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História Um Príncipe Improvável - Será amor?


Escrita por: HecateAquarius

Notas do Autor


Ola leitores :)
Um pequeno a parte antes de começarem. Nessa imagem o Minos tem olhos negros, mas como não há muitas imagens dele no clássico, tive que me restringir ao que havia. Os olhos dele são âmbar, pois estou a mantê-lo fiel ao original, retratado no clássico.
Mas enfim, aproveitem esta imensidão de capitulo. XD
Saíu maior do que aquilo que eu queria, mas enfim, é o que há :v
espero que gostem, boa leitura :)

Capítulo 5 - Será amor?


Fanfic / Fanfiction Um Príncipe Improvável - Será amor?

                Um cálice de licor, contendo a cor de meus belos olhos âmbar, jazia em minha mão enquanto apenas observava os restantes presentes jogar cartas. O líquido escorregava pela minha garganta e aquecia-a de uma forma satisfatória, ate demais a meu ver. Não demora a ficar vazio, o que me deixa descontente e a pensar por que razão aqueles cálices tinham de ser tão pequenos. Ao levantar-me para servir mais uma dose, notei os olhos de Elizabeth pousados sobre mim, por breves momentos, os quais ela logo desvia assim que retribui o olhar. Era simplesmente frustrante estar tão perto e não lhe poder tocar.

- Minos… - A calma voz da rainha retira-me daquele transe, no qual havia mergulhado.

- Sim majestade?

- Não quer contemplar-nos com as suas belas melodias?

                Enquanto enchia novamente o meu cálice, dei por mim a suspirar, pois a inspiração havia-me abandonado naquela tarde. Contudo, não podia negar um pedido daqueles e de um só gole, engoli aquele generoso liquido, que aqueceu instantaneamente minhas bochechas pálidas, que certamente ficaram rosadas. Caminhei pesadamente até ao piano no canto daquela sala, tendo sobre mim os olhares atentos daquelas pessoas, que de certa forma me eram desconhecidas.

                Pousei minhas mãos sobre as teclas, ponderando qual seria o som mais refinado para tocar a tão ilustre pessoa. Foi nesse momento que vi chegar Radacelha e cumprimentar a rainha, dizendo alguma coisa sobre o parlamento, que eu não entendi. Esta pediu que ele ficasse para assistir a minha breve performance, algo que me deixa desagradado, pois ele era a última pessoa para quem eu desejava tocar.

                Acompanhei com o olhar o seu trajeto até Elizabeth, ao lado da qual se sentou prontamente, olhando-me como se fosse dono dela e fizesse questão de me esfregar isso na cara. Simplesmente ridículo!

                Pensei em tocar algo melancólico, porém isso denunciaria o que sentia naquele momento. Fiquei determinado em mostrar aquele sujeito, que a sua presença ao lado dela, em nada me incomodava. Aproveitando que todos me olhavam, inclusive ela, fixei nossos olhares e deixei correr meus dedos pelas teclas. Cada nota que eu tocava fazia o mundo a nossa volta desaparecer e a inspiração tomou conta de mim novamente, pois na minha cabeça eu apenas tocava para ela. De certo modo, consegui prender a atenção da minha musa, que nem por um segundo desviou o seu olhar e mais parecia enfeitiçada pela minha doce melodia.

                Quero-te ver a fazer o mesmo, monocelha! Ri internamente com este pensamento, pois duvidava muito que suas mãos grotescas soubessem sequer o que era um piano, quanto mais tocar numa moça, da forma que eu havia tocado Elizabeth. Simplesmente, deixei fluir aquele sentimento, o qual intensificou mais ainda a melodia que pairava no ar, conectando-me ainda mais com ela. O mistério que cada nota envolvia, mostrava na perfeição a paixão que sentia por ela. Algo diferente, avassalador e intenso, mas ao mesmo tempo ameno e de certa forma carinhoso.

                Deixei que minha mente me levasse novamente aquela sala mal iluminada, onde havia experimentado o sabor aprazível da sua pele. Como havia sido maravilhosa aquela breve experiência. Seus arfares ecoaram novamente na minha mente, como se fossem um coro que acompanhava minha leve melodia. Olhei-a felinamente ao ter tais recordações, apercebendo-me que não era o único a compartilhar tais sensações.

                A última nota ecoa no salão, fazendo um leve bater de palmas acabar com aquele doce feitiço, no qual eu e ela havíamos mergulhado. Tão triste!!

- Acho que nunca ouvi ninguém tocar com tanto sentimento… - Pronuncia-se a rainha, deixando-me orgulhoso de mim mesmo.

- De facto, nem toda a gente nasce para as coisas que deseja… - Olhei Radamanthys pelo canto do olho, vendo que ele havia percebido a dica, pela cara de cão mal morto que fez. – Eu apenas tive sorte, majestade…

- Certamente que é bom em outras coisas Minos. Por favor, sente-se ao nosso lado e nos conte um pouco de si. – A rainha aponta para uma poltrona vazia, que jazia perto do grupo. Não pude negar tal pedido. – Quero que se sinta como em casa.

- Obrigado majestade. – Sentei meu real traseiro naquela poltrona, bem de frente para o meu “rival”. Cruzei a perna e peguei mais um cálice de licor, envergando uma pose pomposa e envaidecida, para descontentamento do monocelha.

- Gosta de esgrima Minos? – Pergunta o príncipe Albert, contendo uma certa ansiedade e animo em sua expressão, algo que me deixou curioso.

- Sim, por acaso é algo que pratico com bastante frequência.

- Então talvez possa-me elucidar em algumas estratégias. Pois finalmente encontrei um rival que não consigo vencer. – Albert olha Radamanthys, rindo animado. Esta gente inglesa era realmente estranha.

- Com todo o respeito Alteza, mas não acho que o príncipe Minos seja a pessoa mais indicada para o orientar. – Radamanthys pronuncia-se e atrai a minha atenção com aquele comentário infeliz. Não gostei! – Diga-mos que a Noruega não é famosa pelos seus guerreiros, portanto deduzo que também não seja o seu forte.

- Não julgue um livro pela capa, Sir Radamanthys! – Minha voz entoa de forma a demonstrar o meu descontentamento, enquanto o olho com uma sobrancelha erguida. Porque sim, eu podia fazer aquilo, já ele com aquela monocelha…!

