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História Um Sonho de Animação (Clexa) - 5 - Fechado para balanço


Escrita por: OtaviaSilvana

Notas do Autor


Oláaaa, passando só para avisar que o capítulo quatro já foi postado ok, só que em vez de excluir o aviso que tinha lá eu só apaguei e coloquei a história... me avisaram que da forma que fiz vocês não conseguiam ver que foi atualizado, sinto muito.
Se eu estiver falando asneira é só desconsiderar essa nota kkkk.

Mas agora vamos para esse novo capítulo, prometo digitar o mais rápido possível os próximos.

Capítulo 5 - 5 - Fechado para balanço


                                                   Fechado para balanço

                                                                 “Mais alguém assim como você na sua casa? - Lois Lane

                                                                 “Não exatamente.” - Superman

 

No exato momento em que seus lábios perfeitos tocam os meus, tudo se apaga, mas não no bom sentido. Suspiro e meu corpo todo se enrijece. Fico ali como uma estátua estranha, congelada em meu fracasso.

            Suas mãos delicadas estão no meu pescoço e os lábios suaves tentam seduzir os meus, só que já vi essa história antes e o final não é feliz. As memorias dos beijos do passado pesam nos meus ombros, batem na porta da minha cabeça e penduram um sinal que diz: Fechado para balanço.

            Ela ainda tenta mais uma vez, quase em desespero, não querendo aceitar o próprio fracasso. Isso só piora a situação, me afasto e levo as mãos à cabeça, cobrindo o meus rosto. Não, não, não.

            Acho que falei alto, pois imediatamente sua voz se torna mais grave e diz:

_ Tudo bem, Lexa. Tudo bem. Não se assuste, por favor.

            Tento achar a maçaneta da porta querendo sair correndo, mas ela percebe o que estou fazendo e insiste.

_ Não.

_ Por favor, por favor... me deixa ir embora. Estou com tanta vergonha. Por favor... – suplico.

_ Não – ela responde cheia de convicção. – A culpa é minha. Eu te pressionei e agora eu tenho que consertar isso.

            Arregalo os olhos enquanto uma onda de frustação me assola.

_ Você não tem que concertar nada. Eu sou uma garota desajeitada. Tem alguma coisa muito errada comigo e com certeza não nasci para fazer esse tipo de coisa como um ser humano normal – meu peito dói e não consigo nem olhar para ela. Meus olhos estão fixados no chão, no caminho do corredor.

_ Por favor – ela implora, parecendo estar chorando. Quando finalmente olho, vejo suas lágrimas descerem pelo rosto. Tiro os óculos e começo a esfregar meus olhos.

_ Clarke, por favor, não chore. – Sinto-me ainda pior, se é que isso é possível.

_ Você poderia apenas sentar comigo por um minuto por favor? -  ela pede, mostrando o sofá.

            Concordo e a sigo, enquanto sento, ela desliga a TV, pega o iPod e o coloca  na base. A música do The Cure transforma o clima. Ah, que maravilha, som emo, penso tremendo. Um minuto depois, Clarke me dá um copo pequeno com um líquido transparente.

_ O que é isto? – eu pergunto.

_ Uma dose de vodca. Beba, por favor, vai te ajudar a relaxar.

            Bebo tudo de uma vez. Sou uma merda, mas provavelmente vou fazer tudo o que ela quiser. Até consigo imaginar algumas coisas. Assim como Gepetto, ela está tentando achar uma forma de concertar o brinquedo quebrado, sua versão de Pinóquio.

            Ela rasteja no chão e chega bem perto de mim, acariciando minha mão gentilmente. No momento em que penso que ela irá desistir, ela pergunta:

_ Qual é o seu lugar favorito para relaxar?

            Hein?  Ela está tentando dar uma de psicóloga. Estou confusa, só que ainda quero agradá-la. Pendo por um momento.

