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História Um gato chamado Kim Taehyung - Capítulo Quatro


Escrita por: mnephilim

Notas do Autor


Primeiro de tudo, miiiil desculpas. Sério, gente, eu sinto muito mesmo por ter demorado tanto para postar esse capitulo, mas não tá sendo fácil rsrs
Ele nem tá tudo isso, pq eu realmente passei por um bloqueio que não foi de Deus. Mas eu consegui terminar hj, e já tô aqui postando pra vocês, então se tiver algum erro, me desculpem, eu não revisei como deveria pra trazer ele logo.

Espero que gostem, e que algumas questão do capitulo passado sejam resolvidas rs

Boa leitura!

Capítulo 4 - Capítulo Quatro


Fanfic / Fanfiction Um gato chamado Kim Taehyung - Capítulo Quatro

Os dias foram passando, e para Hoseok, estava difícil seguir com entusiasmo. Desde que constara que, talvez, Taehyung não estivesse nem um pouquinho interessado em sua companhia verdadeiramente, não era fácil agir com confiança e animação. Mas, ainda assim, tentava não transpassar aquilo para o hibrido, e continuar a tentar uma aproximação.

Levara Taehyung a sua casa, estudaram juntos, e Hoseok também aproveitou para mostrar a ele sua coleção de mangás. O garoto até se empolgara, e ali o Jung viu uma oportunidade para ter sucesso em uma conversa. No entanto Taehyung era um cara realmente difícil, e logo cortara o assunto – quando Hoseok estava tão empolgado que falava sem parar – para avisar que iria embora, pois sua mãe ficaria preocupada caso chegasse muito tarde em casa.

Até ali tudo bem, Hoseok poderia viver com aquilo e persistir, porém, o hibrido parecia querer ir contra todas as suas intenções. Sempre muito focado na matéria e no que o Jung ensinava, o que era ótimo, mas também não passava daquilo, e Hoseok estava começando a se cansar. Era difícil ser o único empolgado e com vontades ali, o único a querer uma relação além de colegas de estudo. Queria ser amigo de Taehyung, fazer parte de sua vida e saber mais sobre o universo dele, mas, como diz o ditado; querer e poder são coisas diferentes.

Sempre que iniciava uma conversa sobre algo que não envolvesse números e fórmulas, Taehyung não o ouvia de verdade. Não lhe dava confiança, mesmo que Hoseok mostrasse que poderia. Quando o elogiava, ele dizia para não o fazer, porque era estranho, mesmo que fosse relacionado ao estudo.

Até mesmo apresentara sua mãe a ele, quando a encontraram em casa após o colégio. Ela fora gentil e atenciosa, perguntando a Taehyung o que ele gostava de comer para o fazer ficar para o jantar. O hibrido negara, e manteve-se distante, com uma postura quase robótica, sendo educado, claro.

E, em todo aquele tempo – de, mais ou menos, uma semana, contando o final de semana – Taehyung, nem uma única vez sequer, lhe contou algo pessoal – como gosto musical ou algo do tipo – ou agira de forma mais próxima. Hoseok lhe contara todas as suas coisas prediletas, desde cor até roupas, porém o hibrido continuava impassível, o ignorando ou simplesmente lhe dizendo “legal”. Quando o perguntava sobre todo o bullying que sofria, o garoto desviava do assunto dando de ombros ou alegando não se importar. Era irritante.

E, bom, Hoseok era um cara que não desistia fácil, insistia até onde pudesse. Mas também tinha um limite – e Taehyung estava bem perto de atingi-lo.

Estavam perto do fim de semana, dali alguns dias terminaria o prazo de estudo, e eles finalmente poderiam parar de se encontrar. E aquilo lhe perturbava mais que o devido, pois tinha certeza absoluta que Taehyung não hesitaria em lhe tratar como... Como o que? Eles estavam como sempre estiveram, com a diferença que Hoseok o ensinava matemática. O hibrido ainda o tratava como um estranho, e isso tirava o Jung do sério.

Já estavam no meio da semana, e, enquanto caminhavam em direção ao ponto de ônibus, Hoseok resolveu que estava cansado de esperar pelo tempo de Taehyung, já que esse nunca parecia chegar. Então pouco pode se controlar ao perguntar a ele se poderiam seguir para a casa do hibrido daquela vez.

— Pra minha casa? – Taehyung perguntou, confuso e desconfiado. – Porque?

