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História Um pesadelo premonitório - Capítulo Único


Escrita por: OtomeNoArmario

Notas do Autor


Aviso, essa história é baseada no extra do volume 19 (dezenove) do mangá Akatsuki no Yona, que pertence à autora Kusanagi Mizuho (se me pertencesse, já tinha feito todos eles serem felizes para sempre <3).

Esse extra se passa muito antes da história do anime ou do mangá em si, portanto não trás nenhuma informação relevante, só classifiquei como "spoiler" por se tratar de um capítulo muito avançado do mangá.

OBS: essa fanfic é basicamente uma versão estendida de um extra do mangá (era fofo demais para ser tão curto! </3), que eu jamais esperava ver adaptada para o anime quando escrevi! Quem ainda não viu, veja o terceiro episódio da OVA de Akatsuki no Yona! A adaptação para o anime ficou ainda mais semelhante à fanfic! <3 <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


A princesa do castelo de Hiryuu era ingênua sobre o mundo e um pouco espontânea, por isso não viu nenhum mal em infiltrar no treinamento dos soldados para importunar outra vez seu guarda-costas exclusivo, o general Son Hak, líder da Tribo do Vento e recém-nomeado Comandante Geral da guarda do castelo. Para ela, seus desejos eram prioridade.

_Ei, Hak! – chamou a garota de longos cabelos encaracolados vermelhos, no tom exigente e mimado que sempre usava com ele.

O general estava realmente ocupado, treinando pessoalmente os seus soldados, e, embora tivesse sentimentos intensos e incorrespondidos por ela, achava mais seguro manter a distância, por isso não era raro que ignorasse seus pedidos fúteis e irritantes.

_Próximo! – ordenou, depois de nocautear outro soldado em uma fração insignificante de tempo – Rápido! – endossou ao ver seus soldados se entreolharem receosos, sem que nenhum se voluntariasse a ser seu adversário.

_Hak! – insistiu outra vez a princesa, com mais irritação e urgência.

Assim que um dos guardas tomou posição, a espada de madeira cruzou o ar numa velocidade sobre-humana, e o adversário sequer pôde reagir antes de ter a própria arma arremessada pelos ares, quase levando seu braço com ela pela força do impacto.

Ele suspirou irritadamente. Mesmo que fosse um treino para os soldados, sentia-se um pouco entediado por nunca ter um combatente à altura, era frustrante.

_Fortaleça suas defesas! Você é lento! – sentenciou duramente para o guarda que o encarava pasmo.

_Hak! – gritou a princesa energicamente, aproveitando a pausa para tentar ter a atenção dele.

_Próximo! – pediu com desgosto, fitando de soslaio com os afiados olhos azuis a garota que o encarava com bastante raiva atrás de si – O que é? – inqueriu despreocupadamente, pois os caprichos dela não costumavam significar qualquer emergência.

Não era como se ela não estivesse acostumada a ser tratada daquela maneira por ele, por isso não se preocupou em discutir e exigir mais atenção. Sabia que ele estava lhe ouvindo, mesmo que se estivesse a postos para derrotar o próximo oponente.

_Será que podemos dormir juntos essa noite? – inqueriu inocente e esperançosamente.

O golpe em curso foi intensificado àquelas palavras, e o pobre adversário da vez sofreu as consequências, sendo arremessado pelos ares junto à sua arma de madeira. Hak sentiu o rosto esquentar e o coração pular uma batida. Se não a conhecesse o suficiente, até poderia ter maliciado a situação, mas sabia que era ingênua e muito mimada, e que não tinha a menor consciência de que lhe causava aquela taquicardia pelo convite, além de muita vergonha por sentir os olhares dos soldados sobre si.

_Uaaahhh! General Hak ficou bravo! – anunciou um dos guardas, parecendo preocupado com a segurança daquele treino.

_Alguém chame o médico! – pediu outro, indo ao auxílio do guarda que caíra com estrépido poucos metros dali.

Ele mordeu o lábio inferior e respirou fundo, tentando reaver seu autocontrole. Ela não tinha ideia de como mexia com sua imaginação naqueles momentos.

_O treino está encerrado por hoje. Aguardo vocês aqui amanhã – disse no tom irrefutável de ordem, e os guardas bateram continência em resposta, liberando-o para tratar do assunto iminente imposto pela garota – Princesa, vamos para outro lugar – pediu num tom mais baixo, se voltando a ela preocupadamente.

_Está bem – concordou ela resignadamente.