_ Acho que é provavelmente a rede no meu quintal. Gosto de deitar lá e pensar em histórias para desenhar enquanto proveito a brisa.

_ Deve ser muito bom. Fica debaixo de uma árvore?

_ Sim , e na sombra, então é sempre fresquinho.

_ Que bom – ela chega ainda mais perto e praticamente está sentada no meu colo.  Caramba! Será que essa noite ainda vai conseguir ficar ainda mais esquisita?

            Clarke passa os dedos nos meus cabelos e depois começa a esfregaras minhas costas. – Feche os olhos, Lexa. Imagine que está deitada na sua rede, rodeada do brilho quente e um dia de verão.

            A voz dela é tão macia e confortante, muito mais bonita do que a do guru Tolonius Jaha. Encosto a cabeça no sofá enquanto ela continua a massagear meus cabelos. Ninguém nunca fez massagem na minha cabeça antes. É tão bom que começo a gemer baixinho.

_ Não é maravilhoso ficar aqui nesta rede? – ela pergunta.

_ Sim – murmuro. Pode continuar massageando, Clarke.

             Ela continua os movimentos por um bom tempo. Percebo de longe que a música inicial já terminou e foi mudando para outra. Sinto o calor da vodca se espalhar nas minhas veias. Estou tão relaxada, naquele lugar entre o sonho e a realidade.

            Quando ela percebe que estou quase dormindo, começa a falar suavemente:

_ Agora. Imagine que a Rae está deitada aqui, bem pertinho de você.

            Meu estômago embrulha, mas lembro que preciso pensar na Clarke e não na Rae, então relaxo novamente. Seus dedos mágicos parecem desfazer os nós da minha cabeça. Uma das mãos segue para o meu ombro, enquanto a outra desliza pelo meu pescoço e depois no meu rosto. – Você puxa a Rae para mais perto quando sente a brisa. Ela gentilmente te acaricia e com cada toque você relaxa ainda mais.

            Respiro fundo quando percebo que suas mãos chegaram no meu peito Sinto meu corpo todo relaxar e afundar no sofá.

_ Agora, imagine que ela está beijando suavemente o seu rosto. – Sinto os lábios de Clarke na mina testa e as mãos no meu cabelo. Acredito que nunca me senti  tão bem na vida. Cada toque me incita e acalma ao mesmo tempo. É como se ela fosse uma feiticeira me transformando com poções e encantos a cada vez que suas mãos encontram minha pele.

_ Clarke – murmuro.

_ Rae – ela me corrige baixinho.

            Seus lábios começam a beijar minha bochecha e meus olhos fechados. Coloco a mão na cintura dela.

            Não percebo que ela está me beijando até que meus lábios se moldam aos dela de maneira natural. Suas mãos continuam a massagear minha cabeça enquanto a língua desliza para dentro da minha boca e, de repente, estamos nos comunicando numa outra linguagem.

            Isto é completamente diferente, da melhor maneira possível, e nós dançamos juntas como bailarinas. A cada movimento, a paixão se intensifica. Eu sou Gene Kelly e ela é minha Cyd Charisse. Ela faz com que eu me sinta conduzindo a dança, mesmo sabendo que não é verdade. Durante estes preciosos momentos de paixão e romance, de suavidade e gentileza, sou a mulher que, supostamente, deveria ser, e a sensação é incrível.

            Meus dedos apertam sua cintura e a puxo para uma última vez: - Nossa – sussurro, olhando para ela.

_ Viu, Lexa. Eu sabia que você conseguiria. Você só precisava para de pensar tanto.

_ Eu precisa de você – respondo desprotegida.

_ Bom, ainda bem que consegui ajudar. Você me deixou preocupada por uns minutos – ela passa a mão no meu cabelo e sinto tanto carinho no seu olhar. Ela realmente ficou preocupada comigo. Talvez não da maneira como eu gostaria, mas com certeza mais do que eu imaginava.

