História Um Único Destino - Era você?

POV. Ana

Minha vida deu um salto tão grande que eu quase não consigo respirar, passaram-se dois meses do meu aniversário e aquele foi praticamente o último dia sossegado na minha vida, depois disso foi correria de uma lado pro outro, o reitor me deu um licença para poder dar atenção ao meu livro e por falar em reitor no final das contas ele não se abalou com o meu livro aquela noite ele apenas queria um autógrafo em seu exemplar para a sua filha de 15 anos que tinha acabado de ser assumir lésbica pra ele e ele queria mostrar que estava tudo bem com o assunto (belo exemplo de pai) não seria uma leitura que eu indicaria para uma menina de 15 anos afinal a indicação etária era 16 mas o que é 12 meses né? Mas isso explica bem a aceitação dele pelo assunto, as palavras dele também foram as mais lindas, as palavras que eu queria ter escutado quando me assumi.

“Não vou mentir e dizer que consigo entender 100% mas amo a minha filha acima de qualquer coisa, sempre fui muito próximo dela e não será agora que irei me afastar, pelo contrário”  

Queria ter ouvido metade disso, mas pra minha mãe eu sempre fui a garotinha estranha que preferia ficar em casa jogando vídeo game do que sair e arrumar um namorado.

Voltando ao assunto estou voltando do Sul do país onde fiz lançamento em cinco cidades e passei duas semanas fora de casa tudo que mais quero no mundo é chegar em casa e abraçar a minha namorada e parar de namorar pelo whatsapp, minha vida tava uma constante ponte aérea e a Mel não podia vir comigo por causa dos estudos e trabalho o que nos restava era morrer de saudade. A viagem do Sul a Fortaleza dura em média umas 4 ou 5 horas sem escalas e eu estava simplesmente exausta que entrei no avião e dormi acordei quando a comissária veio me avisar que o aviso de colocar o cinto estava acesso ou seja nós já estávamos chegando ao destino eu finalmente dormiria na minha cama hoje à noite sentindo o quentinho da minha namorada ao meu lado, sim estou sentimental hoje.

Cheguei no aeroporto de Fortaleza às 15h42 assim que desci da aeronave parecia que estava saindo do polo sul e descendo diretamente no inferno, o termômetro do aeroporto estava marcando 31° graus mas a sensação térmica de quando sai pra pegar um taxi na frente do aeroporto era de pelo menos uns 50° graus, moro super distante do aeroporto logo levei quase uma hora pra chegar em casa, mas depois de muita luta finalmente eu estava em casa, era bem dia de faxina a dona Marisa arrumando e aspirando tudo, a Mel não estava em casa provavelmente no estúdio e estava morrendo de fome e quase tive um orgasmo sentindo o cheiro do café que a dona Marisa estava fazendo.

- Fiquei sabendo que você ia chegar hoje, fui logo fazendo o café. – Disse ela – Menina tu tá muito magra ninguém vive de livro não viu, vá comer.

- Tô magra nada. – Falei rindo – Vou tomar um banho e volto pra tomar esse cafezinho.

- Vou descer e comprar uns pães por que você tem que comer.

- Vai ficar de implicância no meu peso agora? – Falei ainda rindo e fui pro banho naquele calor eu estava com vontade tomar banho com água da geladeira.

Depois que sai do banho ainda enrolada na toalha peguei o meu celular pra avisar pra Mel que eu já havia chegado.

[17:05] Ana Moura: Como assim você não está em casa esperando a sua mulher chegar de viagem? :D

Ela que estava online respondeu rapidamente.

[17:05] Amor ♥: Chegou? Sério? Ai amor desculpa eu ia tá em casa sim, mas apareceu job e não tive com sair do estúdio.

[17:06] Ana Moura: Tudo bem podemos continuar namorando pelo whatsapp.

[17:06] Amor ♥: É, vai pensando mocinha hoje vc não me escapa não em

[17:06] Ana Moura: Estarei esperando pelada. Hahaha.

[17:07] Amor ♥: Olha mulher vc não brinque com o meu coração desse jeito ele é frágil

Vesti uma roupinha leve e confortável e voltei para a cozinha pra tomar aquele café que tinha me dado água na boca, chegando lá a dona Marisa não só tinha comprado pães como tinha trazido a padaria junto, tinha pão, sonhos, bolo, coxinhas.

