História Um sonho de Vause - Fulgura a mesma chama.

- táxi!

Só lembrei de entrar em um táxi, que passava. Informei o endereço automáticamente, em minha mente, imagens das mãos de Alex no corpo nu de Stella! Meu coração disparava movido pelo ódio. Meus olhos encheram de lágrimas. " como ela pode! " eu precisava olhar nos olhos dela e ver por mim mesma, pra que despejasse tudo que estava engasgado desde a nossa última conversa.

Eu olhava sem ver a paisagem de uma bela tarde em New York, tudo que eu queria era dar um soco na cara de Alex.

Ao chegar, o porteiro me reconheceu de imediato, eu disse, sem muito disfarçar a fúria, que faria uma surpresa. Mesmo um pouco desconfiado, me deixou subir.

Sabe aquele momento que voce diz que não sentia o chão sob os pés, esse era um desses momentos.

Toquei a campahia, tal qual a última vez que estivera ali. A porta escura de mogno, o mesmo pequeno ranger por seu peso ao abrir.

Meus olhos encontraram os verdes, atônitos, brilhantes e incrédulos. Era incrível como o ódio podia ser tão intenso como o amor, uma linha tênue.

- Pipes?

A voz rouca e continha uma nota de incredulidade, como se estivesse vendo uma miragem- é você mesmo. ?

" no ódio e no amor fulgura a mesma chama" essa frase agora fazia todo sentido. Movida por vida própria, um tapa foi desferido no rosto magro e bonito da mulher que roubava minhas noites de sono, minhas mãos queimaram também, devido a força do golpe, que a fez colocar a mão no rosto que marcou na hora.

- com toda certeza que sou eu!

Nossos olhos se encontraram. Os meus cheios de fúria, os dela, com um brilho que eu não sabia definir.

- voce voltou quando? Eu não sabia que estava aqui.

Ela falava como se eu não há houvesse agredido, em um gesto inesperado, me segurou pelo braço, me puxando para dentro do apartamento. Uma corrente elétrica conhecida percorreu todo meu corpo, mas eu resolvi ignorar- precisamos conversar, Piper.

- eu não vim pra conversar Alex. Apenas pra te dizer que Stella foi um golpe muito baixo de sua parte. Que talvez pudéssemos até ser amigas, mas depois disso. Definitivamente, não quero mais olhar pra sua cara.

A camiseta branca revelava a pele clara daquela mulher. Não era justo! Ela não devia ser tão atraente assim. Os cabelos negros estavam em um charmoso coque desalinhado, e seus lábios naturalmente rubros se abriam em um sorriso convencido.

- Meu Deus! Voce ainda me ama!

Ela deu um passo em minha direção.

- afaste se de mim, ou...

- ou" O quê? "

A voz ganhava o tom arrogante, próprio dela.

Ela ergueu as sobrancelhas

- você veio a minha porta, me agrediu...

Seu corpo já estava a centímetros do meu a ponto de sentir seu calor. Minha boca secou, eu não podia me deixar seduzir por ela, pela saudade, pela paixão.

- por que à Stella? Por que não voltou pra Amanda.

Seu semblante de repente ficou muito sério e sua voz saiu em um sussurro.

- por que queria te machucar e te esquecer. ..

O hálito soprou em minha boca, me enfraquecendo - Fracassei horrivelmente.

Eu dei um passo pra trás. As mãos me seguraram a cintura. Um desespero se apoderou de mim, ao ver o que íria acontecer. Me contorci pra me livrar do circulo de aço do seu abraço, mas foi inútil, o calor selvagem que tomou conta do meu corpo me sufocava. Vi seu rosto se iinclinar, e a boca quente apoderar da minha em um beijo possessivo. Nossos lábios guerreavam, eu tentava com meu brio e orgulho, afastar a invasão da língua, tudo em vão, ela penetrou, firme e suave, possuindo, me trazendo a recordação de como seu corpo me dava prazer.

- Entregue se

Dizia ela, entre um escape e outro do meu esforço pra não ceder!

- Nunca! Voce fez amor com Stella!

O ódio retomou com a lembrança, ela afastou o vestido do meu ombro e mordeu levemente, ccontrolando, pois eu fazia um imenso esforço pra não deixar aquela boca me devorar por inteira.

- Sexo.

Ela me olhou nos olhos- amor eu só fiz com você.

Me beijou de nuovo, a língua suave penetrou gostosamente em minha boca, eu já não conseguia mais pensar. Senti meu corpo excitado, uma onda de prazer me dominando. Quando fortes batidas na porta assustou a ambas. Foi tudo o que eu precisei pra empurrar Alex longe e abrir a porta, sem me importar com quem estava ali.

Minha surpresa maior foi ver Mia. Às mãos na cintura, uma cara de poucos amigos.

- Vem Piper, eu falei que voce não devia explicações a sua ex. Agora que está comigo-

Eu não entendi nada, mas peguei a mão que Mia me estendia, sai de perto daquele incêndio humano.

Olhei pra Alex, que olhava pra mão de Mia, que segurava a minha de modo possessivo- já conversou o que tinha pra conversar? Agora vamos!

Alex estava petrificada, sem reação.

- Quem é voce?

a voz rouca inqueriu em um sussurro.

- sou a noiva dela.

Mia declarou e saiu, sem dar tempo de esclarecer nada.

Eu, meio que deixei me levar, estava em um torpor pela emoção física de estar nos braços daquela mulher que eu julgava odiar, que eu precisava odiar.

Era isso sentir o controle fugir? Andei sem rumo pela sala, até chegar perto de uma mesa que, sem saber exatamente o que era, joguei tudo no chão, mas eu não estava satisfeita. As mãos no cabelos, o gosto daquela boca que agora pertencia a outra e por minha culpa! Minha! ( mais um objeto quebrado) senti lágrimas quentes inundar meu rosto, a parede me pareceu um lugar mais adequado que minha cama. A alvenaria dura agrediu minhas costas, enquanto eu, miseravelmente ia ao chão em um choro desesperado.

" o que eu havia feito! Ela me odiava agora. E aquela garota, tão jovem quanto ela. Quais seriam minha chance?

A campanhia tornou a tocar, dessa vez era Nicole, que abriu a porta destravada.

- Meu Deus, Alex! O que houve?

O espanto na voz de Nicole me fez pensar na razão de eu está ali. No chão.

- Eu perdi a Piper, Nicky.

Abracei fortemente minha amiga- eu fui tão burra! Tão covarde! Agora a perdi.

Em meus pensamentos apenas a realidade. Eu havia perdido minha vida.