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História Um Príncipe Improvável - Cumplicidade


Escrita por: HecateAquarius

Notas do Autor


Hello again leitores :v
Ora aqui está mais um capitulo.
Espero que estejam a gostar tanto de a ler, como eu de a escrever.
Queria agradecer a quem me tem apoiado, ao longo desta semana, e me tem incentivado a continuar este conto de fadas um tanto peculiar XD
Bem, boa leitura... :)

Capítulo 6 - Cumplicidade


Fanfic / Fanfiction Um Príncipe Improvável - Cumplicidade

                Como podia ter sido eu apanhado desta forma, depois de todo o cuidado que tivera? Era simplesmente revoltante! Entrei no meu quarto frustrado, trazendo em minha mão o lenço do meu pescoço, o qual eu atirei de qualquer maneira para cima da cama. Não demorou para ouvir a porta, atrás de mim, ser fechada por Aiacos, que me acompanhara até ali com uma insatisfação bem notória em seu rosto.

- Antes de mais, tenho umas quantas perguntas para si, Aiacos! – Rodei o meu corpo sobre os calcanhares, o olhando intrigado.

- Acho que vossa alteza não está propriamente em posição de fazer perguntas… - Responde-me ele subtilmente. Sério, aquele tipo começava a irritar-me.

- Certo, mas antes do mais, preciso saber o que vai fazer com esta informação. – Ergui uma sobrancelha, temendo a sua resposta.

- Nada… - Fiquei surpreso. - … por hora!

- Então porque tanta algazarra quando me viu sair do quarto?

- Apenas quero que minha irmã tenha uma vida confortável, algo que eu não tive!

- Ora Aiacos, não teve porque não quis! – Respondo arrogante, como de costume. – É filho de um duque. Falido é certo, mas não deixa de ser um duque…

- O filho bastardo de um duque, vossa Alteza quer dizer… - Bastardo? Minha mente deu um nó naquela hora. Aquela história ficava cada vez melhor. - Sua vez de abrir de a boca Alteza. – Vi-o cruzar os braços, impondo uma expressão ainda mais arrogante que a minha. Bastardo de um raio! – Dê-me um bom motivo para eu não o matar já aqui…

- Se o senhor me matar, vai ficar com o rótulo de bastardo incompetente. – Olhei-o pelo canto do olho, sorrindo sarcasticamente. – Sua missão é proteger minhas costas, esqueceu-se?

                Minha vontade de rir da sua cara de parvo, ao ouvir o meu ponto de vista, era grande demais. Realmente, inteligência não era coisa que habitava naquele povo inglês.

- O senhor deve achar-se muito esperto… - Quanta arrogância direcionada a mim em suas palavras! Apenas sorri de canto e sentei-me na minha poltrona, analisando-o.

- Apenas o suficiente para contornar meus problemas. – Pensava numa forma de o manter calado, pelo menos até conseguir resolver toda aquela burocracia, que prendia minha Elizabeth ao Radamanthys.

- O senhor deu cabo da vida de minha irmã. Ela não merecia isto! – Vi-o sentar-se aos pés da minha cama, levando as mãos a cabeça. Parecia desesperado, o pobre coitado. – Ela é esperta, não entendo como se deixou levar por um sujeito convencido, arrogante e mimado como o senhor…

                Não achas que estás a abusar nas ofensas, bastardo? Fechei, obviamente, o cenho perante o que ele dizia.

- No meu país chamamos a isso de sedução… - A sério? Seria possível, todos estes infelizes, serem incultos quanto as artes da sedução? Ou eu é que sabia de mais? – Aiacos, meu caro, fique tranquilo pois não roubei a inocência a sua irmã. Ela continua intacta.

- Olhe bem para mim! Acha que eu tenho cara de parvo? – Obviamente que ele não acreditava nas minhas palavras. Eu próprio não acreditaria em mentira tão descabida. – Teve lá tanto tempo no quarto dela a fazer o quê? Jogar cartas?

- Ora Aiacos, não fique a espera que eu lhe diga o que lá estive a fazer. – Falei indignado. – Mas saiba que é possível extrair prazer de uma mulher mesmo sem ter de fazer aquilo… Aquilo que o senhor bem sabe!  

                Pude ver uma certa confusão no seu rosto. Seria possível esta gente nada saber? Apenas revirei os olhos, perante a sua cara de parvo.

