1. Spirit Fanfics >
  2. Um Lugar Perto de Você >
  3. Capítulo Único

História Um Lugar Perto de Você - Capítulo Único


Escrita por: nini-way

Notas do Autor


Ficar tanto tempo esperando o ônibus, resultou nessa fic, feita para a primeira fase do projeto YOUARETHEONE.
Espero que tenha ficado bonitinhu.
Boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo Único


 

 

Kim Minseok costumava pegar o ônibus sempre naquele mesmo horário. Com seus fones de ouvido, se perdia em seu próprio mundo escrevendo nas notas do celular alguma história com personagens que só existiam em sua cabeça.  

Já faziam três meses que não ficava sozinho por aqueles bancos. 

Logo a sua frente, a exatos quatro bancos na fila oposta, sentava um garoto com a cabeça apoiada na janela. Pela alta hora da madrugada, este sempre acabava dormindo, parecia cansado demais para sobreviver àquela viajem. Vestia-se sempre com uma roupa esportiva, julgava ser atleta.  Ao sentar, suspirava aliviado, o suor acompanhando a tonalidade avermelhada de seu rosto, denunciavam seu recente trabalho árduo.  

Minseok passou a observá-lo por todos aqueles dias, durante 86 dias contados que pegavam o mesmo ônibus, na mesma hora. E era impossível para Minseok não transformar aqueles pensamentos em relação ao garoto, em histórias perdidas na memória do celular.  

Em tantos dias juntos (mesmo que indiretamente) criou teorias sobre o que ele tanto fazia àquela hora da noite. Em seus textos, prosas e poemas, o descrevia como o atleta, que sempre treinava mais do que os outros para algum fim desconhecido. 

Provavelmente jogava futebol, lembrava-se da vez em que vira suas chuteiras saltando para fora da mochila velha e batida, cheia de rasgos. E ele se quer se dera conta pelo sono que o consumia.  

Minseok costumava dormir naquele horário também, por aqueles bancos revestidos em uma espuma seca e um acabamento velho, mas não agora, quando sabia ter exatas duas horas para observar aquele jogador até que seu ponto chegasse.Talvez fosse bobo pensar o quão fascinado estava a ponto de sair um quarteirão antes de casa com a desculpa de ter que o acordar antes de descer. Ele sempre agradecia meio sonolento.  

Minseok quis se aproximar naquele dia em específico, afastar aquela parte dos pensamentos que o afrontava e simplesmente ir até o mais alto mesmo que não soubesse bem como o fazer. Levantou-se de seu acento, porém logo foi amaldiçoado por um buraco no meio da estrada que resultou em uma queda feia no corredor do ônibus. Contorceu-se de dor sentido seu braço ser esmagado pelo peso do próprio corpo, não sabia o que poderia ser mais doloroso, cair ou passar vergonha. Obteve ajuda para se levantar e só então notara que aquele garoto o segurava pela cintura e o olhava com preocupação.  

- Meu Deus, você está bem?  

Não sabia dizer, sentia as palavras fugindo de sua mente e esta se tornando um branco completo que não o permitia processar o fato dos braços daquele garoto estarem em sua volta. Mais perto do que nunca jamais esteve.  

Foi salvo daquela pergunta pela voz do motorista que os chamou na porta.  

- Gente, sem pânico, mas... - e de repente o aviso de não entrarem em pânico pareceu vazio levado em conta que fora seguido por uma conjunção coordenativa adversativa, mas. - Temos um pneu furado e estamos a 40min do ponto onde vocês descem. Infelizmente esse era o estepe, ou seja, vocês precisam me prometer que não vão reportar isso à polícia. Eu vou até a vila do Leite Branco porque tenho um amigo lá que vai ajudar. Pelo amor de Brad Pitt e Angelina Jolie, não saem daqui.  

Meio perdidos com tanta informação, concordaram e logo se viram sozinhos no ônibus, Minseok com tanta coisa para falar e poucas palavras coerentes em mente.  