Hoseok pensou um pouco, dando de ombros, como se fosse nada. E não era.

— Porque sempre vamos à minha, e, bem, hoje quero ir para a sua. – Explicou olhando de soslaio, vendo as orelhas dele abaixarem-se como sempre fazia ao desconfiar de algo.

— Não acho uma boa ideia. Só vamos fazer como sempre. – Dissera Taehyung, ignorando completamente a expressão de clara decepção de Hoseok – tentando pelo menos.

— Ah, qual é! Por favor? – Lamentou-se, o hibrido negou. – Porque não? Vamos, por favor. – Pediu novamente, andando a frente de Taehyung, de costas para o caminho, ao que juntava as mãos em suplicia, fazendo sua melhor carinha de cachorro sem dono.

Taehyung observou aquela cena, pensando no quão irritante Hoseok ficava quando era insistente. Ele nem ao menos preocupava-se em olhar para o caminho, durante o tempo que lhe implorava de um jeito irritantemente engraçado. O hibrido estava a ponto de lhe negar novamente, quando Hoseok pareceu pisar em falso, tropeçando e quase indo ao chão, se não fosse por Taehyung tê-lo segurado a tempo.

 Hoseok não sabia onde enfiar a cara. Por pouco não torcera o pé, fazendo graça para que o outro garoto lhe concedesse aquele desejo. Desculpou-se diversas vezes ao que Taehyung lhe ajudava a se recompor e voltar a sua postura, ainda o segurando pela cintura.

O Jung o olhou nos olhos, vendo-os também se prenderem em si. Aquele tipo de contato era novo, e sentia sua pele formigar onde a mão grande de Taehyung alojava-se. Quase podia sentia completamente, mesmo com a farda e o suéter que vestia por cima. Notou a cauda do hibrido agitar-se de repente.

Ficaram um tempo encarando a face um do outro, e Hoseok não ficara surpreso ao constatar que o garoto-gato era ainda mais bonito de perto, lhe olhando minunciosamente, como um gatinho curioso e atento.

O clima estava se tornando um pouco constrangedor, fazendo as bochechas de Hoseok amornarem-se. Estavam muito próximos.

— Porque quer tanto ir a minha casa? – Taehyung perguntou repentinamente, alternando o olhar por seu rosto um pouco vermelho.

Sempre que Taehyung lhe questionava sobre alguma de suas ações para com ele, Hoseok sentia-se tremer por dentro. Não poderia dizer a verdade, mas também não queria deixar uma impressão ruim. Dizer explicitamente a ele o que queria – sem nem mesmo saber realmente o que queria – era vergonhoso. Então sempre desviaria o olhar, par apensar exatamente o que dizer, sem se comprometer.

— Porque sim. – Respondeu, e Taehyung pareceu não gostar da resposta, pois o soltou na hora, revirando os olhos, alegando que “porque sim” não era resposta. – O que tem de mais em querer ir para a sua casa? Nós sempre vamos à minha e eu nunca reclamei. – Disse, cruzando os braços e desviando o olhar para a rua.

Taehyung sabia que aquilo não pararia. Mesmo que negasse hoje, no dia seguinte aquele carinha votaria a lhe encher o saco, e, sinceramente, ele não estava com saco para aquilo.

— Tá, tanto faz! – Cedeu, vendo um sorriso bonito de covinhas brotar no rosto, também bonito, de Hoseok.

O garoto voltou a se postar ao lado de Taehyung, caminhando em direção ao ponto, para irem, finalmente, a casa do hibrido. Estava curioso para saber como seria o resto do apartamento, já que só conhecera a sala e a cozinha. O banheiro não contava, pois, todos os banheiros eram iguais, em sua concepção. Era diferente de quartos, por exemplo. Quartos guardavam auras, e apresentavam personalidades. Banheiros só serviam para tomar e banho e fazer o que tinha de fazer. E Hoseok não via a hora de poder saber mais sobre Taehyung através de seu quarto, de suas coisas, saber que tipo de cara o hibrido era e como lidava com seu espaço pessoal. Não conseguia conter sua curiosidade. E, por mais estranho que fosse, só isso fora o suficiente para recuperar um pouco de sua confiança.

[...]

Quando chegaram, Taehyung lhe ofereceu água, e disse que se quisesse usar o banheiro sabia onde ficava, Hoseok negou as ofertas. Ver que o hibrido estava tentando lhe deixar a vontade fora animador, de certa forma.

