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História Um novo mundo, um novo começo - The End?


Escrita por: _missedalways

Notas do Autor


Hey mores, tudo beleza?
Boa leitura <3

Capítulo 50 - The End?


Fanfic / Fanfiction Um novo mundo, um novo começo - The End?

Era noite e eu estava no quarto onde normalmente eu dormia com Daryl, mas eu não esperava que ele viesse. Abri a janela e me sentei nela, olhando a noite calma lá fora. Tudo parecia estranhamente quieto e normal demais para um mundo como esse. Ou talvez sempre foi assim, mas eu nunca havia reparado. As coisas estavam mudando. 

Eu me sentia constantemente em pânico, esperando que algo horrível acontecesse. Eu me sentia sozinha e talvez agora eu percebesse o quanto isso me afetava. Talvez agora eu pudesse sentir novamente. Eu perdi coisas, mas o nosso grupo estava sempre em movimento e eu nunca tive tempo para pensar nisso, mas agora eu tenho. 

Isso aconteceu quando Daryl fez com que eu ficasse com raiva do mundo e só então eu percebesse que eu não tinha mais pra onde correr. E amanhã iremos entrar em guerra e eu só queria entender como eu vim para aqui. Quais foram os motivos que me arrastaram até aqui. Eu só queria entender como ou em quais circunstâncias, ou se havia alguma explicação aceitável para que minha antiga rotina no hospital virasse isso, uma grande pilha de merda. 

Eu só queria conseguir entender como eu perdi tudo, como meu pais viraram essas criaturas horrendas e o porquê disso tudo. Era castigo? Merecimento? Destino? Ou talvez tudo girasse em torno de uma boa razão. Mas era impossível. Como, apenas me diga como, eu fui ficar sozinha? Como todos que eu amava se foram? Como Shane foi me deixar? 

Eu me negava a pensar nisso, mas eu precisava dele. Eu precisava imensamente dele e ele me deixou. Na verdade, ele já havia me deixado a muito tempo. E por que? Por que as pessoas me deixam? Talvez eu não seja boa o suficiente ou elas se cansem de mim, mas eu precisava de algum motivo para continuar. Eu achava que era Shane, mas se até ele me deixou, porque motivos eu ainda continuava aqui?

Senti as primeiras lágrimas descerem pelo meu rosto e eu fitei as estrelas, em busca de algo que me confortasse, mesmo sabendo que seria em vão.

- Brooke - ouvi alguém dizer e em segundos eu reconheci a voz dele, Daryl - o que aconteceu? - ele perguntou e se sentou na cadeira que estava perto da outra janela do quarto, olhando-me.

- Eu… - falei e engoli em seco na tentativa de recuperar minha voz - eu só preciso de um tempo para sentir falta do meu irmão.

- Eu sinto muito - ele sussurrou e eu revirei os olhos, enxugando as lágrimas com as costas da minha mão - eu estou aqui. E você sabe disso - ele disse e estendeu a mão para mim.

Olhei-o por um tempo e levantei-me, andando em sua direção. Ele pegou minha mão e me puxou para si. Sentei em seu colo e deitei-me sobre seu peito. Senti seus braços ao redor de meu corpo, arrumando-me em um abraço protetor e aconchegante. Não demorou muito e eu comecei a chorar novamente. 

Era como se tudo o que eu havia reprimido voltasse com força total, destruindo-me. Eu soluçava e sentia com se meu peito encolhesse, fazendo-me chorar ainda mais. Eu lembrava de Shane e de todas as nossa melhores lembranças, eu lembrava dos meus pais, eu lembrava de Sophia e… Sophia. No mesmo instante, lembrei do que Daryl me disse sobre Sophia e eu me afastei dele abruptamente, levantando-me.

- Por que você tá fazendo isso? - perguntei encarando-o.

- Fazendo o quê?

- Sendo gentil. Pra quê? É bastante cínico de sua parte.

- Você precisa de ajuda e é isso que eu tô fazendo.

Bufei e andei na direção da porta, mas ele segurou meu braço e me puxou para si novamente. Comecei a tentar empurrá-lo, mas ele me segurava firme contra seu peito, imobilizando-me.