- A senhora ta querendo me engordar mesmo em? – Falei

- Minha filha pra você engordar vai ter que tomar muito biotônico viu.

- Cadê a Dany dona Marisa? – Perguntei sentando e já me servindo de café e me permitindo aos prazeres da gula.

- Menina Dany tá no quarto desde de cedinho saiu só pra tomar café e voltou.

Ah é esqueci de contar que o tratamento da Dany chegou naquele estagio bem critico que você nunca sabe quando vai ter um dia bom, a radiação no corpo dela já estava bastante forte o lado bom é que estava quase no final

- Ela diz que ta tudo bem, mas quando eu tava ali passando uma vassoura no corredor ouvi ela chorando no quarto. – Completou a Dona Marisa sobre a Dany.

- Essa doença é simplesmente desgastante mesmo, o emocional da pessoa fica despedaçado. – Falei

- Uma moça tão bonita né? – Disse ela sentando na mesa e comendo bolo – Pra você ver né? Tá gente ruim no mundo e as coisas ruins só acontece com gente boa.

- Nunca foram ditas palavras tão verdadeiras viu?! – Falei

Depois do café fui pra varanda ler meus e-mails e fumar um cigarro, logo que abri minha caixa de correio eletrônico tinha um e-mail do Fred aquele meu amigo inglês, eu havia mandando um exemplar do meu livro pra ele e provavelmente era um e-mail falando o que tinha achado e agradecendo talvez, amo essa cordialidade que os ingleses, o e-mail estava todo em inglês mais vai a tradução.

“De: Fred Donney
Para: Ana Moura

Querida Ana bom dia.

Recebi seu livro e o devorei inteiro em duas semanas e meu Deus que obra maravilhosa de ler é essa, o texto é leve de uma escrita sublime, quanto mais você vai lendo mais sede por mais se tem, quero o volume 2 diz pra mim que terá uma continuação ou irei ao Brasil pessoalmente te espancar. Outra coisa que ia dizer é que sua ex está nesse exato momento lendo e também adorou e perguntou se tem alguma referência dela que achou pelo menos três. E o último ponto que queria acentuar é que estou namorando o jovem filho dono de uma das mais conceituadas editoras da Inglaterra e eu consegui pra você com exclusividade um tiragem do seu livro em inglês e lançado aqui, claro que a princípio é apenas uma pequena tiragem mas se você se interessar tenho certeza que será a primeira de outras várias.

Aguardo retorno seu com a resposta e vem me visitar.
Beijos

Fred.”

Eu praticamente tive um troço lendo o e-mail como assim meu livro sendo lançado na Inglaterra algo que eu não consegui imaginar nem nos meus melhores sonhos (ok, já sonhei sim) mas jamais imaginei, eu tô surtando, eu tô tremendo eu estou simplesmente enlouquecendo. Era muita coisa pra processar apesar de ser um sonho a editora aqui no Brasil detém os direitos autorais de lançamento e não sei se eu poderia lançar em qualquer outro lugar eu teria que falar com o Yuri primeiro mas eu tinha que responder esse e-mail, mas antes eu só precisava parar de tremer e então comecei a digitar.

“De: Ana Moura
Para: Fred Donney

Querido Fred,

Quase tive um ataque cardíaco quando li seu e-mail seria esse o meu sonho se realizando?
Fiquei muito feliz com a noticia, bastante realizada em saber que estou fazendo sucesso entre vocês mesmo de longe, porém preciso fazer com a minha editora sobre um possível lançamento internacional acredito que não será problemas mas antes de qualquer coisa preciso confirmar, por favor segure essa proposta pra mim até que eu resolva tudo por aqui e não posso deixar de dizer que estou muito grata a você por essa oportunidade.

Em breve volto a entrar em contato, e vou com certeza visitar você espero que lançando o meu livro em terras inglesas.

Beijos

Att Ana.”

Apertei enfiar e fiquei roendo as minhas unhas na varanda e acendia aquele cigarro tão merecido, quando escuto a voz da Mel atrás de mim.

- Não ia me esperar pelada? – Perguntou ela se aproximando e me dando um selinho. – Tá roendo a unha? O que houve patricinha? – Perguntou rindo

- Ei, não sou patricinha e estou muito nervosa você nem vai acreditar no aconteceu.

- O que?

- Olha isso aqui. – Falei entregando o laptop pra ela ler o e-mail que o Fred tinha me enviado.