Eles logo seguiram para o quarto do garoto, e Hoseok não poderia ficar mais encantando. As paredes eram de um tom azulado bonito, coberto por pôsteres do mundo geek aqui e ali. Ele também tinha uma coleção incrível de One Piece, e de muitos outros mangás. Havia uma escrivaninha que dava vista para a janela do quarto, com alguns livros de matéria. A cama era de solteiro, e havia alguns livros jogadas em cima. Não deixou de notar também no quão bagunceiro Taehyung era. Fazia suas mãos coçarem para arrumar tudo aquilo, visto que não suportava bagunça.

O garoto-gato lhe dissera que poderia largar suas coisas em qualquer lugar, enquanto organizava a escrivaninha para que pudessem pôr os materiais de estudo ali.

Assim que tudo ficara pronto, acomodaram-se e começaram a estudar. E como esperado, Taehyung estava indo muito bem, já conseguia resolver exercícios mais facilmente, e entendia melhor suas explicações. Hoseok sempre procurava o elogiar, mesmo que fosse repreendido. Passou alguns exercícios para o hibrido resolver, e enquanto o esperava, resolveu pegar um dos livros didáticos para tirar algumas dúvidas e não passar informações erradas ao outro.

Estava bastante concentrado no que fazia, mas ao desviar, por um único segundo, o olhar para Taehyung, sua mente se desprendeu completamente de qualquer coisa que não fosse ele. O hibrido ficava tão bonito concentrado, chegava a formar um biquinho fofo nos lábios enquanto pensava nas equações, as orelhinhas mexendo-se de vez em quando ao que se deparava com algo muito complicado, deixando Hoseok completamente cativado. Quando menos se deu conta, já estava com a cabeça sobre os braços cruzados na mesa, fitando Taehyung daquele ângulo, percebendo como as sobrancelhas grossas e delineadas se franziam de tempo em tempo, e uma pintinha na ponta do nariz dele. Era fofa. Não pode impedir-se de constatar que mesmo daquele ângulo estranho o garoto continuava incrivelmente bonito. Chegava a ser irritante como, não importando a forma que olhasse, Taehyung parecia nunca estar perto de ser feio.

Ainda imerso em pensamentos sobre a aparência do hibrido, Hoseok não pode perceber que erguia a mão até a ponta do nariz dele, tocando o pequeno sinal ali com a ponta de seu indicador. Taehyung o olhou um pouco assustado, pelo contato estranho e repentino, tentando entender quais as intenções do garoto ao seu lado.

— Você tem uma pintinha bem aqui. – Informou, como se fosse uma novidade para o outro, e sorriu. – É fofa.

Taehyung não sabia como reagir, e seu estado letárgico só piorou ao que Hoseok moveu a mão pelo seu rosto, os olhos crescendo em descoberta, pousando o dedo um pouco abaixo de seu olho direito.

— Oh, você tem outra aqui, bem pertinho do olho. É bonita. – Elogiou, passando acariciar o rosto de Taehyung inconscientemente. – Sua pele é macia, eu gostaria de ter uma pele assim. Tem alguma coisa a ver com você ser um hibrido? – Perguntou, desviando os olhos das bochechas um pouco coradas dele, para olha-lo nos olhos.

Não entendia muito o porquê, mas Taehyung sentia seu coração bater tão forte em seu peito que podia sentir a pulsação em seu pescoço, os dedos segurando o lápis com mais força que o necessário, e seu rosto quente como nunca sentira. Ele não entendia essa necessidade de Hoseok em toca-lo, elogia-lo ou até mesmo trata-lo bem. Era irreal demais que aquele garoto estava ali, lhe olhando nos olhos, com a mão aquecendo a pele de sua face, de forma tão natural. Seu corpo e mente não tinham ideia de como agir.

Já Hoseok sentia a pontinha de seus dedos perderem temperatura pelo nervosismo, dando-se conta de que era a primeira vez que tocava Taehyung daquela forma, e descobriu gostar daquilo. Por isso, aproveitando-se do estado do hibrido, ergueu-se, ficando mais próximo, escorregando a mão até a testa deste, tirando parte da franja de cima dos olhos tão bonitinhos. Passeou o olhar pelo rosto de Taehyung, até encontrar outra pintinha no lábio inferior dele.

