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História Um primeiro amor - Mais um dia


Escrita por: Andyeah

Notas do Autor


Leitor, preciso lhe avisar algo antes de mais nada: Esta fic terá muito, mas muito palavrão. Então se você não gosta ou não é acostumado a isso, talvez não gostará do conteúdo. Quero fazer nesta fic algo mais... Personagem se expressando, e quando alguém se expressa sinceramente, não liga para o politicamente correto. Palavrões, termos desagradáveis e ações negativas serão presentes na fic... Não vou me prender a algo bem polido e bonito, quero ser expressivo e espontâneo nesta fic.
Caso não haja problemas com linguagem obscena, por favor... Divirta-se lendo, e por favor, comente. xD

Capítulo 1 - Mais um dia


Outro dia no ponto de ônibus, esperando para a mesma rotina tediosa e irritante de sempre. Para variar eu discutia com Cartman sobre relacionamentos, uma forte indicação de que o dia começou mal. Parece que depois que chegamos à adolescência, tudo que Cartman conseguiu fazer foi entupir sua cabeça com ideias sobre sexo. E o pior, da maneira mais podre possível. Via as garotas como pedaços de carne a serem devoradas por ele e depois descartadas como lixo. Eu sentia vontade de socar aquela cara arrogante dele, mas nunca fui de violência. Então apenas batia de frente, tentando desconstruir toda a burrice que ele insistia em cuspir.

- Vai se foder, gordo estúpido. – Digo já sem paciência ou motivação para continuar depois de cinco minutos de educação forçada por minha parte.

- Não, vá se foder você, judeu de merda. – Ele cospe as palavra gesticulando violentamente com os braços, como sempre fez – Você é um virjão de merda, nunca vai entender nada de como pegar essas putas. O que elas precisam é de um macho alpha, que saiba mandar nelas e dar o que elas querem.

- Elas não são putas seu imbecil, são garotas. E nem se fossem putas iriam querer um gordo retardado que acredita que pagando um cinema irá conseguir sexo. – Tendo a ser o exemplo na grupo, mas meu limite de paciência e bom senso é sempre o Cartman. Ele me estoura fácil quando abre a boca dele pra opinar qualquer coisa. Parece que ele nasceu pra ser desagradável, um babaca completo.

- Vocês mal acordaram e já estão brigando. Arrumem um quarto, caras. – A voz sonolenta me é familiar, muito familiar. Stan ainda boceja, com o cabelo desarrumado escondido embaixo do mesmo gorro que usou a vida inteira. Após cumprimentar Kenny fazendo um gesto com a cabeça, aponta para nós e continua – Da um tempo Cartman e Kyle, vocês discutem até por algo que ambos concordam. Se não podem chegar a um consenso, foda-se.

- Olha só, o seu namorado chegou Kyle. – Cartman não perde a oportunidade em dar a ultima palavra, e da maneira mais desagradável possível – É difícil argumentar sobre como pegar garotas quando você só manja de pegar caras.

Tento responder a ultima provocação, mas a bola de banha entra no ônibus rindo junto com Kenny. Só o acompanho com um empurrão de Stan, e logo me dirijo ao fundão. Espero ao menos durante a ida à escola, me ver longe desse maldito nazista. Ele se senta com Kenny na parte da frente, provocando as meninas com comentários idiotas e desrespeitosos. Passo por Craig, que conversa com Clyde e Token. Do outro lado está Butters, brincando com um portátil e cantarolando a mesma música que cantarola quando está entretido em algo.  Estes são os únicos alunos que reconheço de vista. Não que eu esteja tentando reconhecer quem está no ônibus, apenas tento esvaziar minha mente da raiva que sinto de Cartman, como sempre.

- Hey, tenta ignorar ele. – A voz de Stan parece um consolo. Em contrapartida de Cartman ser o único que consegue me tirar do sério fácil, Stan é o único que consegue me acalmar fácil. -Vocês brigam igual cão e gato desde criança, por que não tenta dar um tempo a si mesmo?

- Eu tento, mas você viu o assunto que ele...

- Kyle! – A voz sai agora em um tom sério, olho para seus olhos cerrados me olhando e acabo me calando. – Sério cara... Não vale a pena, e você sabe disso. Pra conviver com Cartman, ou você concorda com ele ou finge que concorda.

- Ele falou que garotas são como cães. Todas famintas por dinheiro e pinto. Cara isso é nojento, é machista, é patético.... – Digo me irritando de novo, enquanto ele passa a mão pelo meu ombro, puxando meu Ushanka e alisando meu cabelo.– Para idiota. Eu to falando sério Stan. Não te incomoda isso? Ele falou que estávamos namorando, te chamou de gay também!

- Bem ... – Stan finge estar pensando em uma resposta, olhando para o teto, com uma mão alisando o queixo e a outra ainda sob meu ombro, até que me olha aproximando o rosto do meu – Como eu disse, ou você concorda com o Eric... Ou finge.

Ele me surpreende com um selinho. Isso me cala e quebra a raiva que eu sentia até então. Olho em volta assustado, procurando alguma testemunha da idiotice que Stan havia feito, mas por sorte ninguém estava olhando para trás e na fileira de bancos traseiros só tinha eu e ele. O empurro pra longe, num ato de impulso. O maldito começa a rir alto da minha reação, enquanto eu sinto meu rosto queimar e gaguejo a próxima reclamação que simplesmente não sai.

- Relaxa Kyle, isso não te faz gay – Ele diz ainda rindo, enquanto eu abaixo a cabeça e penso no que dizer – Cartman já chupou o Butters na infância e agora paga de machão. Você precisa esfriar a cabeça cara... Sério.

