História Um Único Destino - Não me troca por nenhuma inglesa tá?

Pov. Ana

Meu dia começou cedo com uma reunião com o Yuri e os diretos da editora sobre a possível chance de lançar o livro em terras estrangeiras já que eu tinha “vendido” os direitos autorais do livro com exclusividade pra eles e quando eu fiz isso jamais imaginei que poderia ter a possibilidade de lançar o livro em outro local e que precisaria de outra editora, sei lá o que me passou pela cabeça, escritora de primeira viagem. Mas a reunião foi melhor do que eu pensava a única coisa que eles pediram para poder liberar foi que na publicação inglesa viesse mostrando que era uma segunda edição e indicasse o nome da editora, obvio eles estavam visando a oportunidade de ter o nome divulgado lá fora. Depois de tudo resolvido na editora fui pra casa e logo em seguida enviei um e-mail pro Fred que logo em seguida me retornou com exatamente este e-mail.

“Querida Ana,

Lembra da nossa professora Senhora Elizabeth? Mostrei o seu livro pra ela e ela não só ficou muito feliz por você ter se tornado essa grande escritora com uma escrita tão leve e ímpar de se ler como quer saber a possibilidade de você escrever um artigo sobre a causa GLBT na adolescência e para que este possivelmente seja publicado.

Fiquei muito feliz ao saber que há uma possibilidade de publicação do seu livro aqui irei falar com o Alef e logo retorno com a resposta definitiva, mas creio que será positiva.

Atenciosamente Fred.”

Era estranho e magnifico como o meu nome estava percorrendo em Londres mesmo que eu não estivesse lá, de antemão eu corri com a resposta do artigo.

“Fred,

Claro que lembro da Senhora Elizabeth, minha professora de literatura preferida e sempre será, e por favor diga a ela que apesar de não me achar a altura de escrever um artigo sobre tal assunto eu aceito com carinho a oportunidade. Ficarei no aguardo de uma resposta positiva para lançar o livro ai, não consigo nem conter a minha excitação de tal acontecimento. Beijos querido.

Att. Ana Moura.”

Fechei o notebook e fiquei por alguns segundos encarando a parede a minha frente até que escutei um barulho vinho da cozinha de panelas caindo no chão, fui até lá ver do que se tratava e quando cheguei lá vi a Dany caída no chão desmaiada, corri para perto e tentei acorda-la que depois de alguns segundos ela recobrou a consciência.

- Meu Deus você está bem? – Perguntei, mas que pergunta ridícula de se fazer Ana a menina está caída não, então ajudei ela a ficar de pé.

- Estou bem, só fiquei meio tonta de repente e depois tudo ficou preto. – Disse ela sentando no sofá. – Não consigo nem fazer um café sozinha.

- Eu faço o café. – Falei deixando ela no sofá e voltando pra cozinha mas continuei conversando com ela.

- Não precisa fazer café Ana, eu nem sei quero mesmo eu só queria manter a minha cabeça ocupada. – Disse ela, que provavelmente está pirando pois depois de amanhã será sua cirurgia e eu nem posso imaginar o que está se passando na cabeça dela no momento, então eu apenas fui fazer o café e tentei mudar de assunto pra ela pensar em outra coisa talvez.

- Eu quero um cafezinho. – Falei – Mas já falei pra você? A editora liberou os direitos do livro pra ser publicado na Inglaterra, claro que com uma clausula mas acredito que não será problema.

- Nossa Ana parabéns, você cada dia ficando maior em? Tenho uma amiga famosa. – Disse ela

- Não sou famosa, acho que nem saberia lidar com a fama e a sua prima enlouqueceria de ciúmes. – Falei rindo.

- A Lissa te ama né? É tão lindo o amor de vocês duas sabia? Eu sinto muito pela atitude do meu irmão, lá em casa ninguém consegue aceitar muito bem esse lance de diversidade, o pai da Melissa é igual... – Disse ela parando de falar nesse ponto.

