Kiara, acordou com o latido do filhote que estava com fome, e viu uma bagunça imensa no seu quarto, obra do Enhoque falou pra si mesmo, depois de dar comida e limpar a bagunça começou a arrumar as malas, afinal as férias de verão tem mais ou menos três meses.
Seriam três meses longe de casa, com o medo recorrente de ser queimada viva, ela já escutou boatos de seu primo ter chegado todo sujo de sangue e no outro dia ter sido encontrado um cadáver perto de sua casa.
Ela não conseguia entender porque seu pai queria mandar ela para a morte, claro que ela é um tanto dramática, mas qual adolescente não é ?. Porém ela não podia se opor ao pai, já havia tentado isso é tinha falhado, agora ela só poderia achar meios de se proteger no tempo em que ficasse fora de casa.
Na sua mala tinha bastante roupa de meia estação, pois as cidades na Inglaterra não tem um clima estável, as mudanças são bruscas, Kiara já é acostumada com esse tipo de situação, além das roupas, colocou alguns livros e calçados, feito isso ficou pensando no que fazer com o Enhoque, afinal não podia deixar ele sozinho com seus pais, que claramente entregariam ele pra adoção ou sacrifício seus pais não eram muito emotivos, talvez seja esse o motivo de mandar sua única filha para longe com alguém nada confiável, depois de refletir muito decidiu ligar para seu primo, Michael, ela não tinha outra escolha, pegou o telefone é discou o número, mas demorou para ligar, estava apreensiva, enfim tomou coragem e ligou. O celular de Michael toca, número desconhecido, ele fica com preguiça de atender e desliga, não devia ser importante. Kiara fica indignada por não ter sido atendida e decide levar o Enhoque sem permissão, ela dirá aos seus pais que ligou para Michael e ele concedeu seu pedido, caso seus pais desconfie e decidam ver as últimas ligações estará lá que ela ligou para ele, ela não estará mentido só ocultando parte da história.
O carro que vai levar ela para a casa de seu primo chega bem rápido e ela fica surpresa, ela achou que só iria daqui uma semana, mas decide não se opor, afinal ela não precisa de uma discussão na sua despedida, ela pode nunca mais voltar, contudo arrumou Enhoque pegou as malas e se ajeito no carro, era um carro grande e preto e muito gelado, ela se despede de seus pais com um beijo no rosto, por um momento ela pode ver nos olhos de seus pais, uma dor por deixá-la partir, mas talvez fosse só impressão mesmo, eles não demonstravam sentimentos, com isso a viagem de sete horas começou.
A paisagem era linda, ela se arrependeu de não ter levado a câmera para poder registrar a beleza da mãe natureza, com paradas a cada uma hora e meia em alguma lanchonete isolada, parecia que o tempo não passava, mas ela acabou chegando no seu destino final, o motorista tirou suas malas, ela pegou seu cãozinho e ficou ali parada, estagnada na frente daquela casa imensa e assustadora, as cores eram mortas, não tinha jardim, só tinha uma oficina mal cuidada, alguém abriu a porta e foi até ela, o mordomo disse que seu nome era Afonso.
Afonso era um senhor de idade, muito querido, porém com uma fisionomia triste e acabada, não tinha família, não tinha nada além daquele trabalho. Ela entrou e começou a se sentir minúscula, sua visão ficou embasada e Afonso começou a perguntar se ela estava bem, mas ela não conseguia assimilar o que ele dizia, tudo ficou preto.
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