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História Um Príncipe Improvável - Um Novo Mundo


Escrita por: HecateAquarius

Notas do Autor


Ola leitores.
Aproveitando aqui uma pequena ideia para fazer uma fic curta e um tanto diferente (para não variar XD )
Espero que gostem e fico a espera de criticas, boas ou más... :P
Boa leitura

Capítulo 1 - Um Novo Mundo


Fanfic / Fanfiction Um Príncipe Improvável - Um Novo Mundo

 E aqui estava eu, dentro de um barco, rumo a um dos países mais sombrios da Europa, Inglaterra. Olho pela janela e apenas vejo neblina, algo que me aborrece imensamente. Aquele camarote, embora grande aos olhos de muitas pessoas, era pequeno e pouco confortável. Continuava sem entender a razão pela qual o meu avô me havia mandado em seu nome, logo eu que era o mais antissocial e arrogante dos seus netos.

                Enfim, agora não podia fazer nada, a não ser andar de um lado para outro, na esperança de que aquela viagem não demorasse muito mais. Poucas vezes havia saído da Noruega e mesmo lá, pouco conhecia do mundo. Como membro da realeza, fora criado segundo as suas regras, embora muitas vezes me apetecesse mandar tudo pelos ares e sair por aí à descoberta das melhores coisas que o mundo tem para oferecer. Bem, digamos que já me fartei de comer bacalhau. Os bons entenderão o que quero dizer.

- Senhor Minos, sente-se bem? – Revirei os olhos, ao ouvir o meu nome sair da boca de meu pajem, Lune.

- Estou ótimo, Lune! Não se nota? – Respondo-lhe num tom sarcástico e logo me sento na poltrona, bufando por causa do meu aborrecimento extremo. – Apenas quero chegar logo nessa tal de Inglaterra e sentar o meu real traseiro em algo mais confortável. De preferência na companhia de uma boa, cof cof, moça inglesa.

                O meu sorriso malicioso logo me denuncia, revelando a verdadeira razão do meu aborrecimento naquele momento. Imagino que Lune tenha percebido ao que me referia, digo isto pois o sacana riu-se mas nada disse. As vezes dou por mim a perguntar-me por que razão os pajens têm de ser o masculino. Seria mais interessante ser despido por alguém do sexo oposto, não acham?

                Mas enfim, este mundo tem regras estranhas e como príncipe não canta de rei, vou ter de continuar a seguir estas regras estupidas. Talvez se eu matar uns quantos parentes consiga chegar ao trono. Pensando melhor, isso ia dar muito trabalho, prefiro continuar com o Lune mesmo.

- Lune?

- Sim senhor? – “Sim senhor?” Como esse laleca me irrita. Parece uma moça delicada num dia de primavera.

- Diz-me sinceramente, achas que as moças inglesas são mais calorosas que os bacalhaus noruegueses? – Não consigo conter o riso, afinal teve piada. Mas pode ver na cara dele que a piada não lhe agradou assim tanto. Qual é o problema deste tipo afinal?

- Senhor, nós temos belas mulheres. Não entendo porque as apelida assim.

- São chatas e frias. Parecem cubos de gelo. – Bufo ao ter de me explicar. Era certo que ele tinha razão, mas tanta frieza chegava a enjoar.

- Se não precisar dos meus serviços, irei retirar-me para averiguar o ponto de viagem.

                Nem me dei ao trabalho de responder, apenas fiz um sinal com a mão para que se retirasse. Assim que ele saiu, pude notar na mesinha à minha frente, um conhaque. Como é óbvio, logo me levantei e servi um pouco daquele fantástico líquido. Beberiquei o líquido com vontade, abstraindo-me do que se passava lá fora.

                De certa forma encontrava-me ansioso por chegar. Meu avô dissera-me que a rainha, embora baixa, era detentora de uma beleza inigualável. Talvez tivesse sido por isso que aceitei prontamente aquela missão. Encolho os meus ombros ao pensar naquele detalhe, não lhe dando grande importância. Caminho até à janela, vendo que finalmente entrávamos no rio Tamisa. Ao longe, era já possível ver a bela cidade de Londres, que apesar de se encontrar coberta de nuvens, não deixava de envergar todo o seu esplendor.