- Espera, o pai dela? – Perguntei – Como ele sabe que ela é...

- Ele é policial Ana e nunca aceitou ter sido traído por um traficante. – Disse ela e eu que nunca tinha tido coragem de perguntar sobre o pai da Mel me veio aquela curiosidade, então terminei de fazer o café e levei junto com uns biscoitos até a Dany e perguntei enquanto tomávamos o café.

- A Mel nunca quis saber do pai mas eu também não sei muito coisa sobre a vida passada dela, conta pra mim, o que você sabe? – Perguntei.

- Bom eu também não sei muita coisa, mas posso compartilhar com você o que sei – Disse ela tomando um pouco de café e continuando em seguida. – Logo depois daquela viagem que eles fizeram que foi a última vez que a Lissa viu seus pais juntos o tio descobriu que a mãe da Lissa tinha um caso com um traficante ai por drogas...

- O pai do Bruno, essa parte eu conheço. – Falei

- Então... Ai o tio pegou todas as suas coisas e mudou pro Rio Grande do Norte pra viver com a gente lá ele entrou pra policial onde a intenção dele sempre foi voltar e prender o tal traficante, mas isso nunca aconteceu e nem sei por que, mas o que a Lissa não sabe é que logo em seguida chegou aos ouvidos do tio que ela estava namorando com o filho desse tal traficante e logo o tio disse que além de esposa ele também não tinha mais filha.

- Porém o Bruno era a única pessoa que ela tinha de mais próximo, foi o máximo que ela conheceu de família seu tio não deveria ter feito isso, a Mel precisava dele. – Falei atrapalhando e sem acreditar que o pai da Mel tinha abandonado ela de proposito por ciúmes ou sei lá o que, ninguém abandona um filho e a Dany me olhando continuou.

- Posso continuar? – Perguntou ela sorrindo eu confirmei com a cabeça e ela prosseguiu – Mesmo longe o tio nunca deixou de querer saber da Lissa ele passou por uns problemas com o álcool mas sempre lembrava dela, até que a informação que o tal Bruno tinha sido preso chegou até ele, e ele tava decido a voltar e falar com a Lissa, mas antes disso ele ficou sabendo que ela namorava uma mulher e acho que desistiu de novo.

- Como ele ficou sabendo disso? – Perguntei mas a minha vontade era de chamar ele de babaca mesmo

- Bom isso eu não sei, depois disso não falamos mais no assunto só quando eu precisei do número da Lissa e tinha mudado.

- É ela precisou trocar mesmo. – Falei – Mas que tipo de pai abandona a filha ainda pequena, some e depois simplesmente decide que não tem mais filha por ela namorar outra garota?

- Do tipo que faz parte da minha família. – Disse ela

- Você é diferente.

- Toda família tem uma ovelha negra que manja a reputação do nome, bom na minha família essa pessoa fui eu.

- Sério o que você fez pra ser considerada ovelha negra? – Perguntei rindo.

- Engravidei aos 18. – Disse ela normalmente enquanto eu quase morri engasgada com o café. – Abortei e quando fiquei com câncer a minha mãe disse que era castigo por eu ter tirado uma vida e agora perderia o direito de ter filhos já que tinha jogado um no esgoto.

- Meu Deus e eu pensando que a minha mãe era difícil por não aceitar bem a minha orientação sexual, sua família tá de parabéns.

- Estão mesmo.

- Mas você é tão ótima, eu não consigo enxergar isso.

- Eu sempre vivi fora da casinha. – Disse ela rindo

- Café!! – Gritou a Mel quando abriu a porta já indo pra cozinha, dá pra perceber o quanto todo mundo nessa casa é louca por café. – Tão conversando sobre o que? – Perguntou ela me deu um selinho e sentou ao meu lado.

- Bobagem. – Falei e mesmo assim ela ficou esperando a resposta.

- Estávamos falando que amanhã tenho que ir pro hospital me internar pra cirurgia. – Disse a Dany mudando de assunto.

