História Um Tratado de Honra - O Novo Rei de Luvier...

Por Favor Leiam as Notas Inicias. 

POV—Princesa Cecília

Como o Príncipe conseguia ser tão teimoso, havia duas semanas que não conversávamos, mas não pude evitar perguntar aos serviçais qual era seu estado, pelo que compreendi, ainda estava se recuperando, mas já apresentava melhoras. Já estava comandando o reino como um verdadeiro Rei.

Não fui nem mesmo visita-lo, eu queria, mas não podia ceder, tinha medo de ir vê-lo e novamente passar por toda aquela discussão sobre o casamento, era verdade que já havia se passado muito mais tempo que o necessário para um noivado real, mas não podia deixar de pensar no estado de sua saúde.

Eu tinha esperanças de que fosse o Príncipe a vir me procurar, mas pelo que Tio Edgar me contou provavelmente sua teimosia iria muito além.

Mas enquanto não estivesse completamente curado, não iria fraquejar, e nem mesmo ir vê-lo. Sentia falta de suas caricias, toques, beijos, mas iria me manter afastada.

Como passei muito tempo em meus aposentos, para não correr o risco de encontra-lo em meio aos corredores, havia pensado muito na questão de quem deveria governar meu reino, apesar de não querer envolvimento, Luvier ainda fora onde havia crescido, ainda tinha vagas lembranças de meus pais e isso me fazia falta.

Eu precisava de alguém fiel e que saberia como cuidar de meu povo, não como meu irmão, era apenas angustia e humilhações diárias para ele.

Eu sabia quem seria a melhor opção para Luvier, alguém justo e com honra, e conhecido pelo povo.

Nesse momento ouvi batidas na porta de meu quarto.

— Entre. —Eu disse com certo cansaço na voz.

Pude ver Lanna, com um grande sorriso e muito animada, sorri para ela.

— Desculpe-me atrapalha-la Alteza, mas preciso de seus concelhos, sei que não posso pedir algo assim, mas estou perdida. — A moça falava exasperada.

Nesses tempos em que fiquei afastada de August, me aproximei de Lanna, ela estava quase se tornando minha Dama de Companhia, havíamos nos tornado muito próximas, foi a única amiga que tive em muitos anos, e isso me agradava, mas ainda sim ela sempre se desculpava e mesmo eu dizendo para me tratar com menos formalidades, a mesma ainda não perdera o habito.

— Lanna já disse que pode me pedir o que quiser. Se eu puder ajudar, claro que irei. — Eu disse e a mesma sorriu, era muito tímida.

— Eu recebi uma carta! —Ela disse como se não pudesse mais se conter. —Foi de um homem. —Essa parte pareceu sair como um sussurro. — Ele me elogiou, e me disse coisas lindas. Queria saber se Vossa Alteza me ajudaria a escrever uma resposta? — Ela parecia muito feliz, e eu me senti honrada com seu pedido. Era maravilhoso se senti cortejada, eu podia ver o brilho em seus olhos.

— Claro, será uma honra, mas quem foi o admirador? — Eu perguntei curiosa, e ela ruborizou e tirou um pequeno papel do bolço de seu vestido simples.

— Ele é lindo, e é mais velho, uma boa pessoa. — Ela disse sorrindo e eu sorri para ela. — E a Vossa Alteza conhece. — Agora eu fiquei curiosa.

Ela estendeu a mão e me entregou o papel, era uma escrita simples e não muito grande.

“Meu tempo parou quando te conheci. Sua beleza extrema me cativou, fico muito feliz quando recebo seus lindos sorrisos. Fico me imaginando caminhando ao seu lado. Sempre penso na Senhorita quando vejo as rosas do jardim. Gostaria de saber se passearia comigo pela cidade qualquer dia desses. Espero uma resposta. Ezequiel.”

Sorri, ao imaginar Ezequiel escrevendo este bilhete, ele nunca fora muito bom com palavras então deve ter se empenhado. Lembro-me quando eu era pequena e estava aprendendo a ler e escrever com um professor do reino, ele aproveitara para tomar algumas aulas, era seu sonho ler muitos livros, eu adorei a ideia de ter alguém me acompanhando nas aulas, então meu pai providenciou os materiais para ele, apesar de ter muita dificuldade pela sua idade, ele ainda se esforçava muito, e pelo visto tinha conseguido bons resultados.

— Fico muito feliz Lanna, é uma moça muito bonita não me surpreenda que chamasse atenção de Ezequiel. —Sorri para a mesma que ficou um pouco envergonhada. — Vamos temos que escrever uma resposta à altura. — Eu disse me dirigindo a minha mesa e pegando um papel decorado de carta, uma pena e o tinteiro.

Passamos um bom tempo escrevendo a resposta, Lanna estava adorando tudo conversamos ate mesmo sobre casamento, expliquei para ela como me sentia em relação ao Príncipe, ela me ouvia e compreendia tudo. Brincamos sobre como seria um casamento dela e de Ezequiel, e colocamos na carta o dia e o horário para um passeio na cidade.

