1. Spirit Fanfics >
  2. Um novo mundo, um novo começo >
  3. You are not the same

História Um novo mundo, um novo começo - You are not the same


Escrita por: _missedalways

Notas do Autor


Oi, gente.
Invenção da minha cabeça ou não, vocês sumiram um pouquinho e eu fico triste.
Eu dedico um grande tempo e carinho escrevendo cada palavra dessa história pra vocês e eu só quero saber se estão gostando ou se vocês têm alguma ideia que possa servir de acréscimo na história.
Critique, comentem, eu amo isso.
Não levem para o lado pessoal.
Eu amo vocês <3
Boa leituraa <3 <3 <3

Capítulo 32 - You are not the same


Fanfic / Fanfiction Um novo mundo, um novo começo - You are not the same

Havíamos parado e eu, Maggie, Sasha e Daryl saímos pela floresta para ver se conseguíamos achar alguma comida ou água. Eu estava caminhando lentamente pela estrada até onde o resto do grupo estava ao lado de Daryl quando Maggie e Sasha se juntaram à nós.

- Merda - Sasha disse - já faz um dia e meio.

- Eles também não acharam nada - Maggie disse em seguida.

- Como você sabe?

- Sabendo.

O calor estava à beira do insuportável e eu estava quase me arrastando pelo chão. Meu corpo doía e eu sentia minha garganta seca, além das minhas roupas que grudavam em meu corpo.

- Quanto será que falta? - Maggie perguntou segundos depois.

- Uns cem quilômetros - Sasha respondeu.

- Não estava falando nisso.

Fechei meus olhos e continuei caminhando, sentindo rápidas vertigens e ondas de calor pelo meu corpo.

- Você devia descansar um pouco - Daryl sussurrou e eu olhei-o.

- Eu tô bem - respondi e senti uma breve náusea. A luz do sol fazia minha pele arder e eu sentia um cansaço absurdo, o que sinalizava que provavelmente eu estava desidratada e garanto que não demoraria para que eu desmaiasse a qualquer momento.

Pegamos um carro, mas a gasolina acabou tempo depois, o que nos obrigou a voltar a caminhar sob o sol escaldante. Eu ia mais à frente do grupo ao lado de Daryl, ouvindo o barulho das cigarras. Logo atrás, Rick vinha trazendo Judith em seu colo. Daryl olhou para trás enquanto caminhava e eu ouvi Rick dizer:

- Não estamos nos nossos melhores dias. Vamos pegá-los. Sem pressa, com estratégia - Daryl voltou a olhar para frente e andou até ficar ao meu lado - faz três semanas desde Atlanta. Eu sei que perdeu alguma coisa lá.

Daryl olhou para Judith e ignorou o comentário de Rick.

- Ela está com fome - ele disse, por fim.

- Ela está bem - Rick respondeu arrumando Judith em seu colo - ela vai ficar bem.

- Precisamos achar água, comida.

- Vai pintar alguma coisa na estrada. Cedo ou tarde chove.

- Vou sair - Daryl disse entregando uma arma para Rick - ver o que posso encontrar.

- Ei - Rick disse pegando a arma - não demore muito.

Vi Daryl entrar na floresta e Rick me olhou.

- Entendi - falei e arrumei minha arma em minhas costas, indo atrás do Dixon.

Andei silenciosamente atrás de Daryl enquanto ele olhava atentamente pela mata.

- Achou alguma coisa? - perguntei me aproximando mais dele.

- Tá fazendo o que aqui? - ele perguntou, olhando-me com cara de poucos amigos.

- Companhia - falei e continuei andando - voltando, encontrou alguma coisa?

- Não - ele respondeu - está seco demais aqui.

- Devíamos voltar.

- Pode ir - ele respondeu sem me olhar.