- E como você tá? – Perguntou a Mel

- Tô bem, seguindo o meu karma. – Disse a Dany rindo e eu entendi do que ela tava falando, mas a Mel não, mas antes que ela perguntasse algo seu telefone tocou.

- É do trabalho, vou atender ali. – Disse e ela indo pra varanda.

O meu telefone também fez um bip mas era só sinal de que havia um novo e-mail vi que o remetente era o Fred e fiquei tensa e a Dany percebendo perguntou.

- O que foi? – Perguntou ela – Melissa não vai te trair não é so um telefona. – Brincou  

- Não é isso. – Falei rindo – É que chegou um e-mail do meu amigo la de Londres e de repente não consigo ler.

- Ah larga de bobeira, lê sim. – Disse a Dany

A Mel apareceu na porta desligando o telefone.

- Ok tchau – Desligou e me olhou – Que foi?

- A Ana recebeu o e-mail do amigo da Inglaterra e ta com medinho de ler. – Disse a Dany

- Que besteira amor, lê logo.

- Certo. – Abri o e-mail no celular mesmo e traduzi para as meninas.

“ Olá Ana,

Sem voltas eu vou direto ao assunto, falei com o Alef e ele sem demoras falou com seu pai ou o boy está muito interessado em mim ou a editora realmente está muito interessada em você, pois o retorno foi rápido e positivo. Disseram não haver problema em colocar a logo da editora Brasileira e que precisam que você venha a Londres o mais rápido possível para que saia nas edições especiais do final do ano, será possível pra você? Espero que sim.

Outro ponto, falei com a senhora Elizabeth e ela ficou muito contente que você se interessou e disse estar no aguardo do seu artigo, então sem demoras faz tudo que precisa fazer ai arruma as malas e vem pra Londres, como você vivia dizendo “vamos ser lindos juntos” (essa parte estava realmente em português) já estou ansioso para te ver, saudades.

Fred.”

Um minuto de silêncio quase reinou na sala com as meninas me olhando enquanto eu terminava de ler o e-mail, em anexo o Fred também tinha colocado uma carta escrita pelo editor chefe da editora que dizia basicamente.

“Aguardamos a sua visita para acertamos o contrato”

Eu estou pirando? Sim! Mas estou paralisada sem conseguir nem ao menos piscar o olho, olhando para as meninas que me devolvem o olhar.

- Ela deu tilt? – Perguntou a Dany

- Amor? – A Mel sorrindo me chamou de volta à terra

- Eu não to acreditando, é isso mesmo? Eu vou lançar um livro em Londres?

- Na Inglaterra toda meu amor. – Disse a Mel pulando no meu colo e me beijando.

- Eu acho que vou surtar, vou sim. – Falei e a Mel começou a me beijar muito enquanto a Dany apenas sorria nos observando.

- Isso quer dizer que você vai pra Inglaterra? – Disse a Mel ficando séria de repente.

- Sim vou ter que ir la, você viu o e-mail não dá pra fazer essas coisas por skype, lembra como foi pra lançar aqui no Brasil? La não deve ser muito diferente. – Falei

Ela levantou do meu colo e voltou rapidamente pra varanda e eu fiquei sem entender nada ou até tinha entendido e fui atrás dela.

- Não se preocupa amor, não é como se eu fosse morar la né?

- Quando você viaja duas semanas pro sul do país eu já fico morrendo de saudades, como eu vou lidar com um oceano inteiro de distância? – Disse ela toda fofa

- A distância vai ser maior, mas o tempo vai ser o mesmo. – Falei abraçando ela – Eu vou lá e volto rapidinho não vai dar tempo nem de você sentir a minha falta.

- Eu sinto sua falta até quando você ta dormindo. – Disse ela me abraçando forte. – Não me troca por nenhuma inglesa tá?

- Eu não deixo você por nada nesse mundo.

- Embora eu esteja morrendo de ciúmes eu também to adorando ter uma namorada famosa. – Disse ela rindo.