- Seja como for, não volte a procura-la… - Não fiquei nem um pouco intimidado com aquele seu tom de ameaça. – O senhor não tem nada para lhe oferecer, a não ser um cargo como sua amante oficial. Esqueça que ela existe!

- Impossível, meu caro… - Ambos nos levantamos e nos olhamos friamente, perante aquele braço de ferro. – Sua irmã será minha, nem que eu tenha de trabalhar dia e noite para que isso aconteça! E aviso-o prontamente, que eu sempre tenho tudo aquilo que eu quero…

- Radamanthys jamais irá ceder do direito que tem sobre ela…

- É o que veremos, meu caro… - Pousei a minha mão em seu ombro e afastei-me, voltando a sentar-me. Estava realmente cansado e com o dia a raiar, já não teria muitas horas de sono pela frente. – Deixe sua irmã comigo, não irá arrepender-se. Agora diga-me, sua mãe realmente devia ser bonita, pois é notório que não puxou o asqueroso do seu pai.

- Minha mãe? O que tem ela a ver com tudo isto? – Sua cara de surpresa, do nada fechou-se, olhando-me com um tanto desconfiado, enquanto se afastava – E desde quando o senhor aprecia a beleza masculina? Já estou a ver que é daqueles esquisitóides que gostam de provar tudo…

- Mais respeito, então? – Não pude deixar de rir mentalmente com as suas cogitações. – Fique tranquilo, apenas aprecio a beleza em todas as suas formas…

- Acho que vou embora, Alteza. Não quero que ninguém me veja a sair daqui… - Este caminha até a porta, deixando-me para trás com um sorriso matreiro, enquanto olhava meu reflexo no espelho. – Não estou autorizado a entrar nos quartos reais.

- Uhum, ou está com medo que pensem que é meu amante? – Gargalhei naquela hora ao vê-lo boquiaberto ao olhar para mim. Com aquela breve conversa, apercebi-me que talvez ele não fosse tão má pessoa. Não podia culpa-lo por pensar da forma que pensava, pois havia crescido num meio completamente fechado, ao contrário de mim. Levantei da poltrona e caminhei até ele, passando um braço a volta dos seus ombros, levando-o até a porta do meu quarto. – Fique tranquilo, não tenho qualquer intenção de o tornar meu amante. Mas queria-lhe pedir que não falasse nada a respeito do que presenciou esta noite. Não por mim, pois além de príncipe, sou homem e nada me acontecerá, mas por sua irmã.

- Eu não falarei nada, mas é bom que o senhor arranje uma forma de a livrar daquele casamento. Ou então, deixe-a em paz de uma vez por todas… - Assenti ao que ele me dissera e abri a porta para que ele pudesse sair. Já do lado de fora, ele olha-me pedinte, sem que eu entendesse porquê. – Alteza, ninguém sabe que sou um bastardo. Nem mesmo meu pai sabe da minha existência! E sinceramente preferia que isto continuasse assim, Elizabeth já tem desgostos demais na vida dela…

- Entendo. É por causa dela que está aqui, certo? – Ele assentiu, para minha grande surpresa. Talvez eu, no lugar dele, odiasse a minha irmã. Mas ele não! Apenas aceitou o fato de ser um bastardo, oferecendo, de certo modo, a sua vida para proteger alguém com quem ele partilhava o mesmo sangue. – Pode ir, minha boca não se abrira. Pode descansar, não sairei tão cedo daqui. Apenas não se atrase para a grande e épica derrota de Radamanthys, mais logo…

- Qual derrota? – Sorri de canto e o empurrei sem qualquer cuidado, fazendo-o sair totalmente do meu quarto.

- Tchau, até logo Aiacos! – Sem mais lhe dar importância, fechei a porta na sua cara.

                Como eu era malvado! Amava ser assim, pois não havia coisa mais maravilhosa que puder fazer tudo o que me apetecia. Ou quase tudo! Finalmente retirei todas as minhas roupas, deitando-me na cama completamente nu. Como era bom ser livre! Na mesma hora eu aterrei num sono profundo nas minhas almofadas, deixando minha mente e meu corpo relaxar finalmente.

                Não sei bem precisar quanto tempo eu dormi, mas pela algazarra que Lune fez ao entrar naquele quarto, apercebi-me que já não era muito cedo. Apenas levantei a cabeça, certamente que tinha os meus cabelos completamente desgrenhados, mas com o sono que estava nem me importei.