- Pelos deuses amor isso é maravilhoso, vai rolar né? Meu Deus eu tenho uma namorada conhecida mundialmente vou ter que treinar como te salvar das suas fãs loucas em inglês. – Disse ela.

- Não é maravilhoso? Mas eu tive que responder que não sabia se ia rolar.

- Como assim? Tem que rolar você ta maluca, você sempre disse que queria fazer algo grande na vida, isso é grande, é gigante.

- Eu sei, mas eu tenho um contrato com a editora aqui, não sei se vão liberar direitos pra outra mesmo que não seja aqui.

- Ah mas tantos livros são publicados por diversas editoras amor.

- É mas nesse caso eu assinei um termo de exclusividade.

- POR QUÊ? – Ela meio que gritou

- Era uma boa proposta e nós estávamos precisando de um carro novo. – Falei sorrindo porém sem graça.

- Foda-se o carro a gente anda de ônibus rasga esse contrato se for preciso. – Disse ela tomando o cigarro de mim – Eu vou ter uma J.K. Rowling como namorada nem que eu precise tocar fogo naquela editora.

- Por favor não vamos fazer nada ilícito. – Falei rindo

- Eu to brincando tá? – Disse também rindo. – Agora falando sério, você precisa conversar com esses caras, essa é uma oportunidade única. – Disse ela e seu celular começou a tocar e ela simplesmente olhou e ignorou.

- Não vai atender?

- Não, é o Liam ele tá me enchendo a três dias por causa da Dany.

- Esses dois em? A propósito como está ela?

- Você ainda não a viu? – Perguntou ela e eu apenas neguei com a cabeça. – O cabelo dela já tava caindo né? Mas ela deu uma de Camila em laços de família e cortou logo tudo.

- MENTIRA. – Falei, meio que gritei

- Verdade, um dia ela voltou da quimioterapia e viu o que o cabelo tava caindo muito surtou se trancou no quarto e quando voltou tenha retalhado o cabelo, ai depois o Liam trouxe a maquina dele e eu achei ai rapar tudo.

- Faz um bom tempo que cheguei e a dona Marisa disse que ela está trancada no quarto desde manhã.

- Por falar em quarto. – Disse ela me olhando cheia de saliência no olhar caminhou até mim e sentou no meu colo, beijou meus lábios e com a boca ainda grudada na minha falou – Que saudades que eu to de você. – Disse ela me beijando de língua bem demorado, sua mão agarrou a minha nuca e me pressionou ainda mais sobre a sua boca enquanto as minhas apertavam suas cintura, aquele beijo tava tão quente que começamos a respirar mais forte, soltar uns gemidos então a minha mão deslizou pra bunda dela, a sua mão por sua vez entrou em baixo da minha blusa que encontrou meu seio nu onde ficou acariciando deixando meus mamilos durinhos até que nos lembramos que estávamos na varanda e eu não estávamos sozinhas em casa e paramos ao mesmo tempo – Vem pro quarto comigo. – Sussurrou ela me olhando fixamente, levantou e me estendeu a mão, segurei em sua mão e fomos em direção ao quarto.

Chegamos no quarto sem que qualquer palavra fosse pronunciada ela pulou em cima de mim fazendo suas pernas entrelaçarem a minha cintura e voltou a me beijar com paixão sua língua brincava com a minha enquanto as minhas mãos estavam agarrando sua bunda, caminhei até a cama e a deitei, fiquei por cima dela de quatro e ela me puxou pra continuar me beijando e começou a tirar a minha roupa e eu fiz o mesma com ela, logo estávamos a duas sem roupas, ela virou e ficou sentando em cima de mim pegou minha mão direita e chupou meu dedos depois fez a minha mão deslizar sobre sua barriga até encontrar o seu sexo que já chamava por mim, comecei a toca-la de levinho enquanto vi ela morder aquele lábio e tocar seus próprios seios, ela começou a rebolar na minha coxa seguindo o ritmo em que eu ia a tocando ficando assim cada vez mais molhada a minha perna já estava completamente molhada pela sua excitação.