- Eu conheço você - falei e ele me olhou - eu sei como caras como você agem. E eu sei que o que aconteceu em Atlanta mexeu com você. Você precisa se deixar sentir - me aproximei e coloquei minha mão em seu peito - eu perdi pessoas, você perdeu pessoas. Nós temos que aprender a conviver com isso. Nós estamos vivos. Você está vivo. Chore, grite ou bata em algo, mas não guarde isso pra você. Não tenho o direito de te pedir isso, mas continue vivo. Não quero perder mais ninguém.

Daryl me ouviu em silêncio e eu olhei-o uma última vez antes de voltar até onde Rick estava com o restante do grupo. Quando eu estava prestes a pisar para fora da mata, vi Abraham ao lado de Maggie e Sasha de um lado da ponte e do outro Rick, Michonne e Glenn. Mais a frente, um grande bando de zumbis se aproximava. Abraham me viu e fez sinal para que eu ficasse em silêncio e eu assenti, abaixando-me um pouco atrás das folhagens. Eles começavam a recuar à medida que os zumbis se aproximavam, jogando-os ponte abaixo. Vi Sasha segurar um zumbi e matá-lo, o que agitou todos os outros do bando. Rick pegou seu facão e eles começaram a matar os zumbis. Puxei o facão de meu cinto e corri até a rua, fincando-o na cabeça de dois dos walkers que andavam na direção de Glenn. Senti um zumbi segurar meu braço e enfiei meu facão na cabeça dele com toda a minha força. Daryl surgiu do meio da mata e matou um dos walkers que tentava morder o braço de Rick. Michonne derrubou Sasha e matou o último zumbi que estava em pé.

- Eu disse pra você parar - Michonne advertiu à Sasha.

Sasha levantou e as duas se encararam por um tempo até Sasha voltar a andar pela rua, dando as costas para nós.

Voltamos a caminhar pela rua e, depois de algum tempo, ouvi Carl dizer:

- Pare. Olhem.

Andei mais um pouco e vi alguns carros parados na rua.

- Vou pelo mato - Daryl disse - dar a volta.

- Posso ir junto? - Carol perguntou e eu olhei-a.

- Não - ele respondeu e me olhou - vou sozinho.

Segui com os olhos Daryl até que ele desapareceu entre os galhos dos arbustos que haviam ali. Andamos até os carros e eu revistei um com Carl, mas não encontramos nada útil. Sentamos todos no chão um pouco mais à frente e eu me encostei em uma árvore, fechando meus olhos enquanto sentia meu estômago doer. Abri meus olhos ao ouvir Daryl surgir na mata e ele se sentou ao meu lado, suspirando. Eu estava quase adormecendo quando ouvi grunhidos seguidos de latidos de cachorros. Abri rapidamente meus olhos e coloquei a mão em meu facão, estendendo a outra mão para Carl que recuava lentamente com Judith em seu colo. Peguei o garoto e puxei-o para o meu lado. Rick e Daryl já estavam agachados, preparados para atacar, quando eu ouvi tiros e todos os cachorros caíram, mortos.

Foi Sasha.

Bom, pelo menos, agora, tínhamos comida.

Fizemos uma fogueira e assamos a carne dos cachorros, o que deu para enganar um pouco a fome derivada de dias sem comer.

Voltamos a seguir pela rua pouco tempo depois. Eu estava ao lado de Daryl, como sempre, andando lentamente para economizar o máximo de forças possível.

- Daryl - Glenn disse oferecendo-o um pouco de água.

- Não - ele respondeu.

- Daryl - ele insistiu e Daryl apenas negou. Ele ergueu a garrafa para mim e eu peguei, tomando um pequeno gole para que a água durasse mais.

- Tem certeza que não quer? - perguntei segurando a garrafa perto do rosto dele.

- Tenho - ele disse e eu devolvi a garrafa pra Glenn.

Suspirei e arrumei a arma em minhas costas, olhando para a copa das árvores.

- Diga que foi procurar por água - Daryl disse à Abraham que segurava uma garrafa com bebida. Vi o Dixon entrar novamente na mata e eu fiz uma careta. Eu não iria atrás dele. Não mais.