- Que foi Lune? – Perguntei com voz de sono, levantando-me da cama. Sinceramente, já estava tão habituado com a presença dele em meu quarto, que nem lembrei que estava completamente nu, antes de levantar.

- Wow, senhor cubra-se… - Ergui uma sobrancelha ao vê-lo colocar os seus braços a frente dos olhos. Olhei para baixo e apercebi-me que estava nu. E então?

- Que foi Lune? Não gostaste do que viste? Sou assim tão feio? – Dei-me conta que estava mal-humorado, apesar de a noite ter sido maravilhosa.

- Não senhor, não é nada disso… - Caminhava até uma mesinha, enchendo um copo de água, enquanto ele continuava com as suas atitudes de donzela.

- Deixa-te de coisas Lune, não tem nada aqui que não vejas todos os dias…. – Fui até ele e parei mesmo na sua frente, só para me divertir mais um pouco com o seu pudor. – És meu pajem desde que as saias de minha mãe me deixaram, conheces-me melhor que ninguém. Agora pára de ser donzela e vai preparar-me um banho. Hoje tenho um encontro importante.

                Finalmente consegui com que ele parasse com as suas coisinhas de flor, sentindo um olhar intrigado da sua parte sobre mim.

- Que tipo de encontro? – Este ergue uma sobrancelha, ao olhar meu ombro que ainda tinha as marcas das unhas de Elizabeth. Simplesmente sorri de canto. – Não me lembro de ter marcado nada na sua agenda para hoje.

- Obviamente que não. Foi marcado ontem a noite, após o jantar. – Respondi secamente, dando-lhe costas e deitando-me na cama de novo, enquanto terminava aquele copo de água. – Hoje defrontarei Sir Radacelha, numa partida de esgrima. Para ser sincero, será daqui a duas horas, por isso despacha-te. Não quero chegar atrasado, ou ainda pensam que estou com medo dele.

- Senhor… - Senti o seu olhar recriminatório sobre mim, o qual me fez revirar os olhos, novamente.

- Nem venhas Lune! Anda logo com isso…

                Cortei de imediato o assunto, deixando o meu corpo afundar-se na cama. Minha mente viajou para a noite anterior, fazendo um calafrio percorrer meu corpo. Será que ela iria estar presente para me ver lutar com o seu noivo? Tudo bem, não era uma luta a serio, apenas uma diversão com espadas nada perigosas, mas ainda assim fiquei ansioso. E se eu perdesse? Ela veria que eu não valia nada! Uma certa ansiedade invadiu-me naquele momento.

                Sempre que mexia a cabeça, podia sentir o doce perfume da sua pele. Logo agarrei alguns fios de cabelo e os levei ao nariz, sentindo aquele cheiro que ainda permanecia neles. Meu interior logo se acalmou e um sorriso de canto, malvado e determinado, tomou conta do meu rosto. Ganharia aquela batalha, nem que para isso tivesse de trapacear. Não seria a primeira vez, ou meus primos não me chamariam de “Minos, o príncipe trapaceiro”.  

                O tempo arrastou-se e eu simplesmente relaxei, deixando que o Lune me desse banho. Que foi? Eram regras da sociedade, tinha mais era que aproveita-las. Comi algo as pressas e logo saí do palácio, em direção ao grande lago em frente ao jardim real. Ia devidamente trajado, levando o meu capacete de proteção de baixo do braço e a minha fina espada na mão.

                Ao aproximar-me, logo notei que o meu adversário ainda não havia chegado, mas a realeza já lá estava, assim como as damas de companhia da rainha. Oh felicidade! Cheguei com o meu costumeiro sorriso confiante, cumprimentando todos os presentes, incluindo as damas, obviamente. Não pude deixar de notar que Elizabeth estava diferente, mas no bom sentido. Fui comtemplado por um sorriso de sua parte, enquanto beijava a sua mão, algo que nunca havia acontecido antes. A tristeza em seus olhos havia desaparecido, iluminando ainda mais a sua beleza. Seria tudo aquilo por minha causa? Não tive oportunidade de lhe perguntar, como é óbvio, mas ainda assim fiquei orgulhoso.  