A princesa Yona seguiu seu guarda-costas que andava desconfiado pelos corredores do castelo até se encontrarem em um cômodo que estava vazio. Ela estava um pouco irritada pela demora dele em concordar, e ele sequer sabia o que diria sobre aquele pedido absurdo, além de temer os boatos que poderiam se espalhar pelo castelo e ainda prejudicar a reputação dela.

_E então, Hak, você vai? – cobrou ela ansiosamente, quando ele finalmente parou de caminhar e se voltou a si.

O general suspirou audivelmente e esfregou o rosto com as mãos num gesto que descrevia seu desespero interno. Não era capaz de conceber como ela poderia tratar aquele assunto daquela maneira, mas ao menos esperava que tivesse um bom motivo.

_Princesa, você não pode fazer essas coisas! – ralhou preocupadamente.

_Você é meu servo, tem que me ouvir! – replicou ela, imaginando que a raiva dele proviesse de sua interrupção ao treino dos soldados – Eu sou mais importante do que qualquer treino… – reclamou irritadamente.

_Você não entendeu nada, não é, princesa? – certificou-se ele, com outro suspiro resignado.

Ela o encarou com confusão, mas aquele semblante desapontado de Hak sempre lhe deixava irritada. Detestava quando ele lhe direcionava aquele olhar felino que lhe subestimava, que dizia com todas as letras que era incapaz de fazer até mesmo a mais simples das tarefas.

_Se eu preciso de você, você deveria me atender sem reclamar! – ralhou, tentando parecer confiante – Você é meu guarda-costas exclusivo, não é?!

Ele suspirou outra vez, enquanto observava a irritação em forma de garota ruiva lhe direcionar outro olhar fulminante. O fato dela ter desconversado daquela maneira tornava ainda mais óbvio aos seus olhos que realmente não entendia, mas a menção de que precisava dele tomou sua atenção.

_Afinal, por que precisa de mim? – inqueriu curioso.

_Tem um fantasma no meu quarto – confessou ela na voz baixa e envergonhada, pois mesmo que confiasse em Hak, sabia pela personalidade dele que certamente faria piada.

_Tem um fantasma? – repetiu ceticamente.

_Sim – confirmou ela timidamente.

Hak rolou os olhos e murmurou que era uma grande bobagem. Tentou dar às costas a ela, e abandonar de uma vez aquela história ridícula, mas ela o segurou pelas vestes teimosamente.

_Ah! Hak, não me deixe! – pediu em tom assustado e mimado.

Ele estagnou em seu caminho por um momento, antes de se voltar outra vez a ela. Por mais que achasse que era mais seguro manter distância, não era como se fosse ignorar um pedido aflito como aquele. Por mais fútil que a considerasse, a amava o suficiente para se preocupar com qualquer coisa que pudesse assustá-la daquela maneira, além de querer mais do que qualquer outro o seu bem.

_Então, me fale mais sobre esse seu fantasma – pediu resignadamente.

_Pelo menos, eu acho que é um fantasma – corrigiu-se ela, mas continuou sob um aceno positivo dele – Quando abri meus olhos na noite passada, pude ouvir uma voz esquisita, e senti meu corpo pesado como se estivesse preso – confessou, sentindo outra vez o arrepio de pavor percorrer sua espinha.

Hak a encarou pensativo por um momento, tentando buscar uma explicação lógica para o problema dela, e, para ele, aquilo não poderia ter nada de sobrenatural, imaginava que simplesmente sofria de paralisia do sono.

_Devo chamar uma dama da corte? – sugeriu por fim, ponderando que aquela seria a melhor solução para o problema dela.

Yona suspirou e fitou o chão sentindo-se frustrada. Passara o dia todo reunindo coragem para ir reclamar com Hak, endossando esperanças de que ele a compreendesse, mas nem isso parecia ocorrer. A sugestão dele era tão desanimadora quanto seu ceticismo, pois se nem ele, que era seu amigo de infância acreditara, tinha certeza de que outros também não o fariam. Ela não suportaria endossar ainda mais a fama de covarde que já pairava sobre seu pai com qualquer história pouco fundamentada.

_Não – negou deprimidamente – Até parece que alguém me escutaria.

A frustração nítida na voz dela o agoniava igualmente. Por mais que parecesse bobagem, não seria capaz de ignorar algo que a magoasse daquela maneira.

_E o que você gostaria que eu fizesse? – dispôs-se sinceramente.

Ela o fitou com os olhos violáceos ligeiramente marejados em sua gratidão pela confiança depositada, sentindo suas forças renovadas.