- Apenas estou a salientar um facto, Alteza. – O sorriso de canto daquele infeliz tira-me ainda mais do sério. Quem ele pensava que era?

- Talvez eu possa fazer o senhor engolir essas palavras, sir… - Sorri de canto, bebendo o meu licor. Minha vontade era fazê-lo engolir um soco no meio do nariz.

- Estarei a sua disposição para quando quiser. – Para me fazer ainda mais frente, vi-o pegar a mão da delicada Elizabeth e rodar o anel de noivado em seu dedo. Tal gesto revolveu meu estômago.

- Amanhã, ao meio-dia junto ao lago… - Um sorriso falsamente amigável desenhou-se em meu rosto. Contudo dei por mim a pensar que enquanto ele apenas pegava na mãozinha dela, eu quase a havia pegado por inteiro e senti-me imensamente superior. – Albert, espero que possa comparecer amanhã. Certamente, que terá uma oportunidade única, de ver o seu companheiro de esgrima perder para mim.

- Sim, é certo que não faltarei… - O príncipe responde, mas pude ver que ficara um tanto incomodado pela troca de farpas que acabara de presenciar, bem como a rainha.

                Um velho relógio soa às dez da noite. Perante o clima pesado que se havia instaurado de repente e sem ninguém entender porquê, decidi retirar-me, passando uma última vez os olhos pela morena, que passeava minha mente nos últimos dias.

- Irei retirar-me, meu dia foi longo hoje. – Levantei da poltrona e reverenciei quem tinha a reverenciar, saindo lentamente daquele salão.

                Caminhei sem pressa pelos longos e sombrios corredores daquele palácio, remoendo a afronta que me havia sido feita. Quanta ousadia! Fecho os meus punhos, ansiando pelo dia de amanhã, no qual eu faria aquele besouro engolir as palavras que me dissera. Ao entrar no meu quarto, Lune aguardava-me, tendo um semblante cansado em seu rosto. Possivelmente ele estaria com mais vontade de dormir, do que propriamente ajudar-me a despir.

- Há novidades para mim, Lune? – Seu descanso iria depender da sua resposta aquela pergunta.

- Depende do que o senhor quer saber. – Responde ele calmamente, visivelmente desagradado com a questão, pois sabia bem ao que me referia.

- Sabes bem o que quero saber… - Cruzei os meus braços e olhei para ele seriamente. A última coisa que queria era também meu pajem a desafiar-me.

- Ala sul do palácio, última porta do corredor… - A resposta sai mecanizada da sua boca, como se tivesse sido arrancada por ferros. Não me importei, pois se continuasse com aquilo na cabeça, acabaria por enlouquecer de qualquer das maneiras.

- Obrigado, Lune. – Notei uma leve surpresa em seu olhar, perante o meu agradecimento. Alguma vez na minha vida eu tinha que engolir o orgulho, não acham? – Podes retirar-te e descansar.

- Mas o senhor não quer… - Levantei meu dedo na sua frente para que se calasse, ordem que logo foi acatada.

- Faz o que eu mandei, tira o resto da noite para descansar. – A sério? Mando ele embora e ainda insiste em trabalhar? Tem pedra na cabeça ou quê?

- Como queira, Alteza. Boa noite. – Vi-o sair quase sem fazer barulho, deixando-me só.

                Finalmente pude respirar um pouco! Caminhei até a janela, olhando para a entrada do palácio, vendo que a carruagem de Radacelha ainda estava ali, aumentando mais a minha ansiedade. Não podia passar desta noite, teria de a ver e esclarecer todas as minhas dúvidas. Mas para isso, teria de esperar que o palácio caísse por completo no sono.

                Deitei sobre a cama, olhando o teto ornamentado daquele quarto, enquanto mantinha minhas mãos sobre o peito. Tentei juntar todas as peças dos nossos breves encontros, ansiando por uma forma de conseguir aproximar-me sem a assustar, como das últimas vezes

                O tempo arrastou-se no relógio, o qual eu via frequentemente, ansiando pela hora em que teria de tomar alguma coragem. Mas, sem eu esperar, ela chega de mansinho. Dei uma última olhada no meu reflexo, ajeitando apenas alguns fios de cabelo que insistiam em cair-me sobre o rosto, mesmo este estando apanhado.  

- É agora, vamos lá! – Respirei fundo e peguei a única vela que ainda permanecia acesa em meu quarto.

                Saí para o corredor, tentando andar o mais silenciosamente possível. A ala onde se encontrava Elizabeth era um tanto longe dali, contudo estava determinado a lá chegar e de preferência, sem ser visto. Percorri longos corredores, desci e subi algumas escadas, mas após um tempo, finalmente chegara em frente a porta do seu quarto. Levantei o punho, determinado a bater na sua porta, mas por momentos hesitei, pois um receio de ser rejeitado tomou conta de mim. Contudo, contrariei esse meu medo e bati levemente na porta. Meu coração parecia querer sair-me pela boca, tamanho era o meu nervosismo naquela hora mortal.

                Senti barulho dentro do quarto, alguma coisa a cair. Estaria ela acompanhada? Tal questão fez meu peito palpitar mais ainda, sob a sombra dessa possibilidade. Aqueles poucos segundos mais pareciam uma eternidade, pois aquela maldita porta nunca mais se abria, até que finalmente ela destranca-se.  

                Nossos olhares encontram-se e perdem-se um no outro, por momentos. Não pude deixar de notar na sua admiração ao ver-me ali, em frente a porta do seu quarto, com uma vela meia ardida na mão. O que fazer nestas situações? Não sei, realmente! Então apenas sorri, esperando ela dizer alguma coisa, boa ou má, pois nem eu sabia bem o que fazia ali. Fiquei apenas a admirar a sua verdadeira beleza, sem aqueles trajes nobres que vestia diariamente.

- Alteza? – Seu tom surpreso arrepiou-me. – O que faz aqui?