- Me come meu amor vai... – Disse ela no meio de um gemido e atendendo ao seu pedido gostoso deslizei os meus dedos pra dentro dela, ela veio e ficou de quatro de cima de mim, me dando acesso ao seus seios que ficaram bem em cima do meu rosto e eu lógico comecei a chupa-los enquanto enfiava meus dedos nela cada vez mais rápido os meus movimentos simultâneos estavam fazendo ela ficar louca, ela estava gemendo tão gostoso que eu já começava a sentir algo escorrendo de mim sem nem ao menos ter sido toca, e quase lendo os meus pensamentos ela se equilibrou em uma mão só e a outra desceu pra encontrar o meu sexo e eu estava mais sensível do que imaginei quase senti uma corrente elétrica percorrer o meu corpo quando ela me tocou, ela ficou brincando sobre o meu clitóris uns segundos até que desceu um pouco mais a mão e me penetrou rápido e com força eu tive um solavanco pra traz com esse ato, ficamos literamente nos fodendo.

Ela se debruçou um pouco mais sobre mim e mordeu o meu lábio com força e puxou doeu e eu reclamei.

- Aiiii. – Mas logo depois voltei a gemer, ela largou o meu lábio e foi até o meu pescoço onde mordeu e novamente puxando fez doer e eu novamente reclamei – Ai amor, tá querendo arrancar um pedaço meu?

Ela apenas sorrindo começou a me penetrar mais forte e mais rápido que eu esqueci das mordidas e apenas comecei a ficar muito ofegante gemendo e sentindo uma corrente percorrer meu corpo, não fiquei pra trás e comecei a fazer o mesmo nela, intensifiquei ainda mais a velocidade da minha mão e logo estávamos as duas completamente molhadas pelo suor e êxtase que estávamos, o ar condicionado do quarto estava desligado fazendo sua pele brilhar sobre a minha e antes mesmo que ela atingisse o seu clímax eu gozei e o meu braço deu uma pequena morrida nesse momento eu tentei manter o ritmo mas ficou meio difícil, meu corpo estava realmente precisando disso.

- Vira de costas. – Disse ela sussurrando no meu ouvido ao perceber que eu tinha diminuído a intensidade

- Mas amor... – Eu ia dizer “por que você que precisa gozar e de costas não vou poder fazer isso, mas ela me impediu fazendo”.

- Shiu, vira de costas. – Eu apenas obedeci.

Virei de bruços e ela sentou sobre a minha bunda, exatamente sobre a minha bunda, ela deitou sobre mim senti seus seios tocando as minhas costas e eu senti um arrepio correr a minha espinha fiquei completamente arrepiada e ela novamente sussurrando falou:

- Eu vou gozar na sua bunda. – Isso foi tão erótico que eu gemi.

Ela afastou um pouco as minhas nádegas e sentou exatamente no meio e eu consegui sentir o seu sexo completamente molhado sobre a minha bunda e então ela começou a subir e descer, ficou esfregando seu sexo completamente excitando na minha bunda pra cima e pra baixo e eu não estava acreditando como aquilo era gostoso, ela começou a rebolar, agarrou no meu cabelo e puxou fazendo a minha cabeça ir pra trás e então mordeu novamente bem forte o meu pescoço e sussurrou.

- Gostosaaaa. – Assim mesmo um gotosa bem demorado e eu comecei a gemer junto com ela, pude sentir quando ela começou dar indícios de que estava perto de chegar ao orgasmo quando sua respiração acelerou junto com seus movimento e ela puxou ainda mais forte o meu cabelo até com o gemido alto ela gozou bem no meio da minha bunda e nossa aqui foi realmente muito bom, ela caiu ao meu lado ainda respirando muito forte com a boca aperta e depois sorriu pra mim.

- Onde você aprendeu isso meu Deus? – Perguntei

- Deu vontade de fazer e fiz. – Disse ela – Gostou?

- Nossa eu fui à loucura aqui.

- A recíproca é totalmente verdadeira.

- Você vai me matar um dia em – Falei dando um selinho nela

- Só se for de prazer – Disse ela retribuindo o selinho – Meu Deus que calor, só agora to vendo que o ar tá desligado.

- É a vontade de arrancar a minha roupa era maior do que dar tempo de ligar né.

- Você falou tudo meu amor. – Disse ela pegando o controle do ar no criado mudo e ligando.

- É melhor um banho né?

- Sim, posso não ir pra faculdade hoje e ficar agarradinha com você?  - Perguntou ela fazendo biquinho.

- Eu normalmente não incentivo isso mas hoje, por favor faz isso sim.

- Sem contar que a professora que está substituindo você é um pé no saco. – Disse ela revirando os olhos.

- É mesmo? Quem é?

- É uma tal de Jacqueline Feitosa.

- Ah nossa concordo com você, ela é um saco.

