Daryl POV
Eu a vi sendo arrastada por aqueles desgraçados.
Eu estava no chão, impotente, sem conseguir correr atrás deles e buscá-la. Eu deixei-os levá-la enquanto eu assistia tudo, sentindo-me o mais miserável dos homens. Quando perdi eles de vista, eu olhei em volta e procurei por maneiras de sair dali. Rastejei alguns metros até próximo à alguns galhos no chão e improvisei uma tala para minha perna. Apoiei-me em uma árvore e fiquei em pé, sentindo toda a extensão da minha perna queimando.
Peguei outro galho no chão que aparentava ser firme o suficiente para me suportar e usei-o como muleta. Olhei uma última vez para o corpo de Ann e comecei a seguir em direção à Alexandria. Acredito que foram cerca de cinco horas até que eu finalmente cheguei. O sol já se punha no horizonte e deixava tudo com um ar mais sombrio.
- Daryl? - ouvi Aaron gritar de cima do portão e eu continuei caminhando, esforçando-me para continuar em pé nos últimos metros - Eric! Abra o portão!
Vi o portão sendo aberto e Aaron saiu correndo em minha direção, pegando meu braço e passando por trás de seu pescoço, ajudando-me a caminhar. Michonne também se juntou à nós, ajudando Aaron a carregar-me. Eles me levaram até a enfermaria e eu me sentei em uma das macas, tomando a água que Michonne havia me entregado.
- Mas que diabos aconteceu? - ela perguntou e Rick entrou na enfermaria.
- Cadê a Brooke? - ele perguntou antes de fechar a porta - e Ann?
Tara, que estava na enfermaria, desmontou a tala que eu fiz e começou a analisar minha perna, preparando uma tala decente em seguida.
- Nós fomos cercados quando estávamos voltando - comecei a dizer - eles levaram a Brooke e se certificaram de que eu não conseguiria segui-los.
- E Ann? - Michonne perguntou e eu só balancei a cabeça, negativamente.
- Eles mataram ela? - Rick perguntou e eu assenti.
Ele passou a mão pelo rosto e suspirou.
- Quem são eles? - ele perguntou - são dos Salvadores?
- Não.
- O que eles queriam?
- Eles queriam - falei e dei um pulo assim que Tara mexeu em minha perna - eles queriam tomar Alexandria.
- Pra onde eles levaram ela? - Rick perguntou.
- Eu não sei, porra - respondi - nós estávamos em uma floresta próxima à cidade em que nós procuramos suprimentos. Eles levaram ela em direção ao norte. Também não estavam de carro, acho que não deve ser longe de lá.
- Você acha que eles são fortes?
- Aparentam não ser.
- Você sabe quantos eram?
- Caralho, eu não sei. Eu só sei que eles levaram a Brooke. Bem na minha frente e eu não pude fazer nada. Agora vai saber o que eles estão fazendo com ela. Ela é teimosa, não vai dizer onde Alexandria fica. E se eles machucarem ela? Ou a matarem? E eu não consigo nem ao menos ir atrás dela.
- Tudo bem - Rick disse e olhou para Michonne - nós vamos montar uma equipe e vamos atrás dela.
- Que seja - falei e fechei a cara, encarando a janela atrás de mim.
Rick ficou ali por mais alguns segundos e se virou, saindo da enfermaria acompanhado de Michonne e Aaron.
- Precisa de mais alguma coisa? - Tara perguntou e eu olhei-a.
- Não - respondi - valeu.
Ela deu um leve sorriso e saiu da enfermaria, deixando-me sozinho. Deitei-me na maca e suspirei, ainda sentindo o aperto no peito causado por não saber onde Brooke estava, ou se ela precisava de ajuda, ou se ela ainda estava viva.
Brooke POV
Ouvi a porta sendo aberta e dois homens entraram, olhando os zumbis mortos no chão. Levantei-me e encarei-os, ficando atenta à qualquer movimento.
- E não é que a princesinha é durona mesmo? - um deles disse e me olhou de baixo para cima, sorrindo.
- Agora a gente faz a segunda parte - o segundo homem disse e começou a desabotoar o cinto da calça.
Senti meu coração dar um pulo e eu recuei, encostando-me na parede.
- Qual foi? - um deles disse - não torne isso mais difícil do que já é.
- Não encosta em mim - eu disse e me encostei mais na parede, percebendo que meu espaço havia acabado.
Um dos caras se aproximou e pegou meu braço. Eu me soltei dele e acertei-o com um soco, fazendo-o cambalear para o lado.
- Eu já disse pra não encostar em mim! - eu repeti, aumentando minha voz.
- É bravinha, é? - o outro disse e se aproximou rapidamente, empurrando-me contra a parede. Eu desviei dele e senti alguém me segurando por trás, erguendo-me do chão. Eu comecei a tentar me soltar e vi o outro cara vindo em minha direção.
Em um impulso, encostei meus pés no chão e empurrei o cara que me segurava contra a parede, o que possibilitou que eu conseguisse acertar o outro que estava na minha frente com um chute no rosto, derrubando-o. Levei minhas mãos até o rosto do cara que me segurava e cravei as unhas em sua pele, fazendo com que ele me soltasse tempo depois.
Peguei a madeira que eu utilizei para matar os zumbis do chão e parei em posição de ataque, de frente para eles.
- Dê o fora daqui - eu disse - os dois. Ou eu vou machucar vocês.
- Você? - o cara que eu derrubei disse, levantando-se - nos machucar? Tenta.
O primeiro se aproximou e eu bati com a madeira no rosto dele, chutando o meio de suas pernas em seguida, fazendo-o curvar-se. O segundo tentou me acertar no rosto, porém eu o bloqueei com a madeira, acertando-o com um soco.
- Eu era irmã de um policial. Vai mesmo tentar brigar comigo? - falei e o primeiro cara avançou em minha direção, empurrando-me contra a parede. Senti sua mão na gola da minha blusa, rasgando-a. Segurei o seu pescoço e dei uma cabeçada nele, que cambaleou para o lado.
Desviei dele e me virei, ouvindo o outro vindo em minha direção. Eu apenas virei e segurei o pedaço de madeira na altura de meu rosto, o que fez com que ele entrasse pela órbita do olho do homem, matando-o instantaneamente. Soltei a madeira e o corpo do cara caiu no chão.
O segundo homem me olhou e avançou em minha direção, acertando-me com um soco antes que eu pudesse me defender, caindo no chão. Ele subiu em cima de mim e eu acertei-o com um soco e, ao perceber que ele havia ficado levemente atordoado, acertei-o novamente, e novamente, até que ele caiu no chão. Eu montei nele e segurei seu pescoço firmemente com minhas duas mãos, até não sentir mais a pulsação da sua carótida.
Vi a porta sendo aberta brutalmente e Noora entrou.
- Mas o que você fez? - ela gritou e segurou na minha bluy, erguendo-me do chão e colocando-me contra a parede, batendo-me repetidas vezes no rosto - ele era meu irmão!
- Vê se eu ligo - respondi e ela me jogou no chão, chutando-me uma vez antes de bater com o rifle que estava em suas costas em meu rosto.
Foi a última coisa que eu lembro antes de tudo ficar escuro.
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