_Você é forte, não é? – certificou-se, pois tinha uma consciência superficial da fama de Hak – Quero que você o destrua se isso aparecer de novo! – revelou o plano infantil com muita animação

_Entendi – concordou, mesmo que continuasse descrente – Então vamos procurar esse tal fantasma.

_Então venha para o meu quarto mais tarde – combinou ela, com bastante determinação.


 

Apesar de planejar apenas passar pelo quarto da princesa, desencorajá-la da presença de qualquer coisa que ela imaginasse haver ali e ir embora o mais rápido possível, o general se encontrava impaciente em seu posto, e quase perdera a fome no jantar. Quando viu os servos pessoais da princesa deixarem seus aposentos, se dirigiu para lá, sentindo os olhares dos outros guardas sobre si, o que o fazia ainda mais desconfortável. Não era como se conseguisse ver uma visita àquela hora da noite como natural, além de temer que o boato se espalhasse. Mesmo que a princesa estivesse inconsciente das consequências que suas ações impensadas pudessem trazer, cabia a ele fazê-lo.

Bateu à porta, e esperou até ouvir a voz aguda dela vindo do interior, permitindo sua entrada, mas quando abriu a porta, não esperava vê-la de pijama, e aquilo endossou os seus receios.

_Achei que você não viesse mais – reclamou ela da maneira mimada de sempre.

_Bem que eu preferia – provocou, sob um olhar mortífero dela – De qualquer forma, onde está o fantasma?

_Já disse, ele apareceu no meio da noite – repetiu ela impacientemente – Não é como se ficasse vagando por aqui o tempo todo, é por isso que quero que durma comigo essa noite – endossou com a mesma determinação inocente.

Hak esfregou o rosto impacientemente ao notar que ela ainda não tinha desistido daquela ideia absurda, mas um sorriso malicioso estampou seus lábios quando ponderou que a melhor maneira de mostrar aquele ponto a ela seria justamente concordando com seus planos.

_Certo – concordou ele, deixando sua lança encostada à parede – Então, minha missão hoje é dormir com você, não? – assegurou-se, esgueirando-se para a cama arrumada dela – Perdão – pediu antes de se deitar.

Ele se deitou na cama macia, mas apenas o perfume inebriante dela que havia ali, era o suficiente para mexer com seus pensamentos. Cobriu a cabeça e quase tampou os ouvidos, esperando pelos gritos irritados da mimada princesa, mas seu coração deu um salto quando ela simplesmente o acompanhou, deitando-se tranquilamente ao seu lado na cama.

Para Yona, o problema já poderia ser considerado resolvido, pois a presença de Hak era tudo que precisava naquele momento, por isso se assustou quando ele se levantou outra vez da cama.

_Diga alguma coisa! – pediu ele num misto de desespero e irritação.

Quase não conseguia acreditar que ela realmente estivesse disposta a concordar até mesmo com aquilo, mas aquela certeza fazia sua frequência cardíaca ir muito além do que qualquer treino conseguia fazer.

_Por que está apenas se deitando também sem dizer nada?! – inqueriu ele tempestivamente, ainda se negando a acreditar que ela realmente pretendesse dormir consigo na mesma cama – Você é uma princesa, não é?!

Tentou jogar baseando-se no imaculado título dela, mas os anos de convivência e a intimidade que possuíam eram responsáveis pelo excesso de confiança que ela tinha nele, além de julgar que seus desejos estivessem acima de qualquer coisa superficial como um título.

_Não me importo! – retrucou com a mesma determinação – Fica comigo!

Ele a fitou perplexo. Não entendia que tipo de treinamento ou tentação era aquela, mas ter a princesa que era dona de seu coração lhe fazendo um pedido como aquele, era mais do que ele julgava ser capaz de suportar. Se não tivesse a mais concreta certeza de que realmente não havia nenhuma segunda intenção na expressão determinada e inocente dela, poderia ter se iludido ainda mais.

_Devo mandar uma carta ao Lorde Soo Won, assim ele pode dormir ao seu lado amanhã? – sugeriu, sabotando os próprios sentimentos.

_Se isso acontecer morrerei de vergonha! – replicou ela, com o rosto corando expressivamente, confirmando o sentimento que Hak esperava vir dela – Enfim, você é o único que eu quero aqui! – concluiu enfaticamente e com segurança.