- Senhor… - O Lune de novo. Revirei os olhos assim que ele entrou. Como a sua voz era irritante.

- Sim, Lune? – Voltei-me para ele, continuando a beber o meu conhaque. Era quase certo que a minha cara demonstrava o meu descontentamento ao ser incomodado.

- Desculpe incomodá-lo… - Lune a ser sarcástico? Que ousadia!! Não pude deixar de erguer a sobrancelha ao seu pedido de desculpa. Mas pensando bem, seria eu uma pessoa insuportável? Claro que não, impossível!! – Deverá apontar-se o quanto antes, em breve estaremos no porto de Londres e deve apresentar-se adequadamente em frente da rainha.

- Estou ótimo assim… - Caminhei até ele, passando-lhe o meu copo de qualquer maneira.

- Mas senhor… O seu avô… - Bufei descontente por ter de me trocar, mais uma vez só para ter de me apresentar diante a rainha.

- Odeio toda esta etiqueta…

                Numa coisa Lune tinha razão, tinha de estar a altura de todos aqueles abutres de Londres. Estava ali para representar o meu país e se passar uma boa imagem dependia da roupa que vestia, acho que poderia fazer mais esse sacrifício. E foi exatamente assim que vesti aquela roupa real, com cara de sacrifício. Em frente ao espelho daquele camarote, não podia negar que aqueles trajes me deixavam bem mais elegante, algo que me fez sorrir de canto. Não era de todo narcisista, contudo também não era cego e se havia alguma coisa que sempre me saltava a vista era a beleza, algo que eu detinha em excesso.

                Cuidadosamente, meus longos cabelos brancos foram presos com um laço preto, articuladamente feito por Lune. Realmente ele era bom no que fazia, mas ainda assim não deixava de ser um chato.

                Assim que o barco atracou no cais pude ouvir a voz de centenas de pessoas. Seria tudo isso para me receber? Possivelmente. Assim que dei as caras para a multidão, uma enchente de palmas invadiu os meus ouvidos. Sorri e acenei a multidão, apenas por respeito, pois todos aqueles olhares curiosos postos sobre mim incomodavam-me.

- Suponho que seja o Príncipe Minos da Noruega. – Ergo uma sobrancelha para o homem que se apresentava a minha frente e que ainda à momentos atrás havia furado a multidão para me alcançar.

- Exato… e o senhor é? – Não podia deixar de usar aquele meu tom azedo tão característico, ate porque aquilo não eram modos de cumprimentar alguém da minha estatura.

- Alteza… - Vi-o a fazer uma leve reverência assim que obteve a confirmação de quem eu era. Finalmente.

- Talvez começar por aí não tivesse sido má ideia… - Lune apenas tossiu ao ouvir a minha má resposta para o homem que me recebia. E então?

- Desculpe, vossa alteza… - ele faz uma nova reverência, mas desta vez usando um tom sarcástico. Quem este inglês pensa que é? – Meu nome é Aiacos e fui encarregue por sua majestade de o receber e o levar ao Palácio, onde ela ansiosamente o aguarda.

                Nada respondi, começando a caminhar pesadamente até à carruagem que me aguardava. Fiquei um pouco mais satisfeito ao ver a escolta de guardas que a rainha havia providenciado para mim. Não era para todos, como é óbvio. Durante a viagem para o palácio, pude apreciar a beleza das ruas, bem como das moças que envergavam belos e grandes decotes. Tentei a custo não fazer qualquer comentário sobre isso, pois Aiacos olhava-me de cima a baixo como se eu fosse algo bizarro. Possivelmente até era.

- Diga-me Aiacos, porque me olha com tanta curiosidade? – Aquela minha pergunta direta deixara-o um tanto espantado, algo que me fez sorrir de canto.

- Nada em particular, sir…

- A sua resposta não me convenceu… - Ergo uma sobrancelha e inclino-me para a frente, usando a minha nobre bengala para me apoiar. Algo me intrigou naquele homem. Por mais invasivo que eu fosse, não consiga intimida-lo.