            Ela desce do meu colo e se senta ao meu lado no sofá. – E, apenas para constar, você beija muito bem. Quase esqueci que estava fazendo de conta que era a Rae.

_ Mesmo? – pergunto, tentando esconder minha felicidade. – Também meio que esqueci  que era a Rae – respondo admitindo.

            Clarke me olha e não diz nada, parece um pouco dividida. Depois, ela arruma a saia, se levanta e diz: - Acho que é melhor eu ir dormir. Tenho que acordar bem cedo amanhã para encontrar meu personal na academia. Vou ter que queimar toda a pizza e a cerveja.

_ Ok – respondo enquanto me levanto e a sigo até a porta da frente. Antes mesmo de eu pensar no que fazer, ela me abraça. – Muito obrigada por ter concertado meu computador. Fico muito agradecida.

            Depois de nos afastarmos, coloco as mãos no bouço e começo a mexer os pés. Tenho tanta coisa para dizer, mas prefiro ser simples: - Olha, muito obrigada por não desistir de mim.

_ Foi uma noite ótima. Eu espero que você saiba o quanto eu gosto da sua companhia – ela sorri e percebo que ela repetiu a mesma frase que eu iria dizer a Rae.

_ Espero que saiba o quanto gosto de sua companhia. – respondo sussurrando.

_ Vejo você no escritório na segunda? – ela pergunta, quase afirmando.

_ Exatamente às quatro e vinte e cinco, com um caramelo macchiato com leite de soja, três colheres de caramelo e um sachê de adoçante Splenda  levemente misturado.

_ Eu gosto bem doce – ela brinca.

Abro um sorriso e respondo: - Eu sei.

            Quando chego ao portão, ela aperta um botão para que ele abra, então me viro pela última vez e aceno. Estou muito feliz, mas minhas pernas parecem que são de chumbo  a cada passo na direção do carro. Não quero deixá-la. É como se existisse um imã imenso me puxando de volta. E, enquanto desço pela rua guiando bem devagar, me dou conta de que tudo o que quero está ali, bem naquele morro. No caminho de volta, memorizo cada curva e referência, assim sempre poderei voltar para ela.

 

@@@@@

 

_ Oi, mãe – anuncio assim que entro pela porta.

_ Na cozinha – ela responde.

            Eu a encontro na bancada da cozinha cortando frutas. Dou um beijo em seu rosto e pego um morango.

_ Como está a minha garota? – ela pergunta me olhando. Eu vejo algo diferente nesse olhar. É curiosidade com aquele sentimento de mãe que sabe tudo. – Você está diferente.

_ Diferente como? – pergunto, um tanto assustada com essa intuição materna. Será que ela já descobriu que estou apaixonada?

_ Eu não sei ainda, mas vou descobrir – ela anuncia cheia de confiança. – Como vão as coisas no trabalho?

_ Todo bem, normal. Eles sempre esperam que agente faça muita coisa em pouco tempo. E adivinha? Uma pessoa da Quadrinhos Nítidos me ligou para falar do meu trabalho.

_ Verdade? E o que eles querem?

_ Estão querendo que eu publique com eles. Isso significaria uma distribuição maior e mais marketing.

_ Que notícia boa! Não se esqueça de falar com os advogados do seu pai antes de assinar qualquer contrato.

_ Não se preocupe, mãe, vou falar sim. E cadê ele?

_ Está jogando lá fora com Lincoln.

            Assim que chego na porta ela diz:

_ E, Lexa, se ele pedir para você testar a máquina de pegar bolas, cuidado com o tornozelo. Ele ainda não acertou todos os ajustes.

_ Ok, obrigada pelo aviso.

            Enquanto caminho até a quadra de tênis, começo a rir da última maluquice de meu pai, uma máquina para pegar bolas. Ele ama jogar mas odeia abaixar o tempo todo para pegar a bola. Ele é um inventor excêntrico que fez sucesso com ideias bem inusitadas, já inventou muitas coisa e patenteou várias, só que apenas umas poucas deram certo e o transformaram num homem rico.