- Por favor, trate-me por Minos… - Frisei novamente, mas num tom amigável, quase sussurrando. Não podia negar que ficava um tanto sexy quando fazia aquilo. Não me julguem, não sou cego! – Apenas precisei vê-la…

- Acho melhor o senhor ir embora! – Notei numa certa inquietação da sua parte, mas nem dei grande importância, pois minhas atenções foram conduzidas para a sua camisola de noite. Dei por mim a imaginar como ela seria por baixo daquele longo tecido. – Se alguém o vê aqui, pode arranjar problemas para nós dois.

- Seria mais fácil se me deixasse entrar, Elizabeth…

- Não! – Disse ela de forma firme, para meu espanto. Contudo, havia gostado daquela sua firmeza, pois mostrava uma mulher forte e não uma moça delicada como eu imaginava. – Já lhe disse que de mim não terá aquilo que pretende!

- Não pretendo nada da senhorita, a não ser admirar a sua beleza por momentos. – Dei por mim a mentir, pois não era apenas aquilo que eu queria. – Eu não vim aqui com nenhuma promessa para si, muito menos com alguma intenção pecaminosa. Deixe-me entrar, por favor. Só sairei daqui quando esclarecer umas quantas coisas, podemos fazer isso aí dentro ou aqui na porta do seu quarto. Embora eu ache que aqui seja mais arriscado.

                Perante minha expressão séria e a altivez de minha voz, Elizabeth abriu mais a porta do seu quarto, cedendo-me passagem. Olhei tudo dentro daquelas quatro paredes, analisando minuciosamente cada detalhe. O quarto, tão luxuoso quanto o meu, era iluminado por um castiçal de quatro velas, deixando apenas a vista a cama parcialmente aberta. No chão, um travessão, cravejado de algumas pedras preciosas, repousava inerte. Talvez fosse aquilo que tivesse caído ao chão quando bati a porta. Peguei-o e comecei a analisa-lo, tendo o olhar dela sobre mim, um tanto receoso. Seria eu assim tão assustador?

- Porque tem medo de mim, Elizabeth? – Não resisti em perguntar, voltando-me para ela de repente.

- Eu não tenho medo de si… - A frieza da sua resposta, fez-me fechar o cenho por momentos.

                Não pude deixar de notar que ela permanecia com os braços cruzados, bem a frente do seu peito, como se tentasse protegê-los. Ergui uma sobrancelha. Aquela camisola de noite, em nada favorecia as suas curvas, escondendo bem o seu corpo delineado, mas por algum motivo achei mais atraente do que com os seus longos e belos vestidos. Seus cabelos negros estavam soltos e caíam-lhe pelos ombros de forma majestosa. Como eram longos e bonitos! Senti necessidade de me aproximar e tocá-los, queria saber se eram macios. Eu sei, eu sei, parece que tenho necessidade de tocar em tudo, o que não deixa de ser verdade, pois um simples toque podia desvendar muitos mistérios. Arriscar-me-ia até a dizer que a ponta de meus dedos chegavam a ser meus olhos. Loucura? Talvez! Pois se eu estivesse mentalmente saudável, eu não estaria naquele quarto, certamente.

- Parece… - Desprendi o meu olhar do seu corpo, não querendo deixá-la demasiado desconfortável e pousei o travessão no seu tocador. Pude notar que o seu anel de noivado repousava sobre ele, como se não tivesse qualquer importância, jogado ali de qualquer maneira.

- O que o senhor quer afinal? – Seu tom áspero ao perguntar-me aquilo, fez-me olhá-la novamente, diria até um tanto surpreso. – Imagino que não tenha vindo aqui só para admirar meus travessões e minhas joias.

- Eu vim sim, admirar uma joia… - Peguei um colar ali e o analisei, deixando que posteriormente ele caísse da minha mão propositadamente, com uma expressão desprezo. – Mas, não é nenhuma dessas bugigangas, certamente.

- Qual é o seu problema afinal? – Vejo ela correr e pegar o colar, que eu havia deixado cair no chão aos meus pés.

Sem querer, a trouxe para perto de mim. Fiz questão de observar cada movimento seu e assim que ela se levantou, nem um passo recuei. Seu rosto e o meu bateram de frente, sendo mesmo possível sentir a sua respiração em minha pele. Seu rosto ficou rubro, instantaneamente, quando meus olhos pousaram felinamente sobre os seus. Temendo que ela se afastasse, segurei de imediato o seu queixo, analisando cada traço do seu.

- Meu problema é a senhorita fugir de mim. – Não resisti e passei meu polegar pelos seus lábios, desejando toma-los novamente, mas resistiria até ter a certeza que não levaria outro chute seu. – Eu sei que sou um pouco invasivo quando quero algo, mas jamais faria alguma coisa que a senhorita não quisesse.

                Falei com meus lábios quase tocando nos seus. Nossos narizes estavam colados e daquele angulo, meus olhos não mais conseguiram desprender-se dos seus. Pude senti-la fraquejar novamente, conseguia ver o desejo em seus olhos, como se por momentos a razão a abandonasse.

- O que o senhor quer de mim? – Aquele seu sussurro, no meio do feitiço em que nos havíamos prendido, fez-me arrepiar, pois sua voz era simplesmente divina.

- Quero-a si… Quero-a si por inteiro em meus braços… - Sussurrei e fechei meus olhos, enquanto segurava o seu rosto, decidido a tomar seus lábios novamente.

                Para minha infelicidade, ela afastou-se, recuando alguns passos. Realmente tudo aquilo era muito estranho! Por mais que eu tentasse, não conseguia decifrar nada nela, algo que me frustrava imensamente. Seus olhos mostravam que ela me queria, mas suas atitudes sempre refutavam qualquer esperança minha de a ter. Isso simplesmente me deixava confuso.

- Isso não passa de uma luxuria sua. Que certamente irá passar, no preciso momento, em que terminar de fazer comigo aquilo que quer. – Seria esse o seu medo? Fiquei a olhar para ela sem nada dizer, pois nem eu sabia ao certo o que responder. – Eu não sou nenhuma dessas moças que o senhor paga e tem. Eu estou noiva, por favor, não insista nessa loucura.

                Senti meu coração pesar ao ouvir aquelas suas palavras. Que sensação estranha aquela! Não consegui entender metade do que estava a sentir, apenas fiquei atónito a olhar para ela. Seu semblante passou de seguro a triste, num ápice, algo que me suscitou interesse. Simplesmente não me conformava com nada daquilo.