Ficamos conversando sobre como estava as coisas na faculdade e no trabalho dela ficamos conversando por horas deitadas na cama abraçadinhas e completamente nuas até que escutamos nossos estômagos reclamar por falta de comida, fomos pro banho e já passava das 20h simplesmente não vimos a hora passar, era bom estar em casa nos braços do meu amor.

POV. Melissa

Que bom que a Ana está de volta eu já não aguentava mais de saudade, a dependência que eu tinha nela era uma coisa surreal e espantoso mas o lado bom é que parece que ela se sente exatamente igual, depois de um ótimo sexo, de ficar abraçadas conversando, banho e jantar estamos juntinhas no sofá tomando sorvete de chocolate, o interfone tocou e a Ana foi atender, vi quando ela autorizou alguém a subir e voltou pro sofá.

- Quem era? – Perguntei

- O Liam. – Disse ela

- Sério, ele teve mesmo coragem de vir aqui? Esse garoto não tem amor próprio.

- O que aconteceu entre ele a Dany de fato? – Perguntou ela tomando o pote e a colher da minha mão.

- Depois que a Dany cortou o cabelo ela surtou geral e disse que não queria mais vê-lo e que só tinha usado ele pra sexo enquanto ela ainda podia fazer. – Falei tomando o pote de volta. – Você sabia que ela vai passar um ano sem sexo depois da cirurgia.

- Nossa tudo isso? – Perguntou ela, a campainha tocou e ela foi atender

- Ana que bom que voltou não aguentava mais a Melissa chorando por que você tava longe. – Disse ele abraçando a Ana, veio até mim e me deu um beijinho na testa – Tá explicado por que faltou aula hoje.

- Olha nem vem, que eu nem conseguia falar da Ana pra você a Dany é o assunto do momento.

- Por falar nela...

- Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. – Falei cortando ele, na verdade eu sabia que ela estava deitada meio grogue com os remédios eu tinha passado no quarto dela com a Ana pra vermos como ela estava, mas eu gostava de contrariar ele.

- Ela tá no quarto dela Ana? – Perguntou ele pra Ana por que sabia que a Ana seria mais simpática na resposta.

- Tá sim, mas não sei se é uma boa hora pra você ir la fomos la e ela tava meio mal por causa dos remédios.

- Certo. – Disse ele sentando em uma das poltronas

- Vai embora estou tentando matar a saudade da minha mulher. – Falei

- Transem depois...ou...transem agora eu nem ligo, juro. – Disse ele rindo.

- Vai se foder, isso não vai acontecer nem nos seus sonhos querido.

- Os sonhos são meus e isso você não pode controlar em – Disse ele sorrindo todo safado.

- Já sonhou com a gente? – Perguntou a Ana sentando novamente do meu lado vindo da cozinha com um copo com água (acho).

- Você quer mesmo saber? – Perguntou ele sorrindo todo pervertido.

- Na verdade não sei se quero. – Disse a Ana

- Vou quebrar a sua cara se você ficar sonhando com a minha mulher em. – Falei

- Relaxa você tava junto. – Disse ele e levou uma almofada na cara, a campainha tocou de novo e a Ana foi lá atender, era a Juliana louca como sempre.

- Espera como você entrou no prédio? – Perguntou a Ana pra Juliana que nesse momento já tava na cozinha pegando uma cerveja.

- Eu tava la na Raianne.

- Vocês voltaram? – Perguntou a Ana voltando pra sala e a Juliana vindo atrás.

- Não, nem vamos e nem quero mas a danada transa gostoso então né.

- E a Amanda? – Perguntei

- Um lance é só uma lance Melissa. – Disse a Juliana

- Que poética você. – Falei revirando o olho não sei por que ainda insisto em ter um dialogo com essa menina, sério.

- O que é isso ai? – Perguntou a Ana se referindo a uma caixa que a Juliana acabou de colocar em cima da mesinha de centro.

- Isso dona Ana Beatriz é uma relíquia, eu tava fazendo uma faxina no meu quarto e encontrei essa caixa com simplesmente um tesouro que vou vender no eBay e ficar rica.

- O que é que vale tanto? – Perguntou a Ana

- O seu passado. – Disse a Juliana rindo

- Como é que é? – Perguntou a Ana e eu ate me sentei direito no sofá pra escutar melhor a conversa enquanto o Liam tava pouco se fodendo e não parava de teclar no celular.