Fiquei satisfeita ao perceber que a mesma retribuía os sentimentos de Ezequiel, ele fora para mim o irmão que Eric nunca se mostrou ser, apesar de ser meu cocheiro nunca havia lhe colocado muitas regras, mas mesmo assim ele sempre me ajudava e me acompanhava.

Agora eu tinha Certeza.

POV—Príncipe August

Estava indo para meus aposentos, quando vi Lanna sair sorridente do quarto de Cecília, ela passou por mim com uma referencia e saiu correndo em direção ao jardim.

Fazia um bom tempo desde que não via minha futura Rainha, era estranho como eu subitamente me tornara dependente de seus carinhos, sua presença, suas palavras.

Apesar de estar completamente curado ainda sentia alguns efeitos do veneno sobre meu corpo. Estava me cansando mais facilmente o que me fazia ir dormir mais cedo, e levantar mais tarde.

Encostei-me a uma janela perto da porta do quarto da Princesa e fiquei ali pensativo, sabia que ela ainda estaria irritada com a nossa ultima conversa. Eu queria apenas garantir que ela teria uma boa vida e que cuidaria do meu Reino, por este motivo queria adiantar o casamento, pouco me importava se eu iria aguentar ou não, mas não iria deixa-la, sem um futuro, para minha sorte suportei o veneno, e agora provavelmente em poucas semanas já estaria curado.

Mas para que voltasse ao normal eu precisaria vencer meu orgulho e me desculpar pelo ocorrido, eu realmente fora insensível naquele dia, agindo como se estivesse predestinado à morte, ainda falei coisas que eram muito idiotas para se pronunciar a uma Dama, como a Princesa Cecília.

Caminhei ate sua porta, eu queria vê-la, precisava, bati calmamente, e pude ouvir sua voz.

— Entre. —Era reconfortante ouvi-la novamente.

Adentrei o cômodo, e ela estava sentada em sua penteadeira, com os cabelos de lado, me olhou pelo espelho se virou, levantou-se e caminhou ficando em minha frente. Ela me fitava com aqueles olhos claros, sabia que era para verificar se eu estava bem, apenas sorri para ela, apesar de parecer seria ele retribuiu o sorriso. Aproximei nossos corpos e peguei sua mão deixando um leve beijo na mesma.

— Me Desculpe. —Falei e ela pareceu surpresa, mas abriu um sorriso mais largo ainda.

— Desculpo, mas quero que saiba que só me casarei quando estiver certa de que já esteja completamente curado e livre do veneno. — Ela disse séria, mas parecia prestes a desabar. Assenti com a cabeça levei minha mão seu rosto e deslizei até chegar a seu queixo.

Colei nossas bocas em um movimento rápido e delicado, era um simples tocar de lábios, mas eu já estava sentindo todo meu corpo esquentar, fazia tempo que não tínhamos um contato assim, e eu sentia falta, então usei minha língua para adentrar em sua boca e começamos um beijo calmo, ate se tornar mais afoito, eu passeava por sua boca enquanto uma de minhas mãos foi para sua cintura e a que segurava sua mão foi para sua nuca, colei mais ainda nossos corpos, não parei o movimento do beijo, comecei a dedilhar meus dedos em sua cintura, ela trajava um vestido comum, estava fazendo muito calor então não era nada muito pesado, eu estava adorando aquilo.

Senti uma de suas mãos se apoiando em meu tórax enquanto a outra passeava pelos meus cabelos. Eu sabia que ela desejava tanto quanto eu.

Paramos por falta de ar, mas não nos separamos, encostei minha testa na sua e fiquei observado sua respiração pesada.

— Desejo ficar assim por um bom tempo. — Eu lhe disse e ela assentiu. —Mas ainda temos assuntos reais a tratar. — Disse por fim, nos separei e a levei para se sentar em um divã perto da sua cama.

— E quais seriam esses assuntos? — Ela perguntou-me.

— Tem que decidir o que ira acontecer em seu reino, não pode deixa-lo sem um regente. — Eu disse e observei sua expressão calma.

— Já tomei minha decisão, logo Luvier terá um Regente. — Ela disse e eu fiquei mais calmo. — Mas não vamos falar disto, como está se sentindo? — Ele me perguntou preocupada enquanto passava sua mão em meu rosto.

— Já estou muito melhor, creio que podemos começar a fazer os planejamentos para nosso casamento, para daqui um mês o que acha? — Eu disse, animado e ela riu.

— Por que te tanta pressa? Gostaria de saber para que tanta animação. — Ela disse em meio a sorrisos. — Me aproximei e sussurrei em seu ouvido.

— Quero que seja somente minha logo. — Eu disse e seu rosto tomou uma tonalidade forte de vermelho.

Fiquei encantado com sua beleza desde o momento que a vira, naquela noite em meu jardim, mesmo estando aos trampos por ter pulado de sua carruagem, ela ainda sim estava maravilhosa.

Não resistir e iniciei outro beijo, intenso, ela se apoiava em meu corpo, e eu a mantinha em meus braços.

Ficamos assim em meio a beijos ate a noite começar a cair.

POV—Princesa Cecília

August tinha acabado de sair do meu quarto, havia se passado um bom tempo e havíamos nos beijado tanto, meu coração estava seguindo um ritmo muito acelerado.