- Me solta - eu falava várias vezes mas ele me ignorava - Daryl, deixe-me ir. Por favor.

- Não - ele sussurrou - eu não vou deixar você ir a lugar nenhum.

Tentei empurrá-lo mais uma vez, mas não obtive êxito. Já sem forças, rendi-me ao abraço dele e os soluços do choro voltaram com mais intensidade.

- Eu sinto muito - ele dizia enquanto eu chorava descontroladamente agarrada à ele - eu sinto muito por tudo. Você não merecia nada disso. Nunca mereceu. E eu sinto muito por Shane. Eu… eu sinto muito.

��

No dia seguinte, nos preparamos para o ataque aos Salvadores. A comunidade do lixão entrou em Alexandria e nós começamos a nos posicionar em parceria. Amarrei meu cabelo e coloquei os fios soltos que caíam em meu rosto atrás da orelha. Peguei algumas munições e prendi na cintura, junto com um facão. Peguei um fuzil e comecei a andar na direção do portão principal.

- Como está? - ouvi Daryl perguntar e eu continuei andando, sem olhá-lo.

- Você me pegou em um momento de fragilidade ontem - respondi - não pense que está tudo bem.

Parei em posição próxima ao portão e pude ver os caminhões do Negan parando de lado de fora.

- Olá - vi Eugene começar a dizer, parado em cima de um dos caminhões, utilizando um auto-falante - vim cheio de esperança que ouçam o que eu sei. Não há opções. Obediência e lealdade são sua única escapatória. Esclarecendo, podem ter sucesso ou morrer. Eu espero que escolham a primeira para o bem de todos. Tudo está preparado. Vai obedecer, Rick?

- Cadê o Negan? - Rick perguntou de cima do posto de vigia.

- Eu sou o Negan - Eugene respondeu.

- Cuzão - sussurrei comigo mesma.

Rosita havia preparado um caminhão com uma bomba, e ela me olhou segundos antes de explodí-la. Assenti e ela se abaixou, assim como todos nós, mas não houve explosão, nem nada. Ela falhou.

Fiquei em pé e, em segundos, os membros da comunidade do lixão estavam apontando suas armas para nós o que fez com que eu apontasse a minha na direção da cabeça de um dos malditos que estavam ali no mesmo instante. E, sim, é o que você está pensando, eles nos traíram.

- Já ouviu aquela sobre o cretino idiota chamado Rick- Negan disse, surgindo dos caminhões - que pensava que sabia das coisas mas não sabia merda nenhuma e acabou fazendo com que todos o que gostava fossem mortos? É sobre você. É bom abaixarem as armas agora.

- Ninguém vai abaixar nada - Rick disse.

- Tamiel veio pelas coisas do barco, seguiu quem pegou. Fizemos um acordo melhor. Você fica me provocando. E me provoca ainda mais, Rick! Tentou nos explodir, certo? Eu entendo fazer isso comigo, com minha gente… mas com o Eugene?

- Ele é um dos seus. E depois do que ele fez, ele se mostrou à altura.

- Vocês… são animais. O Universo lhes dá um sinal e vocês enfiam o dedo na bunda dele. Dwight, Simon, mexam-se.

Os dois subiram no caminhão e pegaram um caixão, pondo-o de pé.

- Então - Negan continuou - vocês não gostam mais do Eugene. Vocês devem gostar da Sasha - engoli em seco e apertei a arma em minhas mãos - eu também gosto. Tenho-a bem aqui, embalada para a sua conveniência, viva e bem. Agora, eu a trouxe para não ter de matar todos vocês e não matar todos vocês pode ficar complicado. Veja, eu sei que há muito poder de fogo ainda aí, Rick. Então, vou simplificar isso. Quero todas as armas que conseguiu. Sim, sei sobre isso também. Quero toda a limonada que tem. Quero uma pessoa de sua escolha para Lucille. Daryl… tenho de ter o meu Daryl de volta. Estou de olho - ele zombou e eu arrumei meu dedo no gatilho, pronta para colocar Negan em minha mira - e a mesa de sinuca, com os tacos, bolas e giz. Eu quero a Brooke pra deixar você e Daryl com raiva e reforçar meu suporte médico com ela trabalhando para mim. E quero isso agora ou a Sasha morre. E depois, todos vocês. Provavelmente. Vamos, Rick. Só porque eu a trouxe em um caixão não significa que ela tenha de ir embora nele. Quer saber? Você não presta, Rick. De verdade. Eu não quero ter de matá-la, mas é exatamente o que você me força a fazer.

