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História Um primeiro amor - Reflexão


Escrita por: Andyeah

Notas do Autor


Está curtinho, eu sei. Mas não quero enfiar coisa desnecessária... Uma parte por vez ^^

Capítulo 3 - Reflexão


Voltei pelo mesmo caminho que havia feito até ali, ignorando a cena que me atingiu da pior forma possível. A pouca fome que eu sentia se foi ao ver algo que eu sabia existir, mas que adoraria não presenciar. Stan e Wendy se beijando no refeitório... Porra, tudo que eu precisava. Não basta amar ele e não ser correspondido, eu preciso também ver ele sendo feliz com outra pessoa. Acho que isso faz com que eu me sinta ainda pior. Não sou amigo o suficiente para desejar ve-lo feliz com alguém que ama, só consigo sentir esse aperto enorme no peito.

Continuo sem rumo até a sala de aula, junto meus materiais e apenas saio do colégio. A quadra ainda tem a abertura na cerca que leva a parte de trás da escola, permitindo que alunos mais entediados matem aula sem maiores problemas. Muitos consideram que o diretor atual não resolveu este problema justamente por querer se ver livre de alunos problemáticos na aula.

Todo o trajeto, desde o refeitório até a sala e depois até aqui, na cerca escancarada  é feito sem a menor pressa. Por que eu estaria com pressa? Não há motivos para correr fisicamente, já que sentimentalmente estou sempre fugindo de mim mesmo. E pensar que Kenny tenha tentado me ajudar hoje, pff. Não me surpreenderia ele e Cartman estarem rindo da minha cara, talvez até do pobre Butters que sempre foi manipulado por aquela bola nazista.

Ouço ao longe o segundo sinal, indicando que o recreio logo irá terminar. Mas já estou longe o suficiente para não conseguir ter certeza se é o mesmo sinal do colégio. Já me encontro próximo a praça da cidade, coberta por neve e o frio toma conta de toda a cidade. O vento gelado quase machuca a pele, tamanho o incomodo. Mas sinto todo meu corpo anestesiado, paralisado em questão de sentir... Não sinto dor, incomodo ou frio. Só o coração apertado, como se algo que não sei o que, fosse sair vomitado a força pra fora da minha garganta. Me sento no balanço, ignorando a fina cobertura de neve que teimou em cobrir até o brinquedo, e olho para o nada perdido em pensamentos aleatórios. Sequer conseguiria definir o que penso enquanto esfrego as botas úmidas na neve que se mistura com a lama.

O lugar está vazio e quieto, como num dia de feriado, onde todos da cidade se reúnem em bares e churrascos grandes. Mas nem o som de pessoas ao longe pode ser ouvido daqui onde estou, nem o som de carros passando ou cães latindo ao longe. Só o vento passando consideravelmente forte e movendo as folhas das árvores derrubando gotas de neve derretida por todos os lugares.

Talvez o dia inteiro sentado aqui e a imagem de Stan e Wendy se beijando não desapareça da minha cabeça. Eu já presenciei isso antes, mas o que eu sentia por ele não era assim. Não era tão intenso, tão desesperado, tão... Agoniante. Caralho!

Minha visão embaça conforme penso nisso tudo, como se meu pensamento de auto piedade me consolasse o mínimo possível. As lágrimas caem escorrendo quentes pelo meu rosto, talvez a única coisa quente que me toca se considerar o cenário que me encontro agora. Fico ali sem me mover, sequer mudo minha expressão facial. Deixo o choro sair sem controle ou limitação, enquanto respiro pesadamente pensando no Stan. Pensamentos como ele me abraçando, dizendo que me ama ou que quer estar comigo são os mais repetidos entre tantas frases e imagens se formando incontrolavelmente na minha imaginação. Talvez isso só reforce o sofrimento, talvez só me faça ficar mais e mais iludido. Mas não posso controlar, não consigo. Talvez eu nem queira.

Sinto meu celular vibrando no meu bolso, quebrando o momento tão patético ao meu próprio ver. Pego e olho, vendo um motivo para não ter visto...

 

“Cara, onde cê tá? Preciso falar contigo”

 

É do Stan, e não é a única. Mais duas se seguem, como uma garantia que eu leria e lembraria dele.

 

“Você matou aula? Cê nunca fez isso antes... Fez?”

“Quando ler a mensagem, fala comigo. Posso passar na tua casa mais tarde?”

 

Enxugo meu rosto com a manga da blusa, que devido a garoa fina caindo, já está úmida assim como todo o resto do meu corpo. Leio novamente a mensagem para conseguir, desta vez, entender o conteúdo. Suspiro fundo me levantando ainda com os olhos ardendo e pensando no que fazer para encara-lo mais tarde... E rumo para o colégio, para me encontrar com ele. 


Notas Finais


Leitor, alguma reclamação? Pode comentar sua opinião sinceramente, ficarei feliz em ler e responder xD


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