História Um Tempo de Lobos e Dragões - Jon V

Jon

— "O inverno chegou e os mortos também." — Jon Snow terminou de ler a carta e colocou sobre a mesa. Sansa a pegou imediatamente e os olhos encheram-se de lágrimas quando passou os olhos por cada palavra ali escrita.

"Seu irmão Bran está na Muralha". As palavras se repetiam em sua cabeça. "Aqui não é seguro."

— Nós temos... nós temos...

Sansa mal conseguia falar, levou as mãos ao rosto buscando se recompor. Desde que leu aquela carta pela primeira vez ao lado de Davos e Tormund ele vem tentando acreditar. Leu-a tantas vezes que as palavras se repetem em sua cabeça como uma canção.

"Bran Stark está vivo."

— Temos que mandar alguém ir buscá-lo, Jon, lá é muito perigoso.

— Eu sei disso. — Ele levantou pensativo, tinha uma confusão se formando em sua cabeça, seus olhos encontraram os de Sansa.

— O que está pensando? — A compreensão parecia banhar seu rosto. — Você não está pensando... Jon! É o Rei no Norte!

— Bran é o Senhor de Winterfell, no segundo que ele colocar os pés aqui é por eles que essas pessoas vão lutar. Entende?

— Não. Não pode!

— Preciso ir buscá-lo.

— Mande alguém! Qualquer um, Tormund, Sor Davos, mande alguns dos homens dos Mormont, mande qualquer um deles, mas não vá.

— Em quem eu posso confiar, Sansa? Diga-me! Preciso de Sor Davos aqui!

— Brienne, mande Brienne!

— Eu vou. — Jon decidiu. — Vou trazê-lo de volta e ele ficará a salvo aqui. Brienne está aqui para te proteger e ao seu lado que ela deve ficar. Bran precisa de mim.

— Seu casamento é em alguns dias, terá de adiar.

— Sim.

— A Rainha não ficará feliz.

— A Rainha não poderá fazer nada.

— Está brincando com fogo, literalmente.

Enquanto caminhava pelo salão, Jon avistou Davos ao lado do garoto, Gendry. Eles conversavam amigavelmente, Jon entendia que Sor Davos via nele a esperança que perdeu sobre Stannis. O último Baratheon vivo.

— Sor Davos.

— Jon? — O homem levantou e olhou em seus olhos, Jon sabia que ele desconfiava do que estava acontecendo e sabia que se oporia, assim como Sansa.

— Chame cinco homens bons para marchar até a Muralha ao nascer do sol, os mais confiáveis. Onde está Tormund?

— Se me permite perguntar, quem vai liderar essa marcha? — Jon o encarou com tristeza nos olhos castanhos e Sor Davos não precisou de um nome para compreender. — Deixe-me com você.

— Você é o único que pode tomar as decisões por mim aqui... e Sansa, ouça Sansa. Faça o que ela disser, eu mesmo devia fazer.

No fim do dia, Jon estava sozinho em seus aposentos, sua única companhia era Fantasma que dormia preguiçosamente ao lado de sua cama. Estava quase decidindo sair do quarto quando ouviu uma batida e abriu a porta. Daenerys sorriu ao encontrar seus olhos e ele deixou que ela entrasse.

— Decidi legitimar o garoto, como ele está sobre a proteção do Norte, acho que deveríamos enviar uma carta para Ponta Tempestade, ele será convidado do casamento, os Lordes acharão aceitável.

Jon mordeu os lábios tentando encontrar as palavras certas para dizer a Daenerys.

— Eu precisava mesmo falar com você.

Os olhos dela mudaram de divertidos para sérios em um segundo.

— Aconteceu alguma coisa?

Jon apenas entregou a carta a ela e observou enquanto a lia cuidadosamente.

— Seu irmão Bran?

— Sim, estava para lá da Muralha há um tempo. Lá é muito perigoso, ele é só um menino.

— Enviarei meus homens para buscá-lo e...

— Não, Bran não os conhece. Deve ser alguém que ele conhece e sou o único que pode ir agora.

— Você? Quando?

— Ao nascer do sol.

— E o casamento? — Jon Snow sentiu-se envergonhado e olhou para suas mãos. Sabia que ela compreenderia, podia notar apenas pela mudança em sua respiração.

— Sinto muito.

— Você não pode...