- Quero vê-la - Rick disse.

- Tudo bem. Me dê um segundo. Tenho de deixá-la informada. Não dá pra ouvir nada dentro disso. Não vai acreditar - Negan abriu o caixão e Sasha o atacou, já zumbificada - puta merda!

Ouvi o primeiro tiro e matei três dos traidores que estavam em volta de nós.

Um alvoroço se instalou e a guerra contra os Salvadores começou. Recuei e comecei a atirar contra os membros do lixão que estavam ali, matando-os com apenas um tiro. Recarreguei minha arma várias vezes, até que me vi sem munições. Peguei meu facão e avancei em qualquer intruso que estivesse ali, cortando a garganta deles. 

Vi Maggie e alguns membros de Hilltop entrarem para ajudar, além da tigresa Shiva devorando alguns homens, o que significava que o Reino havia se juntado à nós também. Aqueles nojentos do lixão haviam jogado bombas de fumaça, o que tornava a visão péssima. Eram audíveis gritos, tiros, pessoas correndo, manuseio de facas, brigas e, sim, medo.

A pior parte parecia ter passado, pois eu conseguia ver alguns fugindo e, quem eu conseguia alcançar, eu matava-os com gosto. Vi Daryl e Maggie ao longe e comecei a ir na direção deles. Tudo parecia calmo onde eu estava, eu até poderia dizer que estava tudo vazio, mas a fumaça atrapalhava muito.

Eu estava a uns trezentos metros de Daryl e Maggie quando ouvi alguém gritar, em forma de ataque, e avançar em minha direção. Quando eu finalmente pude ver, o indivíduo já estava bem próximo de mim. Segurei um de seus braços, defendendo-me, mas ele me apunhalou com a outra mão e eu pude sentir o facão que ele segurava atravessar meu corpo. Abri minha boca e olhei-o, deixando meu facão cair no chão conforme a sensação de queimação se alastrava em meu corpo.

- Brooke! - ouvi Daryl gritar ao longe - não!

O cara que me apunhalou puxou o facão, empurrando-me. Senti o chão duro bater contra minhas costas e fechei meus olhos, sem entender o que estava acontecendo, como se tudo ficasse um borrão em câmera lenta.

- Eu vou atrás dele - ouvi Jesus dizer ao longe. Tudo parecia longe demais.

- Brooke! Brooke, olha pra mim - Daryl disse batendo levemente em meu rosto.

Abri meus olhos e vi o desespero estampado em seu rosto enquanto ele tentava estancar o sangue, apertando minha barriga.

- Tudo bem - ele dizia - você vai ficar bem.

- Brooke, olha pra mim - ouvi Maggie dizer - tudo bem, estamos aqui. Daryl, deixe-me ver. Tá sangrando muito. Vamos levá-la daqui.

Fechei meus olhos novamente. Eu queria chorar, gritar ou correr, mas a dor e a sensação de impotência me congelavam e eu sentia que iria desmaiar a qualquer momento. Senti os braços de Daryl me erguerem do chão, levando-me rapidamente dali.

- Aaron! - ouvi Maggie gritar - ache a Carol!

Percebi que Daryl me levou até a enfermaria e me colocou em umas das camas.

- Brooke, fica comigo. Abra os olhos e olhe pra mim - ele disse e eu olhei-o, usando todas as minhas forças para manter meus olhos abertos por cinco segundos.

- Fique aqui - sussurrei e ele segurou minha mão.

- Eu não vou a lugar nenhum.

Vi Carol e Maggie entrarem na sala. Fechei meus olhos novamente e as vozes em volta de mim foram ficando cada vez mais distantes. Tudo parecia estar sumindo lentamente e eu acho que esse é o fim. Talvez agora eu tenha paz. Talvez agora eu encontre Shane. Sem culpas. Sem medos. Sem sofrimento.

 


Notas Finais


D:


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