- Miss Elizabeth, está esplendorosa! Como sempre, aliás. – O que eu te fazia agora, minha musa escaldante. Ai! Enfim, tive de deixar esses pensamentos de parte, pois teria de me concentrar.

- Obrigada, Alteza. O senhor é muito gentil! – Subtilmente, ela retirou a sua mão da minha, com um sorriso e um olhar cúmplice, mostrando-me discretamente a minha joia, presa na parte interior da manga do seu vestido. Pelos vistos já tinha apoio ali! Senti-me um pouco mais confiante.

                Fui puxando assunto com o príncipe Albert, que estava tanto ou mais ansioso por aquilo, do que eu. Até que do nada, uma carruagem pára a poucos metros dali. Sorri de canto, esperando o meu adversário, contudo ao invés de ele aparecer, foi uma mulher que saiu. Arregalei meus olhos de tão confuso, contudo não pude deixar de a admirar. Era alta e possuía uma pose altiva, completada por belos cabelos negros a cair-lhe pelas costas sobre o seu longo vestido preto. Radamanthys, logo sai a seguir, oferecendo o seu braço aquela mulher. Juntos entraram no jardim, sob o meu olhar atento.

- Príncipe Minos é um prazer finalmente poder conhecê-lo… - Aquela mulher quase parecia que me comia com os olhos, assim que me viu. Olhos esses com uma cor peculiar. Olhos lilases? Logo vi a sua mão à frente da minha cara. Ao menos esta não perdia tempo! – Meu nome é Pandora, duquesa Pandora. Madrasta de Radamanthys.

- Encantado, milady… - Peguei a sua mão e a beijei, quase contrariado, nem lhe dando grande importância, ainda um pouco perdido pela forma invasiva com que ela me abordara. Lembrara-me das palavras que Elizabeth me dissera na noite anterior, não podendo deixar de lhe dar razão. Aquela mulher podia ser detentora de uma beleza única, mas ao mesmo tempo era assustadora. Deixei-a de parte e simplesmente olhei o meu oponente, altivamente. – Radamanthys! Está pronto?

- Sempre! – Como eu odiava a voz daquele sujeito, simplesmente detestável.

- Pelo seu atraso, não parece. – Respondi de forma arrogante, colocando o meu capacete.

- Foi uma eventualidade, Alteza. Mas antes de começar, preciso fazer algo. – Simplesmente fiquei a vê-lo ir até Elizabeth e dar-lhe um ramo de rosas brancas, algo que me revolveu o estomago. Idiota! Vai dando flores enquanto podes… Vou-te fazer engolir a minha espada! Respirei fundo, vendo que ele se aproximava, também colocando o seu capacete de proteção. – Estou pronto! Quando quiser pode vir com tudo, Alteza!

                Nem me dei ao trabalho de lhe responder. Simplesmente coloquei-me naquela posição estranha e convencional, espada para a frente, acompanhando a extensão do meu corpo e braço esquerdo levantado.  Não demorou para que também ele se colocasse na mesma posição, onde consegui ver um dragão no brasão da sua família, gravado na parte superior da espada, tal como o meu.

                Senti meu sangue ferver ao tê-lo bem na minha frente, não demorando para avançar com a minha espada diretamente para o seu peito. Sabiamente ele defende, recuando para trás e usando a sua espada para desviar a minha. Pela força que ele empregara naquele movimento simples, logo pude notar que a sua força física era bem maior que a minha. Estou lixado! Ainda bem que estava com o capacete ou ele veria meu desespero naquele momento.

                Contudo, minha agilidade era felina e muito superior a dele, conseguindo-me desviar de um dos seus golpes, apenas rodando o meu corpo, que foi parar bem atrás dele. Por vingança, usei um golpe baixo, empregando uma cotovelada nas suas costas, o que o fez cambalear para a frente. Embora aquilo não fosse permitido, ninguém disse nada, nem o próprio Radamanthys que apenas se recompôs e partiu, novamente, para cima de mim. Desta vez, sua fúria era visível e se não fosse a minha velocidade, talvez tivesse perdido na hora. O telintar das nossas espadas ouvia-se freneticamente. Eu apenas defendia as suas investidas, não conseguindo achar uma brecha para o atacar.

