História Um Só Destino - Sentimentos Revelados

Eu não sentia a chuva e não me importava por já estar tremendo de frio.

Tudo o que me importava, era aquela mulher linda e apaixonante diante de mim retribuindo abertamente ao meu beijo desesperador.

O sabor dela era único... Um sabor doce e viciante que me fazia querer apenas mais e mais e nunca dar sequer a chance de se afastar de mim outra vez.

Eu não acredito...

Somos amigos e depois de tanto tempo isso acontece.

Um beijo, sem timidez ou cerimônias!

Um beijo... Um beijo.

Meus lábios beijam os dela com um desejo evidente, mas com uma paixão desenfreada que meu coração insistia em me causar palpitação. Nossas línguas dançavam conforme nossa preferência e seu gostinho maravilhoso me fazia perder a cabeça.

A puxo mais para mim e sinto seus braços me envolverem mais, uma de suas mãos partem para minha nuca e a outra me acaricia o rosto.

Claire... O que você fez comigo?

Quando finalmente paramos, mantemos nossas testas encostadas e nossos lábios a poucos centímetros de distância. Sinto a respiração forte dela e sei que me olha, mas sinto a vergonha de ter sido descoberto.

Estou apaixonado... E ela sabia disso. E agora tem certeza.

Ao abrir meus olhos vejo o azul dos seus brilharem e seu rosto esboçar um sorriso mesmo com a água da chuva escorrendo em seu rosto sem parar.

Eu sorrio...

Como é possível alguém ter um sabor tão bom?

-- Vem comigo...

Ela sussurrou e me puxou pela mão voltando ao prédio, corri com ela e mantive nossas mãos entrelaçadas.

Quando entramos, o recepcionista estava no telefone e não nos viu, então a acompanhei subindo as escadas e indo até seu apartamento. Ao entrar, ela me empurra para dentro e fecha a porta me encarando com os braços cruzados e tremendo de frio encharcada como eu.

-- Qual é seu problema?

-- O quê?

-- Queria ir embora assim? Deixa de ser frouxo...

Eu ri do jeito dela que me deu um sorriso com o canto da boca e se aproximou de mim me fazendo olhar para sua boca e querer sentir seu gosto outra vez.

-- Quer mesmo ir embora?

-- Não...

-- Então por que estava indo?

-- Não quero estragar o que temos, Claire.

-- Eu sei... Mas não acha que vale a pena arriscar?

Ela se aproximou mais de mim e senti minhas mãos formigarem para puxá-la para mim e minha boca queimar para beijá-la outra vez.

-- Não quer arriscar?

-- Você quer? – Pergunto com medo da resposta.

Mas com seu sorriso doce, eu sorri ainda mais sabendo que a loucura que se passava dentro de mim em relação a ela, estava passando com a mesma intensidade dentro dela também.

Dou um passo em sua direção e a puxo para perto olhando fixamente em seus olhos. Coloco minha mão em seu queixo e o acaricio suavemente a fazendo sorrir.

-- Você realmente quer tentar?

-- Quero... Se você quiser.

-- Eu já quero há muito tempo...

-- Eu sei... – Ela riu.

Eu a olhei desconfiado e ela riu mais, então a acompanhei.

-- Sabe?

-- Sim... Você deixou muito óbvio!

-- Sério?

-- Sim... Claro como a água! Obviamente óbvio!

-- Certo, entendi...

Ela riu da minha cara e eu desviei com cara de “obviamente óbvio”, mas ela puxou meu rosto novamente para ela com aquele jeito doce.

-- Fica aqui comigo...

-- Quer mesmo se arriscar, Claire?

-- Quero sim.

-- Não tem medo de tudo dar errado?

-- Tenho medo de te deixar ir... E me arrepender para sempre por isso.

Ela quer...

Eu quero...

Mas devemos fazer isso?

O que devo fazer?

Será que agora eu teria forças para rejeitá-la?

-- Se não quiser, eu vou entender... Nossa amizade não será afetada, eu prometo.

Será que esta é a melhor opção?

-- Mas...

Ela desviou seus olhos de mim por um instante e parecendo entristecida voltou a me encarar fixamente.

-- Se for embora... Não quero que volte como outra pessoa que não seja apenas um amigo. Nada mais do que isso, Leon.

O quê?

Certo... Então essa é a escolha decisiva.

Fugir ou arriscar?

Quem me dera fosse tão simples escolher...

Mas meu coração já decidiu por mim antes mesmo dela perguntar.

