História Um sonho de Vause - Clima frio. ..?

Eu estava já fechando a porta do apartamento de Alex Vause, quando o telefone tocou. Fiquei indecisa ente atender ou não, tinha acabado de colocar Fox no carro que o levaria até a mansão dos Vause, sentiria falta dele, ele só voltaria na terça, e aquela sexta feira o noticiário informou que poderia haver forte nevasca àquela tarde. Num impulso,  corri até o telefone, gelei ao ouvir a voz rouca do outro lado. Era Alex.
-- srta Chapman, sei que não é paga pra isso, então, eu vou considerar um favor pessoal.
Ela explicava rapidamente sobre a apostila, que estaria em seu quarto, e que era de suma importância. Eu não teria aula nessa sexta, devido ao boletim meteorológico, a aulas foram suspensas.
Mas, temia pelo tempo, logo os táxis e transportes públicos estariam suspensos também, ela pareceu ler meu pensamento do outro lado da linha.
-- se está preocupada em como chegar em casa, eu te dou uma carona, já sei sobre o tempo.
-- esta bem, vou pegar os documentos.
Corri até o quarto, eu nunca havia entrado naquele aposento, mas, minha curiosidade era frequentemente atiçada.
Abri a porta e vi de imediato, a pasta mencionada. Estava recostada na cabeceira da cama, por ser uma mala Preta, ficou ligeiramente ocultada pela cabeceira da cama, que lembrava um lago a noite. Eu me aproximei e não resisti, aspirei o perfume que emanava da cama, uma mistura de sândalo com almíscar. Sentia esse cheiro nela sempre que ela perigosamente se aproximava de mim. Não, eu não sabia o que ela estava me provocando, mas, estava cada vez mais fácil não pensar em Larry, ou o casamento, que seria daqui a três meses.
" foco Piper, foco!" Me alertei, saindo do quarto, sem observar mais nada pra não atiçar minha curiosidade já bastante desperta.
Corri até a rua, peguei um taxi, dando o endereço do laboratório. Por ser quase um ponto de referência, o percurso foi fácil, apesar do trânsito esta um pouco lento devido ao êxodo das pessoas fugindo da nevasca anunciada. O próprio taxista disse ser eu a última passageira do dia. Era um senhor de idade, que me desejou sorte na volta pra casa. Eu sorri diante de sua amabilidade.
O laboratório era mais um complexo de agregação, era imenso e imponente. O segurança abriu o portão assim que disse meu nome, ouvi ele também dizer que estava indo pra casa, todos estavam sendo liberados para ficar com suas famílias. Ele me acompanhou até a entrada, se tratava de um rapaz novo de cavanhaque e bigode, branco, não muito alto.
-- e só pegar o elevador até o até o terceiro andar e seguir em frente à partir do corredor.
Ele explicou, eu tinha certa urgência, de repente, poderia pegar um ônibus ou sei lá, algum taxista corajoso...
O local exalava esterilização, havia um perfume de limpeza no ambiente. Mas nada que lembrasse perfumes. A sala com o dizer" diretoria"emplacado na porta  estava entre aberta e uma mulher de certa idade parecia se arrumar pra sair. Eu bati assim mesmo.
Ela sorriu ao me ver e disse colocando a bolsa nos ombros para sair.
-- voce deve ser Piper Chapman, Alex está esperando por voce.
Eu me senti estranhamente apavorada com a ideia de vê la em outro ambiente.
-- A propósito, sou a Sra Marshall-- disse estendendo a mão rapidamente, em um cumprimento breve e disse ao sair-- vê se coloca um pouco de juízo na cabeça daquela obstinada para ir pra casa o quanto antes...
Eu não sabia o que responder, maneei a cabeça assentindo, e logo em seguida bati a porta timidamente. Ouvi a voz rouca que povoava meus pensamentos de forma nada inocente mandar entrar.
Ao me ver, seus olhos percorreu meu corpo desde a touca preta, passando pelo enorme casaco que me engolia até o jeans e as botas longas
Eu, no entanto, via a cientista Alexandra Vause, os cabelos negros preso em um coque com mechas discretas, uma blusa de linho azul e um jaleco branquíssimo trazendo um charme enlouquecedor, mas o que mais me fascinava era aqueles olhos verdes, como de um tigre a espreitar..
eu lhe entreguei a pasta.
-- obrigado srta Chapman, aguarde só uns minutos, enquanto pego as anotações.
E a partir daí, eu nem existia naquela sala. Ela estava tão compenetrada, os minutos se tornou uma hora, e eu lembrei das palavras da Sra Marshall, sobre colocar juízo em sua obstinação.
-- Srta Vause... eu. .
Ela levantou os olhos dos papéis, estreitando, e os abriu imensamente quando deu se conta da situação.
-- deus! Srta Chapman, vamos embora. Esqueci completamente do tempo, vamos. -- ela se levantou rapido, fechando a pasta e caminhando rápido na minha frente. Eu seguia seus passos rápidos e elegantes, fascinada com o poder e a força que emanava dela. Deus!
Eu estava atraída por uma mulher!
Ela nao saiu pela entrada principal, seguindo por outro caminho menos iluminado.
-- pedi pra Morris deixar meu carro aqui, a saída e mais rápida.
Ela explicou ao ver meu olhar curioso pela mudança de curso. Mas ao abrir a porta, fomos atingidas por uma lufada de vento gelado e neve que, quase nos derrubou. Ela seguiu em frente, me protegendo com o corpo. Com muita dificuldade, chegamos até carro, mas, mal se enxergava a saída lateral.
-- mas que loucura estamos fazendo!
Alex sacudiu a cabeça, retornando para o laboratório e trancando a porta.
-- estaremos mais seguras aqui Srta Chapman.
O quê!" Meu íntimo gritou, passar as próximas horas com Alex vause!
A voz calma e rouca não transmitia emoção ou medo.
Mas, eu estava longe de ver Alexandra Vause como cientista ou empresária, e sim a mulher atraente e enigmática que ela realmente era.