História Um Mundo Diferente - 2a temporada - Epílogo

— Epílogo — 

03 de dezembro de 2012 

A casa da família mais famosa no mundo da Espionagem estava uma completa correria. As empregadas limpavam a casa urgentemente, loucas e com medo de que seu chefe reclamasse sobre o estado da casa, se encontrasse algum grão de poeira em qualquer cadeira ou então um único fio de cabelo pelo chão. 

E tudo isso porque o garoto estava para chegar. Ele havia passado três meses na Europa fazendo um curso de inglês, e agora tinha voltado para passar o Natal e o Ano Novo com a família novamente. Todos os funcionários estavam ocupados, tanto na limpeza como na recepção do garoto, um futuro chefe deles. 

Tudo tinha de estar no lugar até, no máximo, às seis horas da tarde. Comida pronta, a decoração, e os convidados também viriam para recebê-lo de braços abertos de volta. 

— Precisam de alguma coisa, meninas? - O poderoso perguntava gentil para suas outras filhas, gêmeas que sentiam muito a falta de seu querido irmão. - Por favor, não atrapalhem nossas senhoras, elas estão realmente muito ocupadas e, se vocês tirarem a atenção delas, mais vai demorar para que tudo fique pronto. - O mais velho acaricia a cabeça de cada uma. 

Ele sentia falta de suas meninas, fazia um bom tempo que não via suas pequenas, que agora já haviam crescido mais do que ele havia pensado. Elas não moravam com ele, e sim com a mãe. Desde que os dois se separaram, seu primogênito havia decidido morar por perto por conta da grande responsabilidade que teria em alguns anos, portanto as meninas teriam de ficar com a mãe. Ele pode ter ficado abalado, mas ainda conversava por ligações e mensagens com suas pequenas, e o que mais importava era saber se elas estavam vivendo bem, se precisavam de alguma coisa, etc. 

— Senhor? - Uma das empregadas o chama, cutucando seu ombro. O mesmo se vira para ela e pergunta o que a mesma queria. - O senhor acha que seria melhor peixe ou cordeiro para o jantar? 

— Cordeiro. É mais elegante, correto? - Ela anota em um bloco de notas e faz uma pequena reverência antes de seguir seu caminho até a cozinha. 

O mais velho ergue seu olhar para o relógio em seu pulso, vendo os ponteiros marcarem as quatro horas da tarde. 

Em apenas duas horas, seu filho estaria de volta para casa, e comemorando mais uma conquista. Ele já sabia várias línguas, dentre elas coreano, chinês, tailandês, francês e italiano. Apenas o inglês preencheria seu vocabulário por completo, e o faria um homem muito importante e inteligente ao mesmo tempo. Seu querido até pensou em dar uma pequena passada em português, mas apenas no caso de se ele conseguisse algum acordo com Portugal ou Brasil num futuro próximo. 

É, ele tinha muito orgulho de seu filho mais velho... 

[...] 

Os convidados haviam chegados, todos estavam com uma taça de vinho e conversavam baixo uns entre os outros, mais interessados em saber como iam os negócios da família do que no objetivo de toda a festa: a volta do filho do poderoso.  

Fazer o que, as pessoas realmente não pensam nos outros... 

— Ah, mas por que Brooke não veio? - O chefe perguntava para uma de suas melhores espiãs, e que hoje é praticamente o seu braço direito. 

— Ela foi ao cinema com os amigos, estava com a cabeça muito cheia para ter que ir atrás de vestidos e tudo o mais. - O mais velho suspira um pouco triste. Ele queria tanto que ela e seu filho se conhecessem pessoalmente... 

— É uma pena, tenho certeza que ele iria adorar vê-la aqui... - A mesma afirma com a cabeça, porém em sua cabeça pensava que sua querida Brooke só queria manter distância do garoto. - Bom, eu tenho de ir rapidamente para meu escritório, logo volto. - Ela afirma com a cabeça e se distancia para um outro grupo para poder conversar. 

O chefe já estava ficando com uma dor de cabeça terrível. Depois que seu filho deixou a moradia, passou dias e noites preocupado com o estado de seu primogênito, o mesmo nunca viajou sozinho, e ele foi para um lugar tão distante! Estava realmente preocupado, e se algo de ruim acontecesse para seu querido? E se ele acabasse se perdendo? A Europa pode ser o menos continente do planeta, porém ainda era muito grande para um garoto de vinte e um anos. Por mais que ele já fosse maior de idade, ainda não tinha conhecido exatamente como o mundo é. 

— Com licença? - Uma das empregadas bate a sua porta. - Ele já chegou, senhor. - O mais velho arregala os olhos. - E pediu para conversar com o senhor antes que continuemos a festa. - A mesma engole em seco. - Posso deixar que ele entre? - O mais velho, sem pensar duas vezes, afirma com a cabeça convicto e logo vê seu querido filho entrando. 

— Annyeonghaseyo, appa. - Seu querido faz uma reverência e logo o abraça. - Senti sua falta, velho. - Os dois começam a rir. 

— O que quer conversar comigo? - O mais velho pergunta. - Sabe, demorou um bom tempo e custou dinheiro toda essa festa, espero que aproveitemos bem. - Seu filho dá um grande sorriso luminoso, fazendo seu pai sorrir da mesma forma. 

— Appa, eu só precisava de uma informação antes que comemoremos alguma coisa. De verdade, eu estou muito ansioso pela sua resposta, eu não iria aguentar uma festa inteira sem saber. - O mais novo começa a se mexer sem parar, demostrando como estava energético por conta do que queria saber. 

— Portanto faça sua pergunta, filho. - O mesmo dá um sorriso e chega mais perto do mais velho, sussurrando sua dúvida. 

— Você conseguiu? Conseguiu minha matrícula na Escola de Espiões? - Ele pergunta com um sorriso, quase fazendo seu pai surtar com tamanha vontade do filho. O mesmo estava doido para fazer Espionagem como os garotos de sua idade. 

— Sim. Consegui sim, Jackson. - O rosto do menino se iluminou ainda mais com o maior sorriso possível. 

Ele iria para a Escola de Espionagem no próximo ano. E, talvez, conheceria Brooke e ver se ela era realmente tudo aquilo que ele imaginava.