- Eu não sou famosa, para. – Falei também rindo e voltamos pra sala

- Gente se eu virar lésbica vocês prometem que eu encontro um romance assim como o de vocês? – Perguntou a Dany vendo a gente.

- Não posso prometer isso prima, porque pra um relacionamento assim acontecer só se você encontrar uma Ana e eu tenho certeza que eu fiquei com o ultimo exemplar do mundo, não existe ninguém igual. – Disse a Mel

- Olha só por te aguentar ela merece virar santa mesmo viu, ta de parabéns Ana. – Disse a Dany rindo e a Mel jogou uma almofada nela.

- Ei não se bate em uma mulher doente. – Disse a Dany tossindo forçadamente.

- Crianças eu sinto por ter que deixar as duas aqui mas eu preciso colocar em ordem algumas coisas, tentar escrever um artigo e tenho algumas ligações pra fazer, então vou pro quarto não quebrem a casa. – Falei, dei mais um beijo na Mel e fui pro quarto responder o e-mail do Fred pelo computador.

“Fred,

Eu não posso dizer pra você como eu fiquei feliz ao ler o seu ultimo e-mail claro que eu irei a Londres resolver essas questões estou morrendo de saudades de você e claro da Inglaterra, irei preparar tudo e irei o quanto antes. Não sei como te agradecer por tudo que você está fazendo por mim, você sabe o quanto eu sonhava com isso e não sei dizer o tamanho da felicidade que estou sentindo em poder realizar, serei eternamente grata. Então este e-mail será um até breve por que logo estaremos “sendo lindos por ai”

Com amor Ana.”

Agora eu teria que ligar pro Yuri pra avisar sobre tudo, ligar pra minha advogada e ver se conseguia um visto de última hora pra Inglaterra sem contar que eu nem sei por anda o meu passaporte e nem sei se ainda está com validade para viajar, minha cabeça estava explodindo eu não consigo focar meu pensamento em nada, então fui pro banho pra tentar relaxar e deixar a água fria acalmar o meu corpo.

Pov. Melissa

Eu não consigo expressar o quanto eu estou feliz pela Ana, na verdade eu não consigo expressar o quanto eu amo essa mulher e como estou feliz por vê-la realizando seus sonhos eu ia dizer “Quando eu crescer quero ser assim”, mas não disse por que ela já é toda complexada com idade isso só pioraria as coisas, agora ela ta la trancada no quarto escrevendo um artigo pra ser publicado em Oxford, vai lançar um livro em Londres e aqui mesmo no Brasil esse mesmo livro já ta fazendo um sucesso imenso, que ela não me escute mas eu quero ser assim quando crescer, voltei do quarto agora onde fui apenas dar um beijinho nela, não to aceitando muito bem esse lance dela ir pra Londres e me deixar aqui não, mas como ela falou é apenas por alguns dias eu posso suportar, voltei pra sala e sentei no sofá fiquei de longe observando a Dany fazendo o jantar, falei que ela não precisava fazer que a gente pedia pronto mas ela insistiu e disse “vou tirar é o útero, não minhas mãos, ainda posso cozinhar”, entrei rapidinho no WoW só pra ver o que tinha de bom, mas logo depois sai minha cabeça tava inquieta então fui editar umas fotos que tinha feito hoje a tarde, eu nunca pensei que me encantaria tanto por fotografia, mas quando estou atrás daquelas lentes eu me sinto tão forte.

- Lissa você não quer descer e comprar suco? – Perguntou a Dany me tirando do meu transe de mulher profissional do século XXI.

- Tem refrigerante ai. – Falei

- Ah claro porque eu já tenho um câncer no útero por que não dar a chance de ter um câncer de estomago também né?

- Eita que hoje você está impossível mulher, sabe o que te falta? – Perguntei

- O suco, de laranja por favor.

- Amor, te falta amar – Falei abrindo a porta pra ir comprar o tal suco – Sua mal amada. – Falei rindo e sai antes que ela respondesse.

