns minutos o silêncio reinou, apenas o barulho da televisão era presente. Ele ainda acariciava minha cabeça, e isso estava me deixando cada vez mais sonolento, mal pude perceber quando de fato voltei a adormecer, nos braços confortáveis e seguros de Tae.



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