Capitulo 21: Querida Mãe...
P.O.V.S Magali
Depois de chegar do shopping, quando o relógio marcava sete horas e quatro minutos, encontrei meu pai trabalhando em seu quarto como sempre, entrei em meu quarto e comecei a pensar em tudo que havia acontecido de bom naquele dia inesquecivelmente divertido. Mônica me acompanhou em casa para depois ir para a dela já que são próximas e durante esse breve percurso me contou varias historias de infância engraçadas dela e da turma, das quais eu fico muito triste de não ter feito parte, mas de certa forma o Cas estava certo quando me disse que as coisas poderiam ter sido diferentes se estivesse ao lado deles toda a vida. E enquanto todos esses pensamentos vagavam pela minha cabeça acabei mudando-os de rumo e de repente me vi pensando em minha mãe. De certa forma a raiva continuava dentro de mim procurando o momento perfeito para sair. E acabou conseguindo.
John: Maga, filha, posso entrar? – perguntou com um tom suave abrindo a porta.
Magali: Claro! O que foi? – disse vendo-o se sentar em minha cadeira.
John: Sua mãe virá aqui buscar as coisas dela e se despedir de você amanhã.
Magali: Amanhã? M-mas como? Por que a gente não manda para ela? – disse tentando achar as palavras certas. – Não quero vê-la.
John: Eu sei filha, mas eu pedi para que ela viesse.
Magali: O que? – disse confusa – Por que fez isso?
John: Ela é sua mãe! E precisa pelo menos se despedir de você, cartas não bastam.
Eu não sabia o que dizer a ele. “Pai você esta errado! Ela merece apodrecer no inferno” Obviamente que não disse isso a ele mesmo tendo muita vontade.
Magali: Se é assim que você pensa. Vou respeitar.
John: Ótimo! Vai ficar tudo bem! – disse dando um beijo em minha testa e se levantando – Ela chega logo depois do almoço, você tem aula amanhã?
Magali: Tenho.
John: Prova? – perguntou. Eu já sabia o que ele iria dizer, então continuei sendo sincera e neguei com a cabeça. – Tudo bem se você faltar? – confirmei, meu destino estava selado.
[09:00] – Casa da Magali –
John: Filha? Já acordou? – disse meu pai batendo a porta.
Magali: Agora sim.
John: Sinto muito, a Mônica ligou perguntando sobre você e eu disse que estava tudo bem, mas que você retornaria quando puder.
Magali: Ah, ok! Obrigada! Já vou me levantar.
John: Ok! Tenho que resolver algumas coisas agora de manhã. Mas volto antes das onze. – eu confirmei com a cabeça e me despedi. Depois levantei, tomei banho e deixei tudo pronto para quando minha “querida” mãe chegasse. Foi quando o telefone tocou:
Ligação on:
Magali: Alô?
Mônica: Oi Maga, sou eu.
Magali: Ah, oi! Eu já ia te ligar, desculpa.
Mônica: Sem problema! Tudo bem?
Magali: Sim, mas, pera ai! – pausa – Você não ta na escola?
Mônica: Ah, isso? Sai para ir ao banheiro. Mas me conta! Tudo bem ai?
Magali: Minha mãe vai vir hoje pegar as coisas dela.
Mônica: Ai Maga. – disse com uma voz que me irrita muito, como se estivesse com pena.
Magali: É, mas eu vou lidar bem com a situação. E você como esta ai na escola?
Mônica: Aqui? Ah você nem sabe! O Cumulus já arrumou briga.
Magali: Com quem? – disse com medo da resposta.
Mônica: Fica tranquila que não foi com o Cascão. Na verdade foi com o Toni.
Magali: Quem é esse?
Mônica: Ah deixa pra lá! O que importa é que ele e o Toni foram suspensos por uma semana.
Magali: Ai pelo menos isso! – pausa – Eu preciso ir! A gente se fala!
Mônica: Ok, beijos amiga! Boa sorte! – disse desligando, assim como eu.
Ligação off
Depois de falar com a Mô, adiantei alguns deveres para semana seguinte, li um livro que amei muito e vi televisão. Assim, depois de gastar minha manhã, meu pai chegou após resolver tudo que precisava e me levou para almoçar, eu podia ver a preocupação dele e também o nervosismo iminente.
