1. Spirit Fanfics >
  2. Um novo mundo, um novo começo >
  3. Como um sonho

História Um novo mundo, um novo começo - Como um sonho


Escrita por: _missedalways

Notas do Autor


OIOIOI.

Mais um cap como presentinho de natal <3

Beijão

Capítulo 18 - Como um sonho


Fanfic / Fanfiction Um novo mundo, um novo começo - Como um sonho

- Mãe - eu disse ao reconhecer o rosto amigável dela.

- Bom dia - ela disse e eu me sentei na cama.

- Mãe - repeti e a abracei - você é real - falei e ela sorriu.

- Claro que sim - ela disse e eu a abracei.

- E o Shane? - perguntei me soltando dela.

- Ele tá lá embaixo com seu pai - ela respondeu e eu saí do quarto, correndo escada abaixo.

Eu estava na casa em que eu morava com meus pais antes de me mudar de cidade para estudar. Não havia mortes, nem medo, nem zumbis.

- Shane - falei ao vê-lo sentado assistindo televisão.

- Hey, Brooke - ele disse e eu me joguei no sofá ao lado dele, abraçando-o - tudo bem? - ele perguntou fazendo uma careta.

- Bom dia, querida - ouvi uma voz dizer atrás de mim e eu me virei.

- Pai! - gritei e me joguei nos braços dele, que me abraçou forte.

- Você tá bem? - Shane perguntou e eu olhei-o, sorrindo.

- Estou.

Minha família estava ali, presente, viva.

Saí para fora da porta da varanda e vi os vizinhos brincando com o cachorro, fazendo-me sorrir. A rua estava limpa e o gramado estava bem aparado. O céu estava claro e a luz do sol batia contra meu rosto. Eu usava roupas limpas e eu podia sentir o cheiro da plantas novamente, sem aquela podridão de antes. Voltei para a cozinha e vi minha mãe usando o avental lilás florido que ela sempre usava quando fazia alguma receita especial. Ajudei-a a decorar o bolo que ela havia preparado e nós nos sentamos em volta da mesa, como uma família normal, juntos novamente.

Já era tarde. Mamãe estava tricotando um casaco na poltrona ao canto da sala e papai lia o jornal na outra poltrona. Eu estava no sofá, assistindo, agarrada ao braço de Shane, certificando-me de que ele não sairia dali. Nunca mais.

- Você está muito quieta, querida - ouvi papai dizer - o que houve?

- Eu… - comecei a dizer e me afastei de Shane, olhando-o melhor para todos - eu tive um sonho estranho. O mundo havia mudado e… - eu parei de falar ao ver a cabeça de mamãe sangrando, mas ela parecia não ter percebido - mãe! - exclamei - você tá sangrando.

Olhei para meu pai e ele sangrava também, assim como Shane.

- Você fez isso conosco - ouvi mamãe dizer com um sorriso no rosto - como pôde?

- Mãe - comecei a dizer sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Eu me levantei e me afastei deles - eu não tive escolhas.

- E porque deixou que isso acontecesse comigo? - Shane me questionou, apontando para si.

- Eu não… - falei e olhei-o, sentindo um soluço preso em minha garganta - eu não pude fazer nada. Eu sinto muito. Eu sinto tanto.

- Como você consegue dormir com isso? - mamãe perguntou e eu me afastei, batendo na parede.

- Mãe, por favor - eu falei começando a soluçar.

- Você ainda vai pagar por isso - Shane disse e avançou para mim. De repente, eu estava sentada na cama da cela da prisão, com Hershel me encarando.

- Ei, querida - Hershel disse se aproximando de mim - tudo bem?

- Eu… - falei tentando organizar meus pensamentos - tudo bem.

- Você estava desidratada e perdeu muito sangue - ele disse - tive que dar alguns pontos no seu ferimento.

- Obrigada - falei, olhando-o - quanto tempo eu fiquei desacordada?

- Um dia e meio - ele respondeu - talvez você queira tomar um banho - ele disse - Beth deixou algumas coisas para você aqui - Hershel falou apontando para uma pilha de roupas limpas e uma toalha.

Ele me olhou por mais uns minutos e saiu da cela.

Eu peguei as roupas limpas e a toalha, saindo da cela e indo em direção ao banheiro. Vi Beth e Carol no caminho, mas continuei andando sem dar atenção à elas. Cheguei ao banheiro e me despi rapidamente das roupas ainda sujas de sangue. Liguei o chuveiro e entrei debaixo da água, lavando meu corpo todo. Fiquei alguns minutos parada embaixo d’água, lembrando-me do sonho que eu havia tido minutos atrás. Por um momento, eu acreditei que fosse real, que o apocalipse era apenas uma fantasia. Mas não era. Meu pais eram tão reais, eu podia sentir o cheiro deles quando eu os abracei. E Shane, meu irmão estava vivo, saudável e com o mesmo olhar acolhedor de sempre. Lembrei do sorriso de minha mãe e várias memórias vieram à tona. Lembrei-me do dia em que eu havia entrado na universidade e na festa surpresa que eles haviam me feito. Lembrei-me do jeito animado que ela entrava no meu quarto quando era meu aniversário, cantando desafinadamente. Lembrei-me de quando papai e Shane me ensinaram a andar de bicicleta e da vez em que fomos pescar e eu caí da canoa, sendo salva por Shane.