— Ele é meu irmão! Ele não pode andar e está preso naquela Muralha enquanto um exército de mortos marcha para lá. Eu não posso deixá-lo lá, não posso! Ele é o verdadeiro Senhor de Winterfell, não um bastardo como eu.

— Você se martiriza demais por seu nascimento. Olha para mim, me escute, Jon não é um bastardo.

— Sim, eu sou.

— Não para mim. Você é o Jon. Jon...

— Tem que ser eu. — Respondeu triste numa voz rouca com olhos que pedia por compreensão.

— Então será você. Leve alguns dos meus homens, quantos você precisar.

— Vai precisar dos seus homens.

— Também vou precisar de você, mas não estará aqui. — Confessou. — Iremos para as Ilhas de Ferro o mais rápido possível.

Jon balançou a cabeça concordando.

— Meus homens são seus. O Norte lutará por você, eu garanto. Quanto tempo ficará aqui?

— Até tudo ficar pronto, seis ou sete dias.

— Faremos o certo. Nossa aliança ainda está de pé, apenas foi adiada. — Ela balançou a cabeça e lançou-lhe um sorriso triste e afetado. Caminhou até a porta.

— Voltarei agora.

— Não. Fica. — Ele segurou em seu rosto e a puxou contra seu corpo enquanto abraçava sua cintura e pressionava com ternura.

— Fico.

Um sorriso brincou nos lábios dela, podia sentir sua respiração se misturando e um calor os consumiu. Jon acariciou seu rosto com carinho e beijou-a com paixão pela primeira vez. Não podia ir e não fazer aquilo, já a desejava a tanto tempo que mal conseguia desviar seu olhar sempre que ela aparecia.

A mão dela se prendeu em suas roupas e ele a ajudou a expulsa-las de seus corpos o quanto antes num movimento suave e quente. Atirou as roupas para o lado e caíram na cama, excitados e completamente nus. Os lábios de Daenerys eram como mel e flores, macios e doces e causavam-lhe uma sensação reconfortante em cada palpitação do coração. Seus dedos se moviam por seu corpo liso e atraente. Sussurravam e se entregavam enquanto ela o encarava com olhos grandes e sedutores. Ela tocou seu membro e penetrou-o fazendo as sensações levá-la para longe enquanto tremulava de prazer e ele apreciava o deleite.

Dentro dela e com ela, tudo ao seu redor era ela. Jon Snow desejou não sair do lado dela, mas precisava.

Mais tarde estavam deitados um ao lado do outro. A mão dela aberta sobre seu peito e seu braço segurando seu corpo para mais perto sentindo sua suavidade nele. Sentia a respiração dela com delicadeza em seu peito, a pele pálida dela na dele ainda desejosos por mais. Jon queria morder cada pedaço de sua pele, queria beijá-la em cada canto de seu corpo e queria não ter que sair daquele quarto nunca.

Ela agora tocara seu cabelo contornando um dos cachos em seus dedos hábeis.

— Faremos isso todas as noites quando nos casarmos. Será meu, Jon, para sempre. — Murmurou Dany contra seu corpo.

— E você minha.

— Sim, eu sou dele, e ele é meu.

— Eu sou dela, e ela é minha. — Eles falaram juntos os votos do matrimônio. — Logo diremos essas palavras um para o outro para todos ouvir, até lá ela será dividida apenas entre nós dois. — Jon Snow olhou para baixo, em seus olhos azuis e sorriu. — Você tem tantos nomes, eu realmente não sei por qual deles te chamar.

— Me chama de meu amor na frente dos outros. De Dany quando precisar de algo. Me chame apenas de Daenerys quando estivermos brigando. Me chame de minha querida quando quiser ser carinhoso, ou quando quiser carinho. E quando estivermos na cama, apenas nós dois como um só, me chame de Lady Snow. Sempre que alguém o chamar de Lorde Snow, eu serei a sua Lady Snow. Sou o que você é Jon.

— Meu amor. Daenerys. Dany. Minha querida.  — Ele beijava seus lábios com ternura puxando seu corpo para cima enquanto ela colocava as pernas ao redor dele e se encaixavam um no outro perfeitamente como um só. — Lady Snow.

Murmurou sem ar em seu ouvido.

Ela mordeu os lábios rosados e gemeu enquanto mais uma vez se entregavam a um sentimento bom que crescia forte em seus corações.