- Nessa caixa eu tenho a Ana desde o primeiro dia de faculdade até o ultimo dia – Disse a Juliana rindo – Sim eu conheço a Ana desde o primeiro dia da faculdade. – Disse ela pra mim. – Lembra que a gente tirava mil fotos dizendo que um dia ia expor no telão quando reunisse a turma 10 anos depois, estão todas aqui.

- NÃO – Disse a Ana alto.

- SIM. – Disse a Juliana no mesmo tom.

- Ana velho você ficou gata cara, tem umas fotos muito estranhas aqui.

- Toca fogo em tudo. – Disse a Ana eu já não aguentava mais eu precisava ver o que tinha naquela caixa.

- Eu quero ver. – Falei abrindo a caixa

- Não amor. – Disse a Ana tentando me impedir.

- Da licença eu tenho direito de ver a minha namorada em todas as suas fases.

- Eu não vi você quando mais nova.

- Acontece que eu toquei fogo na minha casa e não existem mais registro do que fui um dia. – Falei abrindo a caixa, tirei um álbum de capa dura azul escuro super grosso e pesado.

Comecei a passar as paginas e nas três primeiras folhas não tinha a Ana depois eu a encontrei, encontrei pela boca, pelo olhos e pelo óculos que sempre a deixou bem sexy mesmo gordinha, ela tinha muita bochecha na maioria das fotos estava blusas do Batman ou de alguma banda, em quase todas as fotos ela estava sempre atrás da turma provavelmente tentando esconder o corpo de que tanto não gostava mas ela tinha o rosto simplesmente lindo.

- Eu teria me apaixonado por você, você era muito fofa – Falei quando finalmente encontrei uma foto dela com a Juliana onde estava só as duas, era uma selfie que a própria Ana havia tirado, como sempre de blusa preta e calça jeans. – Que obsessão por preto amor.

- Preto emagrece. – Disse ela visivelmente com vergonha por que eu estava vendo ela como ela não gostava de ser vista. – E você jamais teria olhado pra mim nessa época. – Disse ela tentando tomar o livro de mim.

- Sai eu quero ver tudo. – Falei

- Vou vender as fotos da famosa escritora Ana Moura na sua melhor época.

- Vai se ferrar Juliana. – Disse a Ana

- Olha quem aprendeu a xingar, isso é influência da Melissa aposto.

- Não é, se fosse ela tinha mandando você se foder mesmo e não se ferrar eu não meço esforços quanto a isso. – Falei sorrindo forçadamente.

Já chegando no final do álbum tendo a certeza que eu amaria essa mulher de qualquer jeito eu vi uma foto que alem de fazer o meu coração acelerar quase me fez chorar, era um foto do dia da formatura dela, uma menina linda de vestido branco e eu percebi que eu já conhecia a Ana de muitos anos atrás que eu já tinha visto ela e como eu podia não lembrar dela.

- O que foi amor? – Perguntou ela vendo que eu tinha parado em um foto que novamente ela estava sozinha com a Juliana do lado de fora do evento da sua formatura.

- Essa é você não é? – Perguntei mas eu sabia que era ela, o motivo de eu não ter lembrado dela além estar muito bêbada aquela noite é que durante todas as fotos ela estava de calça jeans e blusa preta mas quando vi ela dentro daquele vestidinho branco eu algo magicamente despertou em mim.

- Sou eu sim, por quê?

- Que foto é? – Perguntou a Juliana tomando o álbum – Olha Ana a nossa formatura, foi bem louco aquele dia até hoje não lembro como cheguei em casa.

- Você lembra de tudo dessa noite? – Perguntei.

- Não lembro muita coisa, como a Juh ta dizendo eu também não lembro nem como cheguei em casa eu meio que tinha terminado com a minha namorada e...

- Eu sei... – Falei interrompendo

- Como você sabe? – Perguntou ela

- Na verdade eu não sei, mas eu estava lá sabia? – Falei olhando dentro dos olhos dela.

- Como? Você devia ser uma criança, deveria ter uns 15 anos – Disse a Juliana.

- Eu tinha 17 mas isso não vem ao caso, eu toquei nessa festa. – Falei

- Sério? Cara eu sempre quis saber o nome daquela banda tinha uma menina gata tocando guitarra e a menina gata era você? Ainda bem que nunca soube o nome por que a menina gata é uma chata. – Disse a Juh indo até a cozinha, olhei pro lado e não vi mais o Liam.

