História Um sonho de Vause - Pela manhã

Eu ouvi a voz de Alex como um pesadelo, a energia trouxera de volta a Alex fria e prática. Eu a vi levantar e passar as mãos pelos cabelos, eu comecei a fechar minha blusa, ela me olhou, meu rosto queimava de constrangimento.

-- Piper. . Me desculpe

Sua voz era com certo pesar. Eu reuni cada grama de orgulho que me restava e disse.

-- tudo bem, a situaçao nos colocou nesse momento de fragilidade física.

Ela me olhou com irritação

-- é isso que pensa?

Sua voz estava fria

-- é o que aconteceu, não?

Eu retruquei, já magoada demais para demostrar.

Eu me levantei, catando meu casaco, e colocando no outro divã, a temperatura começou a mudar e o frio já não era quase sentido.

-- agora, se me der licença, quero dormir o restante da noite.

Não quis olhar seu rosto, não sei o que estava acontecendo comigo! Eu me recusava a me apaixonar por ela, ela era fria, insensível... e...não, não era! Ela foi doce, gentil, protetora, talvez isso houvesse me levando a ceder aquele encanto, os olhos verdes, os cuidados, céus! Eu iria me casar! E, estava ali, sentido aquilo tudo por uma mulher.

Deitei no divã como uma criança pirracenta, dei as costas a ela, e fingi dormir. Mas, meus pensamentos invocavam as lembranças da boca sedenta à acariciar minha pele, correndo pelo meu corpo, me provocando arrepios de prazer nunca sentidos. Eu sabia que me entregaria a ela sem pestanejar, se a energia não houvesse voltado, eu estaria agora descobrindo onde aquela mulher poderia me levar com tanto prazer só em alguns toque. Senti lágrimas queimarem meus olhos, eu os apertei pra evitar que gotas se formassem. Sem perceber, o estresse, a mágoa foi dando lugar ao cansaço, e adormeci pesadamente..

Uma mão suave balançava o meu ombro para que eu acordasse. Abri os olhos e encontrei os verdes dos de Alex fixos em mim. Eles eram tão intensos que quase derreti diante de seu olhar.

- são 8 horas, e a neve já baixou consideravelmente-- ela prosseguiu diante de meu olhar e meu silêncio-- já deve estar louca pra se vê livre de mim, entao...

Pela primeira vez, me deu vontade de manda-la para o inferno. Quem estava me acordando era ela, quem parecia ansiosa para se livrar de mim, era ela.

-- digo o mesmo, já que é voce que está acordada.

Ela fechou os olhos, virando o rosto.

-- prometi que te levaria até sua casa.

Sua voz estava neutra.

Ela saiu da sala me deixando sozinha, percebi que ela já havia se trocado. Fiz o mesmo, mas eu queria mesmo era gritar com ela, saber o que ela estava pensando. Ela me esperava em sua sala, estava de costas, com as mãos no casaco, voltou-se ao notar minha presença, seu olhar indecifrável, seu jeito imponente, seu charme inegável, e aquela áurea sexual que emanava dela... céus! Eu estava irremediavelmente atraída por ela.

-- está pronta.

Na sua voz, o mesmo tom protetor, eu fiz que sim, e caminhei a sua frente, houve uma hora que ela levou a mão em meu braço pra me guiar, e mesmo com toda a roupa, me senti incendiar. Nossos olhos se buscaram, os verdes intensos, estranhamente enegrecidos, fixos na minha boca, meu coração começou a bater feito louco. Um ruido de celular vibrando quebrou a estranha magia. Ela recomeçou a andar como se estivesse acordando de um transe, na sequência, atendeu o celular

-- sim, estou saindo agora, só liguei o aparelho a pouco tempo, não Samanta, não precisa. Só quero ir pra casa e descansar

Eu ouvi, e deduzi que ela falava com a namorada.

-- esta tudo bem?

Ela só balançou a cabeça afirmativamente, não parecia querer falar sobre o assunto.

Chegamos até o carro, ele já estava ligado. Ela deve ter colocado o motor pra aquecer por conta do frio. Estávamos em silêncio carregado de tensão. Ela abriu a porta e só entrou depois que eu estava acomodada.

-- sua família sabe que ficou dois dias presa pela neve ?

Eu estava curiosa.

-- claro, estão todos cientes e também que estamos bem.

-- eles sabem que eu fiquei presa com Voce?

Eu de repente fiquei surpresa, e ansiosa.

-- falei só com minha amiga e sócia. Nicole, que por sinal deve estar curiosa sobre nós

" sobre nós? " existe um" nós? " quis perguntar, mas ao invés disso, minhas palavras saíram de forma orgulhosa e cheia de desdém

-- mas, não houve nada entre nós!-- ela me olhou estranho, como se estivesse sentido alguma dor, eu prossegui ferina.--fomos pegas de surpresa pela ocasião e só-- ela me olhava, de forma enigmática-- voce tem sua namorada, eu tenho meu noivo. ..

Mãos firmes seguraram meu rosto de repente, me imobilizando, e sem me dar tempo pra uma reação, a boca de Alex calou a minha com fúria.