- Eu sou Oh Sehun. - Ditas aquelas palavras, o personagem de Minseok acabara de ganhar um nome. Agora poderia complementar suas histórias com aquele nome que soava tão monocromático e harmônico.  

- Eu sou Kim Minseok. - Oh Sehun sorriu e sentou-se em um dos bancos, Minseok o seguiu sentando ao seu lado sendo separados pelo corredor.  

- Você é o garoto que sempre me acorda... - Comentou. O menor corou ao ver que tinha uma representação característica na mente do atleta, mesmo que essa se limitava a ser apenas o garoto que o acorda todos os dias no ônibus para que não perca o ponto.  

E você é o garoto bonito que ilumina minhas madrugadas e faz meu dia longo de trabalho não parecer tão cansativo. Quis dizer, mas não pareceu apropriado. 

- Você sempre dorme... - comentou meio sem jeito, o vendo sorrir. Seus dentes eram todos alinhadinhos e os caninos pontudos se destacavam. 

- Eu meio que sou adepto das maravilhas do sono. Por mais que eu tente, não consigo não dormir, sabe. - Sorriu, Minseok o acompanhou.  

Você fica lindo enquanto dorme.  

- Eu sou adepto do sono também, só não tenho muito tempo para isso...  

- Você trabalha?  

- Sim, dois empregos para conseguir dinheiro para a universidade. E você?  

- Eu jogo futebol. - Eu sei, eu escrevo sobre isso enquanto te observo de longe. - Daqui a uma semana tenho um torneio importante e ele pode mudar o percurso da minha vida. Estou treinando o máximo que posso pra me sair bem, talvez seja minha única chance. 

- Espero que você consiga... - Se tivessem mais intimidade, o diria que nunca se tem somente uma chance na vida, que elas sempre e sempre voltam a aparecer quando menos se espera, mas mesmo assim, queria o ver se sair bem.  

Os dois se olharam, haviam tantas coisas contidas em cada olhar. 

- Eu sempre gostei mais de esportes do que, necessariamente, os pratiquei. Fazem anos que não jogo nada que não seja virtual. 

- Podemos jogar enquanto o tio não volta.  

Minseok sabia que era uma aberração quando se tratava de qualquer atividade física, mas depois que aquele garoto começou a dividir o ônibus consigo, passou a ver futebol com mais frequência e admirar aquilo muito mais do que só achar interessante. Era uma proposta inegável jogar futebol com aquele garoto.  

- Claro, você só precisa ter um pouco de paciência porque, eu juro, tenho duas pernas esquerdas.  

Oh Sehun achou aquele comentário fofo, quase tanto quanto quem o falara.  

Sehun pegou uma bola de dentro da mochila e os dois deixaram o ônibus. A rua era pouco iluminada mas havia a luz dos faróis do ônibus que os ajudou a situarem-se. De frente um para o outro começaram um toque de bola. O menor a perdeu algumas vezes, enquanto o maior a dominava com uma perfeição nata.

- Nunca entendi como embaixadinha é feito, acho que resolver uma conta aritmética é mais fácil do que conseguir ficar tempo suficiente equilibrando uma bola no pé. - Disse quando uma pausa foi feita, Minseok estava ofegante mesmo em dez minutos de brincadeira.  

- Não tem muito segredo na verdade, você só precisa chutá-la baixo. Muitos quando estão começando acham que se trata de altura, mas quanto mais tempo ela fica no ar, menos tempo de equilíbrio você tem. Tente.  

Duas pernas esquerdas, definitivamente. Mas nada que não fosse solucionável. E de fato conseguiu quatro quase perfeitos chutes na bola antes dela ir para longe e Oh Sehun o abraçar forte de empolgação pela vitória do menor.  

Minseok prender a respiração e sentiu o peito doer pela forma que seus batimentos se conduziam. Oh Sehun coçou a nuca tímido, e aqueles minutos de um jogo amador não o ofegaram tanto quanto aquele abraço meio torto.  