                No entanto, este tenta acertar-me com a espada num dos meus pés e foi nesse momento, que eu vi uma oportunidade. Simplesmente, levantei o pé e a sua espada foi direta ao solo, cravando-se na terra humedecida daquele espaço. Com a sua defesa aberta, investi a minha espada sobre ele, mas algo que eu não esperava acontece! Radamanthys larga a sua espada e agarra o meu braço bruscamente, imobilizando-me por completo. Afinal eu não era o único que sabia trapacear naquele jogo.

- Pensa que eu ainda não reparei na maneira como olha para Elizabeth? – Ouvir ele dizer aquilo fez o meu sangue gelar por momentos.

- O que tem? Elizabeth é lindíssima, certamente que não serei o primeiro e muito menos o último a admira-la! – Respondi secamente, aproveitando aquela sua leve distração, para usar um pouco da minha força e o empurrar com meu ombro.

                Com o meu empurrão, ele cambaleia para trás, bufando por baixo daquele capacete. Sendo mais astuto que ele, avancei sobre ele, pegando também a sua espada. Porque sim, eu havia-me superado naquela matéria, aprendendo a lidar com duas ao mesmo tempo. Ataquei-o por todos os lados sem piedade, conseguindo mesmo rasgar uma das mangas da sua camisa no processo. Numa das minhas investidas, o sacana consegue agarrar os meus pulsos, apertando os mesmos com uma força bruta. Aquela dor fez-me soltar um grunhido e abrir instantaneamente as minhas mãos, deixando as duas espadas cair no chão.

- Vou-lhe dar só este aviso, fique longe da minha noiva ou eu acabo com vossa excelência. – Sua voz soou fria, mas não me amedrontou de maneira nenhuma, apesar de não conseguir desprender os meus pulsos das suas mãos.  

- Quero vê-lo ter bolas que cheguem para fazer isso! – Falei sarcasticamente, pois se havia coisa que eu gostava era de botar mais lenha na fogueira e desafia-lo, só fazia meu ego inchar ainda mais.

                Após esta breve troca de farpas, vejo o meu corpo ser arremessado para o chão de qualquer maneira e com violência. O impacto, do meu corpo no solo, fez o meu capacete sair da minha cabeça, rolando para perto dos pés de quem assistia. Ainda meio atordoado, levantei a cabeça e a abanei, vendo Aiacos e Lune chegar ao local. O moreno logo tentou alcançar-me, certamente decidido a acabar com aquilo, ao ver-me ali no chão. Porém, Lune agarra o seu braço, dizendo-lhe alguma coisa que eu simplesmente não entendi. Passei meus olhos levemente por Elizabeth, que mostrava estar inquieta e agarrava o braço onde tinha meu brasão escondido. Tal imagem, de certa forma, deu-me força e levantei-me rapidamente, pegando a minha espada e chutando a dele para perto de si.

- Não quer voltar a colocar o seu capacete, Alteza? – Ele pergunta-me sarcasticamente, fazendo o meu semblante fechar-se ainda mais.

- Não, aquilo só me atrapalha… - Respondi friamente, começando a ficar um pouco farto de todos aqueles joguinhos.

- Se o senhor quer assim… - Vejo-o retirar o seu capacete, atirando-o para um canto qualquer.

                Se ele pensava que me ia intimidar com as suas fuças feias, estava muito enganado! Investi novamente sobre ele, travando uma batalha de espadas simplesmente encantadora, para quem estava de fora, obviamente! Meu corpo começava a revelar alguns sinais de cansaço, pois não se podia dizer que eu era um homem de fazer desporto diariamente. Este leve facto, não escapou aos olhos do meu adversário, que com mestria, consegue desarmar-me e apontar a espada em direção a minha garganta. Ao ver aquilo, dobrei-me como pude para atrás, caindo com o meu real traseiro na relva. Usando alguma da velocidade que ainda possuía, junto os meus pés e os coloco no abdominal dele, empurrando-o categoricamente para trás.

                 Este cambaleou para trás, ficando mesmo a beira do lago, tentando equilibrar-se para não cair. Foi aí que se fez luz na minha cabeça e rapidamente, levantei-me pegando na minha espada.

- Dança marioneta, dança no fundo desse lago! – Corri como um condenado sobre ele, gritando aquelas palavras e toquei com a ponta da minha espada no seu peito, conseguindo não só vencê-lo, como também fazê-lo perder completamente o equilíbrio e cair na água.