Cheguei ao supermercado peguei logo cinco caixas de suco, odeio que ter ficar vindo ao supermercado pra comprar pouca coisa, comprei alguns biscoitos e chocolate também e fui pagar, quando voltei ao apartamento a cozinha estava vazia o fogo nas panelas acesso e nada da Dany, coloquei tudo na geladeira e fui atrás dela, a porta do banheiro do corredor estava meio aberta e ela estava sentada no chão chorando, eu abri a porta e sentei no chão perto dela.

- Você ta bem? – Perguntei

- Eu vim ao banheiro por que tava enjoada e repente não consigo levantar daqui. – Disse ela tentando sorrir no meio das lágrimas.

- Quer ajuda pra levantar? – Me levantei e tentei tirar ela do chão antes que ela respondesse, ela passou o braço no meu ombro e eu ia levando ela pro quarto quando ela falou.

- Cozinha, preciso terminar o jantar.

- Tenho certeza que você precisa deitar isso sim – Falei abrindo a porta do meu quarto e da Ana. – Amor ajuda? – Perguntei pra Ana me olhou com aqueles óculos e mordendo a tampa de uma caneta o que eu achei super fofo, tenho problemas eu acho, ela veio até nós.

- Ela desmaiou de novo? – Perguntou a Ana

- De novo? – Perguntei

- Não foi nada gente, eu to bem só preciso terminar o jantar é fome. – Disse a Dany tentando ser engraçada.

- Você pode terminar de fazer o jantar? Essa teimosa precisa deitar.

- Claro. – Disse a Ana

Levei a Dany pro quarto e deitei ela na cama e logo em seguida ela começou a suar frio e a tremer e começou a apertar a minha mão bem forte.

- Você pode ficar aqui comigo um pouco Lissa?

- Claro. – Falei sentando na cama dela onde ela apoiou a cabeça no meu colo e apertou forte as minhas pernas. – Tá sentindo dor? – Perguntei

- Um pouquinho.

- Você não precisa ser forte o tempo todo mulher, pode dizer que ta doendo pra caralho e que essa doença é uma droga. – Falei fazendo carinho em seus cabelos.

- Segundo a minha mãe aqui se faz aqui se paga.

- Como assim? – Perguntei sem entender, eu nunca falava sobre a família com a Dany porque sinceramente não queria saber nada que pudesse me aproximar da imagem do meu pai.

- Quando eu tinha 18 anos eu fiz um aborto e a minha mãe diz até hoje que fiquei doente por que Deus está me castigando por tirar uma vida.

- Bobagem. – Falei revirando o olho – Não tem essa, se você não tava pronta pra criar uma criança ia ter pra que? Pra ela sofrer? Se você não pode cuidar de um filho é melhor que não tenha. – Falei, no fundo parecia que eu estava falando dos meus pais e talvez fosse.

- É, mas eu não tive aquele filho e agora eu nunca mais vou poder ter filhos.

- Se um dia você se sentir pronta pra ser mãe existe milhares de crianças em orfanatos que adorariam ter uma mãe sabia?

- Parece que no final das contas você é uma pessoa bem madura, nem parece à pessoa que se jogou de uma ponte. – Disse ela rindo.

- Vai se ferrar. – Falei também rindo.

Tirei o celular do bolso e fiquei conversando com o Liam, ele tinha ficado super mal depois de tudo que tinha acontecido com a Dany.

[18:32] Cabeção: Mas ela tá bem já? Ainda sentindo muita dor.

[18:32] Melissa’Lima: Morra de inveja, ela está dormindo no meu colo no exato momento, hahaha. Certo peguei pesado me desculpe u.u

[18:33] Cabeção: Você é má Melissa, vem cá você sabe me dizer qual as flores preferidas dela?

[18:33] Melissa’Lima: Não sei quais são nem as flores preferidas da minha namorada imagina dela, mas por que?

[18:33] Cabeção: Amanhã ela vai se internar queria mandar flores pro quarto dela, sei lá.