Sentei-me no chão e abracei minhas pernas, sentindo a água escorrer pelo meu pescoço. Lembrei-me da última vez que eu vi meus pais vivos. Eles estavam acenando para mim enquanto eu entrava no táxi para ir embora. Isso foi o que faltava para que eu começasse a chorar descontroladamente. Deixei toda aquela angústia e saudade explodirem para fora, soluçando como uma criança.

��

Vesti roupas limpas e voltei até as celas.

- Sente-se melhor? - Hershel perguntou para mim.

- Melhor - respondi e andei em direção ao pátio, mas parei antes de sair do complexo de celas ao ver um grupo de estranhos presos ali - quem são eles? - perguntei para Carl que estava sentado no chão com uma arma, olhando o grupo de longe.

- Eu encontrei eles no interior da prisão quando vocês foram buscar Glenn e Maggie - ele respondeu.

- E seu pai concordou em deixá-los presos aí?

- Ele disse que eu devo ficar vigiando e que vamos resolver o que fazer com eles depois - o garoto respondeu me olhando.

- Tudo bem, xerife - respondi - continue sua vigia.

Saí do complexo de celas e dei de cara com o sol escaldante.

- Rick - eu disse e andei até ele - precisa de ajuda?

- De jeito nenhum - ele disse e me olhou - você precisa descansar.

- Mas eu tô bem - respondi - eu…

- Não adianta insistir - ele disse com um leve sorriso e eu fiz uma careta, observando os zumbis ao longe.

Suspirei e olhei alguns zumbis que se agarraram na cerca, grunhindo para nós.

- Tem mais uma coisa - ele disse, chamando minha atenção.

- O quê? - perguntei.

- Daryl foi embora - ele disse e eu fiquei um tempo em silêncio, pensando ter ouvido errado.

- Eu ouvi direito?

- Sim - ele respondeu olhando para o chão e depois para mim.

- E porque ele faria isso? - perguntei tentando não demonstrar interesse.

- Merle havia voltado conosco depois que nós o resgatamos - ele disse - nós nos negamos a trazer Merle conosco e Daryl foi embora com o irmão.

- Típico - respondi e me virei, voltando para as celas.

��

Passei o resto da tarde sentada no chão em frente à janela no segundo andar de celas com Judith em meu colo. Agora, a bebê dormia e eu observava a beleza dela dormindo serenamente em meus braços. Hershel cuidava dos ferimentos de Glenn e Beth lavava algumas roupas juntamente com Carol.

Quando já havia anoitecido, coloquei Judith no berço improvisado e desci para a reunião que Rick havia me chamado. Estávamos eu, Hershel, Rick, Carol e Glenn sentados em volta de uma mesa, conversando sobre o andamento das coisas.

- Michonne não está forte o suficiente para sair por aí - Hershel disse - ela terá que ficar por mais um tempo.

- E quanto a esse tal Governador? - eu disse - nós matamos bastante dos guardas dele e causamos confusão lá. Não acho que ele vai ficar parado quanto à isso.

- Provavelmente ele deve estar organizando um ataque na prisão - Glenn continuou.

- Ele tem uma cidade lá - Carol disse - nós temos apenas os sobreviventes da prisão e temos menos armas que eles.

- Mas nós podemos ter reforços - Hershel falou, referindo-se aos outros sobreviventes que apareceram na prisão.

Rick assentiu e depois de resolvermos mais alguns problemas, ele decidiu ir falar com o novo grupo.

Eu fiquei observando Rick conversar com uns dos integrantes do grupo, Tyresse, de longe. Eles conversaram durante um tempo e vi Maggie dizer alguma coisa, mas Rick respondeu estupidamente.

Depois disso, Hershel chamou Rick para uma conversa em particular e eu me aproximei dos sobreviventes, parando atrás da grade ao lado de Carl. Rick voltou sua atenção para o grupo e, vendo todos nós concordando em deixar o outro grupo ficar, ele concorda também. Tudo parecia ter acabado e Rick começa a gritar:

- Saia daqui! - ele gritou olhando para todos os lados - saia daqui! - ele repetiu e pegou sua arma.

- Saiam - Glenn disse guiando os sobreviventes para fora  e eu entrei na cela.

O grupo começou a sair sem entender o porquê de Rick gritar com eles.

- Me deixe em paz! - Rick gritou e parou subitamente, ofegante.

- Rick - eu disse me aproximando dele - Rick? - falei novamente e ele me olhou. Seu olhar era distante e ele parecia assustado, e não irritado com os outros sobreviventes. Eu me aproximei e peguei a arma de sua mão, entregando para Glenn, que saiu da cela - eu sei o que está acontecendo - falei - eu tive um paciente parecido com você antes - falei me lembrando do paciente, George, que chegou surtando ao hospital - você a vê, não é?

Ele me olhou, parecendo surpreso com o que eu disse.

- Eu… eu quero que ela pare de me perseguir - ele disse - eu não quero mais isso.

- E você só vai conseguir que ela pare de aparecer se você se permitir isso - eu disse - você precisa estar aqui para Carl e Judith. Você não pode deixar que isso se torne mais forte do que você.

- Eu olho para Judith e a culpo por ela estar viva e Lori não - ele disse - eu matei meu melhor amigo para proteger Lori e no final não adiantou em nada - ele disse e eu senti um soco no estômago ao me lembrar de Shane.

- Todos nós temos um fardo para carregar neste mundo - falei - o que torna mais fácil é o jeito que você o encara.


Notas Finais


:3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...