                Um splash violento na água foi ouvido, sendo logo seguido por alguns bateres de palmas. Fiquei apenas parado a olhar o lago, ainda nem acreditando que havia ganho aquela batalha louca, que de esgrima tivera muito pouco. Não pude deixar de respirar aliviado, logo colocando um dos meus costumeiros sorriso matreiros, assim que Radamanthys dá as caras dentro daquele lago. Vi o sujeito completamente molhado e melhor ainda, coberto de lama e limos, o que me deu vontade de rir. Desta vez não me contive e ri mesmo.

- Da próxima vez que quiser falar dos guerreiros da Noruega, sir, pense duas vezes. – Apontei-lhe a minha espada, tentando acentuar ainda mais a minha vitória sobre aquele presunçoso. – Eu avisei-o que o ia fazer engolir aquelas palavras.  

                Dei-lhe costas e vi minha musa, que não demonstrava qualquer expressão, pois sua futura sogra emprestada estava ao seu lado com umas trombas infernais. Apesar daquela vitória, logo meu bom humor desapareceu, assim que me dei conta que apesar de ter vencido aquela batalha, ainda me faltava ganhar toda a guerra e precisava a todo o custo encontrar uma forma. Atirei a minha espada para Aiacos, a qual ele agarrou com mestria e cordialmente despedi-me dos presentes, retirando-me dali, pois Radamanthys sairia do lago e certamente que procuraria conforto nos braços de Elizabeth. Simplesmente não estava com disposição para assistir aquilo.

                O meu capacete foi recolhido por Lune, que logo se juntou a mim e a Aiacos em direção ao interior do palácio. Ambos notaram que eu não estava propriamente bem naquele momento, mas apenas Aiacos teve a coragem de abrir a boca.

- Já estou a ver que aquela vitoria soube mais a derrota…

- Não propriamente! Isto foi só o começo da ruina daquele monocelha. – Falei de forma firme, vendo que Lune se assustara um pouco com o meu tom, um tanto azedo.

- Eu irei ajudá-lo. Acho que o julguei mal quando o conheci… - Aiacos baixava a cabeça, olhando o meu brasão na espada, enquanto caminhávamos pelo corredor.

- Não julgou não… Eu sei que não sou uma pessoa de todo tolerável, mas terei de mudar isso se quero alcançar a minha maior vitória. – Ao chegar em frente a porta do meu quarto, suspirei e abri-a, olhando uma última vez para trás. - Aiacos, essa espada é sua. Faça o que quiser com ela. É de prata, por isso se a vender, certamente que lhe dará um bom dinheiro.

- Obrigado, Alteza…

- Estão dispensados por agora, realmente gostava de ficar sozinho… - Ambos assentiram e retiraram-se, assim que eu entrei no meu quarto.

                Pela primeira vez na vida, um ataque de raiva tomara conta de mim, fazendo-me socar a parede. Nem senti dor alguma na minha mão, ou se senti, simplesmente ignorei, deixando o meu corpo escorregar pela parede.

- O que é que eu faço?

Sentia-me realmente perdido, sem saber o que fazer a seguir. Todas as leis estavam metidas na minha cabeça e simplesmente, não conseguia encontrar uma que pudesse acabar com aquele maldito contrato. Mas esse ainda não era o meu maior problema. Pois podia sempre fugir com Elizabeth para o meu país, todavia aí enfrentaria a minha família, que certamente não aceitaria o meu casamento fora da realeza. Sentia-me entre a espada e a parede! De um lado, Elizabeth e do outro o meu título de príncipe, o qual eu herdara de nascença e sempre fizera parte daquilo que sou.

Não conseguia pensar direito e isso deixava-me ainda mais louco. Não podia continuar assim! Não era a lamentar, que as coisas iriam resolver-se. Levantei-me determinado e fiz aquilo que melhor sabia fazer, ler a constituição e achar algo que pudesse resolver toda aquela confusão como por magia.

Continua… 


Notas Finais


Rady a parecer um hipopótamo a sair do lago XD
Só faltava abanar as orelhas :v
Enfim, se bem que a meu ver, aquele príncipe nu talvez tenha sido a melhor parte :P
Bem, espero que tenham gostado. Sei que a "luta" entre os dois não teve grande entusiasmo, pois aqui eles não têm poderes e as espadas têm bolinhas na ponta para não magoarem, mas ainda assim espero que tenham gostado.
Aceito criticas como sempre... bjnhs e até ao próximo :)


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