[18:33] Melissa’Lima: Manda rosa, rosas vermelhas nunca falham.

[18:34] Cabeção: Tem razão!! Aula hoje?

[18:34] Melissa’Lima: Não viu no grupo que a professora não vai hoje?

[18:35] Cabeção: Sério? Caralho nem vi, beleza então da pra agilizar as paradas que to fazendo aqui.

[18:35] Melissa’Lima: O que você ta fazendo de tão importante.

[18:35] Cabeção: Te conto já, beijo melzinha até mais tarde, fui.

[18:36] Melissa’Lima: Eeeeeeeeeeeeei

As mensagens não estavam mais nem ficando como se tivessem sido entreguei ele me deixou mesmo falando sozinha e ainda me chamou de “melzinha” ninguém me chama assim, revirei o olho de novo, uns 10 minutos depois a Ana chegou na porta do quarto e ficou me olhando mexer no celular enquanto a Dany dormia no meu colo.

- Acho que estou com ciúmes. – Disse ela abrindo um sorriso lindo.

- O meu colo sempre será só seu meu amor, mas ela tava precisando. – Falei

- Eu sei, não tem problema – Disse ela – Só vim dizer que o jantar tá pronto, mas vou tomar banho porque fiquei com cheiro de comida pelo corpo todo.

- Humm isso é um convite? – Perguntei

- Sossega – Disse ela rindo

- Tá me negando sexo, to vendo isso ai moça. – Falei e a Dany apertou as minhas pernas como quem diz “não sai daqui” e eu voltei a ficar imóvel ela realmente tava precisando de algum conforto no momento então apenas soltei um beijinho no ar pra Ana e voltei a mexer no celular.

(...)

Minutos depois a Dany acorda um pouco mais disposta e vai tomar banho, eu fui para sala e a Ana está la com o notebook nas pernas escrevendo algo na velocidade da luz.

- O que você ta fazendo? – Perguntei

- Eu pensei que ia ser complicado escrever esse artigo mas as coisas estão simplesmente fluindo e quanto mais escrevo mais vem coisas a cabeça, talvez eu tenha até que resumir depois.

- Vai ficar ótimo, como tudo que você faz. – Falei

- Espero.

- Você faz isso de propósito né? – Perguntei

- O que amor?

- Coloca esse óculos de nerd que te deixa irresistível, prender o cabelo assim deixando seu pescoço a mostra, cara como a minha namorada é linda.

- Sou nada, sabia que com esse estresse todo eu engordei 2kg? Tô horrível.

- Oh meu Deus 2kg ta obesa. – Brinquei e ela ficou séria. – Amor olha pra mim, você é linda – Falei olhando bem nos olhos dela – Sempre foi, naquele dia que eu cai em cima de você, você já era linda e eu devia ter feito isso naquela época. – Falei tirando o notebook do coloco dela, coloquei na mesinha de centro, sentei em seu colo de frente pra ela e a beijei de língua bem gostoso, ficamos beijando quando suas mãos começaram a passear pelas minhas costas, ela mordeu meus lábios e voltou a enfiar a língua na minha boca, levei a minha boca até o pescoço dela onde mordi e ela soltou um gemido baixinho, voltei pra sua boca e voltamos a nos beijar.

- Nossa se eu fosse lésbica eu ia ficar excitada. – Disse a Dany atrás da gente, me fazendo rir com a cabeça escondida no pescoço da Ana.

- Hoje você ta com essa de lésbica em? Tá pensando em mudar de time? Porque olha eu tenho umas amigas que iam adorar conhecer você. – Disse a Ana.

- Sei lá, com os homens não deu certo quem sabe eu não ganho na loteria e encontro um amor como o de vocês né?

- Olha quem já está melhor. – Falei saindo do colo da Ana

- Tô melhor e morrendo de fome, vamos comer?

- Eu também to morrendo de fome. – Falei olhando pra Ana pra ela entender o duplo sentido da frase.