Fico quieto ouvindo as provocações e risos de Stan ao meu lado, enquanto tento não pensar na idiotice que ele fez. Seria impossível haver uma amizade por tanto tempo e nenhum sentimento nascer. No nosso caso, eu fui o idiota que deixei isso evoluir... Gosto dele, mas não da maneira que ele gosta de mim. Droga, nem sei dizer quando isso aconteceu... Talvez eu conseguisse ter evitado se percebesse em que ponto eu deixei isso evoluir de uma amizade de infância para um “primeiro amor”. E o pior, um amor totalmente platônico. Já que Stan sempre esteve com Wendy, sua primeira e atual namorada. Stan brincava sempre comigo sobre sermos um casal, levando tudo no sarcasmo. Ele começou a lidar com tudo sarcasticamente depois do seu problema de depressão e consequentemente, alcoolismo.

Bem, o resumo da ópera é que atualmente estou tentando superar o que sinto por Stan, mas simplesmente não consigo. Mantemos a mesma amizade de sempre, e me contentei com o fato que eu sou o gay apaixonado pelo melhor amigo que nunca terá nada com ele. E não me bastando isso, Cartman tem que ser o babaca que sempre toca nesta ferida sem querer. Se soubesse de fato a verdade, talvez fizesse pior ainda.

- Anda Kyle, acorda – Me assusto com a mão de Stan me chacoalhando ao chegarmos no colégio – Quer outro beijo pra despertar, princesa?

Levanto o ignorando e andando rápido na frente, ouvindo ele se desculpar e rir mais de suas ações. Talvez eu devesse me irritar mais com ele e suas brincadeiras do que com o próprio Cartman, já que as brincadeiras dele são cruéis de certa forma... Quer dizer, sem intenção Stan acaba me iludindo. Droga.

Adentro o colégio e me dirijo aos armários, para pegar alguns livros e deixar a mochila ali. Stan me segue, ainda se desculpando enquanto eu o ignoro.

- Vamos, qual é cara. Foi brincadeira, vai ficar bolado por isso? – Desvio meu olhar, fingindo o ignorar. Não estou de fato bravo, só gosto de ver ele correndo atrás de mim. Sou um maldito mendigo que adere a cada migalha de atenção vinda dele. – Vamos lá em casa jogar algo hoje, deixo você ganhar como desculpa.

- Depois vemos isso... – Falo terminando de trancar meu armário – Anda, pega suas coisas e vamos pra sala.

Ele sorri, se sentindo finalmente perdoado. Encosto no armário, o esperando. Tento esvaziar minha mente de tantas coisas estressantes logo cedo, mas o barulho dos alunos todos alvoroçados não colabora. Olho em volta e vejo algo que me faz sentir ainda pior... Craig. Ele caminha com o mesmo olhar frio e implicante que teve desde a infância. Eu diria que sua personalidade ficou ainda mais forte e complicada com o tempo. Não é necessariamente ele que me faz sentir mal, mas a cena que ele protagoniza; abraçando Tweek no armário deles. Posso ver ele ajudando Tweek e sorrindo com as trapalhadas do loiro enquanto tranca seu armário e carrega seus livros. Seria impossível eu estar apaixonado e não sentir inveja de um casal assumido e bem resolvido como eles. Desvio o olhar quando os olhos cinza de Craig se dirigem para mim, como que me ameaçando. Acho que a única pessoa de toda a cidade que não recebe este olhar dele é Tweek, que passou a andar mais colado com Craig desde a polêmica do yaoi.

- Algum problema – Novamente Stan quebra meu raciocínio, chamando para irmos pra sala – Quer mesmo outro beijo pra ficar esperto?

Penso no que responder a provocação irritante, mas não tenho tempo. Meu peito aperta ainda mais, ao ouvir a voz aguda atrás surgir atrás de Stan.

- Eu já estou espertinha, que tal eu ganhar o beijo? – Wendy aparece abraçando Stan por trás, beijando sua bochecha e interrompendo nossa conversa. Vê-lo abraça-la de volta me destrói por dentro. Apenas sorrio e a cumprimento, abraçando minha mochila e disfarçando como posso.

- O-Oi Wendy, como vai?

- Bem. Melhor agora que estou com meu fofuxo – Ela diz ainda tentando beijar a boca de Stan, que recusa rindo.

- Você sabe que eu vomito com beijos, já falamos disso Wendy.

- Já, já falamos. Mas tenho que tentar sempre... É difícil namorar sem beijar, sabe?

Enquanto ambos relembram a discussão passada sobre Stan ter um bloqueio psicológico com beijos, eu apenas encosto nos armários e finjo não estar ali. Olho em volta buscando algo que me distraia e me faça esquecer a vela que estou segurando. Logo consigo ver Cartman e Kenny de longe, ainda incomodando algumas garotas e vindo em nossa direção. Dou um sinal com a cabeça pra Stan e vou sozinho para a sala, tentando ao máximo evitar a presença do balofo e suas imbecilidades. Entro na sala e vejo que alguns alunos já estão ali, tumultuando tudo. Sento-me no mesmo lugar de sempre, e deito a cabeça sob minha mochila, tentando esvaziar a minha cabeça e não pensar em mais nenhuma das milhares de merda que me fazem sentir péssimo. Craig entrega a Tweek suas luvas e novamente me da um olhar ameaçador, ao que me faz virar a cabeça para o outro lado e continuar fingindo dormir sob a mochila. Assim começa esse dia de merda... 


Notas Finais


Como ficou a escrita? Eu sempre escrevo, leio e penso "meu deus, que lixo cliché, ninguém vai gostar". Mas vai que né...


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