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História Um primeiro amor - Compartilhamento


Escrita por: Andyeah

Notas do Autor


Aos poucos estou voltando com as fics, mas não garanto nada galera... Ainda estou resolvendo umas tretas pequenas e grandes (ou pequenas que parecem grandes, pq eu sou paranóico, ansioso e inseguro). Então posso voltar com tudo e terminar as fics (começando novas) rapidão, ou posso demorar mais... Por enquanto, espero que se divirtam ^^

Capítulo 4 - Compartilhamento


Chego consideravelmente tarde no colégio encontrando apenas o zelador varrendo a entrada vazia do colégio e alguns alunos que insistem em ficar para esperar amigos ou apenas fumar seu baseado fingindo escondidos atrás do muro quebrado. Olho em volta e nem sinal do Stan, concluo logo que ele correu para casa. Dou meia volta, pegando o celular para mandar alguma mensagem, mas não é preciso. Mais duas estão piscando na tela, indicando o possível desespero dele.

“Onde você tá cara? Vem aqui em casa logo. =P”

“Aconteceu alguma coisa? Ao menos responde as mensagens porra.”

Respondi com um “estou indo pra tua casa” antes de guardar o celular no bolso antes que o atirasse longe. É mesmo uma merda isso tudo, e por mais que eu deva não consigo sentir raiva desse idiota. Acho que sinto raiva de mim mesmo... Da situação... De tudo. Menos dele, que é quem eu deveria estar puto da vida agora. Caminhando para a casa dele, começo a pensar aleatoriamente em tudo. Não me faltam coisas em que pensar para fazer com que eu me sinta mal no momento, e caminhar para a casa do meu “problema” principal realmente me motiva a manter a atitude negativa.

Entre meus pensamentos, me vem novamente a cena de Stan e Wendy se beijando. Essa merda vai ficar muito tempo me torturando, contando com o que eu provavelmente ouviria do Stan hoje. Eu não sinto força alguma, por mínima que seja, para sorrir pro Stan fingindo que tô feliz por ele estar feliz com outra. Ele deve estar preocupado por eu ter matado aula, de fato nunca fiz isso antes.

O tempo passa relativamente rápido até eu me ver em frente sua casa, considerando que a escola não é tão perto assim. Respiro fundo calmamente antes de tocar a campainha, ao que não demora a responder com um grito do seu quarto.

- ENTRA KYLE, SÓ TA EU EM CASA.

Que ótimo, um cenário romântico para ele falar sem controlar a voz sobre o quanto foi bom enfiar a língua na boca da Wendy. Adentro a casa, tiro minhas bota que assim como o resto das minhas vestes, estão encharcadas. Subo as escadas descalço mesmo, sinceramente estou me fodendo pra resfriado ou qualquer outra coisa neste momento. Stan já me espera na porta de seu quarto, parecendo aflito.

- Por que demorou tanto? Onde cê tava?

- Não me senti muito bem no colégio, ae eu...

- Suas roupas? - Antes que eu pudesse gaguejar uma desculpa esfarrapada sobre matar aula e evitar vê-lo com a namorada, ele me interrompe puxando pelo braço. – Tira logo elas.

Não tenho tempo para argumentar coisa alguma, ele apenas me puxa levando para dentro do quarto.

- C-Como assim tirar?  

- Você está encharcado, toma.

Ele vai atirando roupas para fora do guarda-roupa, algumas minhas e outras dele. Dormimos na casa um do outro a tanto tempo que nem sei mais distinguir nossas vestes. Sempre tivemos essa mania de partilhar coisas pessoais, não tanto pelo mesmo tamanho corporal, mas pela proximidade mesmo. Não consigo me lembrar quando comecei a andar com Stan. Eramos um grupo fixo. Eu, ele, Kenny e o Cartman. Desde que consigo me lembrar, andávamos juntos. Mas sempre fui mais próximo ao Stan, mais colado com ele. Como se fossemos mais que amigos, mais que irmãos... Só não éramos o que eu queria que fossemos.

- Entra logo no banheiro, toma um banho quente e se troca. Depois conversamos.

Adentro o banheiro e ele mesmo fecha a porta gritando algo sobre ir preparar algo para comermos. Não faço a menor ideia da hora atual, e sequer tenho animo para ver no celular ou perguntar ao Stan, mas meu estômago já roncava de fome. Eu não havia lanchado no colégio e nem almoçado, obviamente estava faminto. Mas não me dei conta disso até ele comentar sobre comermos algo, tamanha era minha tristeza. A forma como ele sempre cuidava de mim era carinhosa acima de tudo, atenciosa... Me servia de conforto naquele momento que eu queria esconder a todo custo dele. Mas que estava sendo um inferno sentimental.

Após alguns minutos com a cabeça embaixo da água quente, sai finalmente. Enrolei uma toalha na cabeça e me enxuguei com a outra antes de vestir as roupas e sair. Stan sabia como meu cabelo ruivo era rebelde e comprido embaixo do ushanka verde que eu sempre usava para esconder meus cachos, então sempre me oferecia duas toalhas. Uma para mim e outra para meu cabelo. Sai de lá esfregando o cabelo e descalço, mas logo dei de cara com ele segurando um par de meias e chinelos.

- Veste e senta na cama, vai devorando isso enquanto eu falo contigo. Preciso conversar e só tenho você cara.

Me sentei confuso, tentando entender a situação em que eu estava. Mas logo tudo ficou claro. Stan sempre foi carinhoso e gentil com todos os amigos, em exceção Cartman, que não merece gentileza nem da própria mãe. Mas Stan tinha uma característica muito comum, ele tendia a ficar ainda mais atencioso e gentil quando precisava de algo. É algo inconsciente que muitos fazem ,creio que eu seja assim também. É como se nos sentíssemos menos dependentes ao agradar a pessoa antes de precisar dela. Ele parecia agora preocupado consigo, sentado na cadeira a minha frente oferecendo um prato com um pedaço de bolo e um copo de achocolatado. Aceitei o pedaço, já que era melhor eu passar vergonha comendo na frente dele do que correr o risco dele ouvir meu estômago roncar.

- Ok, o que aconteceu para você estar assim tão ansioso? Algo incrível aconteceu no colégio que eu não tô sabendo?

Me fiz de desentendido, mas ele pareceu desanimar com minha pergunta. Como se tivesse lembrado de algo ruim, e isso me despertou certa curiosidade. Qual seria afinal a versão dele do beijo que deu na Wendy? Me contaria que decidiu se casar com ela? Não seria exagero, considerando que a cidade casou na marra Tweek e Craig.

Ou talvez algo nem relacionado a isso, afinal Stan namorava ela há muito tempo. Havia a chance de algo ter acontecido depois que eu matei aula, não tinha como eu saber. Eu sempre fui um dos alunos mais aplicados, não seria estranho haver algo extraordinário acontecendo justo na primeira aula que mato na vida. Minhas perguntas começaram a surgir na minha mente enquanto Stan olhava para mim por baixo, parecendo querer arrumar palavras para falar algo. Comecei a me preocupar e ficar mais curioso conforme o tempo passava. Ele gaguejou algo como “não sei como dizer” e isso me deixou mais ansioso .Coloquei o prato na cômoda ao lado após acabar de comer e ele ainda não havia conseguido falar, até que decidi insistir. Mas não foi necessário, ele mesmo se pronunciou:

- Eu terminei com a Wendy...


Notas Finais


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