- Não me olha com essa cara, a comida ta na mesa.

- Não vejo você deitada sobre aquela mesa. – Falei mordendo o lábio.

- Amor não provoca. – Disse ela ficando toda vermelha e ganhou beijinho.

- Vamos jantar ou não? – Perguntou a Dany sentando a mesa.

- Vamos sapa encubada. – Falei pra rindo pra Dany

(...)

Jantamos e eu nem sei a quem agradecer ao delicioso jantar a Dany que coneçou a Ana que vinalizou na duvida falei pra duas.

- Eu tenho muita sorte de ter na vida duas mulheres que cozinham tão bem. – Falei

- E eu tenho sorte de ter uma namorada que vai lavar a louça. – Disse a Ana

- Certo, é justo. – Falei rindo

Levei todos os pratos pra pia, a Dany foi ver TV na sala e a Ana fumar um cigarro na varanda, enquanto eu lavava tudo ao som de Charlie Brown Jr no meu celular. Quando eu já estava quase no final a musica foi interrompida por um notificação do whatsapp.

[20:21] Cabeção: Me diz uma coisa, a Dany tá acordada?

[20:22] Melissa’Lima: Acabamos de jantar, ela ta melhor pode ficar tranquilo.

[20:22] Cabeção: Certo, mas ela ta acordada?

[20:22] Melissa’Lima: Tá vendo TV pq?

[20:23] Cabeção: Chego ai em 20 minutos quero vê-la antes que ela vai pro hospital amanhã de manhã.

[20:23] Melissa’Lima: Você acha isso uma boa ideia? Da última vez nós vimos o que aconteceu.

[20:23] Cabeção: Eu preciso ver ela.

[20:24] Melissa’Lima: Certo

[20:24] Cabeção: Ok! Mas não conta pra ela, é capaz dela se trancar no quarto e eu não quero ter que arrombar a porta. Kkkk

[20:24] Melissa’Lima: Certo ;)

Terminei de lavar a louça toda, fui até a varanda onde la estava a Ana com o notebook novamente e com um cigarro entre os dedos, cigarro esse que roubei dela.

- Tô começando a ficar com ciúmes desse computador, ta vendo pornografia inglesa ai?

- Na verdade to lendo umas matérias e a quantidade de casos de meninas estupradas nas faculdades é imensa e não para por ai, tem garotos também, alguns relatam que por serem gays os “heteros” se sentem no direito de pega-los a força por exemplo.

- Você não viu essas coisas lá? – Perguntei

- Eu só morei no campus duas semanas depois fui morar com... – Ela deu uma pausa e continuou – Amigos.

- Foi morar com uma mulher dona Ana Beatriz? – Perguntei rindo – Espera é mesmo você tem uma ex namorada la né?

- Tenho, mas não surta tá?

- Não vou surtar porque até onde eu sei com essa sim você terminou direitinho, com todos os pingos nos “i’s”. Não é?

- Sim amor, relaxa.

O interfone da cozinha começou a tocar e eu lembrei que o Liam, olhando pra portaria da varanda já dava pra ver ele.

- Quem será essa hora? – Perguntou a Ana

- O Liam, olha ele ali. – Falei e corri pra cozinha pra atender por que Dany poderia ir atender.

Quando entrei em casa ela já tava levantando pra ir atender e eu passei bem rápido pra cozinha e ela sentou novamente, eu autorizei a sobida dele e voltei da pra varanda, alguns poucos minutos depois a campainha toca e eu fui atender, assim que abri a porta vi que o não dava pra ver da varada, o Liam de terno e grava, segurando um buquê de rosas vermelhas com o cabelo muito bem arrumado e a barba completamente feita, diferente da semana inteira que ele passou indo de barba pra faculdade e todo cheiroso.

- Uau!!! – Falei ao vê-lo daquele jeito e o deixando entrar – Vai me explicar o que ta tramando? – Perguntei baixinho.