Percebendo para onde Hoseok olhava, o hibrido afastou-se de imediato, desfazendo o contato com pouca gentileza, olhando irritado e constrangido para ele, a cauda tão agitada quanto seu coração. Sabia que a intenção dele era penas indicar mais um sinal em seu rosto, mas a forma como sua boca fora encarada lhe fez sentir uma comichãozinha no estômago.

— Qual o seu problema? Porque fica fazendo essas coisas? – Questionou, a irritação perdendo espaço para o constrangimento quando viu Hoseok corar também, ainda com a mão erguida no ar. O viu desviar o olhar.

— É melhor voltarmos a estudar. – Esquivou-se do assunto. Sempre se excedia e depois não tinha como explicar suas ações. Era tão vergonhoso.

Como explicar algo que nem mesmo tinha ideia de como acontecia? Simplesmente sentia vontade de tocar e de ser cada vez mais próximo de Taehyung, e, talvez, a sensação de não estar tendo progressos significativos lhe deixasse levemente precipitado.

O Kim então percebeu que Hoseok sempre mudava de assunto quando o perguntava sobre suas atitudes, descobrindo que aquilo o irritava ainda mais. Queria que ele dissesse de uma vez o que estava tentando fazer e porque estava tentando.

— Não! – Exclamou, tirando os livros e deveres de perto do garoto, que o olhava espantado. – Quero que me responda: qual é a sua? – Inquiriu uma última vez.

Hoseok sentia-se contra a parede, e odiava tal sensação. Não podia e nem diria a Taehyung sobre toda sua vontade de estar por perto. Ele lhe acharia estranho, e isso só dificultaria ainda mais uma aproximação. E o Jung não estava disposto a arriscar. Já era difícil o suficiente do jeito como estava.

— Só estou sendo gentil. Você deveria tentar de vez em quando. Não mata! – Justificou. Não estava mentindo, apenas contando parte da verdade. E pensando no quesito gentileza, a lembrança da forma como Taehyung tratara a atendente quando foram a Cafeteria lhe veio à mente, fazendo o desconforto de antes voltar com tudo e a vontade de questiona-lo sobre isso também. – Você está sempre me tratando como se eu fosse te fazer mal ou algo do tipo. Eu é que deveria te perguntar qual é a sua! Porque você tem que ser tão frio e distante dessa maneira? Estou tentando ser amigável, mas ao que parece tudo que eu vou conseguir é um dos braços quebrados! – Desabafou, encarando a expressão estranha do hibrido, com a voz alta e quase embargada. A frustração atingindo seu máximo. Estava cansando de tentar tanto e Taehyung o afastar ainda mais. – Você está sendo horrível. – Acusou, abaixando o olhar para suas mãos, pousadas em seu colo.

O jeito como Hoseok falou sobre o episódio em que o machucara abalou toda sua pose altiva, o desarmando por completo. Sentia tanto arrependimento da forma como o tratara naquele dia que preferia esquecer que havia acontecido, mas ali estava o alvo de seu incomum descontrole, expondo como não esquecera e como ainda se ressentia.

— Eu achei que tivesse me perdoado por aquilo. Porque está me dizendo isso agora? – Perguntou, com evidente desconforto.

— Perdoar não é esquecer, Taehyung. E eu não vou esquecer, porque você realmente me assustou, porque você vive sendo desagradável. Porque eu venho fazendo de tudo pra te mostrar que eu não quero seu mal, mas você faz questão de pisar em qualquer boa ação que eu tenho. – Confessou, a magoa contida na fala atingindo Taehyung com força. – E perceber que isso é só comigo me magoa ainda mais. – Hoseok o olhou com pesar, sentia que precisava expor aquilo para o hibrido, ou não conseguiria mais suportar. – Sabe, eu senti tanta inveja daquela atendente, em menos de cinco minutos ela conseguiu o que venho tentando conquistar desde o momento em que falei com você pela primeira vez.

Taehyung desviou o olhar para a janela, observando a vista de prédios, nada muito bonito ou chamativo, apenas um monte de concreto e vidro, mas não realmente prestando atenção. Saber que era assim que Hoseok o enxergava lhe deixando meio mal. Percebendo que mesmo que tenha prometido jamais encostar nele de forma agressiva novamente, vinha o machucando tanto quanto.