Ao longe viram o motorista voltando ao lado de um homem muito mais alto e forte carregando um pneu. Oh Sehun recolheu sua bola  e os dois correram cúmplices para dentro do ônibus novamente, sentando lado a lado no mesmo acento. Sorrindo.  

- Obrigado pela aula, acho que eu to começando a gostar de esportes.  

Quase tanto quando de você.  

- Eu estava realmente estressado com esse torneio e com tanto treino diário, mas estou realmente me sentindo bem agora. Talvez seja você... - Aquelas palavras pareciam ter pulado de dentro de uma de suas histórias, mas haviam realmente saído da boca daquele atleta. Suas mãos suavam em nervosismo. Sua boca estava seca. Queria que ele continuasse, pois não saberia como responder àquele comentário tão doce. Seu olhar se alternava entre o rosto do mais alto e suas próprias mãos inquietas sobre o colo, hora tentando fixar os olhos em algum ponto no banco a frente, hora tentando decorar cada mínimo detalhe possível de quem sentava-se pela primeira vez ao seu lado e sorria tão lindamente, querendo marcar sua memória com aquele charme. - Eu tentei falar com você em todas as vezes que você me acordou, ou seja, todos os dias, mas costuma sair tão rápido que é impossível alcançar você...  

Eu saio rápido por causa de você. Fico tão nervoso que fujo como um covarde.  

- Me desculpe, eu não percebo... - E de fato não percebia, estava tão acostumado a fugir daquele sentimento que se quer notava o quão profissional havia se tornado com os anos.  

- Você quer sair comigo algum dia? Eu realmente acho você fofo e... Bonito. - Sehun arriscou soltar àquelas palavras, se fosse para ser afastado que fosse na primeira vez em que conversassem, não queria iludir-se com esperanças de algo incerto.  

- Eu aceito. - Encolheu-se meio perdido em pensamentos, não entendia bem o que acontecia, tudo estava meio embaçado demais para ser real. 

Corou tanto que Sehun sorriu de sua reação meiga, talvez aquele garoto baixinho e de bochechas salientes estava tão interessante quanto si próprio e tão nervoso quanto. 

- Meninos! - Chamou o motorista os atraindo atenção. - Prontos? - Recebeu um par de acenos positivos de cabeça. - Desculpem o transtorno, vocês chegarão mais tarde em casa hoje, espero que não tenham problemas com os pais. Enfim, vamos seguir adiante.  

Durante o restante do caminho Minseok não escreveu, mas teria muito o que escrever pelo restante da noite, sabia que não conseguiria dormir sem pensar naquele atleta que lhe coloria a mente e que agora já não parecia mais tão distante.  

Quando o ponto de Sehun chegou, Minseok não precisou acordá-lo, mas também não se importou em fazer o restante do caminho a pé e acabar por desembarcar com o garoto.  

- Podemos sair depois do torneio de sábado. Se você não tiver nada melhor para fazer... 

- Não! Eu não tenho nada para fazer. - Respondeu rápido demais sem conseguir evitar a empolgação que transparecia por todo seu corpo. 

- Espero ver você lá, torcendo por mim...  

- Eu irei. Eu com certeza irei.  

- Certo, Minseok. - Pronunciou seu nome em um quase sussurro esbanjando um sorriso delicado. Minseok lembraria daquelas palavras e Sehun lembraria daquele nome.  

Mesmo que no colégio gostava de transformar os esportes em seus arqui-inimigos mortais, naquele momento amou futebol, amou ver Oh Sehun vestindo roupas esportivas enquanto acenava com um sorriso nos lábios e adentrava o portão de sua casa tropeçando no pequeno arbusto na entrada. Amou Oh Sehun.

E o amaria por muito tempo, teve certeza. 

 

❝ ❞

 

Os troféus marcavam presença na sala daquela casa pintada de azul pastel, logo ao lado dos livros que possuíam histórias tão conhecidas dos moradores da mesma. O interior da casa permanecia em um silêncio que não se aplicava ao lado de fora, onde risos e gargalhadas eram ouvidas espalhando-se pelo quintal.  