- Você já vai ver. – Disse ele também baixinho piscando o olho pra mim.

Ele caminhou em direção a Dany que levou uns segundo pra notar a presença dele já que tava toda concentrada na TV, quando ela o viu tomou um pequeno susto e sorriu, eu corri pra varanda e chamei a Ana.

- Amor, entra rápido. – Falei e ela me olhando sorrindo veio correndo a tempo de ver o Liam tomando fôlego pra falar.

- Oi!!! – Disse ele pra Dany, como assim “oi” filho da puta, to aqui morrendo e você fala “oi”, ele tomou fôlego de novo e eu pensei, agora vai e falou – Como você tá?

- Tá de brincadeira? – Resmunguei a Ana me puxou me abraçando por trás como quem fala ‘cala a boca amor’ e eu me calei.

O Liam tomou fôlego mais uma vez e então começou falar.

- Dany... Danyela eu te amo...

- Liam eu... – Disse a Dany tentando atrapalhar, mas ele colocou um dedo em sua boca como quem pede silencio e continuou.

- Danyela eu te amo, amo de verdade. Eu sei que você deve me achar um moleque de vinte anos e talvez eu seja, mas eu sou um moleque que sabe amar, que sabe o que quer e eu quero você. – Disse ele sentando na poltrona que fica ao lado do sofá e tomou nas mãos as mãos da Dany – Eu te quero tanto que chegar a me doer, olha não me importa se você não vai poder ter filhos, muitas pessoas não tem filhos e são felizes, me da uma chance de te mostrar que eu não sou uma criança que eu sei amar, que eu vou te amar direito, você sabe que eu sou um cara legal e você me acha bonitão – Ele tava se segurando pra não chorar dava pra ver mas continuou – Dany, até pouco tempo atrás eu nunca tinha sentido por ninguém o que sinto por você, e quando você me mandou embora eu percebi que não consigo ir embora da sua vida por que te amo, o que eu senti pela Melissa não era amor, o que eu senti pela Ana também não era, mas o que eu sinto por você é amor e eu sei disso porque quando eu me imagino daqui a uma hora sem você sinto o meu coração partir, eu não ligo pra filhos, não importa mais nada se você não tiver comigo, porque eu quero você, só você por isso... – Disse ele ficando de joelhos e Dany já tava chorando a Ana já tava chorando e ele se segurando pra não chorar mas tava tremendo tirou algo do bolso, se ajoelhou feitos os príncipes de filmes, tirou uma caixinha preta do bolso e falou – Danyela Lima você quer casar comigo

- Ah meu Deus. – Disse a Dany chorando – Liam...

- Daaany. – Gritamos eu e a Ana, nós sabíamos que ela também amava aquele moleque.

- Eu aceito. – Disse ela finalmente, ele tirou o anel da caixinha colocou no dedo dela ainda tremendo, se levantou do chão levantou ela do sofá e a beijou, depois ele gritou.

- ELA ACEITOU – Disse ele finalmente deixando a lagrima que tava presa sair.

- Espera você disse que amou a Ana? – Perguntei.

- Cala a boca Melissa. – Disse ele

- Moleque sorte que você vai casar com a minha prima e eu gosto muito dela se não eu te matava agora mesmo. – Falei rindo e a Ana que ainda estava abraçada em mim, me virou e ela estava com o rosto todo molhado, limpei suas lagrimas e a beijei enquanto o Liam também tava aos beijos com a Dany.

- Eu te amo. – Disse a Ana ainda chorando.

- Para de chorar meu amor, parece que ele tava pedindo você em casamento. – Falei rindo e a beijando.  - Então quer dizer que era isso que você tava armando moleque? - Perguntei pro Liam.

- Você não sabia? - Perguntou a Dany ainda chorando.

- Não fazia ideia. 

- Você me mandou embora, agora vai ter que me aguentar pra sempre. - Disse ele beijando ela

- Que viadagem. -( Eu tinha que estragar o momento fofo né gente?) Falei rindo