- Porque vai casar então? Certamente que não é por amor, então é porque alguém pagou para a ter. – Falei revoltado, nem pensando nas minhas palavras. Não demorou para que eu visse seus belos olhos marejar. Senti-me o ser mais cruel do mundo.

- Saía… Agora! – Fiquei em choque ao receber uma ordem, num tom tão áspero como aquele.

- Não, eu não sairei. – Mantive-me firme ali, pois ainda havia muita confusão na minha cabeça e de certa forma, todo aquele fogo com que entrara naquele quarto, simplesmente passara para segundo plano. Nem me perguntem porquê! – Por que razão vai casar com aquele monocelha? É mais do que visível que ele não a merece…

- E o senhor merece por acaso? – Senti uma leve ironia na sua pergunta, que me atiçou mais ainda.

- Obviamente que sim…

- Claro! Que pergunta mais parva a mim… - No meio da sua resposta sarcástica, vejo ela finalmente ceder e deixar rolar as lagrimas pelo seu rosto, algo que me incomodou profundamente. – Não adianta Minos, meu destino ficou selado a partir do momento em que nasci mulher. Apenas sirvo como moeda de troca e nada mais.

- Isso não é verdade! – Minha voz saiu fraca perante aquela constatação, pois não estava de todo a espera dela.

- É sim. Caso contrário eu não viveria esta agonia. - Pela primeira vez, em toda a minha vida, fiquei sem saber o que dizer ou fazer. Seu choro silencioso provocava uma certa revolta dentro de mim, um tanto inexplicável. – Por favor, vá embora. Não complique ainda mais esta situação.

                Estava sem chão, sem saber o que fazer. Fiquei estático mesmo! Senti necessidade de poder fazer algo por ela, de poder acabar com aquele seu sofrimento. Seria mesmo correto eu ir embora? Obviamente que não! Aproximei-me dela e a abracei de forma inocente, encostando a sua cabeça em meu peito, para que ela pudesse chorar, tudo aquilo que tinha para chorar. Minha mãe costumava fazer aquilo comigo quando eu era pequeno e me magoava em alguma coisa. De certa forma, sempre me deixava mais calmo e reconfortado, talvez resultasse também com ela.

                Não sei ao certo quanto tempo ficamos assim, mas foi nesse momento que eu me apercebi que todo aquele meu fogo, não era apenas uma paixão momentânea, nem muito menos era um simples desejo de conquistar mais um trofeu. Eu a queria, mas a queria para sempre minha, não suportando a ideia de Radamanthys ou outro homem qualquer lhe tocar. Seria isto amor?

- Não chore mais, é bela demais para isso. – Levantei o seu rosto e passei meu polegar na sua bochecha, limpando uma lágrima que caía por ela. Queria ver o seu sorriso, o qual eu ainda não tivera oportunidade de contemplar. Inusitadamente, lembrei de uma velha história que minha finada mãe contava, talvez resultasse e até, quem sabe, conseguiria desculpar-me pelo meu comportamento com ela. – Vou-lhe contar uma história, então aproveite, isto não acontece todos os dias. – Não pude deixar de lhe sorrir amavelmente, enquanto ainda a tinha em meus braços. - Sabia que as lágrimas das sereias são uma relíquia? Imagino que não. Então assim como a senhorita, elas são fortes e nada as quebra, nem mesmo tortura. Imagine só! Elas apenas choram pelo seu verdadeiro amor, daí as suas lágrimas serem tão preciosas. Pois não há magia mais pura que essa. – Uma outra possibilidade surgiu em minha mente ao contar aquilo para ela, facto que eu ainda não havia ponderado por achar-me o mais irresistível de todos os homens. Porém, tal possibilidade doeu ainda mais em meu peito, do que propriamente o seu noivado. - Não sei por quem o seu coração chora, mas certamente que é um homem de grande sorte. Prometo ver o que fazer para a livrar do Radacelha… - Vi-a rir ao ouvir-me dizer aquilo, nem mesmo eu consegui conter o riso. Que novidade! Seu sorriso era simplesmente lindo demais, fazendo jus a sua beleza estonteante. – Não ria, ainda não terminei… Para que possa ficar livre para quem ama. Desculpe eu ter sido tão insistente.

                Puxei o seu nariz e a soltei, dando alguns passos para trás. Estava visivelmente mais calma, algo que me reconfortou. Todavia, tudo ali havia mexido demais com ambos e como não a queria ver chorar novamente, tomei a decisão de me afastar de uma vez por todas e deixa-la seguir o seu caminho. Mesmo que esse caminho não fosse comigo.

- Melhor eu ir andando e deixa-la descansar. Mais uma vez me desculpe, Miss!

                Respirei fundo e dei costas a ela, decidido a sair dali, já martirizando-me mentalmente por ter tomado aquela infeliz decisão. Devia começar a dar mais ouvidos ao Lune! Ia embora sem saber ao certo o que se passava em sua mente, mas talvez fosse melhor assim.

- Minos!! – Ao ouvir meu nome parei, contudo, não tive coragem de olha-la novamente naquele momento. - Realmente meu coração chora por alguém… e… e esse alguém é o senhor.

                Paralisei ao ouvir aquelas palavras, a olhando um tanto surpreso. E agora? O que fazer agora? Era nestas alturas que eu gostava de ter o chato do Lune por perto, para que me aconselhasse da melhor maneira. Vi ela pousar o colar no tocador e aproximar-se de mim. Para minha surpresa, vi o meu corpo envolvido pelos seus finos braços e o meu peito ser capturado pela sua cabeça. Simplesmente correspondi! O que mais podia eu fazer? Embora eu ainda não entendesse o que havia acontecido para gerar tal mudança.

- Minos? – Sua voz suave a chamar por meu nome, aquecia o meu coração de uma forma inexplicável. Senti-a calma, como se os meus braços fossem o seu melhor refugio.

- Sim? – Ela levanta a cabeça e olha-me com um pequeno sorriso, o qual prende a minha atenção por completo, pois jamais vira um sorriso tão belo.