Eu estava cansada, com sede, fome, medo. Eu sentia um constante aperto em minha garganta e eu sabia que se eu começasse a chorar, não pararia facilmente. Estiquei minhas costas e continuei andando. Foi aí que encontramos várias garrafas com água no meio da rua que continham um bilhete onde estava escrito “de um amigo”. Rick pegou o bilhete e eu vi Daryl surgir da mata, olhando o bilhete que Rick lhe mostrava.

- O que vamos fazer? - perguntei.

- Isto não - Rick disse - não sabemos quem deixou.

- Se for uma armadilha, já caímos nela - Eugene começou a dizer - mas prefiro acreditar que foi de um amigo.

- E se não foi? - Michonne perguntou - e se colocaram alguma coisa aí?

- Eugene - eu disse ao vê-lo pegar uma das garrafas.

- O que você está fazendo? - Tara perguntou.

- Garantia de qualidade - ele respondeu abrindo a garrafa, mas Abraham bateu na mesma enquanto ele tomava, derrubando-a no chão.

- Não podemos - Rick disse e eu ouvi o som de trovões ao longe.

Fechei meus olhos e ergui meu rosto na direção do céu quando senti os primeiros pingos de chuva atingirem meu corpo. Rosita e Tara deitaram no chão e eu abri minha boca, sentindo aqueles pingos d’água aliviarem aquela sede absurda que eu estava, refrescando meu corpo. Olhei para Daryl e ele parecia distante, fitando o nada. Rick mandou que pegássemos nossas mochilas e abríssemos nossas garrafas para enchê-las com a chuva. Depois de fazer isso, andei até Daryl e ele ergueu os olhos para mim. Tirei seu cabelo que agora estava molhado de seu olho e eu abracei-o, sentindo ele me envolver com seus braços em seguida, enquanto a chuva proporcionava um alívio enorme cada vez que tocava minha pele. Os trovões ficaram mais intensos e eu soltei Daryl, olhando na direção da enorme nuvem cinza que cobria o céu ao longe enquanto Judith chorava.

- Vamos continuar andando - Rick disse e nós juntamos nossas coisas.

- Tem um celeiro - Daryl disse para Rick.

- Onde? - o xerife perguntou e Daryl pegou meu braço, puxando-me na direção do celeiro.

O celeiro estava vazio, contendo apenas um zumbi que Maggie eliminou rapidamente. Ao anoitecer, fizemos uma fogueira e eu estava sentada ao lado de Daryl, que estava com seu braço ao redor de mim.

- Ele vai ficar bem - Carol disse ao perceber que Rick olhava Carl dormindo abraçado com Judith.

- Eu costumava ter pena de crianças que crescem nesse mundo - ele disse - eu entendi errado. Crescer é se acostumar com o mundo. É mais fácil pra elas.

- O mundo não é isto - Michonne disse.

- Talvez seja - falei - pode ser.

- Isso é desistir - Michonne disse calmamente.

- É  a realidade - Glenn completou.

- Até que as coisas mudem, é assim que teremos que viver - Rick concluiu e nós ficamos em silêncio até que ele voltou a falar - quando eu era criança, perguntei ao meu avô se ele matou alemães na guerra. Ele não respondia. Dizia que era assunto de adultos. Então… então eu perguntei se os alemães tentaram matá-lo. Mas ele ficou calado. Disse que estava morto assim que entrou no território inimigo. Todo dia, ele acordava e pensava “descanse em paz. Agora  levante e vá à guerra”. Assim, depois de anos fingindo estar morto, ele saiu da guerra vivo. Acho que esse é o pulo do gato. Fazemos o que tem que ser feito e vivemo depois. Não sei o que tem em Washington, mas sei que ficaremos bem. Porque é assim que sobrevivemos. Vamos nos dizer que somos mortos que andam.

Daryl me olhou e eu coloquei a mão na sua perna, suspirando.

- Não somos eles - Daryl disse e se levantou rapidamente, saindo dali.

Olhei para Rick e me encostei na parede, fechando meus olhos.

 


Notas Finais


:3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...