Magali: Pai, ainda dá tempo de mandar uma mensagem bem razoável para ela e dizer que não podemos fazer isso.
John: Não. Nós precisamos botar um ponto final nesse assusto de uma vez! Não quero ter mais nada a ver com ela. – disse convencido. Nada iria fazê-lo mudar de ideia. Assim, chegamos em casa e esperamos pela chegada da minha suposta mãe. Quando a campainha tocou, meu pai respirou fundo e abriu a porta sem aparentar desespero.
John: Maria.
Maria: John, bom te ver! Espero não estar incomodando.
John: Só vamos acabar com isso de uma vez.
Maria: Maga! – disse vindo em minha direção com roupas estranhamente diferentes do que eu me lembrava a três meses atrás e me abraçando
Magali: Oi – disse me soltando de seus braços
Maria: Filha eu, sinto muito mesmo.
Magali: Ah, sem problemas. – disse sendo sarcástica.
Maria: Espero que vá me visitar. – disse colocando a mão em meu ombro.
Magali: Você espera? Esperar... é um verbo interessante sabia?
Maria: Como assim? – perguntou confusa.
Magali: Ah, você sabe! – disse sendo sarcástica – Você espera que eu vá te visitar assim como eu esperei cada semana, ou melhor, cada mês pela sua volta a casa. Mas sabe como é. –pausa – Talvez eu mande uma carta pedindo sutilmente desculpas por não poder comparecer.
Maria: Você não tem o direito de... - eu a interrompi
Magali: Desculpa, mas que eu saiba você é que não tem mais o direito de chamar minha atenção.
John: Magali. – disse meu pai interrompendo.
Magali: Sinto muito pai.
John: Maria. Suas coisas estão logo ali – disse apontando – Boa viagem.
Maria: Ainda não terminamos John! Me deixe a sós com seu pai Magali. – disse e eu sai, subi as escadas e me sentei nelas de forma que eles não me notassem, e continuei ouvindo a conversa.
Maria: Você é inacreditável mesmo! Aposto que encheu a cabeça da menina contra mim.
John: Ah por favor! A Magali tem quase dezessete anos! Ela sabe muito bem quando algo esta certo ou não. E quer saber? O que você esta fazendo não tem perdão nem volta!
Maria: Mas o que você esperava que eu fizesse? Não te amo mais John! Aceite os fatos!
John: Não tem nada a ver com me amar ou não! Tem a ver com a nossa filha! A qual tem levantado sozinha nos últimos três meses e ido uma escola nova sem conhecer ninguém! A qual tem estudado muito, tem feito novos amigos, tem ensaiado e tem ajudado nas tarefas de casa. Mas você não sabe disso, ou sabe?
Maria: Chega! Não vou ficar aqui sendo atacada por algo que já foi decidido! – disse pegando suas bolsas e malas e saindo em direção ao carro.
Magali: Pai! – disse descendo as escadas – Preciso falar com ela.
John: Maga, não acho que seja uma boa... – eu o interrompi.
Magali: Cinco minutos!
John: Ok! – assentiu, depois eu abri a porta e la estava ela colocando tudo em seu carro.
Maria: Magali eu já estou indo! – disse abrindo a porta de seu carro. – Sinto muito que tenha sido assim.
Magali: Antes de ir eu preciso te dizer uma coisa! Não precisa sair do carro! – disse me abaixando em sua janela. – Deve ser muito difícil ter uma filha e arcar com as responsabilidades do dia a dia. Posso imaginar! - ela confirmou – Mas muitas pessoas passam por isso sem jogar tudo em cima da família e sem serem vacas irresponsáveis e fúteis como você esta sendo agora. Então “mãe” – disse usando os dedos como sinal de aspas - nunca mais apareça aqui de novo, se não eu juro – pausa – Você vai levar uma portada bem na cara! Perdeu o meu respeito e perdeu o meu amor. E isso, você pode ter certeza – pausa – Você nunca vai recuperar.
Maria: Eu... – disse com raiva mas eu a interrompi.
Magali: É uma idiota? Ah isso eu já sabia. E uma estupida também! Mas fazer o que? Não é sua culpa ser assim! Afinal, você já disse que sente muito não é? Sem problemas - disse sendo sarcástica, assim ela ligou o carro, saiu apresada e sem olhar para trás.
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