- Eu sei que estou a alimentar algo impossível, que jamais poderei tê-lo da forma que eu idealizo. Pois contos de fadas, apenas acontecem nos livros. Mas antes de morrer eu quero ser feliz pelo menos uma vez… - Sinceramente não entendi aquelas suas palavras, pois na minha cabeça não fizeram qualquer sentido. Foi então que analisei melhor o seu olhar e pude ver o que ela me pedia silenciosamente. – Eu sei que se preocupa comigo, mesmo querendo demonstrar que apenas me vê como mais uma mulher igual a tantas outras. Seus atos, traem quem o senhor mostra ser. E por isso, eu quero que me permita ser feliz pelo menos uma vez na vida.

                Senti um misto de sensações invadirem-me. O que fazer?! Naquele momento, tive a plena certeza que ela jamais havia sido tocada por nenhum outro homem, nem mesmo da forma como eu a toquei naquela tarde. Poderia até dizer que fora o primeiro a roubar um beijo seu e essa imagem deixava-me feliz, ao invés de orgulhoso. Fui levado até aquele quarto pelo meu impulso, pelo desejo de a ter a todo o custo, porém agora eu havia caído em mim e o cenário mudava um pouco de figura. Seria prudente eu realizar seu desejo? Como ela ficaria depois disso? Por mais que eu a livrasse do monocelha, eu jamais poderia oferecer-lhe um futuro, pois meu destino era casar com alguma princesa feia de um país qualquer. Jamais poderia ter um futuro com ela.

                Mas que é isso Minos? Desde quando desistes daquilo que queres, seu idiota? Não pude deixar de me repreender, pois quase perdia a minha essência, meu lema: “Eu quero, eu tenho”. Mais uma vez frisava a mim mesmo, que Elizabeth não seria diferente e seria minha, só minha, de qualquer jeito.

                Não perdi mais tempo com rodeios e suposições, pois isso nem parecia meu. Tomei seus lábios, sem sequer pedir permissão, invadindo a sua boca com a minha língua. Ela, simplesmente, entregou-se aquele beijo e desta vez sem qualquer receio ou medo. Segurei seu rosto com as duas mãos, desfrutando o máximo que conseguia daquele seu sabor afrodisíaco e simplesmente requintado, que me deixava a bater com a cabeça nas estrelas. Desci minhas mãos pelo seu pescoço, desfrutando cada milímetro da sua pele macia e quente, indo em direção ao laço da sua camisola de noite. Queria livrar-me daquela peça o mais rapidamente possível, queria ver seu corpo em seu total esplendor. Mas nesse momento, aquele beijo foi quebrado e a vi-a afastar-se um pouco de mim, com a sua face rubra.

- Desculpe! Acho que entendi a mensagem de forma errada, mais uma vez… - Revirei os olhos, recriminando-me.

- Não, é que… E-eu estou com vergonha… - Meu deus, salvai-me deste pecado! Quanta inocência para um mero mortal.

- Não tem problema, vamos fazer ao contrário… - Sorri e beijei seu rosto vermelho, que a deixava ainda mais encantadora.

                Sem qualquer problema, comecei por tirar o lenço a volta do meu pescoço, deixando-o cair no chão, juntamente com a joia que o prendia a minha camisa. Meu colete, não demorou a fazer-lhe companhia, seguido da camisa, a qual eu fui abrindo lentamente enquanto ela me observava. Peguei a sua mão e a levei ao meu peito, completamente desnudo. Senti o seu calor na minha pele, algo que me provocou um arrepio deveras delicioso. Vi-a hesitar perante aquele toque, por vergonha talvez, mas ao mesmo tempo vi o seu olhar prender-se no meu corpo, desejando-o. Minha ansiedade apenas aumentava a cada segundo, pois estava mais do que desejoso de provar cada parte do seu corpo. Levei as minhas mãos atrás da cabeça e retirei de lá a fita de ceda preta, que prendia os meus cabelos, os deixando soltos diante dela.

- O senhor é tão belo… - Vejo ela pegar alguns fios do meu cabelo, fazendo a sua delicada mão deslizar por eles. Senti-me em paz com ela, como se de alguma forma me conectasse com uma parte de mim que estava em falta.

- Sou belo e safado… - Sussurro ao seu ouvido, mordiscando a sua orelha levemente e arrancando assim um arfar seu, que simplesmente deliciou minha alma. De rompante, voltei-a de costas para mim, a mantendo firme contra o meu corpo. Retirei o cabelo do seu pescoço e simplesmente deixei meus lábios pousarem sobre ele, vendo a pele dela arrepiar-se. – Confia em mim, miss?

- Sim, meu príncipe. – Mordi o lábio diante da sua resposta, ponderando começar a rezar para obter algum tipo de auxilio, ou eu não aguentaria tamanha excitação.

                Com cuidado, coloquei a minha fita do cabelo a volta dos seus olhos, na esperança que assim ela se sentisse mais confortável e se entregasse totalmente a mim, sem receio ou vergonha. Era agora ou nunca! Fui para a sua frente e lentamente, desapertei o laço daquela camisola, capturando novamente os seus lábios num beijo sinuoso. Deixo que aquela peça, simplesmente, caísse pelo seu corpo até aos pés, revelando por completo toda a beleza que escondia de mim. Minha vontade, naquela hora, era passar minhas mãos por todo o seu corpo e categoricamente, catalogar cada uma em minha mente, para que nunca mais tal imagem me abandonasse. Antes que ela pudesse tapar-se com os seus braços, peguei-a em meus braços e a levei até a cama, onde gentilmente a depositei, beijando levemente os seus lábios.

- Não fique com vergonha, apenas sinta e desfrute de cada toque e cada sensação, que irei-lhe provocar. – Beijava seu pescoço, enquanto falava, completamente inebriado com o seu doce perfume e seus arfares, que se soltavam a cada beijo que dava na sua pele.

                Com tanta coisa boa em seu corpo, vi-me perdido, nem sabendo por onde começar a minha doce degustação. Simplesmente comecei por passar, levemente, a ponta dos meus dedos por entre os seus sublimes seios, trilhando um caminho com eles até a leve penugem no seu baixo-ventre. Sua respiração acelerava a cada instante, deixando-me ainda mais perdido. Meu deus, como ela era bela! Não me contive e logo agarrei delicadamente um dos seus seios, o massajando enquanto minha língua humedecia o apetitoso biquinho, que espreitava pedindo para ser chupado por minha boca. Assenti ao seu pedido, podendo ouvir, logo de imediato, um gemido intenso sair da sua boca, para meu grande agrado. Levantei meu olhar, vendo a sua expressão de deleite, simplesmente magnífica, que me fez passar para o seu outro seio, igualmente apetecível e delicioso.