- Vamos por as coisas nestes termos, sir. – Ele sorriu de canto e tal como eu, inclinou-se para a frente e encarou-se como se fossemos iguais. – Fui destacado pela rainha para vigiar as suas costas. E pelo que vejo, sua alteza não passa de um homem com mente de um adolescente mimado. Digo-lhe desde já que não tenho paciência para amuos de homem feitos e muito menos, me acagaço diante de qualquer nobre, seja ele ministro, duque ou até mesmo um príncipe. Portanto, não vamos dificultar as coisas para nenhum dos lados certo, sua alteza?

                Fiquei boquiaberto ao ouvir a sua resposta. Senti vontade de lhe dar um soco bem no meio das trombas para lhe mostrar quem era o adolescente mimado, mas por algum motivo não o fiz e apenas voltei a recostar-me no banco. Foquei os meus sentidos no barulho que os cascos dos cavalos faziam ao percorrer aquelas ruas de pedra, deixando que a minha mente se esvaziasse. Lune permanecia em silêncio ao meu lado, nem se incomodando com aquela afronta que Aiacos me fizera. Seria possível ele partilhar da mesma opinião que o sujeito a minha frente? Talvez. Em todo o caso a opinião de um mero pajem não me interessava muito.

                Minha atenção foi quebrada pelo bater do grande relógio de Londres, anunciando o meio-dia. Levou apenas alguns minutos para que entrássemos pelos portões do palácio, onde uma nova comitiva nos aguardava. Antes de sairmos, Lune sussurra ao meu ouvido quem era a rainha e menciona alguns nomes de senhores importantes do governo e da corte, que se encontravam ao seu lado. A porta da carruagem abriu-se e uma brisa fresca bateu no meu rosto, fazendo-me respirar fundo, como se estivesse prestes a entrar numa jaula de leões.

                Analisei rapidamente cada rosto, mantendo um sorriso de canto e uma pose um tanto altiva, como se me mostrasse ser superior a qualquer um ali. A rainha, acompanhada pelo seu marido, envergava um pequeno sorriso, como se me desse as boas-vindas silenciosamente. Ela era de facto lindíssima, mas a pura beleza saltou-me à vista quando me aproximei dela. Bem atrás de si encontravam-se as suas damas de companhia e no meio delas, uma jovem de belos olhos azuis e cabelo negro como a noite, presos perfeitamente atrás da sua cabeça. Os seus lábios rosa, bem convidativos, contrastavam perfeitamente com a pele branca, ornamentada por um vestido azul claro de entalhes dourados.

                Aquela jovem realmente absorvera toda a minha atenção naquele momento, não só pela beleza mas também pela inocência que transmitia. Por breves momentos, nosso olhar se cruzou e eu tive a certeza que ela notou que a observava, pois seu desviar de olhar e a sua face rubra logo a denunciaram. Mas fora graças a isso, que pude finalmente descer a terra e focar-me no que realmente interessava naquele momento.

- Vossa majestade… - Com um sorriso confiante, reverenciei a rainha, pegando na mão dela onde depositei um beijo leve.

- Minos é uma honra para toda a Inglaterra ter o prazer de o receber aqui hoje.

- O prazer é todo meu em estar aqui. – Sorri amavelmente para ela.

Até há alguns segundos atrás talvez tivesse mentindo acerca de gostar de estar ali, contudo, agora, não podia estar a ser mais sincero. Assim que a rainha me pede que a acompanhasse para dentro do palácio, onde podia descansar um pouco, olhei novamente para a bela moça que permanecia de cabeça baixa. Sorri internamente ao imaginá-la na minha cama. Mas enfim, talvez essa seja uma história para outro dia, pois agora meu real traseiro precisava descansar.

Continua… 


Notas Finais


Minos no seu melhor... XD
Enfim, tem um pajem esquisito e um guarda costas que mais parece querer fazer-lhe a folha ou dar-lhe umas palmadas...
Isto promete XD
Espero que tenham gostado e ate ao próximo ;)


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