-- Quem conseguiria resistir a esses olhos e a esse sorriso mais que perfeito? – Eu sorri ao falar.

E com seu sorriso gracioso para mim, agora fui eu quem levei a mão até seu rosto e o acariciei com ela voltando seus olhos em mim demonstrando um pouco de nervosismo.

Mas aproximei meu rosto e novamente coloquei minha boca na dela.

Seu sabor doce me invadiu de novo e tive certeza de que se eu não fosse embora agora, talvez não conseguisse mais fazer isso depois.

Dane-se... Dane-se tudo.

É ela quem eu quero...

E admiravelmente sou eu quem ela quer...

Isso dará certo?

Não sei...

Isso valerá o risco?

Com toda certeza...

A puxei mais para perto de mim e aumentei o beijo, sem exagero, mas mantive um ritmo adequado para sentir seu sabor ao mesmo tempo em que eu conseguiria me controlar bem.

Claire é linda... Doce... Meiga... Mas atraente de um jeito delirante.

Então é melhor eu me conter muito bem.

Mas quando ela se afasta sorrindo e se encolhe em meus braços tremendo de frio, eu a abraço e sinto como sua pele está gelada.

-- Você está congelando, Claire!

-- Só um pouco...

-- Anda, vá tomar um banho antes que fique resfriada!

Eu a guiei ao quarto com ela sorrindo e a empurrei levemente para o banheiro a fazendo me olhar séria por um segundo.

-- Não está se livrando de mim para ir embora, não é?

-- Eu jamais iria embora sem me despedir de você...

-- Certo... Já volto.

-- Tudo bem.

Ela voltou a sorrir e fechou a porta do banheiro.

Passei meus braços ao meu redor agora sentindo o frio intenso me invadir e a tremedeira me consumir.

Preciso da minha mala de roupas secas...

Saio do apartamento e sigo de volta ao meu carro com a chuva tendo diminuído um pouco agora. Pego a bolsa, tranco o carro e volto ao apartamento da Claire já a ouvindo sair do banheiro e ao levantar os olhos, a vejo passar só de toalha pela porta.

Meu coração acelera, minha respiração aumenta e minha garganta fica seca...

Droga, Claire...

Desvio da porta dela sentindo como facilmente eu poderia ir até lá e...

Droga, Leon! Se controla!

Só porque ela mostrou que está na sua, não quer dizer que quer rolar na cama com você a noite toda...

E não que eu queira isso... E não que eu não queira também... Bom, só não quero apressar nada e... Bom, não quero que me ache um pervertido e...

Ah, esqueça... Vou me conter.

Preciso me conter!

Deixando a mala no chão, procuro uma roupa seca limpa e a Claire surge secando o cabelo com a toalha... Mas é inevitável eu olhar para as pernas grossas dela que usava um calção curto e uma regata comum.

-- Vá para o banho ou será outro resfriado...

-- Tudo bem.

Caminhei até o banheiro dando uma piscada para ela ao passar e quando ganhei seu sorriso, eu me senti todo derretido.

Que droga... Preciso me controlar!

Mas tem como resistir a uma mulher dessas?

Eu respondo... Não!

Fui ao banheiro tirando a roupa molhada e entrando debaixo da água morna que escorria pelo meu corpo me fazendo finalmente parar de tremer.

Quando acabei, me sequei e me vesti com uma roupa de dormir me lembrando que havia fechado com o recepcionista, ou seja... Estou sem quarto.

Será que ganho mais um poso aqui?

Saio do banheiro e ouço a Claire com a televisão ligada. Vou até ela que sorri e me apoio no sofá vendo que assistia a um filme de comédia romântica que reconheci de alguma vez que já vi, mas ignorei.

-- Será que você pode me emprestar seu sofá novamente?

-- O que aconteceu?

-- Encerrei a conta antes de me despedir de você...

-- Ah, amanhã falamos com o rapaz da recepção e ele abre para você... Mas hoje fique aqui, é claro.

-- Obrigado...

Ela desligou a televisão e se aproximou de mim e mantemos o olhar fixo por alguns segundos.

Essa é uma situação complicada... Não sei a que pé estamos, então não sei se posso me aproximar e abraçá-la, ou dar um beijo ou sei lá... Ela quer seguir com isso adiante, mas tenho receio em pisar na bola.

-- Como vai ser agora, Leon?

Exatamente...

-- Era o que eu estava me perguntando também...

-- Vamos tentar?

-- Eu quero.

Desta vez tomei a frente e ela sorriu se aproximando mais de mim e colocando a mão na minha, que segurei a sua enquanto acariciava seus dedos.