— Você não entende... eu não tenho muito contato com outros híbridos, ela foi a primeira que eu vi trabalhando normalmente. Eu só me empolguei. – Justificou, mesmo que aquilo não fosse amenizar em nada a situação.

Hoseok riu.

— O problema é eu não ser um hibrido então? – Questionou, um tanto sarcástico. – Isso é meio irônico, não? Você está sendo desagradável comigo porque sou diferente de você? – Não pode evitar o tom meio venenoso e acusador. Taehyung estava agindo como um idiota. – Talvez seja por ter sentido algum tipo de interesse a mais nela, não? Ela era muito bonita mesmo. – Hoseok não conseguiu se conter e não tocar naquele tópico. Era tão obvio para si que o garoto tinha gostado da atendente, que lhe parecia ridículo ele lhe dar aquela desculpa.  

O hibrido o olhou, os olhos felinos estreitando-se para Hoseok. Chegou a abrir a boca para responder, mas antes que pudesse proferir qualquer coisa, a porta de seu quarto fora aberta, revelando sua mãe.

A mulher olhava para os dois adolescentes com um pouco de preocupação nos olhos –tão bonitos quanto os de Taehyung.

Diferente do filho, a mulher não tinha qualquer traço animal. Era inteiramente humana. E isso causou certa curiosidade em Hoseok, que achava que ela também seria hibrido de alguma coisa.

— Tá tudo bem aqui? Estão brigando? – Perguntou, revezando o olhar de um para o outro.

Hoseok direcionou o olhar de volta para a escrivaninha, constrangido por ter sido pego discutindo com o filho da dona da casa. Já tinha uma relação complicada com o hibrido, não queria também passar uma má impressão para a mãe desse.

— Não. Estamos bem. – Taehyung respondeu, olhando para o Jung de esguelha. – O que está fazendo aqui a essa hora? – Questionou. Sua mãe deveria estar trabalhando afinal.

— Me deixaram sair mais cedo hoje, pelas horas extras acumuladas. – A mais velha respondeu, risonha e feliz pelo feito. Mas logo pousou o olhar em Hoseok, com curiosidade. – Não vai me apresentar seu amigo?

Ao ouvir a mãe de Taehyung perguntar por si, o Jung sentiu todo seu corpo tremer. Esperava não ser confundido com um arruaceiro folgado, que saia por aí desrespeitando o lar dos outros, ou os membros de sua família. Queria que ela lhe visse como um bom garoto, para que pudesse ter, de certa forma, alguma coisa que lhe fizesse alcançar o hibrido.

Viu Taehyung lhe olhar por um tempo, como se estivesse decidindo como fazer aquilo. Talvez ele não quisesse lhe apresentar como um amigo, ou sequer ter de lhe apresentar para alguém, já que com muito custo que ele o trouxera ali.

— Esse é o Hoseok, ele estuda comigo. – O Jung não pode deixar de sentir-se um pouco estranho por ser descrito daquela maneira, mas já esperava por algo como aquilo. – Ele tá me ajudando com matemática.

Quando Taehyung terminou, Hoseok viu ali a deixa para se levantar e apresentar-se corretamente para a mãe do garoto. Andou até ela devagar, limpando o suor das mãos na calça de tecido fino, e ajeitando a farda escolar. Passou a mão pelo cabelo levemente, visando ajeitar qualquer fiozinho que estivesse fora do lugar, antes de erguer a mão para a mulher, exibindo seu melhor sorriso e toda sua simpatia.

— Prazer, Senhora Kim, eu sou Jung Hoseok, colega de classe do seu filho. – Proferiu, tendo sua mão apertada, e um belo sorriso lhe dirigido.

— Ah, Kim Taehyung, se tivesse me dito que traria amigos bonitos aqui em casa eu teria preparado tudo melhor. – A mais velha declarou, abrigando as duas mãos de Hoseok entre as suas. Taehyung revirou os olhos, enquanto o Jung corava de leve. – Você parece um menino de boa família. – Riu, fazendo Hoseok rir também, achando-a adorável.

O hibrido cobriu o rosto com as mãos, constrangido pelas palavras de sua mãe. Tinha certeza que depois levaria uma bronca por não ter arrumado o quarto e passado má impressão para a visita, e, de quebra, ainda teria de ouvir ela falando sobre como Hoseok era bonito e coisas do tipo. Constrangedor e irritante.