                Sentia meu membro tão apertado dentro daquelas calças, que simplesmente tive de me livrar delas. Coisa dos infernos! Assim que me senti finalmente livre, voltei para o seu corpo, passando minha língua pela sua doce pele. Agarrei inusitadamente os seus pulsos, sem saber por que motivo, deixando que apenas o calor do momento me guiasse naquele paraíso. Meus dentes cravaram-se na sua pele, levemente, recebendo mais gemidos divinos vindos da sua boca. Que coisa deliciosa de se ouvir! Fiz questão de deixar a sua barriga cravejada de marcas, feitas por minha boca, pois era simplesmente difícil resistir em não o fazer.

                Continuei a descer pelo seu corpo, movido pela curiosidade de um outro sabor. Talvez até o mais ansiado por mim desde que a vira pela primeira vez. Beijo o fundo da sua barriga, abrindo gentilmente as suas pernas e apertando o interior das mesmas de forma ambiciosa. Simplesmente deixei que a ponta de meus dedos deslizassem por ela, em direção a sua cálida inocência, não podendo deixar de notar, que bem antes dos meus dedos lá chegarem, já se encontravam húmidos. Quanto mais subia, mais eles ficavam húmidos, algo que me fez sorrir de forma maliciosa. Ceus, nem queria imaginar quando chegasse ao meu destino!

                Dei por mim a tocar meu próprio membro com a mão que tinha livre, de certa forma para tentar aliviar um pouco aquele desespero de querer estar dentro dela, a força toda. Tudo aquilo só piorou quando finalmente toquei sua intimidade, molhada, muito molhada para dizer a verdade. Não precisei nem olhar para ela, para saber o quanto ela me desejava, pois desta vez o seu corpo era incapaz de mentir. Meus dedos pousaram soberanamente na sua rosada flor, fazendo um gemido alto sair da sua boca, o qual eu consegui interromper a tempo, a tapando com a minha mão.

- Quer acordar o palácio inteiro? – Sussurrei ao seu ouvido, enquanto ela continuava a contorcer-se sob o meu corpo, recebendo apenas arfares como resposta. 

                Destapei a sua boca e calei seus gemidos com meus lábios, deixando apenas meus dedos sobre os sensíveis e molhados lábios da sua intimidade, os quais fui afastando, roçando apenas meu dedo médio na entrada. Que vontade de a penetrar com ele e a ver contorcer-se ainda mais! Como não podia deixar de ser, foi exatamente o que fiz, usando o polegar para intensificar o seu prazer, fazendo um jogo duplo com meus dedos. Seus lábios foram de imediato chupados e mordiscado, deixando que de certa forma ela respirasse um pouco. Minha mão livre acariciava avidamente os seus seios, deixando o meu membro solo e também ele desejoso por a provar. Seu interior apertava o dedo com que a penetrava, deixando-me mais louco ainda ao ver o quanto ela era apertadinha e deliciosa. Mas talvez isso fosse um problema, pois a proporção de meu membro, nada tinha a ver com meu dedo. Senti o receio de a magoar invadir-me. Teria de lhe dar o máximo de prazer, até eu próprio não aguentar mais e ter de a possuir. Separei-me dos seus lábios e peguei uma almofada, colocando-a em suas mãos.

- Sempre que quiser gritar, apenas morda isto. – Sussurro ao seu ouvido, contendo em minha voz um tom de excitação bem notório.

- Ai Minos, estou a ficar completamente perdida… - Sua respiração ofegante desconcertava-me de tal maneira, que apenas mordi o lábio de desejo.

- É mesmo isso que eu quero, desencaminha-la completamente, minha doce Elizabeth… - A penetrei um pouco mais fundo e instantaneamente a vi morder a almofada, algo que me fez sorrir de canto e descer pelo seu corpo.

                Retirei meu polegar daquela pequeno “botão de rosa”, foco de toda a sua excitação, colocando lá minha boca. Elizabethe não mais largou aquela almofada e eu simplesmente me deliciei com o néctar dos deuses, que apenas ela possuía. Minha língua acompanhava o ritmo do meu dedo, dando apenas espaço para alguns chupões em toda aquela região. Fiz questão de usar minha língua para brincar com aquele pedacinho de carne dentro de minha boca, deliciando-me cada vez mais com o seu sabor. Delicioso demais!

- M-Minos… Minooooos… - Meu nome soou pela sua boca, logo sendo abafado pela almofada, fazendo-me entender o que estaria por vir.

                Senti meu dedo ser mais apertado em sucessivas contrações, que se intensificavam cada vez mais, a cada passagem da minha língua por sua intimidade. O chegar de seu clímax só fez meu membro latejar ainda mais, doendo de tanta vontade de a possuir. Uns atrás dos outros, seus auges foram surgindo, seduzindo-me de uma forma inexplicável e acabei por ceder aos seus encantos.

                Subi pelo seu corpo com meus lábios, mordiscando algumas partes, inclusive os seus seios divinos e sublimes, que me faziam arfar só de olhar para eles. Encaixei-me entre as suas pernas, agarrando-as e as colocando a volta da minha cintura. Movimentei-me levemente, fazendo meu membro simplesmente deslizar por sua intimidade, arrancando mais gemidos deliciosos da sua boca. Minha mão pousou sobre a venda a volta dos seus olhos, a retirando devagar. Queria ver cada olhar seu enquanto a penetrava, contemplar cada uma das suas expressões de prazer no seu total esplendor.

                A olhei felinamente, vendo o seu rosto vermelho, mas desta vez de prazer, buscando por ar desesperadamente, tamanha a sensação de prazer que experimentara ainda há pouco. Não pude deixar de sorrir. Não sei se de forma amigável ou apaixonada, mas sorri enquanto acariciava o seu belo rosto.

- Tem a certeza que quer tornar-se minha? – Não queria que restasse qualquer dúvida, mesmo que por mim a penetraria no mesmo instante, tamanho o pulsar de meu desejo.