-- Então vamos tentar fazer isso dar certo?

-- Vamos... – Eu sorri – Se você quiser se arriscar comigo.

Ela riu, mas concordou ficando com um sorriso fabuloso em seu rosto o qual tinha um poder extremo de fazer seus olhos brilharem.

-- Vai dar certo.

-- Eu espero que sim... – Ela sorriu.

Certo, perfeito...

Vamos tentar.

Então posso me aproximar sem medo.

Passo meu braço em sua cintura e a puxo dando um beijo leve em sua testa a ouvindo sorrir e me guio até sua boca colocando meus lábios nos dela rapidamente e a abraço forte.

Ela manteve a cabeça em meu peito e pude sentir que estava calma, tranquila e acima de tudo, feliz. Meu sorriso apareceu mais intenso por isso e beijei a raiz de seus cabelos a ouvindo rir novamente.

Quando se afasta, mantém as mãos nas minhas e me puxa para seu quarto, mas eu paro.

-- Claire...

-- Dorme comigo.

-- Tem certeza?

-- Não somos mais crianças, anda logo.

Ela me puxou e fui com ela depois que trancou a porta e apagou as luzes.

A cama dela era grande e parecia muito convidativa para uma noite de sono ou de qualquer outra coisa.

Quando ajeitou as cobertas, ela deitou e a acompanhei deitando ao lado e a puxando para perto de mim.

E mesmo comigo desviando o pensamento, senti meu coração acelerar e minhas mãos suarem... Sei que acabamos de estabelecer claramente nosso desejo de tentativa e não quero de maneira nenhuma adiantar isso.

Mas... Será que posso ter esperança de um dia isso rolar?

De chegarmos a isso?

Não vou forçar nada e nem oferecer a opção agora, assim de cara, quero aproveitar sua presença e seu carinho sincero.

Não quero correr as coisas e estragar tudo por causa da minha cabeça debaixo que não se aquieta desde que meus olhos começaram a ter vida própria e se guiarem pelo corpo perfeito que ela tem.

Então vou esperar...

Se acontecer, serei o melhor parceiro, o melhor namorado e o melhor amante.

Mas sem pressa disso.

Agora não é necessário, só quero estar com ela.

E por enquanto isso é mais do que o suficiente...

Quando sinto que se ajeita mais e vem com a cabeça próxima em meu peito eu sorrio e ouço ela suspirar.

-- Você está bem?

-- Estou... O que vamos fazer amanhã?

-- Que tal... Tirarmos o dia para namorarmos no sofá?

Ela riu descontroladamente e levantou o rosto para me olhar com aqueles olhos brilhando ainda mesmo no escuro.

-- Adorei a ideia...

-- Então decidido!

Sorri com ela e a abracei mais perto de mim mergulhando o nariz em seus cabelos, sentindo sua respiração quente em meu pescoço. Fecho meus olhos e me concentro no perfume avassalador que ela tem.

Jamais pensei em como minhas “férias” poderiam tomar um rumo tão bom...

E agora estou aqui, com minha amiga de anos, deitada em minha frente me fazendo sentir como é bom se apaixonar.

Não sei se dará certo... Mas eu quero tentar.

E prometo dar o melhor de mim para essa mulher magnífica que merece tudo de melhor que o mundo pode oferecer.

-- Boa noite...

-- Boa noite, Claire...

Ela se arruma melhor perto de mim e continuo ali, com o rosto próximo em seus cabelos e um sorriso desenhando meus lábios.

Não dá para imaginar uma noite de sono melhor do que esta...

 

...

 

Ao abrir meus olhos sinto a claridade no quarto, mas vejo principalmente uma mulher graciosamente linda dormindo em minha frente.

Meu sorriso volta aos lábios e acaricio seus cabelos com suavidade para não acordá-la.

Tão linda... Tão apaixonante.

Como não me apaixonei antes por ela?

Talvez porque nunca tivemos um tempo para nós, como tivemos nesses últimos dias em que passamos juntos.

Acho que não tem como não se apaixonar quando passamos mais de trinta minutos na presença de Claire Redfield com seu sorriso e seu brilho única no olhar.

É, me apaixonei mesmo...

Será que digo isso a ela, que me apaixonei de verdade?

Não, não quero assustá-la... Talvez pense que ainda é só um carinho maior, mas não, já passei dessa fase porque estou perdidamente apaixonado por ela.

E não acredito que tenha um jeito de acabar com isso...