Aquelas palavras o fizeram arregalar os olhos, e outra vez ele sentiu sua frequência cardíaca se alterando. Mesmo que repetisse para si mesmo que ela amava Soo Won, não encontrava nenhuma explicação lógica e óbvia para aquela declaração tão espontânea, pois não havia também nenhuma outra conotação maliciosa ali. Aquela contraditoriedade ainda acabaria com sua sanidade.

O fitou esperançosamente, mas seu guarda-costas não parecia disposto a ceder aos pedidos daquela vez, frustrando seus planos. Não queria ficar sozinha naquela noite, e acima de tudo, queria tê-lo à vista, pois aquelas imagens horríveis continuavam gravadas em suas retinas.

_Senta aqui! – pediu ela, batendo na cama ao seu lado – Aqui! – insistiu ao ver que ele continuava relutante a atender ao seu pedido.

Ele resmungou qualquer reclamação, mas estava mais irritado consigo mesmo do que com ela. Lutava contra seus sentimentos, e contra aquele convite também, embora sua batalha contra o segundo estivesse indo de mal a pior. Definitivamente não seria capaz de recusar um pedido dela quando ela parecia tão fofa. Sentou novamente na cama para contentá-la, mas de costas para ela, mantendo ao máximo a distância entre os dois.

_Caramba – reclamou em outro muxoxo – Isso serve? – inqueriu, forçando-se a se mostrar entediado, embora internamente o sentimento fosse bem diferente daquele.

_Sim. Também – começou, interrompendo-se num acesso de timidez – Me dê o seu dedinho – pediu ela um pouco sem jeito.

Ele a fitou ainda mais ceticamente, e ela corou expressivamente. Mesmo para a inocente princesa, aquele pedido parecia um pouco estranho, e a deixava envergonhada. Não queria pedir explicitamente para dormir de mãos dadas com ele, mas era o que desejava fazer.

_Você quer que eu tire-o e… – cogitou erroneamente, pois preferia não pensar em outras possibilidades para aquele pedido.

_Não! Me dê a sua mão aqui – pediu ela mais especificamente, batendo ao lado do travesseiro para assinalar o local.

O general ainda parecia um pouco cético, mas atendeu ao pedido dela. Não sabia o que faria, mas sentiu o coração pular outra batida quando ela segurou seu mindinho em outro gesto inesperado, deixando-o momentaneamente sem palavras. As atitudes estranhas da princesa naquela data realmente mexiam com seus pensamentos. Ele levou a mão livre ao rosto, em outra demonstração física de sua inconformação.

Ela já sentia satisfeita e segura daquela maneira, por isso pretendia ignorar a vergonha que tingia seu rosto e finalmente dormir, por isso se surpreendeu quando ouviu a voz dele outra vez.

_Você está agindo de um jeito meio estranho, princesa – observou, tentando controlar nas palavras o sentimento que lhe atormentava internamente.

Ela o fitou por um momento, e ele se surpreendeu ao notar a tristeza que havia em seu olhar. Sabia que ele a conhecia há tempo demais para ser enganado por seu silêncio, por isso resolveu explicar, por mais embaraçoso que considerasse.

_Sabe, antes de eu ficar paralisada, tive um sonho assustador – confessou na voz atipicamente amargurada, que motivou a preocupação dele.

_Um sonho? – repetiu ele incrédulo, pois não achava que ela ainda pudesse se abalar por coisas tão vagas.

_É – confirmou dolorosamente, mas o olhar que ele lhe direcionava cobrava explicações – No meio de uma noite escura, você e eu fomos perseguidos no castelo. Nós dois continuamos correndo e fugindo na escuridão – contou, sentindo o medo invadi-la outra vez àquela lembrança tenebrosa, enquanto ele a encarava perplexo – Mas quando levantei minha cabeça, você estava encharcado de sangue – prosseguiu, sentindo outra vez aquele arrepio de pavor percorrer-lhe a espinha – E mesmo eu te chamando, de novo e de novo, você não se mexia – confessou ela, cujos olhos marejavam àquela lembrança fúnebre.

Ele a encarava pasmo. Jamais poderia imaginar que ela poderia sonhar consigo, muito menos um sonho como aquele, tampouco que isso pudesse mexer tanto com sua imaginação, pois a preocupação e a tristeza que via nela eram sinceras. Por mais que tentasse não se iludir em ter qualquer retorno de seu amor, até mesmo ele era obrigado a enxergar que era realmente importante para ela, para motivar aquele tipo de reação por um mero sonho.