-  Cadê o Liam? – Perguntei

- Ele foi em direção ao corredor mas acho que ele não foi so fazer xixi – Disse a Ana – Mas então você tava lá? Como eu não te vi?

- Acho que os seus óculos estavam em baixo do palco e você tava meio cega. – Falei rindo.

- NÃO ME DIGA QUE... – Disse ela de boca – Era você? Não pode ser, eu tava muito bêbada mas eu lembraria de você, espera agora que você falou eu lembro dos olhos, eu sonhei com aqueles olhos uma semana, meu Deus era você!!!

- Sim, quais as chances disso acontecer? – Falei sorrindo

- Destino? – Perguntei

- Você chama de destino eu chamo de falta de mulher nessa cidade. – Falou a Juliana sentando com outra latinha de cerveja na mão, antes que eu pudesse falar alguma coisa nós começamos a ouvir a Dany e o Liam brigando, estavam falando alto ecoava pelo corredor, ficamos nos olhando em silencio tentando escutar tudo até que eles se calaram por alguns segundos e depois as vozes estavam mais perto, eles estavam vindo do quarto da Dany para a sala e continuaram brigando, até que chegaram na sala e nó ficamos acompanhando de camarote a discussão.

- Eu digo que te amo e você me ‘diz sinto muito’ e queria que eu ficasse feliz Danyela? EU TE AMO PORRA POR QUE VOCÊ NÃO ENTENDE. – Gritou o Liam e a Dany rebateu

- Me ama por quê? Pra que? Você é um menino por que amaria uma pessoa como eu? Eu sabia que tinha sido um erro ficar com você mas não imaginei que fosse ser um erro tão grande desculpa.

- Não me pede desculpa. – Disse o Liam to querendo saber quando ele vai começar a chorar, já tá com a cara toda vermelha – É tão difícil assim aceitar o meu amor? Eu sei que sou novo mas o que importa não é o que eu sinto?

- Liam você é um rapaz incrível...

- Ah não eu não quero ouvir. – Disse ele indo pra varanda mas voltou depois de cinco segundos e nós só ficávamos caladas obervando, eu dei até um gole na cerveja da Juliana de tão tenso que aquilo tava. – Então quer dizer que você mentiu quando disse que sempre sonhou em encontrar um cara como eu?

- Não menti. – Disse a Dany

- Então o que mudou PORRA?

- Mudou que eu posso morrer, mudou que eu não vou prender um menino de 20 anos com uma mulher que não tem perspectiva de vida em família que NUNCA NA VIDA vai ter um filho e que daqui uma semana vai ser retalhada e perder uma parte de mim, uma mulher que nem mesmo vai ser uma mulher de verdade, você diz que me ama mas vai me amar até quando? Até quando você quiser casar e ter uma família e eu não poder te dar isso? Vai me amar até quando Liam me diz, eu cansei de brincar, eu cansei de ser brinquedo na mão de meninos bonitinhos como você e um dia você vai cansar de brincar comigo e ver que o seu brinquedo tá com defeito e trocar por outro novo e com todas as peças funcionando. Esse amor que você diz sentir agora vai passar quando você crescer. – E quando ela terminou de dizer tudo isso foi quando ele começou a chorar, eram lagrimas tímidas rolando pelo rosto dele, era notório o nó que tinha se formado na garganta dele, tanto que ele simplesmente não conseguiu falar mais nada. – Viu? Até você lá no fundo sabe que eu tenho razão, não se preocupa bebê eu não terei nunca raiva ou magoa de você, pelo contrario você é um menino incrível um dia vai se apaixonar por uma moça igualmente incrível, irão casar e ter filhos lindos. – Concluiu ela chorando, olhei pro lado a Ana também estava chorando a Juliana olhava fixamente pros dois assim como eu, o Liam tentava dizer algo mas as palavras não brotavam, eu tava quase me metendo mas a Ana quase lendo os meus pensamentos apertou o meu braço e balançou a cabeça como quem fala “não faz isso” e então eu apenas continuei observando. – Eu acho melhor você ir. – Disse a Dany de cabeça baixa.