Então tenho que provar a ela que também não pode desistir de mim.

Tenho que ser o melhor para ela... Assim poderá se apaixonar também.

E talvez assim, nosso destino juntos seja concretizado.

Certo... Ela merece um homem romântico e atencioso. Não muito grudento a princípio, não sei se gosta disso. Mas tenho que ser amoroso e dedicado, ela merece tudo de melhor.

E posso começar agora...

Com muito cuidado levanto da cama e a deixo ali ainda dormindo. Vou ao banheiro fazer o necessário e parto para cozinha preparando as coisas para um café da manhã especial para ela.

Então percebo algo...

Não tive nenhum pesadelo hoje.

Meu sorriso é inevitável ao ter certeza de como a Claire é um anjo que surgiu em minha vida, porque com seu auxílio e sua presença, já mudaram minha vida e me arrancaram da escuridão.

Então com meu sorriso fixo no rosto, frito ovos, bacon, faço torradas e tudo que vejo pela frente que ela poderia gostar. Arrumo a mesa pensando se seria melhor levar para ela na cama, mas não encontro nada para me ajudar.

Só que quando paro diante da mesa pronta e farta de comida, escuto a porta do quarto se abrir e ela surge esfregando os olhos e abrindo a boca de sono ao olhar para mesa e sorrir.

-- Senti cheiro de comida...

-- Isso mesmo. – Eu ri – Vem, eu fiz seu café da manhã.

Ela se aproximou sorrindo e veio me abraçar olhando para tudo com um sorriso fixo no rosto.

-- Bom dia...

-- Bom dia!

-- Nossa... Acho que toda mulher merecia um Leon em casa.

Eu ri e ela levantou o rosto me acompanhando.

-- Mas só tem um... E agora é só seu.

-- É o que eu espero mesmo!

Sorrindo juntos, levo minha boca na dela dando um beijo rápido e a guio até a cadeira mais próxima, a puxando para ela sentar e indo para a cadeira do lado a acompanhando.

-- É muita coisa... Parece uma delícia.

-- Espero que goste mesmo...

-- O cheiro está maravilhoso!

-- Então prova...

Peguei um pedaço do meu misturado de ovo, bacon e alguns adicionais e levo até sua boca ganhando um sorriso imenso e o brilho intenso de seus olhos.

-- Está maravilhoso!

-- Que bom...

-- Desse jeito vou pedir para preparar o café todos os dias!

-- E faço com o maior prazer.

-- O que colocou aqui?

-- Segredo...

-- O quê? Não vai me contar?

-- Não, é “segredo culinário Kennedy”...

-- Ah, e não pode socializar comigo?

-- Não, porque assim não se livrar de mim tão cedo...

Ela riu e eu a acompanhei.

Fiquei a observando comer tudo enquanto eu a acompanhava, mas eu ria ao ver como realmente era esfomeada e tinha tanto espaço na barriga.

-- Como não engorda?

-- Corro por aí matando zumbis...

-- É verdade, sei bem como é.

-- E de vez em quando me sequestram para servir como experimento!

-- Pois é... As pessoas te “ajudam”! – Eu ri.

-- Isso mesmo...

Ela me acompanhou e continuamos a comer. Quando acabamos, ela me ajuda a tirar da mesa e quando vai começar a lavar a louça, eu a empurro para longe dali.

-- Sai daqui que eu que vou lavar!

-- Você cozinhou!

-- E vou acabar com o trabalho, agora vá para o sofá ficar sem fazer nada...

-- Não me deixe má acostumada...

Ela sorriu indo para o sofá e ligou a televisão, então ajeito tudo ali, guardo o restante da comida e acabo com a louça suja.

Ao terminar, me espreguiço e tomo um copo com água. Vou ao banheiro e retorno, a vendo na mesma posição assistindo desenho animado e vou até lá dando um beijo em seus cabelos e ganhando seu sorriso.

Ela estende os braços e me jogo ao seu lado a puxando para mim e a beijando sem cerimônias, mas quando joga seus braços por cima de meus ombros, a puxo para o meu colo e continuamos a nos beijar.

Sem pressa, sem afobação, mas nosso beijo não para...

Assim como eu, ela parecia querer mesmo passar o dia ali comigo sem fazer mais nada além de amassos no sofá.

E como disse antes, não forçarei nada... Só farei se ela quiser.

Com nossos lábios se separando um pouco, ela mantém a testa na minha e fica me fazendo carinho com os dedos em meus cabelos.

-- Se lembra de quando nos conhecemos?