Troquei meu vestido por uma túnica leve para dormi, então fiquei pensando em tudo, agora mais do que antes eu tinha certeza, iria me casar com o homem que roubou completamente meu coração, eu nunca estivera antes com tanto desejo com estava agora, e o casamento estava cada vez mais próximo.

Adormeci com esses pensamentos.

Acordei com leves batidas na porta, o sol já reluzia nas persianas, observei uma serviçal entrar, me desejar bom dia e deixar meu café da manha a mesa próxima a minha cama, e depois sair.

Estava acostumada com Lanna realizando essa tarefa, mas me lembrei de que lhe dei folga para que pudesse sair com Ezequiel.

Após fazer minha higiene e tomar meu café, fui dar uma volta pelo castelo, encontrei o Príncipe conversando com alguns guardas, o mesmo me convidou para dar um passeio a cavalo, aceitei e assim fomos.

Passamos o dia conversando e visitamos o mercado do reino, eu podia notar que as pessoas gostavam de August e isso mostrara que ele seria um bom Rei.

Visitamos mais alguns lugares e decidimos voltar quando já estava começando a entardecer, aproveitei e contei meus planos para com Luvier. Ele pareceu gostar e disse que me ajudaria.

Chegamos ao castelo, me despedi e fui para meus aposentos, para que pudesse me limpar e preparar para a ceia.

Avistei Lanna parada a frente de minha porta e quando me viu, veio em minha direção correndo sorrindo.

— Creio que teve um bom passeio pelo que vejo. — Eu disse já que a mesma não parava um minuto.

— Eu... Ai... Ele é... Maravilhoso, ele me deu rosas e me disse coisas bonitas, elogios e... Ah... Ele foi ate minha mãe, perguntar sobre a minha mão, Alteza... — Ela dizia euforicamente, sorri em vê-la feliz.

— Ele pediu sua mão? — Eu perguntei animada.

— Sim, sim, veja. — Ela mostrou o lindo anel em sua mão, era simples, mas maravilhoso.

Sorri para ela, agora tudo daria certo.

POV— Tio Edgar

Não acreditei no pedido que a jovem Princesa estava me fazendo, e logo tão cedo de manhã.

— Preciso de um bom vestido, um banquete deve ser preparado, precisamos arrumar o salão de festas, devemos convidar quantas pessoas? — Eu tentava assimilar suas palavras.

— Mas não entendo minha querida, pensei que o casamento com August seria apenas em um mês. — Eu dizia não estava entendendo mais nada, eles iriam me enlouquecer desta forma, eram beijos, brigas, cancelavam casamento, e agora iriam se casar em uma semana? Que diabos esta acontecendo?

— Oh, não, não, não é ao meu casamento que me refiro. — Ela disse e eu estava mais perdido ainda. — É o de Lanna e Ezequiel. — Ela disse sorrindo.

Em primeiro eu fiquei surpreso, mas depois extremamente feliz, então o rapaz tinha conseguido, homem esperto e de sorte, tratou logo de não perder tempo. Eu o havia ajudado a escrever um bilhete para a moça, mas não sabia que teria uma resposta tão repentina.

Então os dias se passaram rápido, a Princesa corria com Lanna para todos os lados, as pessoas do castelo estavam felizes.

Senti-me mais radiante ainda para o que a Jovem Princesa havia me pedido para fazer, seria seu presente de casamento.

Apesar de não ser um cerimonia exuberante, tinha tudo do bom e do melhor.

Na presença do Papa e dos moradores de Luvier e Vlastóvia, deu-se inicio a cerimonia.

Lanna estava esplêndida, em um vestido de cor clara, ela e Ezequiel estavam com Túnicas em um tom creme.

Eles estavam felizes, juraram amor eterno e trocaram votos, ouve toda a sequencia de tradições para com os casamentos.

Mas antes de começar as festividades. A Jovem Princesa Cecília, pede atenção de todos.

— Gostaria de dizer algumas palavras aos recém-casados. — Ouve um silencio no salão. — Bem eu me sinto muito alegre por presenciar a felicidade de duas pessoas importantes para mim. Ezequiel sempre esteve ao meu lado cuidando de minha segurança desde que eu era uma criança bem levada, foi meu irmão mais velho todo esse tempo, mesmo não sendo de sangue, mas com certeza de coração, e Lanna minha querida amiga, eu nunca soube o que era compartilhar segredos, fofocar e me divertir como pude nesses últimos meses. Então além da minha gratidão quero oferecer meu presente de casamento aos dois.  Aqui com todos os presentes eu Princesa Cecília de Luvier deixo a regência deste reino para que assim possa ser passada a coroa para o Novo Rei Ezequiel e a Nova Rainha Lanna de Luvier. — Ouve uma salva de palmas eu já havia arrumado os papeis as coroas e todo o procedimento, como a Princesa havia me pedido, todos saudaram o Novo Rei e a Nova Rainha, que estavam bastante emocionados e felizes, agradecendo a Princesa.

E assim ouve a coroação, e deram inicio a minha parte favorita, já estava com minha taça de vinho na mão quando anunciaram as festas.