            Ele não é nada extravagante. Ainda dirige o mesmo velho Honda Civic e faz compras com minha mãe no Costco, um supermercado de varejo. Meu pai gosta de bastante espaço e por isso mesmo comprou esta casa num bom terreno em Pasadena. Quando o médico pediu que ele se exercitasse mais, começou a jogar tênis e construiu uma quadra fechada num dos cantos da propriedade. Todos os domingos, meu irmão Lincoln e eu jogamos com ele.

_ Finalmente você apareceu! – Lincoln avisa assim que me vê no portão.

            Olho no relógio: - Estou somente dez minutos atrasada! – respondo. – Além do mais, você se atrasou meia hora na semana passada. – Viro-me e falo:

_ Oi, pai.

_ Olá, minha filha. Preparada para dar uma surra no seu irmão?

_ Vou tentar pra valer.

            Infelizmente, o jogo termina da mesma maneira que todos os outros, eu apanhando do meu irmão, e ele ganhando também do meu pai sem nem se esforçar muito. Ele é cem por cento atleta., provavelmente uma anomalia genética na família. Sou muito mais parecida com meu pai, zero esportista., original e solitária, muito mais devagar no lado social. Se meu pai nunca tivesse encontrado minha mãe, ele, com certeza, acabaria como aquelas pessoas que guardam pilhas de jornais velhos em casa, bem bizarro.

            Minha mãe serve nosso brunch, uma mistura de café da manhã e almoço, no terraço, pois ela não gosta da ideia de sujarmos os estofados com nosso suor. Lincoln o fofoqueiro, começa a falar antes mesmo que eu dê minha primeira arfada.

_ Então, Lexa fez amizade nova no trabalho... uma garota.

_ Que notícia ótima, qual é o nome dela? – minha mãe pergunta educadamente.

_ Clarke -  respondo, antes de quase matar Lincoln com meu olhar.

_ E ela trabalha em que departamento? – meu pai pergunta.

_ Ela é gerente de desenvolvimento – respondo cuidadosamente.

_ Então eu espero que alguma coisa se desenvolva entre você e essa gerente – Lincoln diz.

            Minha mãe finalmente levanta a cabeça e olha para mim e para ele, curiosa.

_ Nós somos amigas – insisto. Não quero que os meus pais também tenham esperança. Sei o quanto eles já se preocupam comigo. Fiquei muito mal quando Costia e eu terminamos. Acho até que ele devem pensar que nunca mais irei namorar alguém.

            Meu pai tira uma frase do nada: - As chances matemáticas de conhecer alguém no trabalho para um relacionamento sério são favoráveis. Consistência e exposição são os fatores decisivos.

            Valeu pai, pela dica muito importante.

_ Perfeito. É tão bom fazer amigos – minha mãe diz, tentando, claramente, me proteger. – Por que você não a convida para passar um domino conosco?

            E conhecer minha família estranha? Não, obrigada.

_ Vamos esperar um pouco. Somos amigas a apenas uma semana.

 

@@@@@

 

No dia seguinte, Clarke acena para que eu me aproxime do seu computados no momento em que entro em sua sala. Passei o dia todo nervosa esperando para vê-la, e ela parece tão relaxada e quase feliz por me ver. – Venha aqui ver isso – ela diz.

            Posiciono-me atrás dela e abaixo um pouco. Vejo o desenho de uma garotinha com olhos bem grandes, parece até um trabalho do artista Walter Keane, cercada de criaturas estranhas segurando vários pirulitos. É estranho e bom ao mesmo tempo. – Interessante. Quem fez?

_ É da Sarah. Ela é uma artista do grupo do Bruce. Tem tanto talento por aqui. As pessoas não fazem nem ideia.

_ Você tem razão. Muitos artistas têm dificuldade de promover o próprio trabalho.