_Quando eu abri meus olhos, você não estava lá – prosseguiu, lembrando-se do desespero que sentira, e tirando-o de suas cogitações – Embora eu quisesse gritar, meu corpo não escutava nada do que eu dizia para fazer – contou, mantendo o tom agitado na voz – Foi assustador. Não quero sentir isso de novo – confessou dolorosamente – Então, essa noite, apenas me empreste o seu dedinho, tá? – pediu com uma sinceridade e doçura atípica, parecendo mais frágil do que normalmente.

Ele precisou morder o lábio inferior para conter uma resposta completamente sincera, pois sua vontade era declarar-se inteiramente dela, embora não considerasse aquele sentimento correto, mas o olhar que encontrou os olhos dela entregavam completamente aquele sentimento. Puxou a mão que ela tinha sob seus cuidados, frustrando-a por um segundo, antes de entrelaçar os dedos aos dela espontaneamente, que a surpreendeu ainda mais.

_Eu te darei todos eles – sentenciou ele com toda devoção e paixão expressas nas palavras – Boa noite – desejou com um sorriso compreensivo.

A princesa não soube bem se foi o gesto ou palavras dele que fizeram seu coração acelerar e um calor incomum tomar seu rosto, mas era fato que estava completamente envergonhada, além de sentir aquela palpitação anormal, para as quais sequer conseguia encontrar uma explicação. Não era comum que Hak lhe causasse aquele tipo de reação, acontecia nas raras vezes que ele lhe tratava com seriedade, mas nunca com aquela intensidade, que era superior a tudo o que provara em sua curta vida.

Tomada pela timidez, ela desfez-se da mão que apertava a sua, sob um olhar surpreso do rapaz, que foi endossado quando se virou para o outro lado e cobriu até a cabeça em seu assomo de vergonha.

Ele continuava a observá-la com curiosidade, sem entender aquela reação, mas para ela aquela não era mais uma opção. O ar do quarto parecia mais denso e sufocante, e a consciência da presença dele mantinha seu coração acelerado, enquanto se perguntava inutilmente a sua origem.

_Princesa? – chamou-a confuso.

_Estou bem, afinal – respondeu ela, forçando um tom irritado na voz para esconder a timidez.

_Hein? – inqueriu ele, ainda mais confuso.

_Não olha para mim! – ordenou ela, ainda mais irritadamente, por se sentir vulnerável.

_Oh! – resmungou, retomando a postura irritante que sempre usava com ela.


 

Yona não teve nenhum pesadelo naquela noite, mas não foi exatamente uma surpresa, pois pouco conseguira dormir depois daquilo. Seu coração continuava a bater ruidosa e descompassadamente, e mesmo que evitasse olhar para Hak, sentia seu olhar queimar-lhe a pele sucessivas vezes, e estes impediam-na de pegar no sono. Ela se recusava a admitir aquilo que já parecia claro. A implicância que tinham um com o outro era um sinal óbvio daquela atração, além dele ser a pessoa que mais tinha de sua confiança, mas a princesa ainda se iludia por caprichos menos profundos que aquele sentimento.

Para Hak, aquela foi outra longa noite, em que se ocupara em extirpar aquele sentimento que julgava impróprio, mas palavras da princesa continuavam a ressoar em seus pensamentos, e ele sentia o coração aquecido pela mera constatação de sua importância para ela.

Nenhum dos dois imaginava que aquele pesadelo chegaria tão perto de se tornar realidade num futuro próximo, e no dia seguinte retomaram suas rotinas tranquilas e despreocupadas. Depois daquela confissão, Hak não foi capaz de zombar dos receios da princesa, mesmo que o fantasma não tivesse aparecido, e a falta das implicâncias dele fez com que ela demorasse ainda mais para esquecer a estranha sensação que experimentara na noite anterior, corando mais algumas vezes ao encontrá-lo.


Notas Finais


Eu sou uma super fã de Akatsuki no Yona e torço muito para que o Hak e a Yona se resolvam logo, mas como eu não queria fugir da história original, não impus isso aqui. Me desculpem pela provável decepção se esperavam algo mais intenso, eu só queria ressaltar que na verdade a Yona sempre correspondeu aos sentimentos do Hak, mesmo que estivesse confusa pela queda que tinha pelo Soo Won.
Não sei se algum dia vou escrever mais sobre Akatsuki no Yona, porque na verdade eu ainda não me decepcionei com a história a ponto de precisar recorrer à fanfics, e na verdade também espero que não aconteça, mas espero que tenham gostado dessa!
Desejo boa sorte e bom anime/mangá a todos que tiverem lido essa história e estiverem acompanhando a original!
Beijos!


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