O problema dela era sentir demais. Era explodir amor em quem não tinha valor. O problema dela era ver o mundo de outra cor e acreditar que as pessoas também o pudessem enxergar dessa forma.
O problema dela era conviver com aquela sede de infinito dentro de si. Era ver beleza onde não existia e crer que um dia ou outro, flores fossem crescer no mais imundo e sombrio dos lugares.
O problema dela era fechar os olhos para tudo de ruim que acontecesse e pensar que aquilo fosse apenas um pesadelo. Era dizer palavras bonitas e ocultar as feias por achar que elas não devessem ser ditas. O motivo? Sua vida se baseava em querer criar um mundo perfeito, onde não há guerras, tristeza... maldade.
No fundo, ela era só uma criança perdida, com frio, sozinha. Tentava fugir da escuridão usando um fósforo que apagaria em um piscar de olhos. Não tinha a capacidade de ver a luz que brilhava em seu peito.
Engraçado, não? Seus olhos negros viam um encanto inexistente ao redor, mas não conseguiam notar o fulgor pulsante que emanava de sua alma.
O problema dela esse tempo todo fora ela mesma. Sempre foi...
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