 _ E, por essa razão, estou começando um site em que todos os artistas possam receber destaque. Também estou pensando em fazer uma galeria rotativa na recepção do prédio.

            Como se eu precisasse de mais um motivo para amar esta mulher. Ela se vira aguardando minha reação. Respondo sorrindo: - É realmente uma ideia maravilhosa.

_ Você gostou mesmo? Roan achou ridícula. Na verdade, na ridícula, mas ele acha que vou acabar me distraindo e deixando meu trabalho de lado. Falei para ele que consigo fazer isso fora do meu horário de trabalho.

_ Posso te ajudar? Eu já fiz vários sites e você nem tem que me pagar por isso.

_ Seria ótimo. Mas não aceito nada de graça. Já sei, posso te alimentar. O que você acha?

_ Tudo bem por mim, só não pode ser aquelas melecas integrais horríveis.

_ Juro que não – ela responde rindo. – Que tal na quinta depois do trabalho?

_ Perfeito – deixo o café dela na mesa e começo a sair. – Infelizmente tenho que voltar ao trabalho. Kane chamou todo mundo para uma reunião às quatro e meia. Acho que tem algo errado com a sequência de esboços.

            Ela olha para mim preocupada: - Lexa, você está bem? Depois de tudo o que aconteceu no sábado à noite, nós estamos bem?

_ Bem?

_ Fiquei preocupada, acho que te pressionei demais. Passei o dia inteiro aflita ontem.

            Ajeito meus óculos e passo a mão pelo cabelo. Percebo, então, que ela parece vulnerável, mas eu é que estava confusa aquela noite.

            Dou um sorriso e espero que ela consiga enxergar minha gratidão.

_ Não, você estava certa, eu precisava mesmo de um empurrão.

            Clarke respira aliviada e diz: - Poxa, fico bem mais tranquila.

_ Então, combinado? Amanhã às  quatro e meia?

_ Estarei aqui – ela responde antes de eu, lamentavelmente, ter que ir a minha reunião.

 

            Quando termina a reunião, eu paro na baia da Rae. Ela está com os fones de ouvido e totalmente focada. Acredito que está trabalhando nos detalhes finais de um personagem de um próximo episódio. Espero um minuto, e quando percebo que ela não me ver toco levemente em seu ombro. Ela dá uma pausa no iPod e vira para mim.

_ Oi, Lexa. Tudo bem?

_ Queria conversar com você sobre um assunto.

_ Agora não. Preciso terminar isso até às sei horas. Podemos conversar quando eu terminar.

_ Tá bom, me procure quando acabar. Vou estar na minha baia.

            Ela confirma e lia o iPod novamente.

 

            São quase seis e quarenta quando Rae finalmente aparece.

_ Desculpa, tive que fazer mudanças no último momento.

_ Não tem problema. Ainda tenho esta pilha de coisas para fazer. – Levanto-me e vejo que Jasper ainda está trabalhando em sua baia. – Olha, vamos tentar achar um lugar lá fora pra conversar.

                        No elevador, começamos a falar sobre a série e os rumores de que o Kane já estourou o orçamento novamente.

_ É melhor ele prestar mais atenção nesta merda – Rae exclama. – Não estou nem aí se ele é um gênio ou não na diretoria eles só entendem de dinheiro.

            O elevador finalmente para e nós saímos. Enquanto abro a porta para a Rae passar, avisto uma pessoa pelo canto do olhar e me viro para ver Clarke carregando sua bolsa de trabalho, vindo em nossa direção. Ela me dá um baita sorriso e percebo que ela deve pensar que estou fazendo progresso com Rae. Seguro a porta até Clarke passar.

Quando nós três estamos do lado de fora, há um momento estranha.

_ Oi, Rae – Clarke diz educadamente.

_ Oi.

_ Vocês estão indo pra lá? – ela diz, apontando para o estacionamento.

_ Não, vamos apenas sentar aqui fora um pouco – explico nervosa.