— Mãe, para com isso. – Pediu, olhando como ela fazia perguntas estranhas para Hoseok. – Temos um monte de coisas para estudar ainda. – Alegou, vendo-a finalmente largar o outro garoto e sair dizendo que prepararia algo para comerem.

Hoseok sentia seu coração se encher com um bom sentimento. A mãe de Taehyung era adorável, e saber que tinha conquistado a mulher lhe deixava ainda mais animado.

Seguiu de volta para o seu lugar, ostentando um sorriso orgulhoso. Sentou-se ao lado de Taehyung, olhando para ele como se dissesse “Viu só? Sua mãe gosta de mim”.

— Não se sinta tão especial, minha mãe é assim com todo mundo. Ela acha que se não tratar as pessoas que trago aqui bem, elas não vão querer voltar. – Mesmo que ele dissesse aquilo, não era o suficiente para tirar aquele gostinho da boca de Hoseok, não se deixaria abalar pela quase crueldade de Taehyung.

E assim voltaram aos livros e equações, concentrados demais para pensar em qualquer coisa que não fosse aquilo. Pelo menos Hoseok sim, que se sentia muito mais leve após aquele leve progresso para seu plano, deixando-o animado novamente. Mas Taehyung ainda tinha a pequena discussão que tiveram rondando sua cabeça. O jeito magoado como o Jung o olhara deixando sua cauda e seus olhos inquietos.

Quando Hoseok se aproximou um pouco mais de seu rosto, para enxergar o que ele estava fazendo, e se estava certo, Taehyung voltou a sentir a comichão lhe corroer o estômago. Viu ele lhe apontar algo no caderno, talvez dizendo que estava errado, mas o hibrido não prestava real atenção, pois todos os seus sentidos estavam voltados para o sentimento de que deveria desfazer o mal-entendido.

— Hoseok. – Chamou, calmo, vendo-o deslocar o olhar até o seu. Ele lhe analisava um tanto, esperando que continuasse. – Sobre a atendente...

Antes que terminasse, viu o garoto arregalar os olhos levemente.

— Tá tudo bem. Você não tem que me explicar isso, se você gosta dela não é problema meu, não tenho nada...

— Não, sério... – interrompeu, observando Hoseok se calar imediatamente, um pouco apreensivo. – Quero que saiba que eu não tenho interesse em garotas, tudo o que quero é terminar o ensino médio e ingressar numa boa faculdade. – O Jung sentiu seu peito doer pelo ritmo acelerado que seu coração tomara, sentindo a calmaria na fala de Taehyung causar um reboliço em seu interior. E ele ainda estava tão perto... – Estou contando com você para conseguir as melhores notas. – Confessou, sorrindo gentil, as presas, que antes lhe pareciam um pouco assustadoras, dando uma imagem fofa a ele.

Talvez aquilo fosse, definitivamente, o que precisava: aquele sorriso. Lhe dava a impressão de que Taehyung estava tentando se retratar pelo modo grosseiro que vinha agindo. Talvez não fosse nada daquilo, e Hoseok estivesse, mais uma vez, criando expectava demais, no entanto ele preferia mil vezes acreditar em suas teorias a ter de desistir de construir algo com Taehyung. E, após a declaração sobre seu não interesse em garotas, foi impossível para Hoseok não sentir um sentimento diferente lhe tomar. Ignoraria por enquanto, com certeza era só seu lado emotivo extravasando sua felicidade por, finalmente, ter visto um sorriso tão bonito direcionado a si. E pensar que ele já achava Taehyung muito bonito antes, descobriu que nada se comparava ao sorriso desse.

Naquele momento ele não percebeu, mas seria capaz de dar o mundo a Taehyung todas as vezes que ele lhe sorrisse daquela maneira.


Notas Finais


é isso aí

Eu disse que o Taehyung é fofo gente, vocês só tem que dar uma chancezinha kkkkk
Gostaram do capítulo? O que mais gostaram? Qual a impressão que tiveram da mãe do Taehyung, e sobre o relacionamento dela com o Hoseok? Vocês ainda vão ver ela por aqui novamente kkk

ps.: tem uma coisa legal sendo feita na batcaverna, pra todos nós amantes de vhope, então aguardem, ok? s2

Espero que tenham gostado, e desculpa mais uma vez pelo vacilo, não desistam de mim ♥
Até a próxima
Xoxo


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