- Ainda tem mais? – Sua expressão de admiração desnorteou-me por completo, pois realmente nunca ninguém havia contado nada para ela. Dei graças aos céus por ela estar comigo, naquela hora, e não com outro qualquer ou possivelmente ficaria traumatizada para o resto da vida.

- Tem muito, muito mais e ainda mais prazeroso… - beijei o canto da sua boca e o seu rosto, vendo-a fechar os olhos a cada toque meu. – Eu ainda não roubei sua pureza. Apenas a roubarei se a senhorita me pedir…

                Senti seus dedos envolverem meus cabelos enquanto beijava levemente o seu pescoço, aguardando, de certa forma, o seu consentimento para avançar e finalmente concretizar meu maior desejo na última semana.

- Então roube e faça-me sua, meu príncipe… - Enterrei meu rosto em seus seios ao ouvir aquilo, mordendo o meu lábio de desejo.

                Pela última vez, movi o meu quadril e rocei meu membro na sua intimidade completamente molhada e pronta para me receber. Olhei diretamente em seus olhos e bem devagar fui-a penetrando, deleitando-me com aquela incrível sensação. Não demorou para sentir suas unhas cravadas em meu ombro e os meus cabelos apertados pela sua mão. Beijei seu rosto, tentando abstraí-la ao máximo da dor certa que ela estaria a sentir.

- Está a dor muito, Minos… - Sua reclamação não me passou despercebida e afaguei seus cabelos, mostrando-me o quanto me preocupava com ela.

- Eu sei minha linda, já vai passar… - A beijei e apoiei meu corpo no cotovelo esquerdo, o levantando assim o suficiente para minha mão direita pousar em seu clitóris suculento, o acariciando enquanto a penetrava.

                Suas expressões de dor foram desvanecendo aos poucos, dando espaço para que eu pudesse movimentar-me mais livremente dentro dela, a estocando cada vez mais depressa. Meus gemidos começaram a fundir-se com os dela, numa sinfonia simplesmente maravilhosa, movidos pelo simples escorregar prefeito de meu membro dentro dela. Já havia experimentado muitos tipos de prazeres diferentes, mas nada tão sublime como aquele. Parecia mais estava nos céus! Quando a vi completamente confortável comigo dentro dela, a voltei de costas para mim e afastei o seu cabelo, um tanto brusco. Estava completamente entregue a todo aquele prazer e a penetrei mais uma vez, mordendo a sua nuca com uma fome desmedida. Seu traseiro bem definido, eu agarrei sem qualquer pudor, ouvindo-a arfar de prazer a cada estocada em sua intimidade.

- Gema mais para mim… - Mordisquei sua orelha, após sussurrar, vendo-a completamente perdida em meus braços. – Grite o meu nome e peça por mais! Prometo dar-lhe todo o prazer que desejar…

- Minos, eu não sei se vou sobreviver a tanto prazer… Mas eu quero mais!!

                Sua voz estava sensual demais no meio de tantos arfares e simplesmente assenti ao seu pedido, puxando o seu corpo para trás. Sem me retirar de dentro dela, coloquei-a de quatro e agarrei suas ancas com uma mão, posteriormente enrolando o seu cabelo na outra, a dominando totalmente. Estava perdido de tesão e simplesmente me limitei a estoca-la, enquanto detalhava o seu corpo daquele ângulo. Vê-lo a vir de encontro ao meu, fez-me aperceber que não aguentaria muito mais tempo, pois o prazer que me invadia a cada segundo era simplesmente avassalador.

                Deixei simplesmente meu tronco cair sobre as suas costas, tapando a sua boca. Diminui a intensidade de cada estocada mas as deixei mais profundas, as quais certamente arrancariam gritos de prazer da minha musa.

- Um dia eu ouvirei esses seus gritos de prazer nos meus ouvidos e me derramarei dentro de si completamente… - Sussurrei baixinho ao seu ouvido, sendo comtemplado por um arfar intenso, seu. – Contemple o seu príncipe, novamente, com o seu auge simplesmente divino.

                Estoquei-a mais depressa, usando minha mão em sua anca para a puxar mais contra o meu corpo e a penetrar mais fundo ainda. Suas contrações começaram a chegar novamente, apertando o meu membro de uma forma tão deliciosa, que não teve como conter-me ao receber o tanto de prazer que ela sentia. Não tive sequer tempo de tomar qualquer precaução, simplesmente me derramei dentro dela, abafando o meu gemido de prazer nos seus cabelos.

                Fui completamente levado para outro mundo, como se minha alma tivesse sido arrancada do meu corpo, tamanho o prazer que senti com ela. Que feitiço foi este afinal? Nem desconfio, mas certamente que ficaria viciado. Ainda meio desorientado, beijei suas costas, enquanto me retirava de dentro dela, a puxando posteriormente para os meus braços. Tomei seus lábios de forma calorosa, deixando que nossas peles suadas se ligassem numa só.

- Como é possível a senhorita me ter dado tanto prazer? – Fixei seus olhos azuis, procurando por algo que não encontrei, arrependimento.

- Não precisa ser simpático. Sei bem que não estou nem aos pés das moças que já conheceu nestas circunstâncias. – Sorri abobalhado e deitei-me na sua cama, puxando o seu corpo para cima do meu, onde apenas fiquei a acariciar os seus sedosos cabelos.

- Verdade, não está… - Não me julguem, tinha de ser sincero. – Mas foi tão bom, que simplesmente apagou qualquer tipo de experiência que tive no passado. Não creio que consiga ficar sem o seu corpo por muito tempo, depois desta noite!

- Temo que vai ter de se habituar a essa ideia. – Não pude deixar de notar um certo abatimento em sua voz.

