História Cronos, uma nova era - Capítulo 2

Meu coração começou a bater mais rápido e minha respiração ficou ofegante. O garoto, que antes segurava o meu pulso, agora me jogou no chão e ficou por cima de mim. Não sabia o que falar ou fazer, apenas fiquei calada, com os olhos arregalados. O que será que eu faço agora? Será que eu tento correr? Mas isso seria impossível, ele é mais forte que eu. O que eu faço? Ele é um Cronos? Lembro que ainda estou segurando a adaga, mas quando eu vou usa-la, ele a tira da minha mão e a joga longe. Ficou um silêncio constrangedor, eu não respondia e ele apenas me olhava com raiva, até que o garoto quebrou o silêncio.

—Eu fiz uma pergunta— Seus olhos pareciam estar em chamas—Quem é você?

—Eu que deveria te perguntar isso, já que esta em cima de mim e pegou a minha adaga— começo a prestar atenção nele. Tinha cabelos pretos e bagunçados, era muito pálido, seus olhos eram pretos, seu pescoço tinha pequenas cicatrizes. Ele suspira.

—Me chamo Marshall, Marshall Tenor. E vc é…?

—Te conto se sair de cima de mim— Marshall faz o que pedi e senta no chão— obrigada. Eu me chamo Emma Parker.

Ele olha para o a grama e depois para o céu que estava cinzento, Marshall se vira para mim devolvendo a minha adaga.

—Foi mal por te prensar no chão, eu pensei que fosse outra pessoa…

—Imagino quem é essa pessoa para você querer ataca-la.— me levanto e pego minha mochila. Olho Marchall de novo ainda me perguntando se ele era um Cronos.—bem, tchau.

Viro de costas para ir embora. Vejo Marshall se levantando.

—Hey, você não trabalha para ele, né?—olho nos seus olhos e percebo algo que não tinha visto antes. Seu olho esquerdo tinha alguns detalhes vermelhos. Meu coração congelo. Ele é um Cronos. Apenas viro de costas e saio andando com a mão em minha arma.—Emma!

Continuo ignorando ele, quando de repente sinto alguém me puxar. Marshall me vira para ele. Já com a arma em mãos, eu a saco e aponto para seu rosto.

—Ei!— ele se assusta e se afasta.

—Não se aproxime!—sinto uma adrenalina surgir em meu corpo.

—Por que você esta fazendo isso?

—Por que? Porque você é um Cronos, não me venha com essa de que não sabe.

—Você é rápida—ele dá um sorriso—Hey! Só porque sou um Cronos você não tem o direito de apontar uma arma para minha cabeça.

—Melhor prevenir do que remediar. Agora você não vai chegar mais perto de mim, eu vou ir embora e você não vai me seguir ou me impedir de voltar para minha casa.—Ele bufa.

 —O que você acha que eu vou fazer com você? Te devorar?—ele olha para meus olhos dando um passo para frente.—Você realmente acha que eu vou te devorar?— Ele solta uma risada.

—Provavelmente, mas de qualquer jeito, não se aproxime—continuo ríspida.

—Eu não como a primeira pessoa que vejo na rua. 

—Não confio em nenhum Cronos—continuo apontando a arma para sua cabeça.

Com outra risada constrangedora, Marshall põe uma de suas mãos na cintura e um sorriso aparece em seu rosto. Ele ia dizer algo, mas um barulho de carro e gritos de uma das ruas que nos cercam o atrapalha. Olho ao redor e Marshall faz o mesmo, na esquina do parque tinha uma grande rua que dava de frente com uma avenida, lá dava para ver um jipe vermelho, com vários homens segurando armas e atirando em alguns protestantes que corriam desesperados.

—Ele deve estar por ali!—grita um rapaz de dentro do carro!

—Merda—Marshall fala alto ao ver aquilo. Se vira para mim—como eles me acharam? temos que sair daqui o mais rápido possível!

—O que? -falo alto, não entendendo nada—Quem são eles? —o olho e franzo o senho.

—Depois eu te explico. Se não sairmos daqui agora eles vão nos matar!—ele parecia tenso, revira os olhos e me puxa—para onde vamos? Não tenho nenhum lugar em mente. 

—Para a minha casa—falo sem pensar— não é tão longe daqui. Vem!—seguro a sua mão e começamos a correr. Todo o trajeto até lá foi silencioso. Minha arma ainda estava em punho. Chegando na porta de casa, uma residência simples e pequena, com um portão velho e enferrujado, o abro, mas Marshall para, ficando imóvel. Me viro para ele:

—Ei! Vamos! 

Marshall balança a cabeça, como se saísse de um transe e me segue. Quando ele passa pelo portão, o fecho e um grande barulho de ferrugem se empalha pelo ar. Ando rápido até entrar dentro de casa, já que estava no quintal, fechando e trancando a porta. Olhando em volta percebo que não tem ninguém na sala, provavelmente a Maky está no seu quarto, mamãe e papai no trabalho e vovô e vovó na casa deles que é no fundo do terreno da minha. Subo correndo as escadas e ao chegar na porta do meu quarto me viro para Marshall. 

— Vou deixar você ficar aqui até tudo se acalmar, por favor não faça barulho ou qualquer coisa que faça com que minha família saiba que está aqui, não quero ter que explicar tudo para eles— Marshall aceite positivamente com a cabeça e estamos no meu quarto. Coloco minha mochila do lado da minha escrivaninha, me jogo na cama e aponto para uma cadeira — senta aí.

Marshall se senta e fica olhando meu quarto com várias feições detetivescas, uma atrás da outra, até olhar para mim de novo. 

—Seu quarto é legal— ele fala um pouco alto e com brilhos nos olhos— nunca vi algo assim antes!

—Nunca?—ele aceite com a cabeça— já que estamos seguros agora eu tenho uma pergunta.

—Pode mandar, vou responder— Marshall sorri. 

—Quem e o que são aquelas pessoas que estavam naquele jipe?— seus olhos se arregalam um pouco, como se aquela pergunta fosse inesperada, o que desperta  mais a curiosidade dentro de mim. 

Depois de alguns longos segundos ele fala:

—Eles são…