- É, acho melhor mesmo. – Concordou o Liam, mas o que? Que FILHO DA PUTA BURRO, não ta vendo que ela te ama também? Vai embora? IDIOTA. Eu tava gritando por dentro mas me segurei pra não me meter na discussão. – Tchau gente. – Disse ele pra gente, foi até a porta segurou na maçaneta por uns três segundo respirou fundo e foi embora. A Dany levantou a cabeça, colocou as mãos na cintura olhou pra gente e pós um sorriso no rosto, todas nós sabíamos que ela não tava sorrindo de verdade mas ninguém falou nada.

- O que vocês estão fazendo meninas?

- Bebendo - Disse a Juliana erguendo a cerveja – Vamos?

- Não posso. – Disse a Dany rindo e sentando na poltrona que outrora estava sendo ocupada pelo Liam.

- Estávamos vendo fotos do passado da Ana. – Falei entregando o álbum.

- Ah não olha isso não. – Disse a Ana e voltamos a nossa conversa enquanto a Dany olhava o álbum. – Quer dizer que foi você me ajudou com o meu óculos aquela noite?

- Sou ou não sou seu herói preferido?

- hummm

- Você ta pensando, não acredito!

- É que é difícil o Batman também é muito foda.

- O Batman já se arrastou pra baixo de um palco pra pegar seu óculos? O Batman te faz gozar?

- Pensando por esse lado você tem razão. – Disse ela me dando um selinho.

- Sai – Falei e ela insistiu em me beijar, ficamos de mimimi mesmo e percebemos quando a Dany começou a chorar, deixou o álbum em cima da mesinha e foi pro quarto. – Mandamos mal?

- Sim. – Afirmou a Ana.

- Vocês duas são duas vacilonas. – Disse a Juliana la da cozinha de novo. – Ficam se agarrando na frente da menina que ta super mal, a felicidade de vocês dá raiva sabia? Apenas parem.

- Cala a boca. – Falei

- Eu vou la ver como ela tá. – Disse a Ana e eu fui até a varanda fumar um cigarro que estava com vontade desde logo depois do sexo.

Pouco tempo depois a Ana voltou e sentou ao meu lado, levantei da minha cadeira e sentei no colo dela.

- A porta dela tava trancada, achei melhor deixar ela quieta por um tempo. – Disse ela.

- Tem razão. – Falei acendendo o meu cigarro e depois olhando fixamente nos olhos dela. – Você sempre foi linda sabia?

- Naquelas fotos não.

- Naquelas fotos sim, você era uma fofa e eu com certeza teria me apaixonado por você se tivesse tido oportunidade, posso até afirmar que foi naquela noite que eu percebi o meu interesse por meninas, na verdade o meu interesse por você.

- Vai dizer que ficou a fim de mim? Conta outra. – Disse ela rindo.

- Não, não vou dizer que fiquei a fim mas depois daquela noite os pensamentos de beijar uma garota foram recorrentes e eu nunca tive vontade de por em pratica até te ver na noite em nos beijamos, mas eu jamais podia imaginar que você e a menina que colocou aqueles pensamentos na minha cabeça eram a mesma pessoa eu passei duas pensando no meu rosto tão próximo ao seu quando caímos, você lembra disso? Você sonhou mesmo com os meus olhos?

- Sonhei, era estranho eu ficava tentando ver seu rosto e não conseguia.

- Eu devia ter te beijado quando cai em cima de você.

- Eu não teria beijado de volta.

- Nãoooo? – Perguntei surpresa

- Eu tinha namorada e por mais que nós tivéssemos brigado eu sempre fui certinha, trair nunca fez parte de mim.

- Então esse tal destino nos juntou no tempo certo?

- Acho que sim. – Disse ela – Eu ainda não posso acreditar que era você, como isso é possível?

- Nossas vidas já estavam ligadas e a gente nem imaginava.

- Sim. – Disse ela e depois me beijou – Então quer dizer que você é a minha alma gêmea, vai ter que aguentar pelo resto da vida.

- Você que vai ter que me aguentar, pra mim você sempre será o meu presente.

- Amo você.

- Eu também amo você.

Nos beijamos novamente, sim a gente tava de melação mesmo, e não era pra menos era estranho e ao mesmo tempo lindo como o nosso destino já estava interligado e a gente não fazia ideia, eu sempre tive certeza mas agora mais do nunca sei que a minha vida é ao lado dessa mulher e que isso que é a definição de amor, é não conseguir respirar só de imaginar não tê-la por perto eu sou um desastre em muita coisa, mas uma coisa eu posso afirmar eu vou fazer tudo que eu poder e até o que eu não poder pra fazer a Ana feliz o resto da vida.