-- Não dá para esquecer...

-- Sim, muitos zumbis! – Ela riu.

-- Também...

-- Você parecia tão preocupado para tudo dar certo.

-- Eu era policial, minha função era fazer as coisas darem certo...

-- Você tinha uma carinha de inocente...

-- Isso é bom?

-- Era fofinho!

-- “Fofinho”? Isso não é bom... – Eu ri.

-- Se não fosse por você, eu não conseguiria ter saído de lá...

-- Sem você eu também não teria conseguido.

-- Será que se tivéssemos passado mais tempo juntos naquela época, isso teria acontecido?

-- Talvez... Bem provável.

Ela sorriu e me abraçou me deixando sentir o perfume de sua pele enquanto repousei meu rosto em seu pescoço.

Seu cheiro... Me hipnotiza.

Como é possível alguém ser tão provocante?

Meus olhos correm pelas pernas dela que estavam uma parte em meu colo e notei que minha mão estava repousada sobre uma delas.

Eu queria correr meus dedos e sentir sua maciez, seu calor...

Mas não quero extravasar.

E mesmo com esse pensamento, sinto meu coração acelerar novamente e ela volta a me puxar para um beijo e sinto meu corpo estremecer.

Eu a puxo mais para mim e subo a mão em sua coxa para beijá-la mais intensamente deixando os pensamentos correrem.

Não dá para segurar, não dá...

Puxo seu rosto e não deixo que se afaste, então a coloco deitada no sofá e deixo meu peito sobre o dela sentindo que me abraça forte.

Minha cabeça vai ao delírio... Claire.

Minha mão a puxa mais para mim mesmo deitada e a outra se mantém em sua coxa onde aperto um pouco sentindo que ela estremece comigo.

Ela é linda demais...

Atraente demais...

Perfeita demais.

Intensifico o beijo e mesmo ela me correspondendo, sei que estou indo rápido demais, mas no momento meu corpo toma minha mente e não posso parar.

Ela tem que ser minha...

A deito melhor no sofá, sem tirar meus lábios dos dela e deito sobre seu corpo sentindo meu sangue ferver em minhas veias, minhas mãos formigarem para contornar cada curva de seu corpo e meus lábios queimarem com o desejo de sentir a maciez de todo o seu corpo sobre minha boca.

Quando desvio para seu pescoço, sinto que ela o estica e quando o mordisco a ouço se encolher e começar a rir.

-- Levou a sério mesmo o “namorar no sofá”?

-- Com toda certeza... Mas ontem eu tinha colocado limites na cabeça...

-- E onde estão esses limites agora?

-- Caíram pelo caminho enquanto vim para cá...

Ela riu descontroladamente e me encarou me fazendo parar com a afobação e fixar os olhos nela.

-- Temos tempo...

-- Eu sei... Mas fala isso para o lado masculino da minha mente.

-- Como faço isso? – Ela riu.

-- Me dá uns tapas que esse lado entende...

Com seu riso aumentando eu a acompanho e repouso a cabeça em seu peito sentindo que o coração dela havia acelerado.

Droga, Leon... Mantenha o controle!

Respirei fundo e senti seus dedos carinhosos em meu cabelo e fechei meus olhos me concentrando em seu toque.

Se existe alguém perto da perfeição nesse mundo, tem que ser ela...

Mas me arrancando de meu devaneio, alguém bate na porta.

Será que é o Chris?

Ah, ele iria “adorar” me ver aqui...

Droga, eu disse que ia embora e que não sentia nada pela Claire.

Ele vai querer me matar.

Será uma “ótima conversa”, nada agressiva...

Então ela sorri e me afasto para deixá-la levantar e passo os dedos no cabelo tentando manter uma expressão de não “tentativa masculina fracassada e interrompida” se realmente for ele.

Ah, mas não se preocupe... Ela de pijama curto já será razão do Chris vir quebrando tudo pela frente!

Claro que sim...

Mas talvez seja alguém outro, então tudo bem.

Quando escuto ela abrir a porta, continuo no sofá sem olhar.

-- Posso ajudar?

-- Estou procurando o Leon...

Essa voz... Não pode ser.

Levanto em um pulo do sofá e dou de cara com ela ali na porta me encarando e a Claire desvia para me olhar esperando alguma atitude minha.

Droga... Não, não, não, não, não, não!

Ela caminha para dentro de braços cruzados e sem desviar de mim nem por um instante.

-- Para onde vai correr agora?

Me ferrei...

Dessa vez não tenho escapatória.