Oh Sehun vestia seu tão típico uniforme azul, meias brancas e chuteiras florescentes, equilibrando uma bola no peito.  

Kim Minseok observava o marido com um sorriso grande nos lábios, enquanto brincava com a lapiseira em mãos.  

Um terceiro riso era admirado pelos dois, o pequeno de cinco anos, vestido exatamente como o pai, o chamava e implorava que a bola o fosse jogada, Sehun gostava do espírito esportivo que havia doado ao filho, mesmo que pensasse em lhe dar toda a liberdade para ser o que quisesse no futuro, adorava passar aqueles tempos com o pequeno, que crescia tão rápido a cada dia, regado de amor e cuidados.  

- Hey moleque, vem cá. Você precisa tomar banho para ir à escolinha.  

- Papai Minseok vai me dar banho?  

- Você sabe que papai Minseok não pode. - Disse pegando o pequeno nos braços e o colocando sentado sobre os ombros.  

- Mas papai Sehun deixa ir sabonete nos meus olhos. - Minseok rio alto fazendo Sehun franzir o cenho em uma indignação passageira com o comentário inocente do pequeno.  

- Papai Sehun não vai mais comprar gibi para você!  

- Mas papai... - Gritou puxando os cabelos lisos do mais velho que o levava escada acima Eram seguidos por Minseok que caminhava mais lentamente segurando um peso muito maior do que o de seu próprio corpo. Oh Sehun costumava olhar para o marido que vinha logo atrás, preocupado com sua condição. - Papai Sehun, por que o papai Minseok não pode me dar banho?  

- Já falamos sobre isso garoto, papai Minseok está esperando seu irmãozinho.  

- E ele é feio?  

- Claro que não, seu bobo. - Tirou a camisa do menor, descendo logo seu bermuda. - Ele vai ser tão bonito quanto você.  

- E se ele nascer sem nariz?  

- Dai nós vamos amar ele como se ele tivesse um nariz.  

- E se ele não tiver uma perna?  

- Vamos ajudar ele a jogar futebol com uma perna só, aposto que ele vai se sair bem. Depois compramos uma perna biônica para ele se ele quiser e vai poder ser o melhor jogador de futebol do mundo. 

- Não, eu vou ser o melhor jogador de futebol do mundo.  

Enquanto espumava os cabelos crescidos do menor, Sehun teve a certeza de que ele era a mais clara representação de seu amor por Minseok. E olhar Minseok os observando na batente da porta, exibindo aquela barriga tão perfeita que acomodava mais um ser tão pequeno que vinha para mostrar-lhes o quanto era sólido e apalpável aquele amor, o enchia de uma completa paz interna. 

Depois de vestir o menor, ajudou o marido a descer as escadas. 

- Me espera no carro nanico, papai já vai.  

Depois de se virem sozinhos naquela sala tão pequena quanto confortável, depositou um selar demorado nos lábios vermelhos de Minseok e ainda de olhos fechados sussurrou um eu te amo contra seus lábios, voltando a beijá-los.  

- RÁ! Eu peguei vocês. - O pequeno pulou de trás da porta direto para dentro da sala em risos pelo grande feito de ter flagrado os mais velhos. Oh Sehun colocou uma expressão falsamente enraivada no rosto e gritando que iria o pegar e o devorar, correu atrás do pequeno que se escondeu dentro do carro ainda rindo da brincadeira infantil que se iniciara com sua figura paterna.  

Dentro da residência Minseok suspirou, tinha tantas ideias para por em palavras. Antes de entrar em seu escritório acariciou sua barriga e teve certeza que sempre, sempre amaria Oh Sehun.  

 

 

 

 


Notas Finais


Perdoem qualquer erro.
Eu gostei muito da fic, modéstia parte. Espero que tenham gostado também. Quem mais quer que Kim Minseok possa procriar com Oh Sehun e resultar em pequenas fofuras com bochechas mordíveis?

Beijos no coração ♡


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...