- Porque diz isso? Eu irei arrumar uma forma de a livrar do Radacelha… - Eu ri com meu comentário, mas ela não, sendo notório um abatimento ainda maior em seu rosto. – Há alguma coisa que eu não saiba? Parece tão certa das suas palavras…

- Meu pai… - Fechei a cara ao ouvi-la falar daquele gordo asqueroso. - … ele contraiu muitas dividas, algo que realmente ajudou a acabar com a fraca saúde de minha mãe. Eu era uma pré adolescente nessa altura, cheia de sonhos impossíveis na minha cabeça. Achava que um dia encontraria o meu príncipe encantado e teria uma linda família com ele. Para ser sincera, cheguei mesmo a achar que seria o Radamanthys esse meu “príncipe”. Desde sempre o conheci, crescemos, de certa forma, juntos e ele sempre me protegeu de tudo. Mas depois que o pai dele casou novamente, ele mudou completamente, tornando-se frio e impiedoso. Não mais o reconheci. Pouco depois o pai dele morreu e toda a herança ficou nas suas mãos por ser o único herdeiro. Não sei como, ele ficou a saber dessas dividas do meu pai e pagou todas elas, em troca eu teria de casar com ele. Um contrato foi assinado entre os dois, alegando que eu era propriedade dele.

- Como alguém pode ser propriedade de outra? – Perguntei indignado. Senti ainda mais repulsa por aquele ser dos infernos.

- Eu não sei. Só sei que mediante esse contrato, eu sou obrigada a casar com ele. Não tenho outra escolha. – Fiquei atónito ao saber daquilo, pois não estava a espera que tais burocracias estivessem envolvidas em tudo aquilo. – Eu tenho medo dele e ainda mais da sua madrasta. Sei que em breve conhecerei o inferno, mas pelo menos tive a oportunidade de provar um pouco de céu…

                Seus lábios tocaram os meus, mas eu nem correspondi, pois estava completamente perdido com aqueles factos que ela acabara de me contar. O que fazer? Pensa Minos, pensa… Porém nada me ocorre, deixando-me a achar que havia desperdiçado anos da minha vida a estudar leis. Simplesmente a abracei, retribuindo aquele seu beijo.

- Durma, minha musa. Hoje está comigo e se depender de mim, estará todas as noites para o resto da sua vida…

- Eu vos amo, Alteza… - Nada respondi, apenas a aconcheguei nos meus braços, para que ela dormisse tranquilamente aquela noite. Sentia-me confuso, não conseguindo explicar nada do que sentia.  

                Perdido na minha própria cabeça, nem me dei conta do tempo a passar, apenas acordando com o velho relógio do corredor a soar as quatro da madrugada. Elizabeth dormia profundamente em meu peito, tão bela e serena. Fiquei a olhar o seu rosto e a passar minha mão por ele, sentindo o pesar por ter de a abandonar. Fui arrastando-me para fora daquela cama, deixando-a ali sozinha no eterno descanso do seu conforto.

                Olhei a volta e vi a desarrumação daquele quarto, supondo que alguém desconfiaria de algo, assim que entrasse ali. Peguei a camisola dela e coloquei-a no corpo sinuoso daquela bela mulher, a cobrindo posteriormente com a roupa da cama. Apanhei toda a minha roupa do chão, fazendo cuidado para não deixar qualquer peça para trás. Ao pegar no meu lenço do pescoço, vi a minha joia e a analisei. Nela, uma criatura mitológica estava gravada a ouro, sendo esta o meu brasão real. Caminhei até Elizabeth e com cuidado prendi aquilo no interior da sua camisola para que ela ficasse com ele, como símbolo de que eu estaria sempre com ela.

                Perdi-me por instantes com a visão dela a dormir, mas logo tive de acordar para a realidade. Teria de sair dali o mais depressa possível, antes que o palácio acordasse, ou então não teria como explicar o porque de estar a sair do quarto dela. Depositei um beijo em seu rosto e saí dali, com pezinhos de lã para não acordá-la. O corredor estava mergulhado na escuridão, mas ainda assim teria de arrumar forma de chegar ao meu quarto rapidamente.

                Caminhei pelo corredor, encostado a parede para não tropeçar em nada. Levava comigo um sorriso estupidamente alegre e sentia-me realmente feliz, embora as circunstâncias daquela loucura não fossem as mais favoráveis. Estranhamente e sem explicação, senti o meu corpo ser projetado com força contra a parede, onde me segurava. Antes que me pudesse assustar, um braço pressionou a minha garganta e um súbito medo apoderou-se de mim, temendo por Elizabeth.

- Eu devia matá-lo já aqui… Perdeu completamente a cabeça? – Minha respiração estava descompassada mas aquela voz, ela não me era estranha de todo. – O que lhe passou pela cabeça para ir no quarto de Elizabeth?

- Temo que isso não lhe diga respeito Aiacos… - Falei como pude, sentindo a minha garganta ser cada vez mais apertada por ele.

- Diz-me todo o respeito, a partir do momento em que ela é minha irmã… - Como? Fiquei sem nada entender naquele momento. Do nada ele solta-me, afastando-se um pouco a rir sarcasticamente, tentando assimilar o facto de talvez eu ter desvirtuado Elizabeth. Como na realidade o fizera! – Eu mato o senhor, antes que seja a ruina dela.

                Fiquei sem saber como reagir perante tal descoberta. Desde quando ela tinha um irmão? Apenas massajei o meu pescoço, que diga-se de passagem, doí-a bastante.

- Acalme-se Aiacos, eu posso explicar tudo. Mas não aqui, queira-me acompanhar…

                Olhando o sujeito pelo canto do olho, comecei a caminhar novamente para o meu quarto, sendo seguido por ele. Mas e agora? Será que ele ia abrir a boca sobre aquilo? O que eu mais temia acabava de acontecer, ser apanhado. Porque diabos tinha de ser logo o irmão dela a minha maldita sombra, ali em Inglaterra? Mais parecia estar envolto em mau-olhado, pois nada corria bem desde que saíra daquele maldito barco.

Continua… 


Notas Finais


Não vou falar nada... Apenas vou-me restringir a minha insignificância humana XD
Contudo, devo salientar que a ida aquele quarto fora um tanto tumultuosa... Minos, meu caro, já foste XDDDDD
Vai-te aconselhar lá com o Lune vai...
Minos: Não tem piada meu sofrimento, sua bruxa U.U
Gostas mais de mim que chocolate derretido ao sol, amor :v

Enfim, espero que tenham gostado e deixo aqui a música que o Minos tocou, para o caso de alguém estar interessado. https://www.youtube.com/watch?v=_wSfswhE3lc
bjnhs e até ao próximo :)


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