_ ok, beleza, até amanhã – observo Clarke se afastar antes de olhar de novo para Rae.

_ Ela parece ser legal - Rae comenta.  

_ É mesmo, e é exatamente o motivo pelo qual preciso conversar com você. Entrei numa enrascada e queria muito que você me ajudasse.

            Ela olha para mim, arqueando as sobrancelhas, e pergunta: - Que tipo de enrascada?

_ Bem, eu e Clarke ficamos amigas, fui à casa dela no sábado ajudar com problemas no computador – cruzo minas mãos, nervosa. – Daí comemos uma pizza, bebemos cerveja e eu contei pra ela que gostava de uma pessoa aqui do trabalho.

_ Verdade? E quem seria essa pessoa? Porque pra mim todos os sinais levam a crer que você está afim da senhorita Clarke. Não é mesmo?

            Sinto o sangue subindo para o meu rosto. – Por favor, não faça esta situação ser mais difícil do que já é. – Levanto-me, andando um pouco ara clarear as ideias e depois me sento novamente e digo: - Estou ferrada por que ela acha que eu gosto de você.

            Rae joga a cabeça para trás e começa a rir. Ela ri tão auto que é quase um insulto.

_ Eu fico feliz por você achar isso engraçado.

_ Bom, mas por que você não esclareceu? Ah, é claro que tem um pequeno detalhe. Ela tem namorado e ele é o PRESIDENTE da empresa, Lexa. Que diabos você está pensando? Quer ser demitida e acabar com a sua reputação no mercado?

_ Eu sei. Isso tudo é muito ruim – respondo enquanto começo a puxar os meus cabelos.

_ Você vai morrer. Além do mais, por que você pensa que ela vai acabar ficando com você? Não me leve a mal, você é uma excelente artista, só que seu desenvolvimento social está bem atrasado...

_ Poxa, muito obrigada. Agora que conversamos, eu estou me sentindo muito melhor com a situação.

_ Tem mais uma coisa que não entendo. Falar para ela que você está afim de mim vai te ajudar a conquista-la?

_ Ela quer me ajudar a te conquistar, vai me ensinar algumas coisas e me aperfeiçoar. Clarke está fazendo o papel de Minha Querida Dama. E as aulas são muito... agradáveis.

_ Sua sacana! Você não essa babaca que todo mundo pensa, não é mesmo?

_ Bom, na verdade...

_ E o que vou ganhar com isso?

_ Talvez Bel fique com ciúmes e veja você de uma forma diferente.

            Depois de virar os olhos., percebo uma faísca em seus olhos. Talvez essa ideia não seja assim tão maluca. Ele já está há um bom tempo separado da Rae, mas, se perceber que ela não está sozinha, vai aceitar o desafio e fazer de tudo para que eles voltem mais rápido. Está na cara que são feitos um para o outro.

_ Não sei. Preciso pensar no assunto.

_ Isso não é um “não”, certo? Você, pelo menos, vai considerar?

_ Tá bom, vou pensar no seu caso. Agente se fala amanhã – ela responde enquanto pega a mochila e joga no ombro.

_ Obrigada, Rae, eu agradeço de verdade. Até amanhã.

 

            Decido me sentar para arrumar os meus pensamentos e minha cabeça não para de rodar. Na semana passada, minha vida era tão normal, previsível. Um dia se juntar ao outro, como uma cena de animação se repetindo várias e várias vezes. Parece que a sena rasgou, e o filme saiu de dentro do projetor. Não tenho ideia do que vai acontecer daqui para frente. O resultado é um misto de excitação e terror. Neste momento, tudo o que posso fazer é manter o projetor rodando e torcer pelo melhor.

 


Notas Finais


E aí, vocês acham que a Rae vai aceitar participar desse plano?
Comentem o que estão achando da história e do que esperam disso tudo> Fiquem a vontade de fazer teorias sobre...rs
até a próxima e baaay!!!


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